Olá meus queridos, tudo bem com vocês?
Estou nostálgica hoje... Lembro que comecei a escrever essa história a pouco mais de um ano, pouco depois do meu aniversário e que despretensiosamente fui escrevendo no período de férias e compartilhando com a minha cunhada que também é fã. Eu nunca achei que conheceria pessoas tão legais, que encontraria velhos amigos, pois quem me conhece de longa data sabe que escrevo desde 2007 mais ou menos e passei uns 4 anos afastada de tudo. Eu só queria agradecer, por tudo, pelo carinho, pelas palavras, as brincadeiras, o apoio, a todos aqueles que começaram e não voltaram, aos que pegaram o "bonde" já no meio do caminho, àqueles que surtam e teorizam sempre e até aqueles que nunca falam nada, mas eu sei que existem... Fios do Destino não seria nada sem vocês.
Eu ri demais com todo o bate cabeça pelo capítulo passado, muitas teorias, muita loucura e calma, respirem, apreciem o presente, acho que depois desse capítulo creio que vocês vão entender melhor algumas coisas... Vamos devagar que no momento certo vai dar o "click" na caixinha de vocês - e para quem anda atrasado com a spin-off não esquece de passar por lá, vai ter capítulo importante nessas últimas atualizações.
Não se preocupem tanto assim com o passado, futuro, quem é quem, a única coisa que eu confirmo aqui é que tem uma linha do tempo alternativa - ou seja, a que eles estão agora -, como a Annabeth mesma explicou... Todos os personagens que vocês vão ver aqui fora a Clarisse, Percy, Annabeth, Silena e mais dois - são personagens da linha do tempo alternativa, ok?!.
Ps: Os deuses são os mesmos em qualquer linha, deuses do Olimpo podem dividir a essência.
Boa leitura a todos!
O Oráculo de Delfos
Na sala de controle do navio cruzeiro Princesa Andrômeda havia dois jovens distintos, ambos quietos demais, nenhuma palavra, nem olhar ou pequeno gesto. De um lado estava um jovem magro, porém de porte elegante e cabelos negros brilhantes que se chamava Ethan Nakamura - até então um dos não reclamados - do outro lado o frustrado e zangado Luke Castellan. Por mais que o moreno achasse aquele comportamento levemente mais tolerável, ele preferia ter de lidar com um filho de Hermes tempestivo do que ver aquela figura perdida em seus pensamentos perigosos.
O loiro alto de olhos azuis era bonito e amedrontador ao mesmo tempo, trazia os traços tão característicos de seu pai Olimpiano, mas carregava em seu rosto uma cicatriz espessa, esbranquiçada e profunda, a marca que sempre evidenciaria o seu fracasso - apenas mais um para sua coleção desagradável, todavia diferente dos outros que volta e meia atormentavam sua mente, aquela em especial estava ali presente todas as vezes que via seu reflexo - a mesma marca que lhe fizera ser tratado com o pior dos sentimentos para um semideus orgulhoso e ressentido como ele, a piedade.
Seus olhos focaram em um ponto qualquer da sala, enquanto repassava os últimos acontecimentos, Ethan não comentara nada, mas os olhos do semideus vinham adquirindo cada vez mais um brilho doentio. O velocino de ouro fizera bem o seu papel de uma forma ou de outra, porém mais uma vez seus planos não saíram como desejou, mais uma vez Percy Jackson se metera em seu caminho, se não fosse pelo filho do deus dos mares aquela estúpida e insignificante garota, filha de Ares, jamais teria conseguido retornar de sua missão.
A única coisa que ainda alimentava uma quase inexistente fagulha naquilo tudo era o retorno de Thalia, não apenas pelo fato de que teriam mais uma chance, uma carta na manga a mais, mas nunca conseguira engolir o destino da filha de Zeus e sua melhor amiga... Foi a primeira e provavelmente a única pessoa a lhe compreender de verdade, em meio ao tormento de sua vida, Luke encontrara diversos outros jovens por seu caminho quando decidiu fugir de casa, mas nenhum deles era como ele, nenhum deles ficou ao seu lado, tinham medo daquilo que jamais compreenderiam... Ser um semideus parecia ser incrível, mas para ele aquilo lhe assemelhar-se mais a uma maldição.
Thalia era diferente de todos os outros garotos de rua com quem convivera brevemente, sofrera tanto quando ele ou talvez até mais, possuíam aquele ressentimento para com os seus pais divinos, queriam mudar o mundo... Ela não lhe julgaria, ela entenderia meus motivos, seus meios, se ele tivesse uma mínima chance de trazê-la para o seu lado não lhe restava dúvidas de que cada vez mais semideuses se juntariam a causa. Era remoendo aquele ódio crescente dentro de si que tanto ele como o descendente de japonês pouco pareciam se importar se estavam repousando no mesmo lugar que o sarcófago de um Titã.
Um caixão de ouro com dez pés de comprimento em um estrado de veludo, embora a cabine fosse elegante e confortável a simples presença do inusitado "item decorativo" já era o suficiente para tornar o ambiente mais escuro e frio. A sua lateral estava gravada com cidades em chamas e cenas de morte e destruição, imagem dos deuses caídos sobre suas próprias carruagens assim como templos e marcos famosos do mundo completamente devastados e queimados. O desenho que decorava o tampo chegava a ser mais hediondo que o da lateral, com cenas de carnificina e poder, ao centro havia inscrições mais arcaicas que o próprio grego, a mesma indicava que ali repousava "Cronos, Senhor do Tempo".
-Estamos quase chegando... - informou o rapaz de cabelos negros enquanto analisava novamente o itinerário que fora programado para evitarem mais "problemas".
O cruzeiro estava se dirigindo para o canal do Panamá, para enfim seguirem o destino traçado pelo senhor titã, de modo geral era um plano ousado, perigoso, do tipo que mais parecia um castigo após consecutivas demonstrações de falha por parte de seu pupilo, mas mesmo assim o faria enquanto o exército de monstros seria descarregado e o Monte Ótris reconstruído no Monte Tamalpais.
Desta vez Cronos sairia vitorioso, o Titã não tinha dúvidas disso, aquele maldito semideus filho de Poseidon, bem como a astuciosa filha de Athena estariam fora de seu caminho, poderia concretizar seus planos no tempo certo e o melhor de tudo, sem ser atrapalhado por adolescentes irritantes. Ele mesmo adoraria esmagar aqueles semideuses insignificantes se tivesse seu próprio corpo, mas não estava com seus plenos poderes e ao mesmo tempo necessitava que Castellan ficasse mais forte. O semideus poderia ter um espírito irredutível, afinal algo naquele rapaz teria de lhe chamar a atenção para poder concretizar a sua vingança por meio dele e Luke tinha qualidades formidáveis, porém o loiro ostentava um olhar quase doentio e moribundo. Ele aceitara tornar-se o seu receptáculo, mesmo que isso fosse minguando aos poucos o resto de humanidade que ainda restava em seu ser, faria o que fosse preciso para concretizar a sua vingança.
"Assim que chegarmos ao Monte Tamalpais vocês dois seguiram com a missão".
Ethan se remexeu levemente incomodado, ainda não havia de fato se acostumado com aquela voz poderosa e ligeiramente metálica se pronunciando do nada. Já Luke continuava com a carranca já esperada, ele entrara em contato por diversas vezes com Cronos e apesar de já ter sido "agraciado" com terríveis pesadelos por ter falhado com o seu mestre ele não mais se espantava ao ser contatado daquela forma.
-Sim, meu senhor. - a confirmação veio em uníssono por parte dos dois semideuses, mesmo que ambos ainda tivessem suas dúvidas quanto a pequenas e cruciais peculiaridades.
"Será uma oportunidade única. - a voz era quase satisfeita imaginando o que aconteceria futuramente, poderia demorar um pouco mais do que desejava, mas tempo não era exatamente um problema para Cronos, não para quem aguardara pacientemente por uma oportunidade. - destruir definitivamente os semideuses mais impertinentes daquele depósito de fedelhos descartáveis".
Os dois jovens pouco se importavam com aquelas palavras ou pelo menos com parte daquele discurso, o titã não estava errado, afinal não era assim que os deuses costumavam tratá-los? Como pequenos peões descartáveis que deveriam viver a vontade deles?! Morriam em nome de suas partes divinas, muitos deles sem sequer terem direito a uma passagem digna pelo mundo mortal... Quem contaria suas histórias? Quem derramaria lágrimas por seus infortúnios? Com pouco tempo não mais seriam do que nomes esquecidos em um chalé, um número, até que outro semideus caído tomasse o seu trono moribundo.
Castellan tinha os seus motivos, mas pelo menos ele era um filho reconhecido, se o loiro morresse ele seria lembrado, tinha uma trajetória, um nome, já Nakamura... Era um dos pobres coitados não reclamados, não que ele se lamuriasse por isso, mas possuía menos chances de ter algum crédito ou sequer a chance para provar algum valor. Jogado no abarrotado chalé de Hermes, onde todos eram recebidos e poucos tomavam destino de fato, não ter importância ou ser invisível tinha um gosto nada agradável.
O senhor Titã era soturno e astucioso, sabia muito bem como se valer para despertar ainda mais raiva em seus seguidores, principalmente em Luke. Ah... Ele o conhecia muito bem, mais até do que o próprio semideus achava, Cronos tinha muitos planos, mas aguardaria com frieza e paciência até que a sua peça principal naquele jogo estivesse lapidada a sua vontade.
O semideus quase poderia sorrir com aquilo, ele faria o melhor possível, não apenas por Cronos, ou por sua vingança pessoal contra o Olimpo e seu estúpido pai que lhe abandonara a mercê de sua mãe mentalmente instável. Ele queria muito acertar as contas com os semideuses que lhe fizeram de palhaço no último confronto. Também teria a oportunidade de tornar as coisas diferentes com Annabeth, ele sabia que a garota ainda possuía sentimentos por ele e isso seria crucial para tê-la ao seu lado.
~***~
Atenas - 496 a.C
Há alguns anos ele era apenas um oficial servindo ao seu povo e as suas convicções, alguém que passara a vida se dedicando ao máximo para ser reconhecido como igual dentre aqueles que eram considerados bem nascidos, contudo a roda da fortuna lhe trouxera uma boa sorte, pois graças ao seu plano engenhoso e suicida, os gregos tiveram uma real chance contra a primeira investida dos persas, alcançando assim a vitória na planície de Maratona.
Tornou-se não apenas um admirado general, o mesmo também era reconhecido como líder do partido democrático ateniense. Possuía carisma e senso de justiça que encantava a população, características que o levaram a ascender como um dos magistrados e mesmo que não possuísse um ego inflamado por suas façanhas não era difícil constatar que era dentre os envolvidos, o de maior influência.
Cumprindo seu papel como um dos magistrados, Temístocles estava presidindo mais uma das quarenta reuniões anuais da assembleia ateniense, também conhecida como Eclésia. As sessões sempre aconteciam na Pnyx, uma colina que localizava-se a sudoeste da Ágora, onde seis mil cidadãos vinham de dez distritos diferenciados da Ática; fora uma votação complicada, um aglomerado de homens acima dos vinte anos de idade que discutiam de forma fervorosa enquanto outros tentavam manter os ânimos menos elevados. Contudo, após horas de apontamentos, discussões e enfim a votação; chegaram a uma resolução favorável... Ele esperava que seguissem por esse rumo, o general tinha bons argumentos, mas de nada serviriam se os demais não concordassem com as ideias esplanadas.
A multidão se dispersava aos poucos, Temístocles poderia ter seguido com seus companheiros, mas preferiu que os demais se retirassem enquanto ele aproveitava um pouco mais a visão do palanque de pedras bem polidas. Pnyx não era o ponto mais alto de Atenas, mas tinha uma vista agradável aos seus olhos, à estrutura em meia-lua, os pinheiros, os arranjos com flores multicoloridas e claro, não poderia faltar a bela visão da acrópole as suas costas.
Era chegada o fim de mais uma reunião da Eclésia quando o ateniense recebera de fato o "sinal", aquele que aguardara tão fervorosamente durante quase um ano após sua visita ao oráculo em Delfos... Não fora mais que um sussurro ao vento, mas o suficiente para fazerem os olhos azuis focarem na acrópole de Atenas. Sua pele se arrepiou, não perderia tempo, deixou o palanque de pedra e assim como os desgarrados seguiu pela escadaria, alguns dos cidadãos lhe cumprimentavam, mas ele apenas fazia pequenos gestos para correspondê-los.
Seguiu caminho pela Via Panateinaca, a rua principal da Ágora ateniense que se estendia do portão de Dipylon até o templo da deusa. Ele escutou mais um sussurro, como se o incentivasse a continuar com as passadas ritmadas, sua mente se perdia novamente entre memórias de sua visita ao oráculo.
"Fora os seus sonhos constantes e indecifráveis que levara Temístocles até a encosta do monte Parnaso, exatamente no lugar mais visitado da Grécia, o templo de Apolo em Delfos. Seguia pela trilha feita por tantos outros antes dele, acompanhado pelo sol escaldante do verão - que não lhe faria retroceder um só milímetro - monumentos, tesouros e estátuas dedicadas a Apolo, símbolos de adoração do povo e agradecimentos pela benevolência de Pítia - a famosa sacerdotisa que intercedia aos pedidos por meio de suas visões.
O general seguiu pela estrada sagrada, por todo o caminho havia fiéis de localidades e condições distintas; conversando em partes mais isoladas a sombra de alguma gentil árvore, proferindo cantos em homenagem ao deus sol, bem como aqueles que paravam para analisar os monumentos - muitos deles honrarias derivadas de vitórias militares - cada uma das peças possuía uma história a contar. Continuou seu caminho a passos decididos pela ladeira, o suor lhe escorria pela têmpora e apesar de estar acompanhado por uma singela comitiva de sua total confiança, decidira que levaria com suas próprias mãos as rédeas do animal destinado para o sacrifício.
Ao final da ladeira havia um número de peregrinos relativamente maior, nem todos ali eram afortunados ou possuíam dracmas o suficiente para uma consulta particular com a Pítia, mas estavam ali, pelos arredores do imponente templo de Apolo em busca de algum sinal do deus que iluminasse os seus caminhos.
Os sacerdotes se encontravam confortavelmente sentados por detrás de uma mesa longa onde um se ocupava com a balança e o outro se concentrava em suas anotações e nas pilhas de pergaminhos que quase chegavam a lhe cobrir; ambos sorriram de forma amigável quando o mesmo se aproximou, Temístocles entregou a um deles uma bolsa com dracmas o suficiente para pagar os tributos enquanto o outro educadamente tomava-lhe as rédeas do boi destinado ao sacrifício. O semblante do general era mais sério do que normalmente se via entre os seus, estava apreensivo, afinal aquilo não era nenhuma garantia... Se encaminharam silenciosamente para as escadas de mármore onde seria feito o ritual preliminar.
-Tem certeza que isso vai dar certo? - perguntou em tom baixo um dos oficiais atenienses e também melhor amigo, Petros.
-Espero que sim. - rebateu suspirando de forma pesada, passando os dedos pelos fios curtos em tom loiro escuro. - é a melhor chance que teremos de saber o que está acontecendo... Ou o que está para acontecer.
O altar encontrava-se em uma elevação de frente para o templo, lá havia enormes braseiros que crepitavam com chamas intensas, uma mesa com utensílios a serem usados especialmente para os rituais e ao centro uma bela mesa em mármore onde os animais eram sacrificados. As chamas foram acesas e o sinal fora aguardado, o animal não demonstrou qualquer inquietação durante o tempo que ali permaneceram... O sacerdote fez um sinal positivo informando que poderiam entrar no templo para a consulta.
-O que devemos fazer com a carne meu senhor? - perguntou o sacerdote antes de aproximar-se da marreta.
-Distribua entre os outros peregrinos e os menos afortunados. - aconselhou o general como se fosse à atitude mais sensata. Um animal daquele porte seria o suficiente para todos que estavam ali presentes.
-Como desejar... - concordou com a voz tranquila e apontando para o local que deveriam seguir. - o deus sol lhe concedeu a entrada no templo sagrado, a suprema sacerdotisa os receberá.
Temístocles fez um breve gesto como agradecimento enquanto o homem cuidaria do sacrifício, atordoaria o belo animal com uma marreta, seu couro seria designado a Pítia, os ossos e a gordura lançada no braseiro para Apolo e a carne distribuída conforme o ateniense desejara.
A pequena comitiva dirigiu-se ao templo em frente ao altar, desviando de pequenos grupos e indivíduos solitários que ali geriam suas orações devotas. O templo do Olimpiano era uma construção bonita e imponente, correspondia a sua finalidade, sobre suas colunas dóricas o frontão ostentava cenas mitológicas milimetricamente esculpidas e por mais majestoso que fosse por fora sequer se comparava ao que era revelado por dentro.
Seguiram pela pequena rampa passando por colunas grossas e altas, na entrada haviam dois braseiros, jarros com flores diversificadas e vasos pintados com as imagens de Apolo lutando contra a serpente, dois guardas ostentavam lanças imponentes, para informar que qualquer um ali deveria se portar de forma adequada. Ao adentrar o recinto piscou algumas vezes para se acostumar com a transição da claridade do lado de fora para a penumbra, a parte interna do templo era pintada de azul claro, havia mais vasos com flores espalhados de forma organizada pelos cantos, pinturas ao fundo referente ao deus e uma imponente estátua da divindade lutando contra píton. Aproximaram-se com cautela em frente ao único sacerdote presente no local:
-A suprema sacerdotisa está se purificando para atendê-los. - informou o homem já um pouco mais velho, a voz rouca e pesada.
Eles esperariam o tempo que fosse necessário, mas não demorou até que uma garota relativamente jovem trajando um delicado vestido branco se fizesse presente, os cabelos molhados lhe caíam pelos ombros em cachos perfeitos, eram vermelhos como fogo e os olhos verdes, intensos como duas joias. Os peregrinos nada disseram apenas observavam Pítia, a escolhida de Apolo, queimar folhas de louro e farinha de cevada para que o ritual desse início.
A garota sentou-se no trípode, cercada de oferendas ela entrou em transe por meio dos gases inalados que saiam pelas frestas do solo. O sacerdote que ajudava nas interpretações das palavras transmitidas fez sinal para que o general se aproximasse e assim o fez; seguiu o mais velho pelos degraus na lateral até estar frente a frente com a jovem oráculo, ele lhe entregou um ramo de oliveira, o símbolo da deusa protetora de Atenas - e dos demais indivíduos que solicitavam proteção. A ruiva lhe recebeu de forma bondoza, um sorriso quase que imperceptível surgiu nos lábios delicados antes de entrar novamente em transe, uma voz profunda se fez presente, não precisava ser um sábio para compreender que aquela voz não pertencia à mulher a sua frente:
"Mesmo Palas não consegue abrandar o Zeus Olímpico,
Mesmo pedindo e implorando com palavras e conselho sagaz.
Mas a ti digo eu ainda uma palavra, forte como aço:
Todo o resto abandona o inimigo, tudo o que as muralhas de Crécrops
E os desfiladeiros do Citereu, a montanha sagrada, compreendem
Apenas incólume a lígnea muralha concede o senhor Zeus
À tua Tritogênia, para ti e tuas crianças em proveito.
Não espera pelas multidões de cavaleiros e de infantes,
Que se aproximam por terra; não permanece tranquilo não!
Volta-lhes as costas e escapa: depois poderás te colocar contra eles.
Divina Salamina, tu, tu destróis aos filhos das mulheres,
Quando os frutos de Deméter são espalhados ou amarrados"
Temístocles respirou profundamente, Pítia era conhecida por suas palavras desconexas e profecias que poderiam ser favoráveis ou não, dependendo da interpretação... Já ouvira histórias de reis que caíram em desgraça, sendo totalmente dizimados por causa das palavras assimiladas de forma errada. Ele não poderia se dar a esse luxo, era o futuro de uma das maiores potências que estava em jogo.
-Eu agradeço em nome de todos os atenienses, pelo seu aconselhamento. - fez uma breve reverência a garota antes de partir, porém o toque delicado lhe fez permanecer no mesmo lugar.
Não foi apenas um toque, não... Com aquele singelo gesto ela pode transmitir um pouco mais. Ele podia escutar a voz da garota em sua cabeça enquanto flashs desconexos lhe fizeram tremer, havia três crianças distintas, porém uma delas lhe chamou a atenção, uma garotinha loira, os olhos cinzentos... Os mesmos olhos daquela que possuía sua devoção desde os tempos que era apenas uma criança, com o espírito inflamado por histórias de deuses, feras e heróis.
"Você foi designado por aquela que é detentora da justiça e sabedoria, três semideuses distintos estarão ao seu lado em uma árdua batalha e a filha de Athena guiará seus caminhos"
-Meu senhor, você está bem? - perguntou o auxiliar aproximando-se do homem que parecia ter perdido o sangue em seu corpo.
Temístocles demorou a responder, o suor frio lhe desceu pela nuca, piscou os olhos algumas vezes tentando restabelecer sua consciência, ele trocou um breve olhar com a oráculo, mas não disse nada, seus acompanhantes o olhavam apreensivo, mas ele fez um sinal de que estava bem.
Fim do capítulo
Senta que lá vem história:
Considerada o "umbigo do mundo", a cidade de Delfos recebeu esta alcunha graças ao mito que narra à busca de Zeus pelo ponto médio da Terra. No intuito de delimitar esse local, Zeus enviou duas águias de extremos opostos do mundo, uma voando em direção à outra. Elas se encontraram em Delfos, designando a cidade como centro do mundo, e fazendo de seu templo um local tido em estima para aqueles que procuravam por auxílio e segurança.
De acordo com a mitologia, Apolo, teria lutado com Python - guardiã do santuário de Gaia, a Mãe-Terra; o monstro teria perseguido Leto - mãe de Apolo e Ártemis - durante sua gestação para evitar o nascimento da criança. Por este feito o deus volta-se a Zeus, seu pai, com o intuito de persuadi-lo a conceder o santuário. Com êxito, Apolo convence Zeus e este cede a regência do templo de Delfos a Apolo.
Embora estejam atualmente em ruínas, os templos e casas fortes que um dia abrigaram os sacerdotes e sacerdotisas do Oráculo de Delfos, há cerca de 2500 anos, foi uma das mais influentes e poderosas instituições do mundo grego antigo.
***
Espero que tenham gostado... E como eu disse antes, talvez essa parte da fic não faça sentido, pelo menos por enquanto, mas vai fazer então apenas curtam.
Me chamaram de louca uma vez, me disseram que eu jamais iria conseguir escrever algo assim, pois bem... A "trabalheira" está bem maior agora, mas mesmo tendo que trabalhar em três roteiros de forma simultânea deixo registrado aqui que não vou desistir!
Até breve pessoal!
Comentar este capítulo:
Lea
Em: 24/06/2022
Bom dia La Rue!
Esse momento do Luke foi em tempo presente,certo?? Ele quer destruir o acampamento Meio-Sangue,e ou recrutar quem quiser se juntar a ele para "destruir" seus pais divinos.
Esse passado está montrando as mudanças por causa das escolhas do presente?? As Moiras estão mudando os destinos de Clarisse, Annabeth, Percy e Silena???
Marta Andrade dos Santos
Em: 29/10/2020
Vamos a aventura.
Resposta do autor:
Simbora que vai ser loucura!
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