Parte 14

Helen Alves

Quando Lívia fez cena de ciúmes, o meu coração se alegrou. Isso queria dizer que ela realmente me correspondia.

Vê-la tentando ignorar esse episódio, fez com que eu tivesse coragem de fazer o que eu tanto desejava, beijá-la.

Tirei o cinto e me aproximei já tocando sua face. A sua pele era macia, quente...

Pedi para ela olhar para mim e Lívia pareceu ficar surpresa por me ver tão perto.

— Você é linda – disse de forma calma, enquanto olhava de forma intensa para seus olhos.

Lívia balançou a sua cabeça algumas vezes.

— Não minta para mim... eu sei muito bem que não é verdade.

— Por que eu mentiria para você? – Mantive a minha mão acariciando a face de Lívia.

— Helen, será que você me olha direito? – ela me questionou e fiquei confusa. – Nunca tive uma boa experiência com relacionamentos, pois sempre diziam que gostavam de mim, mas não podiam me apresentar como namorada. – Percebi que Lívia começou a ficar com o corpo tenso.

— Eu já te mostrei que não sou alguém assim. Eu também já lidei com situações assim. – Ela me olhou surpresa. – Você acha que costumam chegar comigo e me apresentar como namorada?

— Você é linda, não tem por que alguém não te apresentar como namorada.

— Ah... meu amor, já passei por tanta coisa que você nem imagina. – Recolhi a minha mão. – Talvez nenhuma das pessoas com quem você se envolveu tenha dito isso, mas você é linda, Lívia, tudo em você é lindo.... desde a primeira vez que te vi que achei isso. – Dei uma pausa. — As pessoas estão tão acostumadas com o mesmo que não conseguem ver beleza no diferente. Não pense que não há beleza em você, pois isso não é verdade – disse e ficamos um tempo em silêncio.

De repente, Lívia tirou o cinto. Passei a imaginar que ela de novo partiria e me deixaria com vontade de tê-la.

Abaixei minha cabeça e fiquei sem saber como agir.

— Será que posso te pedir um beijo? – ela me perguntou de forma tímida e isso fez o meu coração bater mais forte.

— Claro, é o que mais desejo – Levantei minha face e fiquei um pouco nervosa com a situação, até parecia que seria a primeira vez que iria beijar alguém.

Nossas mãos se juntaram em movimentos tímidos. Parecíamos estar conhecendo como era o toque da outra.

As mãos de Lívia deslizaram pelos meus pulsos e nossos olhos se conectaram.

Sem perder tempo, eu segurei a face delicada dela com minhas duas mãos. Sua respiração parecia ter ficado pesada.

Senti as suas mãos tocando por cima da minha camisa, todo meu corpo estremeceu no momento.

— Eu quero muito você, Lívia — disse e beijei aqueles lábios que tinha um sabor peculiar e viciante.

Fim do capítulo