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Fios do Destino por La Rue

Ver comentários: 3

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Palavras: 3184
Acessos: 1084   |  Postado em: 06/11/2020

Notas iniciais:

Fala meus semidivos, tudo bem com vocês? Acho que a galera estava meio desanimada nesse último capitulo ou foi só impressão minha? Estou fazendo o possível para manter as atualizações em dia então sinto muito devido os últimos atrasos. Estou dando meu melhor, para manter pelo menos as minhas três "Claribeth" em dia, mas entre postar rápido e tentar manter a qualidade do trabalho que estamos desenvolvendo eu prefiro optar pela qualidade.

Boa leitura a todos!!!    

Athena Nike

 

Assim que deixou seus devaneios sobre os acontecimentos antes e durante sua visita a Delfos de lado, o general ateniense mal notara que se encontrava aos pés do maior e mais importante monumento de Atenas. A acrópole localizava-se no ponto mais alto da pólis, assim como acontecia na maioria das outras cidades-estado, porém seu significado não se comparava a nenhuma outra.

 

Segundo as antigas lendas aquele fora o local onde os deuses rivais, Athena e Poseidon, disputaram para saber quem seria o patrono da modesta cidade até então conhecida como Cecrópia. Dois deuses distintos, ambos a procura de uma cidade para si, de um lado o deus dos mares oferecendo como presente aos cidadãos uma fonte de água salgada, onde os pescadores poderiam consultar quando seria menos arriscado sair para o seu ofício; do outro a deusa da sabedoria, dizendo que a cidade teria grande desenvolvimento e seus homens seriam bons guerreiros e inteligentes, deixou como presente uma oliveira, onde poderiam viver da terra por meio do azeite e das azeitonas... Desde então aquele local era considerado como o coração religioso de Atenas e ninguém poderia negar que possuía uma aura sagrada. Não era apenas um ponto de devoção, mas também uma cidadela de proteção em tempos de guerra.

 

Ele não queria ser pretensioso, mas se estivesse certo - e seus instintos nunca estiveram tão latentes como agora - se suas visões realmente fossem concretizadas, sabia que seria ali. Subiu a passos tão rápidos que teve de fazer uma breve pausa ao final da rampa principal, mesmo que fosse detentor de um vigor invejável e fosse muito bem preparado para tal. Os olhos azuis se fixaram no propileu - o portal monumental da acrópole - havia pétalas de rosas em tons variados espalhadas pelo caminho trilhado e indivíduos de diferentes partes da Ática em duplas ou pequenos grupos, conversavam sobre aleatoriedades do cotidiano, ou vinham especialmente para dedicar suas orações a deusa... Entretanto, ali entre os mortais que viviam suas vidas sem grande significância, ele pode notar uma figura imponente e inconfundível, os longos cabelos negros dançavam sutilmente ao vento, parecia ser o único a perceber a presença daquela que não deveria ser menos que uma divindade, trajando uma armadura de batalha que para o ateniense era inequívoca.

 

Mais um sussurro, sentiu-se encorajado imediatamente, mesmo que seu corpo ainda não tivesse em plena condição de corresponder naquele mesmo instante... Quando conseguiu mover-se novamente a mulher de cabelos negros não estava mais lá, mas sabia onde deveria ir agora ele não apresentava qualquer dúvida. Dirigiu-se ao templo mais antigo e o mais próximo de onde estava, aquele que era dedicado a Athena Nike, a sudoeste da acrópole e a direita da entrada principal. Era um templo antigo em estilo jônico e de proporções modestas se comparado aos novos projetos que estavam sendo elaborados, mas mesmo assim possuía sua beleza e importância inigualável, era lá que os cidadãos adoravam a deusa com esperanças de que a mesma ajudasse em suas campanhas de guerra, principalmente na primeira investida persa.

 

Tentou adentrar o local sagrado com o mesmo respeito de sempre, porém sua vontade de obter respostas era tão evidente, que mesmo mentalmente, ele pediu para que aquela que era sempre justa perdoasse modos tão atípicos de sua personalidade. Seus olhos se voltaram para a estátua central de Athena Nike - a deusa alada da vitória, porém a representação da deusa fora construída sem suas asas, para que a mesma nunca deixasse a cidade da qual era patrona - na mão esquerda havia uma romã e o seu escudo e na direita sua impiedosa lança. A sacerdotisa que cuidava do templo estava imóvel, ajoelhada próxima ao monumento, deveria ter sido acometida pelo mesmo torpor que ele experimentara pouco tempo antes, até mesmo o sábio guerreiro sequer possuía alguma capacidade de falar, apenas ficou sobre um dos joelhos e baixou a cabeça em respeito.

 

-Aproxima-te, meu fiel guerreiro. - a ordem veio de forma gentil por parte da Olimpiana.

 

Temístocles conhecia bem aquela voz, era a mesma que lhe guiara durante o decorrer de sua vida... Nos momentos em que precisou de sabedoria para tomar decisões difíceis; entre batalhas decisivas, quando achou que não seria possível prosseguir, nas palavras de suporte para cada um dos guerreiros e irmãos que combatiam ao seu lado. O homem sempre tão distinto e corajoso sentiu as pernas tremerem ao colocar-se de pé, respirou fundo como se ainda não acreditasse no que estava acontecendo ou estivesse preso em algum sonho; ajeitou sua postura perante o olhar altivo e sério.

 

-Minha senhora... A que devemos imensurável honra?! - foram as únicas palavras que conseguiu pronunciar com alguma polidez, fazendo uma breve mensura logo em seguida.

 

Athena deu um sorriso mínimo para tal atitude, ela acompanhara a trajetória de Temístocles, desde que era apenas uma criança viu nele a ânsia para glória e reconhecimento, enquanto seus pares se dedicavam a brincadeiras e jogos nos intervalos das aulas, o menino que nascera para a oratória dedicava-se a acalorados discursos seja a favor ou contra seus colegas; viu o menino muitas vezes tratado com indiferença por não ser filho de uma mulher ateniense tornar-se um oficial destemido e um magistrado populista influente por meio de sua inteligência e estratégia... Mas ali, vendo seu rosto de traços bem delineados pelo tempo tomado por leve rubor e embaraço, não parecia muito diferente de quando era apenas um menino.

 

-Bem sabes, meu fiel general, que tua tão amada e estimada Atenas bem como todo o povo heleno enfrentaram um império tão perigoso quanto sua grandiosidade. - enalteceu a deusa aquilo que já permeava há algum tempo os pensamentos do ateniense, um "singelo" detalhe, algo que havia feito dele quem era atualmente, mas que ao mesmo tempo também poderia considerar como um erro. - tenho algo especial para ti, como prova de tua devoção e empenho integral a Atenas... Três semideuses lhe acompanharam, para que tuas virtudes permaneçam inabaláveis até o derradeiro momento.

 

O homem sentiu o toque gentil da divindade em seus cabelos curtos, mas não teve coragem para olhá-la novamente nos olhos, não se sentia digno o suficiente para tamanha graça, nem se fosse o mais honrado dos heróis. Estava tão estupefato da própria deusa se encontrar ali a sua frente que mal havia notado que no altar próximo a estátua havia três pequenos embrulhos de cores distintas... Notou que eram crianças de no máximo um ano quando Athena pegou o primeiro em seus braços, uma criança de cabelos escuros envolto de uma manta verde-mar.

 

-Este é Perseu, filho de Poseidon. - informou enquanto o garotinho se mantinha tranquilo em seus braços e adormecido. - serás um guerreiro corajoso, um amigo fiel e um aliado importante para os atenienses.

 

Temístocles não pode deixar de sorrir, mesmo que de forma contida, apesar da rivalidade entre a deusa da sabedoria e o tempestivo deus dos mares, Athena jamais deixava de reconhecer cada indivíduo pelo seu devido valor. Ele lhe pegou nos braços, mesmo que não possuísse muito tato para tal, o menino se mexeu um pouco, mas não despertou; a sacerdotisa aproximou-se, agora já livre do torpor causado pela presença da deusa, o homem lhe entregou o semideus para que a mesma o deixasse em um local seguro.

 

-Esta é Silena, filha de Afrodite. - chamou-lhe a atenção pegando a segunda criança, uma garotinha de cabelos escuros e olhos azuis intensos. - terás todos os dons advindos da deusa do amor, serás gentil, companheira, porém determinada, inteligente e de forte personalidade, um porto seguro para os corações confusos e desacreditados.

 

O ateniense pegou cuidadosamente a criança envolvida em um manto cor de rosa, não possuía qualquer dúvida de que aquela linda menininha traria muitas alegrias e encantaria qualquer um ao seu redor. A Olimpiana pegou a última criança, envolvida em um manto cinza, os olhos espertos e de um cinza vivo assim como os de sua mãe se fixaram curiosamente no general... Temístocles a reconhecia, era a mesma garotinha que viu em seus sonhos confusos e principalmente na visão que tivera quando a oráculo lhe tocou.

 

-Esta é Annabeth, minha filha.  - os dedos longos correram delicadamente pelo rosto da menina que desviou o olhar para sua progenitora, um sorriso de canto lhe correu pela face habitualmente severa... Como se aquilo lhe trouxesse lembranças longínquas, porém muito vívidas. - serás forte, sábia e uma guerreira exímia... Conduzirá Atenas com justiça em seus anos de glória e nos momentos sombrios.

 

O homem segurou a semideusa com as mãos levemente trêmulas, não poderia receber honrarias maiores que àquelas, três semideuses distintos e dentre eles uma filha legítima de Athena. Depositou um beijo casto nos poucos cabelos de tom claro no topo de sua cabeça, aquela menina seria amada e adorada por todos os cidadãos, não apenas em Atenas... Seu nome seria reconhecido para além das pólis gregas.

 

~***~

 

Os dias que se seguiram foram de muita alegria, trabalho e festividades. Temístocles não tinha uma esposa, no decorrer de sua vida havia se dedicado inteiramente aos seus ofícios como guerreiro e também como político, Atenas se tornara sua prioridade e o seu amor maior; entretanto ele fizera questão de realizar todos os ritos necessários para a introdução dos três semideuses ao seu lar, seus servos lhe ajudaram com os preparativos, principalmente aqueles dos quais os homens não tinham total conhecimento.

 

Sua casa fora purificada, pelas donzelas e sacerdotisas que se revezavam aos cuidados do templo de Athena, fora lá que os pequenos semideuses ficaram resguardados até que tudo estivesse pronto para recebê-los. Nesse período a identidade, bem como a existência dos três fora algo completamente ocultado; tinha ciência de que toda a Atenas se sentiria agraciada pelo presente de sua patrona, mas não era inocente ao ponto de achar que se aquilo viesse à tona no momento errado malfeitores ou espiões se sentiriam tentados a fazer algo contra os filhos das divindades, principalmente contra aquela que sem dúvidas teria a maior devoção entre os atenienses.

 

Ele faria o possível para ser o melhor tutor, a deusa poderia ter escolhido qualquer outro, alguém de mais posses que os cobriria com todos os luxos dignos de seus nomes, ou mais influente e inteligente para torná-los indivíduos sábios, talvez mais destemido para que alcançassem glórias que durariam pela eternidade assim como as histórias dos indomáveis heróis como Aquiles; mas não, a Olimpiana o escolhera e como tal ele faria jus a confiança que lhe fora depositada.

 

Após a visita de Athena ele continuou no templo, ele queria fazer parte de cada momento, como um pai orgulhoso.

 

-Eu poderia... - sua voz saiu incerta, como uma dúvida mesclada com uma pergunta.

 

A sacerdotisa lhe dirigiu um olhar gentil não era nem de longe um ato habitual para um homem, muito menos um homem como Temístocles, talvez por isso seu "pedido" tenha saído tão vacilante, porém ela lhe fez um sinal para que se aproximasse. A jovem lhe deu algumas breves instruções e o auxiliou no primeiro banho dos três semideuses, a água gelada fora utilizada para testar a resistência, mesmo que ele tivesse total certeza de que os semideuses eram perfeitos.

 

Na porta de sua residência foram colocados três itens, um ramo de oliveira e duas fitas de lã, indicando que no seu oikos havia agora um menino e duas meninas, pequenos detalhes que não passaram despercebidos para terceiros, afinal até então Temístocles era conhecido por não ter constituído família, já que dedicava-se completamente ao desenvolvimento da pólis.

 

Aproveitara-se dos dias consecutivos onde eram executados uma série de ritos privativos para poder se preparar adequadamente. Assim como a curiosidade, perguntas lhe seriam direcionadas e ele estaria pronto para convencer os demais magistrados e cidadãos influentes de Atenas; estava convicto que a deusa lhe daria sabedoria o suficiente para lhe guiar em seu discurso... Annabeth, a filha de Athena, teria de ser reconhecida como tal, mesmo que as sacerdotisas do templo lhe fossem favoráveis, que tivessem visto a própria divindade com seus olhos, ele teria que convencer uma sociedade movida por homens de que uma mulher os regeria em um futuro próximo.

 

No Dêcade ele já estava pronto para as possíveis adversidades que teria a partir daquele dia, porém apesar de ser um exímio orador, tivera menos trabalho que o esperado para convencer quem deveria - e isso significava convencer aqueles que eram contrários aos seus ideais. Fizera uma nota mental para honrar os deuses com sacrifícios nos dias seguintes, pois não apenas Athena como Afrodite e Poseidon valeu-se de seus mais influentes fiéis para disseminarem as boas novas.

 

Temístocles possuía poucos parentes vivos para compartilhar com eles as alegrias das festividades daquele dia, entretanto seus amigos, bem como pessoas de diversas partes e de distintas classes se fizeram presentes no recinto, todos bem dispostos a compartilharem honrarias e oferendas aos três semideuses.

 

No pátio central estava a tirar proveito do vinho especial que recebera, bem como dos cânticos animados entoados pelos musicistas locais e de boas companhias como a de seu fiel amigo Pétros quando um de seus servos se aproximara, tão pálido que Temístocles provavelmente achara que Hades levara sua alma antes que o corpo tivesse conhecimento de tal... Fez sinal para que o rapaz se aproximasse, ofereceu-lhe um pouco de vinho para que o mesmo limpasse a garganta antes de falar; tal ato seria visto com maus olhos pelos membros de uma elite podre que ainda estava enraizada em Atenas, porém para o general aquilo pouco lhe importava, estavam a comemorar e nem mesmo isso lhe tiraria o sorriso que satisfeito mantinha em rosto. 

 

O jovem aceitou de forma tímida e um tanto temerosa, pois sabia que tal ato chamaria alguma atenção para si, bebeu o líquido que fora diluído em água como de praxe e tentou aparentar alguma calmaria, o sangue lhe voltando aos poucos à face. Foi comedido em suas palavras para não causar nenhum espanto ou levantar curiosidade dos mais próximos que estavam a festejar, porém possuíam ouvidos atentos. 

 

Temístocles concordou brevemente ainda mantendo o sorriso, mesmo que Pétros o olhasse com uma das sobrancelhas escuras levemente erguidas... Queria respostas. O loiro dispensou o rapaz que deslizou entre os poucos convidados que ali restavam, sabia o que deveria fazer.

 

-Parece que teremos mais visitantes em breve... - seu olhar já seria o suficiente para que o homem ao seu lado entendesse o recado.

 

Rolou os olhos como se aquilo não lhe satisfizesse, porém não seria ingênuo de verbalizar tal coisa. Bem lá no fundo, ele sabia que a "gentileza" de um ano atrás seria retribuída em algum momento, também não poderia negar que nos tempos atuais era bem mais inteligente ter a pólis como aliada do que sustentar a rivalidade inegável.

 

~***~

 

Aguardou de forma educada e paciente até que todos os convidados se retiraram por vontade própria, alguns mais "alegres" que outros. Estava próximo ao anoitecer quando o jovem e esbaforido servo novamente se fez presente, agora no pátio já vazio de desconhecidos.

 

-Tome um pouco de ar menino... - aconselhou Pétros em tom forte, apenas para ver o pobre rapaz ainda mais sem jeito. - ou seus globos oculares vão cair!

 

O atrapalhado rapaz levou as mãos até os olhos, mesmo sabendo que não era possível algo assim acontecer, arrancando uma boa e pesada risada do homem normalmente ranzinza.

 

-Não seja tão cruel com o garoto... - repreendeu o amigo pela atitude, mesmo que também sorrisse pela brincadeira.

 

-O rei... - atropelou-se nas palavras ainda repondo o fôlego perdido. - o rei está aqui meu senhor.

 

Os olhos de seu servo quase brilhavam, não sabia se por pânico ou aquela forma velada de devoção, ele não lhe repreenderia por aquilo, afinal aquele homem já tinha traçado seu nome e não havia qualquer cidadão ou selvagem que não tivesse escutado alguma história sobre ele.

 

Linus seguiu as instruções de seu mestre, comunicara mais cedo aos cozinheiros que trabalhavam no cômodo aos fundos da casa que separassem uma refeição especial e um vinho forte para aqueles que em breve iriam chegar. Ele mesmo recebera o rei que aos seus olhos de menino avoado mais lhe parecia o próprio deus da guerra em carne e osso.

 

Tremendo dos pés a cabeça ele conduziu o rei e seu acompanhante de aparentemente mais idade após lavar os seus pés, fazia orações confusas para que não cometesse nenhuma afronta, podendo respirar com alguma tranquilidade quando finalmente chegou ao androceu, lugar onde seu senhor e aquele homem de comportamento rude aguardavam pacientemente... Era ali onde normalmente Temístocles recebia amigos dentre outros homens para simpósios e algumas vezes para reuniões de teor mais sigiloso. 

 

O loiro estava ao centro do cômodo quando seus olhos cruzaram com os escuros do espartano e do seu acompanhante. Leônidas tinha uma presença forte, os cabelos negros que lhe caíam pelos ombros lhe davam um ar mais bárbaro - diferente dos mais jovens atenienses que gostavam de exibir cabelos um pouco mais curtos - e o manto rubro lhe ajudava com aquele ar imponente.

 

-Rei Leônidas... - lhe ofereceu um sorriso amigável e fez sinal para que se aproximasse.

 

-General. - se cumprimentaram de forma simples, não eram amigos, mas também ali naquele momento, não eram inimigos.

 

-A que devo tamanha honra?! - questionou direcionando os dois homens para os clines mais próximos, leitos reclináveis cobertos por mantas e almofadas variadas, belas e coloridas.

 

Sabia que aos espartanos não era comum luxos ou exageros, porém tratou de deixá-los confortáveis e logo em seguida Linus e outros servos trouxeram uma refeição leve e variada que fora servida em mesas baixas. Leônidas agradeceu a gentileza e esperou que os demais se retirassem para direcionar sua fala ao anfitrião.

 

-Viemos especialmente para presentear os semideuses... - a voz apesar de pesada era animada com a ocasião. - eu não esqueço as gentilezas que me são feitas, também sei reconhecer quando os deuses nos enviam sinais.

 

Temístocles sorriu e fez um breve aceno, de fato sua atitude teve frutos, não que ele tivesse visitado Esparta explicitamente com tais intenções, mas bem... Um semideus entre os seus maiores rivais era algo a ser tratado com delicadeza - no caso uma semideusa, Ares havia destinado uma menina a pólis militarista. Porém ele era um homem sensato, que conseguia enxergar bem mais do que um palmo à frente de sua face, estavam em um momento delicado e em alguns anos precisariam de futuros aliados, o máximo que pudessem manter, Leônidas sabia muito bem disso.

 

Até mesmo os deuses tinham conhecimento que algo grande e perigoso estava por vir, afinal como o próprio rei evidenciara os deuses lhe enviaram sinais e não duvidava que Athena fosse a responsável por tal sinal. Apesar de Ares ser cultuado entre os espartanos, os guerreiros nutriam muito respeito, admiração e também certa devoção a deusa guerreira e justa.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

E aí pessoal, sei que essa fase meio que teve uma "quebra" no ritmo da fic, mas espero que estejam gostando... Com o tempo as ideias vão se formando melhor.

Bora pegar a pipoca que tem mais um senta que lá vem história:

Alguém aqui já ouviu falar em Fidípedes? Ele foi um soldado ateniense, mais especificamente um hemeródromo, ou seja, tipo um "correio" entre os oficiais, que eram capazes de recorrer a passo rápido largas distâncias diariamente. Além de ter sido enviado a Esparta para pedir ajuda quando os persas desembarcaram em Maratona. Ele também foi enviado para Atenas, para avisar as mulheres da cidade que não se matassem, nem matassem seus filhos - o que fariam caso os persas ganhassem.

Ele correu 246 km que separavam a Atenas de Esparta em menos de 2 dias, por terreno acidentado, exausto a única coisa que ele disse quando chegou em Atenas antes de morrer foi «nenikekamen!» para informar que Atenas saiu vitoriosa, Nike significa vitória.

Por isso o nome do capítulo Athena Nike - ou Nice para quem preferir, eu prefiro Nike - um dos epítetos da deusa, no caso Athena da Vitória.

Falando um pouco da Acrópole de Atenas, como disse antes, ele sempre foi um local religioso e possuía templos e algumas edificações que foram melhoradas e reformuladas com o tempo. Porém os mais conhecidos são Partenon e o Erecteion obras mais "modernas" e idealizadas por Péricles - não o pagodeiro - após as Guerras Persas.

Bem espero que tenham gostado e me desculpem qualquer coisa... Estou fazendo o meu melhor.

Até breve!    


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Comentários para 31 - Athena Nike:
Lea
Lea

Em: 24/06/2022

Curtindo cada linha!!!

Responder

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viinha
viinha

Em: 11/11/2020

Aiin não demora viu!!!! Bjus se cuida


Resposta do autor:

Nossa como estou atrasada nos comentários kkkkk... 

Mil perdões querida e obrigada por sempre estar por aqui. 

Abraços e se cuide também. 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 07/11/2020

Aguardando ansiosa pelo próximo capítulo.


Resposta do autor:

Obrigada por acompanhar, em breve postarei mais. Abraços!

Responder

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