Olá meus semidivos, tudo bem com vocês?
Eu ri muito no capítulo passado, não sabia que vocês iam gostar tanto assim dele. Enfim, esse mês está sendo bem pesado e corrido pra mim, de modo que fiz o possível para pelo menos manter algum ritmo de escrita... Até porque eu quero concluir a minha fic de LIS e a nossa spin-off para ficar um pouco mais folgada e assim poder ter mais flexibilidade nas atualizações. Fico feliz de ter conseguido uma brechinha aqui na obra para poder postar e me desculpem se a revisão ou o capitulo não estiver dos melhores, eu realmente ando meio exausta.
Sem querer me alongar muito, mas queria falar um pouco sobre um ponto do cap. passado, sobre os sentimentos da Clarisse e da Annabeth, como falei para alguns leitores, elas são as mesmas que vieram da linha temporal "correta", ou seja, elas carregam uma carga de sentimento e também certa influência dos fios, mesmo que eles meio que estejam "adormecidos". Isso dá Clarisse querer raptar a Annabeth é mais como um reflexo de proteção do que posse em si... Lembrando aqui também que nessa época a expectativa de vida das mulheres eram de 40 anos, logo elas costumavam se casar com 14 ou 15 anos já - metade da idade delas atualmente.
Bem é isso, boa leitura a todos!
O Presente
Temístocles sorriu ao ver a afobação do menino outrora desanimado por encontrar-se em um ambiente diferente ao qual esperava ir. Segurava algumas das sacolas enquanto quase saltitava entre um pé e outro querendo chegar o mais rápido até a residência, ao mesmo tempo em que procurava frear seus impulsos, pois sabia que seria de bom tom.
-Fico contente em saber que a notícia lhe agradou. - comentou o mais velho com um sorriso leve. - dei-me os mantimentos, bem sei que quando está assim acaba por deixar tudo pelo caminho. - confessou enquanto deixava o menino livre para fazer o que tanto queria no momento.
O garoto de olhos verdes-mar coçou a nuca, levemente constrangido com o que foi mencionado pelo seu tutor, mas sorriu ainda mais animado - se é que era possível - ele não precisou de segunda ordem.
-Obrigado, meu senhor. - agradeceu o menino ficando com apenas uma das sacolas, a que havia reservado para levar as duas semideusas. Deu um leve aceno com a cabeça e partiu a passos decididos para o seu destino.
Não estavam tão longe da residência, mas ainda seria um percurso considerável para o jovem semideus. Gostava de correr por longas distâncias, sentir o vento no rosto, era quase como um treinamento prévio para seu futuro desafio, os jogos da Panateneia, o evento máximo dedicado a deusa patrona da cidade... Assim que tivesse idade suficiente para participar ele se inscreveria na maior quantidade de provas que pudesse participar e assim honrar o seu pai e o seu tutor. Temístocles sempre se referia a ele de forma orgulhosa e Perseu faria o possível para não decepcioná-lo.
Ao chegar à residência do general o garoto estava esbaforido, o rosto bronzeado por suas escapadas pela pólis sem que seu tutor tivesse conhecimento, ganhando uma tonalidade levemente mais forte devido o esforço em retornar o mais rápido possível. Passou costurando o caminho por alguns servos que apenas tentavam se desviar de alguma possível colisão desastrosa, os mesmos já estavam acostumados com o "pequeno furacão" pela casa, o menino era como o mar afinal, não poderia ser domado.
-Por Poseidon menino, tome cuidado! - esbravejou Linus assustado quando o mesmo passou ao seu lado e institivamente levantou a ânfora cheia de vinho que carregava para a cozinha antes que sobrasse para ele.
-Desculpe! - berrou a plenos pulmões e gargalhou do rapaz sempre assustado.
Seu destino já era certo, partiu pelos corredores se desviando dos vasos de terracota destacando belas pinturas com o máximo de cuidado que alguém atrapalhado como ele poderia ter. Usou a pequena reserva de força que ainda residia em seu corpo para poder empurrar a porta grande e pesada que dava acesso ao andar seguinte, ele já era autossuficiente para fazer aquilo sem ajuda de algum dos servos mais velhos.
Aquele andar era quase como um lugar sagrado da casa, em condições normais ele jamais poderia colocar os pés ali, com certeza seria punido severamente, mas ele era um semideus e como tal já sabia se valer de algumas regalias. O gineceu era o cômodo reservado apenas as mulheres da família e suas aias ou escravas, normalmente apenas o pai ou tutor possuía permissão para subir, ou autorizar que algum outro homem de sua confiança adentrasse o recinto; mesmo que fossem irmãos, em determinada idade eles eram criados separados... O androceu também era um espaço reservado, mas que ficava no térreo e era destinado aos homens da família e seus convidados; a presença de cortesãs, musicistas, hetairas e servos era bem-vinda, apenas as mulheres que residiam eram proibidas de participarem dos simpósios.
Contudo com Temístocles tais regras sociais eram mais brandas, por mais que tal atitude fosse vista com olhos de julgamento. Os três semideuses de divindades distintas eram criados juntos, educados da mesma forma, acompanhados por aias desde que foram entregues ao ateniense e mesmo que não tivessem o mesmo sangue cresceram quase que como irmãos.
Silena também facilitava quando eles queriam ser favorecidos, não poderia esquecer esse pequeno e significativo detalhe. Por mais que Annabeth fosse o lado mais racional do trio, ponderasse muito tais decisões e às vezes os repreendessem, não era difícil ver a filha da deusa do amor já se valendo de seus poderes de persuasão, mesmo tão jovem pouco era preciso para conseguir o que queria.
Apoiou as mãos no joelho e encostou-se no portal de entrada do recinto assim que atingiu o seu objetivo. Os cabelos negros desordenados como era bem característico de sua personalidade, o peito subia e descia a procurar do ar que lhe fora roubado. Assim que recuperou um pouco da compostura seus olhos encontraram os cinzentos astutos e rígidos da loira; Annabeth realizava alguns de seus trabalhos manuais, sentada sobre os calcanhares, sua postura impecável, fiava linhas e tecia com uma habilidade inigualável para alguém de sua idade.
-Que incrível! - ele comentou desconsiderando o olhar de reprovação da prima, que com certeza estava repreendendo-o mentalmente por sua falta de educação.
Não sabia se era algo possível ter tantos dons advindos de suas partes Olimpianas, mas ali estava Annabeth, quase como uma cópia da própria deusa, mas ele nunca falaria isso... Athena poderia ficar brava com ele e bem, não era do seu agrado ser transformado em uma aranha ou algo do tipo. Mas tinha de admitir, Annabeth era boa com estratégias, luta, irritantemente inteligente - como Clarisse gostava de salientar apenas para lhe provocar - e como se não fosse o suficiente fazia trabalhos manuais de forma impecável... Era tão perfeita que chegava a ser chata.
-Obrigada, Percy. - a semideusa murmurou um agradecimento, chamando pelo apelido que apenas ela e Silena utilizavam, seguindo de um sorriso orgulhoso, como se também aprovasse o trabalho que estava realizando, mesmo que fosse bem exigente.
As duas semideusas comumente trabalhavam em mantos, vestimentas, dentre outros itens para levantar fundos para os templos, apesar que a filha de Athena desempenhava tal atividade com mais afinco enquanto a filha de Afrodite possuía alguns dons específicos e por muitas vezes intrigantes.
E falando na filha da deusa do amor, às costas da loira encontrava-se a garota de intensos olhos azuis, calada e concentrada; Percy não lhe interrompeu a princípio, tentou espiar por cima de seu ombro para saber no que estava trabalhando. Conseguiu identificar o cheiro do incenso de jasmim e algumas ervas como alecrim, sândalo e amor-perfeito, fora a vela vermelha e algumas pérolas - as mesmas que ele trouxera quando estivera com os pescadores. Deveria estar executando algo importante, pois ela era sempre gentil e lhe recebia com um sorriso amigável, diferente de agora, entretida como se estivesse sozinha.
-Silena... - chamou-lhe a atenção enquanto sentava-se sobre os tapetes coloridos dispostos pelo chão, entre ela e a filha de Athena. - trouxe pão do mercado.
Annabeth deixara o que estava fazendo de lado por alguns instantes e virou-se com toda a graciosidade que possuía, o garoto retirou o alimento levemente avariado por sua corrida até a residência e lhe entregou um pedaço generoso, tomando cuidado para não deixar migalhas ou a garota o faria apanhar com a própria boca. Silena estava cantando baixinho enquanto concluía o seu trabalho no pequeno altar que montara, não demorou muito para que ela virasse na direção dos outros dois e se aproximasse, seus dedos estavam levemente machucados.
-No que está trabalhando? - a voz de Annabeth denotava curiosidade. Normalmente ela e a morena dividiam informações sobre o que faziam, seja em conjunto ou não, principalmente por passarem muito tempo juntas.
A garota levou alguns segundos para responder, estava engolindo o pedaço de pão que Perseu dividira entre os três. Fez uma breve cara de pensativa antes de realmente responder, ela esticou o braço e pegou o item.
-É uma pulseira...
Ela havia coletados todos os itens durante os dias anteriores; gostava de visitar os campos - assim como Percy gostava de ir até o porto e Annabeth até a ágora - mesmo que Temístocles fosse rigoroso quanto às suas escapadas solitárias. Era lá que ela costumava se encontrar secretamente com a sua irmã divina, Harmonia, mas nunca mencionara tal fato, nem mesmo com os outros dois semideuses.
-É linda... - disse ao pegar o item, o trançado delicado de caules com pingentes de pétalas em tom de rosa claro. Havia um encantamento nele, conseguia sentir a energia e o poder que emanava. - algum cliente com um pedido especial? - a morena apenas negou com a cabeça.
-Clarisse... Para protegê-la. - confessou com um pequeno sorriso nos lábios. - em breve ela vai começar o agogê.
Devolveu o item cuidadosamente para aquela que havia se dedicado em sua elaboração, Silena se importava com Clarisse, tinha um carinho especial pela filha de Ares. Só lembrou-se agora que a prole de Afrodite tocara no assunto, em breve sua prima deixaria de visitá-los para entrar no regime militar mais rigoroso de toda a Grécia. Clarisse seria a primeira mulher a se submeter à educação espartana direcionada apenas aos indivíduos masculinos aptos para tal, muitos deles sequer conseguiam chegar à idade adulta.
Tentou afastar os pensamentos ruins, Clarisse poderia ter modos brutos e ser bem diferente dela em certos aspectos, mas era forte e possuía um espírito irredutível... Não seria fácil, mas sentia que ela conseguiria suportar, muito em breve tanto ela como os outros dois com quem crescera tomariam rumos importantes.
-No que você está pensando?
Perseu lhe tirou de seus pensamentos, assim como também chamou a atenção de Silena, lhe olhava de forma travessa, ela revirou os olhos, sabia bem o que significava aquela expressão no rosto do filho de Poseidon.
-O que significa isso? - estreitou o olhar para o garoto que não parecia incomodado com a sua tentativa de intimidação.
Ele tentou fazer alguma pausa dramática para instigar ainda mais a curiosidade das meninas, mas ele era hiperativo demais para tal e não era tão teatral como Silena seria.
-Clarisse está vindo para Atenas! - informou enérgico como sempre.
~***~
A menina estava inquieta, conseguia identificar facilmente em suas tentativas falhas de demonstrar justamente ao contrário. Ele sabia bem o que sua protegida deveria estar pensando, estava indo a cavalo para Atenas, o percurso seria consideravelmente menor, mas lá estavam eles, em uma pausa que com certeza ela deveria achar desnecessária. Quanto mais próximos, mais a jovem semideusa tentava conter o temperamento tempestivo.
Montaram um acampamento provisório em Mégara, uma pólis agrícola que ficava na divisa da península do Peloponeso e a Ática, a oeste de Atenas. Clarisse enchera os odres em uma fonte de água límpida que encontraram pelo caminho e depois levou os cavalos do rei Leônidas e do seu companheiro para que pudessem descansar um pouco, era engraçado ver alguém tão pequena ter tanto jeito com os animais.
Aproveitou a oportunidade para lavar o rosto e esfriar a cabeça, jogando pequenas porções com as mãos em concha. Ela deixou-se afundar entre os dois guerreiros assim que concluiu os seus afazeres. Seu tutor procurou por algo nas suas próprias coisas e depois se dedicou em pentear os seus cabelos.
-Lembre-se de sempre manter sua aparência impecável. - trançou os fios escuros cuidadosamente, atando-o com um tira de couro, menos elaborada que a de sua esposa, mas seria o suficiente. - você é uma espartana.
-Sim, meu senhor. - confirmou como alguém acabara de aprender uma lição.
Pegou a sacola dada pela rainha e entregou pedaços de bolo de gergelim para os mais velhos. Fez uma contagem, deixaria sua porção intacta assim poderia dividir um pouco mais com os amigos, mesmo que estivesse com fome... Em breve começaria o seu treinamento, teria que fazer o possível para se acostumar com o estômago vazio por um longo período, deveria ser capaz de suportá-la. Contentou-se em beber um pouco de água e ficou a observar a paisagem bonita, Mégara era um território de colinas semeada de oliveiras e seus belos campos eram dedicados a Deméter e sua filha Perséfone.
-Algo lhe afligindo, criança?
A pergunta e voz inconfundível veio de Dienekes, um dos 300 homens da guarda pessoal de Leônidas. O mesmo retirou de sua própria sacola queijo e pão de trigo, dando pedaços de sua própria porção para a pequena princesa.
-Não, meu senhor... - respondeu prontamente apesar dos pensamentos lhe levarem longe.
A princípio a menina pensou em recusar o alimento oferecido, olhou de relance para Leônidas que assentiu. Não seria educado de sua parte a recusa, mesmo que o fizesse motivada por algo, saboreou devagar com um pouco de vinho devidamente diluído para alguém de sua idade.
-Vai acabar por mimá-la. - comentou Leônidas em tom de brincadeira.
-Os deuses são cientes de minhas intenções... - rebateu no tom sábio de sempre. A mão calejada afagou o topo da cabeça da princesa da forma mais gentil que alguém como ele poderia. - o vinho fortalecera a cria de Ares, assim como a todos os guerreiros da Lacedemônia durante tantas gerações.
-O cenho franzido seria pela filha da deusa Athena? - a pergunta pegou a menina de surpresa, não precisava de mais para saber que sim. - ou seria pela filha de Afrodite.
Viu o rosto da menina ser tomado pelo rubor, ficando quase da cor do vinho. Os dois homens deixaram-se sorrir com o ocorrido, a semideusa estava ainda mais constrangida... Encheu a boca de pão, para que não fosse necessário responder naquele momento.
-Ora pequenina, não se sinta desconfortável. - a mão forte de Leônidas tocou-lhe o ombro, chamando sua atenção. - a filha da deusa da sabedoria deveria se sentir honrada por alguém de sua estirpe cultivar sentimentos por ela, tens um coração valoroso!
A pequena não confirmou nem negou, também não confessaria que tais pensamentos dispersos se concentravam na filha de Athena. Por todo o caminho que percorreu ela pensava no que poderia comprar para Annabeth com as dracmas que a rainha lhe dera, estava confusa, não poderia lhe dar qualquer coisa, tudo o que menos precisava era que a loira lhe achasse estúpida como da vez que tentou levá-la à força para Esparta.
Fizeram uma refeição ligeira e logo em seguida estavam pegando novamente o caminho para Atenas, desta vez forçariam um pouco mais os animais para que pudessem aproveitar a estadia na residência do general, afinal seria a última vez que a filha de Ares pisaria em solo ateniense como uma criança.
O caminho até a cidade portuária de Pireus fora mais rápida do que o esperado, Clarisse já escutara muitas histórias daquele lugar pela boca de seu amigo Perseu, era um local bonito, grande, com muitas pessoas indo e vindo em embarcações distintas; comerciantes, pescadores, mercenários, a maioria a caminho de Atenas. Era diferente da realidade vivida em Esparta, cercada por uma cadeia montanhosa e isolada da maior parte da Grécia.
-Meu senhor, podemos parar por alguns instantes? - estavam de passagem pelo centro comercial local quando os olhos astutos da menina demonstraram certo interesse ao analisar ao seu redor.
-Não demore... - assentiu o mais velho após lhe avaliar de forma curiosa. - não se distancie demais, estaremos lhe observando. - reforçou ao ajudá-la a descer do cavalo.
A menina sorriu animada, tomaria todo o cuidado possível como sempre costumava fazer, estava até então pensativa sobre o que levaria até que seus olhos avistaram mesmo que de longe o sinal que tanto aguardava, o deus dos viajantes atendera as suas preces.
-O que a pequenina tem em mente? - perguntou o homem de cabelo loiro escuro e barba curta ao seu superior.
-Com certeza algo que envolve a filha de Athena. - comentou sem qualquer sombra de dúvidas enquanto acompanhava o pequeno ponto vermelho deslocar-se rapidamente entre os adultos, parando em uma tenda não tão distante. - talvez queira se desculpar pelos modos da outra vez... Não que esteja arrependida do que fez, creio que se pudesse repetiria tal ato.
Dienekes sorriu, ele estava presente quando o hilário episódio entre as duas semideusa aconteceu. A princesa espartana carregava um sorriso orgulhoso, se esforçava para correr com a loirinha que esperneava sobre o seu ombro sem entender o que estava acontecendo. Foi uma conversa longa até "convencerem" a filha de Ares que ela não poderia raptar a pessoa mais importante e influente de Atenas, mais difícil ainda de que ela não poderia se casar com 8 anos.
-Sabe que se fosse um garoto e tivesse o dobro da idade teríamos sérios problemas... - comentou ainda ostentando um sorriso mínimo, enquanto seus olhos velavam pela segurança dos outros dois. Nunca se sabia quando um mercenário estaria disposto a conseguir algumas dracmas ou fama.
-Deixe que aproveite os momentos que ainda possui, bem sabemos o que lhe aguarda muito em breve. - disse Leônidas se referindo ao treinamento severo ao qual a garota se submeteria nos próximos anos. - estará com a mente devidamente ocupada para pensar em casamento. - porém o rei bem sabia que dificilmente a menina deixaria aquele sentimento de lado.
Clarisse havia parado em uma das tendas mais afastadas do grande público, vendia itens variados, desde armas, acessórios, poções, até mesmo animais. Os olhos verdes passeavam pelos itens com interesse, coçava o queixo como um adulto que avaliava a mercadoria antes de negociar, porém no seu caso um adulto sem barba.
-O que uma garotinha esperta como você deseja?
A voz bonita atraiu o olhar da semideusa, Clarisse sentiu o rosto enrubescer com a beleza diferenciada, seus olhos amarelo-prateados possuíam um magnetismo que dificilmente vira em outras pessoas.
-Quero um presente digno para uma noiva... - comentou com toda a convicção que possuía. Prometera a rainha Gorgo que compraria algo decente para Annabeth e assim o faria, deixaria sua senhora orgulhosa.
-Creio que ela seja uma pretendente de sorte... - comentou a mulher com um sorriso gentil ao escutar o pedido inusitado. - como ela é? Assim poderei lhe ajudar com um presente adequado.
-Bonita, mas não é fútil... Forte, porém delicada e irritantemente inteligente. - informou após pensar por breves instantes, a imagem do rosto bonito e austero da garota mais nova lhe veio à mente, sentiu seu coração disparar, como se tivesse acabado de fazer o famoso trajeto de Fidípedis.
A mulher fez uma expressão de completa concentração, como se estivesse se empenhando para pensar em seu melhor item, Clarisse sequer se lembrava como respirar de tão ansiosa que estava.
-Acho que tenho exatamente o que você precisa... - disse por fim, oferecendo um sorriso que fez a pequena cliente corresponder esperançosa.
Clarisse aguardou pacientemente enquanto a mesma se virou e procurou pelo tal artigo mencionado. Enquanto isso ela analisou novamente os produtos expostos, fixando os olhos em um belo colar com uma pedra delicada de turmalina rosa, ficaria perfeito em Silena... Ela gostava da filha de Afrodite, sempre fora gentil e não lhe achava estranha como as outras meninas da pólis, merecia um presente bonito, digno de sua representação.
-Aqui está! Creio que este seja o presente perfeito para a sua pretendente... É uma espécie muito especial.
Os olhos de Clarisse brilharam ao ver o que se tratava, seu sorriso cresceu de uma forma poucas vezes vista, até mesmo pelos mais íntimos.
-Ficarei com os dois! - concluiu decidida apontando para o colar que também havia escolhido.
-São presentes bem distinto... Amor e Sabedoria. - comentou a mulher observando a peça escolhida pela menina.
-Um presente para alguém especial. - explicou enquanto tateava sua roupa até encontrar a bolsinha em couro dada pela rainha para suas necessidades especiais, colocou sobre a mesa da comerciante esperando que aquilo fosse o suficiente.
-Tem bem mais que o necessário, pequena viajante. - constatou a mulher com surpresa, a garota carregava consigo o suficiente por um mês de trabalho de um remador profissional ou até mesmo um hoplita.
-Fiquei com o excedente. - rebateu a menina não fazendo conta da considerável quantia que ainda lhe restaria. - sou grata a Hermes por ter me guiado e à Ártemis por colocar tal espécime aos seus cuidados.
A mulher lhe sorriu antes de debruçar-se sobre o mostruário para depositar de beijo delicado em seus cabelos, Clarisse desejou que não estivesse fedendo, mesmo que não fosse de se preocupar com tal detalhe.
-Que os deuses lhe acompanhem. - desejou a mulher deixando a garota ainda mais sem jeito.
Clarisse voltou os olhos para Leônidas e seu acompanhante, mostrando com um sorriso orgulhoso a bela coruja que acabara de adquirir.
Fim do capítulo
E então, o que acharam?
Alguém percebeu que alguma divindade do Olimpo apareceu nesse capítulo? Kkkkkk... Quem advinha?!
Muito obrigada mesmo, por todo o apoio, as palavras de carinho, a compreensão, sério... Eu andava meio desanimada, mas vocês sempre me colocam pra cima nos 220w.
Vejo vocês nos comentários, obrigada por serem tão especiais!
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 09/12/2020
A comerciante? Gosto muito de lê sua estórias.
Resposta do autor:
Isso mesmo! Desculpe a demora kkkkk... Essa autora aqui anda na loucura e só teve tempo agora de responder vocês.
Muito obrigada por acompanhar e comentar, é muito importante pra mim essa interação com vocês.
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HelOliveira
Em: 05/12/2020
Eu sou apaixonada por essas moças especial, mas Clarisse tem um pouco mais o meu coração...
Parabéns e obrigada por esses momentos até o proximo
Resposta do autor:
Ah que felicidade em saber disso, Clarisse é o meu xodozinho, amo demais essa pequena filha de Ares. Muito obrigada pelo carinho e a atenção com a história. E nos vemos em breve!
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