A Tatiana ficou um tempo em silêncio processando a fala da garota que envergonhada tinha desviado o olhar dela; analisou o rostinho redondo com as suas maçãs bem coradas, teria uns vinte, a vinte e três anos não mais, pensava consigo. Bebeu o suco devagar observando ela comer de soslaio.

- Eu confesso que também não esqueci de ti moça. - a Tatiana falou depois de vê a Kika beber o último gole do suco, e limpar a boca com um guardanapo.

- E isso é bom ou ruim? - perguntou sem encarar a outra.

- Depende! - a Tatiana a tocou no queixo para que a olhasse nos olhos.

- Como assim? Não entendi! - a Kika falou sentindo o rosto queimar.

- Se você não esqueceu do nosso beijo, e pensou em mim tanto quanto eu pensei em você, então isso é muito bom. - a Tatiana não se conteve, e acariciou o queixo da garota com os dedos, enquanto prestava atenção nas reações dela ante a sua fala.

- Com licença! Desculpa interromper irmãzinha, mas já podemos ir! - a voz do Cláudio atrapalhou o clima entre elas.

- Adriana, este é o Cláudio meu irmão, e aquela alí nos olhando impaciente é a minha cunhada Juciara. - a Tati apresentou rapidamente.

- E então, vamos! - a Juciara falou após os cumprimentos puxando o marido pelo braço.

- Cláudio, leve as minhas compras que eu vou ficar mais um pouco, e depois pego um táxi! - a Tati falou entregando as sacolas ao irmão.

- Fique com o carro, e nós iremos no táxi, será mais cômodo para você. - o irmão falou depois que pegou as sacolas, e logo lhe passou a chave do carro, pois entendeu que a irmã queria dá atenção para a bela acompanhante.

- Mas amor, como vamos levar esse monte de sacolas num táxi? - a mulher reclamou não gostando de vê a cunhada com uma garota a quem considerou de classe baixa, após notar as roupas simples que trajava.

- Pode ir com eles, outra hora a gente se fala! - a Kika sugeriu ao notar o olhar reprovador da mulher em si.

- De jeito nenhum! A Tati fica com o carro, e a gente se vira no táxi. - o Cláudio piscou para a garota, sorriu simpático, e saiu andando na frente enquanto a mulher o seguia reclamando.

- Ela não foi com a minha cara. - a Kika falou pensativa.

- Mas eu fui, e é isso que importa! Vamos vê o quê você irá comprar logo, pois quero te levar em um lugar onde poderemos ficar mais a vontade. - a Tatiana falou levantando da mesa, e a Kika a acompanhou.

- É só duas peças de roupas numa loja aqui nesse piso mesmo. - a Kika falou enquanto andavam na direção da referida loja.

- Oh querida, você demorou de vir buscar, então alguém acabou levando! - a vendedora falou pesarosa.

- Poxa, que pena! - a Kika falou triste enquanto olhava pra um vestido estampado de alcinha bem parecido com o short, e blusa floridos que estavam em promoção, e que ela iria levar se não tivessem vendido.

- Eu sinto muito querida, até separei as peças tirando do mostruário, mas na minha ausência alguém as vendeu. Bom mas temos outras opções! - a vendedora falou por falar, pois sabia que a garota não teria condições de levar nada dali no momento.

- Deixa pra lá, quem sabe na próxima! - suspirou conformada.

- Já que estamos aqui porque não experimeta outra coisa? - a Tatiana que observava a frustração da garota questionou.

- Porque não posso pagar. Vamos embora! - a Kika falou a primeira frase bem baixinho, mas a Tatiana entendeu.

- Gostou do vestido, porque não o experimenta? Acho que combina com você! - a Tatiana insistiu.

- Não! Isso custa uma semana, ou mais do meu trabalho, no momento não posso. - a Kika disse firme.

- Trás um pra o tamanho dela por favor! - a Tatiana se dirigiu a vendedora que obedeceu contente, pois sabia que aquela mulher tinha condições de levar até metade da loja.

- Não sei porque eu estou perdendo tempo com isso, não vou poder levar! - a Kika comentou já dentro do provador quando a vendedora lhe entregou a peça.

- Linda! - a Tatiana falou quando viu a garota no vestido; ele era estampado com flores vermelhas, amarelas, e folhas verdes com o fundo totalmente branco, alças finas, decote discreto entre os seios, soltinho, e com o comprimento um pouco acima dos joelhos.

- Obrigada! - a Kika disse envergonhada com o elogio da mulher, e depois de se olhar um pouco mais no espelho foi retirar a peça.

- Nós vamos levar! - a Tatiana disse pra vendedora que sorriu largo, e assim que a peça foi devolvida tratou de ir providenciar uma sacola.

- Vamos! - a Kika chamou sem saber que a Tatiana tinha comprado o vestido enquanto ela punha as próprias roupas.

- Muito obrigada, e voltem sempre! - a vendedora falou toda sorridente estendendo a sacola na direção da Kika.

- Por nada, e obrigada também. - a Tatiana disse recebendo a sacola. - Agora podemos ir. - falou já caminhando pra fora.

- Isso não é o quê eu estou pensando! - a Kika falou enquanto seguia a outra.

- É sim. - a Tati confirmou.

- Não posso aceitar. - falou chateada.

- Porque não, ficou tão bonito, e já paguei por ele? - a Tatiana questionou.

- Não é certo, a gente nem se conhece! - falou firme.

- Estamos começando a nos conhecer melhor, eu vi que você ficou triste pelas peças que foram vendidas, percebi que gostou do vestido, e ficou lindo em você; então aceite como o primeiro presente de uma amiga. - a Tatiana falou seria quando estavam já perto do carro.

- Aceito com uma condição: que você fique com o dinheiro que eu pagaria pelas peças que foram vendidas. - a Kika falou ao se acomodar no banco do carona.

- Você é sempre assim teimosa? - a Tatiana questionou.

- As vezes sim. E então? - a Kika insistiu.

- Não tem outro jeito! - a Tatiana suspirou vencida, e a Kika riu disfarçadamente.

A Tatiana guiou o carro em silêncio até chegar numa praia um pouco afastada da cidade; ela gostava daquela parte pois era pouco visitada, e podia ficar horas em silêncio contemplando o mar, e naquele fim de tarde o pôr do sol de primavera que se descortinava no céu.

- Lindo esse lugar! Você sempre vem aqui? - a Kika perguntou deslumbrada com a beleza a sua volta.

- Quando venho aqui em Recife, e o tempo me permite, gosto de sentar a beira do mar nesse horário, ficar olhando as ondas, e a despedida do sol enquanto uma brisa fresca me acaricia o rosto. - a Tatiana falou se desfazendo da blusa, das sandálias de salto, e colocando uma rasteirinha.

- Então você não mora aqui? - a Kika questionou sem deixar de reparar nas formas da mulher, quê agora apenas um top cobria a parte de cima do corpo deixando o abdômen bem cuidado a mostra.

- Não, eu moro em Jaboatão, o meu irmão é que mudou pra cá depois de casado. - a Tatiana falou enquanto pegava uma pequena esteira no porta malas, e travava as portas.

- Eu sei que fica perto daqui, mas nunca fui até lá, dizem que é muito bonita a cidade. - a Kika comentou enquanto acompanhava a outra até a areia bem próximo a beira do mar.

- É sim. Vamos sentar aqui e desfrutar de toda essa beleza juntas! - a Tati forrou com a esteira, sentou-se, e estendeu a mão na direção da Kika que ficou olhando o pequeno espaço ao lado da outra que não caberia parte de si.

- Não dá pra duas pessoas! - falou desviando o olhar para o mar, e lamentou não está com roupa de banho por baixo.

- Se você sentar aqui cabe nós duas perfeitamente. - a Tatiana falou ao sentar no centro da esteira com as pernas abertas deixando um espaço vazio entre elas, e timidamente a Kika se acomodou alí.

A proximidade dos corpos fez uma senti o perfume da outra, os corações começaram a bater descompassados, a Kika ficou arrepida ao sentir os braços da Tatiana rodearem a sua cintura de forma delicada, e a respiração quente seguida de um suspiro próximo a sua orelha.

- Está tudo bem aí? - perguntou a Kika pra quebrar o silêncio.

- Sim! - a Tatiana respondeu baixinho enquanto aspirava o perfume da menina, e olhava o mar.

Ficaram um bom tempo em silêncio contemplando a imensidão do mar, e do céu que ganhava um alaranjado devido a breve despedida do astro rei, que no dia seguinte voltaria a brilhar majestoso. De repente as duas mulheres se viram acometidas por uma alegria inexplicável; a Kika se sentia segura entre as pernas, e os braços daquela mulher ainda desconhecida para si, e desejou ficar ao lado dela pra sempre; o encaixe era perfeito, naquele momento se sentiu feliz como se aquela mulher fosse algo que estava faltando,pois agora se achava completa. A Tatiana também pensava o quanto estava sendo maravilhoso está alí naquele lugar; ela já viera incontáveis vezes depois que o seu relacionamento com a Letícia havia terminado, o lugar lhe trazia paz, restaurava as energias boas, e eliminava as negativas; fazia isso sempre só, pois nunca tivera o desejo de trazer alguém consigo, mas naquele momento pôde senti o quanto a companhia da garota lhe fazia bem, e nesse pensamento a estreitou um pouco mais em seus braços.

- Está sendo tão bom te ter aqui! - murmurou baixinho.

- Eu também estou gostando muito, esse lugar é mágico! - a Kika falou acariciando timidamente os braços que a envolvia pela cintura; sentia o coração da mulher batendo forte em suas costas, e a respiração quente em sua nuca.

- Não estou falando só do lugar, e da tua companhia, mas de te ter em meus braços. - a Tatiana confessou com a voz já rouca, pois as carícias sutis da menina estavam lhe deixando excitada.

- Eu sei, sinto a mesma coisa, mas tenho medo de me iludir demais, pois o teu mundo é tão diferente do meu. - a Kika sentenciou quase num sussurro.

- Ilusão é a senhorita pensar que o nosso mundo é tão desigual, mas a realidade é que eu quero te beijar de novo, e se você quiser eu te quero no meu mundo, pois o sentia meio vazio antes de te encontrar. - a Tatiana disse e começou a distribuir beijos suaves na nuca da garota que se arrepiou inteira, e sentiu o sex* latejar.

- Ahh! - a Kika gem*u tomada por uma euforia. - Então me beija, pois é o quê mais quero nesse momento. - completou enquanto girava o corpo ficando de joelhos.

Ao vê a garota naquela posição a Tatiana a puxou devagarinho depositando uma mão em sua cintura, e outra no rosto onde acariciou contornando os lábios de um vermelho vivo. A Kika queria muito senti aquela boca na sua, fechou os olhos ao senti a pontinha dos dedos tocando os seus lábios delicadamente.

- Você é linda chinesinha, e eu te quero pra mim. - a Tatiana gem*u as palavras, e sem mais demora uniu os seus lábios com os da garota, que sem resistência deu passagem para a sua língua explorar aquela boca quente.

- Ahh! - a menina gem*u entre o beijo, enroscando os braços no pescoço da Tatiana.

- Ahh! - a Tati também gem*u quando a sua língua foi capturada, e a Kika a ch*pou com volúpia. - Delícia! - falou quando recuperou o fôlego.

A sensação de está nos braços da outra era tão boa que a Kika não fez menção de saí daquele abraço,  depois que os beijos foram cessando aos poucos restando apenas as testas coladas.

- É tão bom ficar assim com você, mas tenho que ir para casa. - a Kika olhava dentro dos olhos negros da Tati enquanto falava.

- Vamos antes que escureça! Eu posso te buscar lá mais tarde para jantarmos? - a Tatiana perguntou quando caminhavam de volta pra o carro.

-Podemos deixar para amanhã? É que hoje eu andei muito, e estou um pouco cansada, mas você pode ir ficar um pouco no apartamento com a gente se quiser. - a Kika falou com naturalidade.

- Tudo bem, descanse então, e amanhã as 20:00 em ponto eu te busco. - a Tati falou compreensiva, segurou numa das mãos da Kika, e beijou carinhosamente.

Antes dela descer do carro ainda trocaram vários beijos, próximo a portaria do prédio; a Kika ficara apreensiva, mas a Tatiana a tranquilizou assegurando que ninguém as veria pois os vidros eram fumê.Foram quase trinta minutos tentando saí do carro sem conseguir finalizarem o beijo, pois quando se despediam com um selinho logo aprofundavam. Quando a Kika conseguiu sair do carro estava ofegante, com o rosto vermelho, os lábios inchados, e o coração disparado. Acenou para seu Antenor, e correu para o elevador que pra sua sorte estava alí parado.

***

A Elza dirigia tranquila, estava na rodovia quando sentiu um pequeno solavanco, e por pouco não perdeu a direção do carro; com cuidado parou no acostamento. - Mas que droga! - gritou ao constatar o pneu furado. Ela sabia muito bem trocar, o problema era que estava escurecendo. Pegou o celular pra ligar na borracharia de um amigo, mas não tinha sinal. - Vamos lá você consegue fazer isso rápido garota! - falou pra si mesma enquanto pegava as ferramentas necessárias.

- Boa tarde senhorita! Com licença, posso ajudar? - a Elza estava tão concentrada em folgar os parafusos da roda que nem percebeu a chegada daquele homem até ele falar.

- Boa tarde! Claro, por favor! - ela respondeu depois de se refazer do susto, e notar o quanto o homem era lindo. Alto, branco, cabelos castanhos claros, olhos azuis, barba bem feita. Trajava calça jeans azul clara, camisa branca, e sapatos também brancos.

- Eu não duvido das tuas habilidades, mas se fizermos isso juntos será mais rápido. - ele falou afrouxando os demais parafusos para que ela fosse os retirando.

- Vai sujar a tua camisa! - avisou quando ele começou a soltar a estepe que estava presa na parte detrás do carro.

- Verdade. Posso retirá-la um instante? - ele perguntou cauteloso.

- Tudo bem! - ela falou já encantada com toda aquela gentileza e educação dele.

Com todo o cuidado o homem desabotoou a camisa e entregou pra ela. - Segura pra mim por favor! - ele pediu gentilmente para uma Elza embasbacada com a visão a sua frente.

- Uau! - ela disse pegando a camisa das mãos dele sem tirar os olhos daquele peitoral, abdômen, e braços levemente musculosos. "Como é lindo!" Pensou. - Hum! - ela soltou quando ele lhe deu as costas ficando de joelhos sobre o pano que ela tinha forrado o chão para não encher a roupa de poeira. A visão das costas nuas era estonteante, e o perfume presente na camisa arrebatador; a Elza ficou tão inebriada que não se deu conta que olhava para o homem feito boba, e só quando ele chamou a sua atenção foi que ela saiu do transe.

- Pronto senhorita, pode seguir viagem! - ele falou com a caixa de ferramentas nas mãos, e as guardou em seguida no porta malas já travando a porta.

- Lave aqui as mãos ó! - a Elza falou segurando uma garrafa térmica com água, e foi derramando devagar sobre as mãos dele.

- Obrigado! - ele agradeceu pegando a camisa de volta, e a vestindo em seguida.

- Eu que agradeço pelo auxílio, sozinha não teria conseguido tão rápido. - falou sincera.

- Eu vou seguir, boa viagem para ti. - ele disse a olhando, e um sorriso discreto se desenhou nos lábios.

- Na verdade eu estou chegando em casa, pois moro aqui em Recife. Boa viagem! - ela disse retribuindo o sorriso.

- Eu também moro aqui, mas sou de Jaboatão dos Guararapes, e no momento estou indo visitar os meus pais, e aproveitar a folga desse final de semana. - ele falou começando a afastar-se.

- Espere! O meu nome é Elza, aqui está o meu cartão. - ela falou num fio de voz.

- Prazer, Tarcísio. - ele disse estendendo a mão para ela.

Um simples aperto de mãos, e uma corrente elétrica percorreu os corpos. Tarcísio ficou estático com aquela sensação, e a Elza atraída como se um ímã a puxasse aproximou, e beijou o rosto do homem que arregalou os olhos surpreso. - Tchau! - ela falou, entrou no carro, deu a partida, e ficou olhando ele atravessar a pista, entrar numa caminhonete branca,e segui viagem, só então ela acelerou se afastando do acostamento. "Tarcísio, pela roupa só pode ser médico." Pensou, e seguiu ansiosa pra saber notícias da Eva que ainda não tinha ligado naquele dia pra lhe informar se tinham encontrado a Ayla ou não, e se tinham ligado enquanto estava na estrada a ligação ficara perdida pela falta de sinal.

***

O domingo passou voando para as cinco mulheres, e as crianças que juntas descansavam sentadas nas redes estendidas na varanda depois do jantar, regado a muita conversa e três garrafas de vinho, esse que foi consumido mais pela Letícia, e a Azira, já quê as demais ficaram com uma taça ou duas.

- Me conta como foi dormir ouvindo a canção dos gemidos entre a Alanis e Ayla. - a Letícia perguntou para a Azira depois que as crianças foram dormir.

- Eu não ouvir muita coisa pois dormi com o rádio ligado bem na minha cabeceira, mas confesso que me deu certa excitação ao imaginar vocês se pegando, porque antes de me recolher via o fogo do desejo nos olhos de cada uma. - a Azira soltou rindo.

- Mainha! - a Ayla reclamou, e Alanis escondeu o rosto no pescoço dela sentindo arder de vergonha.

- Não acredito que vocês estão com vergonha agora, pois ontem a noite eu vi a hora dessa casa ir abaixo com o tornado de prazer entre a gente. - a Letícia soltou e caiu na gargalhada junto com a Azira.

- Amor! - a Eva chamou a atenção da Letícia vermelha de vergonha.

- Letícia para! - a Alanis pediu, pois estava morta de vergonha, e sabia que quando a amiga bebia um pouquinho a mais ficava muito extrovertida, e sem papas na língua.

- Qual é Lanis, você também fez a Ayla gem*r tão gostoso que inspirou a Eva me pegar de jeito. - a Letícia ria alto, e levou um beliscão da Eva. - Ai amor não belisca que me dá tesão! - falou tentando beijá-la, mas a outra levantou da rede brava depois de lhe dá um leve tapa no braço.

- É, mas você também gem*u despudorada igualzinha uma gata no cio. - a Ayla soltou, e não conseguindo se conter gargalhou alto também, e assim ficaram as três rindo feito bobas enquanto a Alanis roxa de vergonha foi atrás da Eva que havia se afastado um pouco da casa, e sentado num dos balanços pendurados numa mangueira.

- Ela é sempre assim quando bebe? - a Eva perguntou chateada.

- Sim, mas não se zangue com ela. Eu tenho quase certeza que as duas são irmãs mesmo, pois o fogo é idêntico, ainda bem que a minha Ayla não bebe. - a Alanis riu.

- Eu também acho, pois a textura dos cabelos é igual, e os corpos parecem que foram feitos na mesma forma. Ai minha amiga, eu acho que não conseguirei mais viver sem essa mulher na minha cama, na minha vida. - a Eva confessou.

- Eu sei como se sente, pois é exatamente assim que estou pela tua cunhada e grande amiga. - a Alanis falou emocionada.

- Eu nunca tinha estado com uma mulher antes, mas agora não quero outra coisa; até tentei resisti, mas enlouqueci quando te vi beijando a Ayla no corredor lá do prédio, cheguei a senti ciúmes por achar que você e a Letícia eram um casal. - a Eva falou um pouco envergonhada, e a Alanis riu ao lembrar que o seu ex-marido também sentira ciúmes da Letícia algumas vezes.

- Eu também nunca estive com uma mulher antes da Ayla, só houve um lance de beijo com uma colega, a doutora Flávia que você sabe muito bem quem é; depois disso o Augusto marcou território, e mais ninguém se aproximou. - a Alanis concluiu.

- Agora falando sério, vocês ouviram a gente mesmo, ou é só zueira da Ayla? - a Eva inquiriu só pra ter certeza.

- Quando não estávamos gem*ndo de tesão também ouvíamos vocês claramente, tanto é que a Ayla teve uma crise de risos, e gargalhou bem alto no meio da madrugada ao te ouvir. - a Alanis falou, e as duas gargalharam contentes.

- Eu posso saber o quê provocou essa alegria na minha doutora, e na minha amiga? - a Ayla falou se aproximando por trás da Alanis.

- Que nós estamos quites; pois vocês ouviram nossos gemidos de prazer, e nós do outro lado também ouvimos vocês. - a Eva explicou já saindo do balanço.

- A Letícia ficou meia ruim, então eu e mainha a ajudamos a tomar um banho frio, e depois de um chá de boldo, ela deitou. - a Ayla informou enquanto abraçava a Alanis por trás.

- Eu vou lá cuidar da minha morena então! Boa noite. - a Eva falou já saindo apressada.

- Uau! Eu nunca cogitei a ideia de quê um dia veria a Evinha de quatro por outra mulher, e muito menos ser ela a minha suposta irmã. - a Ayla falou acariciando os braços da Alanis, e beijando na cabeça.

- Eu não conhecia a Eva intimamente quando apresentei a Letícia pra ela naquele domingo do nosso reencontro, mas notei a tensão que se formou entre elas, fiquei as observando, e cheguei a pensar que o envolvimento delas poderia atrapalhar o trabalho, mas foi ao contrário, só trouxe benefícios. Assim como te encontrar foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu te amo Ayla, e quero que tenhamos uma vida juntas. Eu quero você na minha casa todos os dias minha amada, dormi, e acordar ao teu lado; quero chegar do trabalho cansada, e te encontrar me esperando pra tomarmos um banho relaxante juntas, e depois jantarmos como uma família. - a Alanis falava com lágrimas escorrendo pelo rosto.

- A senhora está me pedindo em casamento delegada? - a Ayla falou brincalhona, ficou de frente a mulher, e só então notou as lágrimas.

- Sim, você aceita? - a Alanis falou tímida.

- Eu sempre prezei pela minha liberdade, achava que ter uma namorada seria correr riscos de me apaixonar, pois acreditava que o amor fazia a gente sofrer, mas quando te encontrei, e a gente passou a conviver entendi o real significado de amar, e percebi que na verdade eu me guardava pra você minha flor. - a Ayla falou secando as lágrimas da sua amada com beijos.

Fim do capítulo