Capitulo 18
Capitulo 18 - E se...
A corrida pelo Astoria Park fluía na cadência da liberdade. Lado a lado, numa mesma passada, elas flutuavam pelo asfalto e sempre sorrindo. Pelas mentes, tantas coisas e em velocidade considerável.
Fingindo falta de ar, Joy pediu para sentarem um pouco. Rindo às gargalhadas, Elena indicou um banco um pouco mais à frente.
--Eu não tenho o teu preparo!
--Exagerada! Corremos a mesma coisa e no mesmo ritmo.
--Se soubesses o quanto me esforcei para acompanhar...
Gargalhadas.
--E tu ainda consegues rir a plenos pulmões. Estou em clara desvantagem.
Risos.
--Eu sou uma guerreira de várias batalhas. Juro que essa frase não é minha.
Risos.
--Quem a inventou, conhece-te como ninguém.
De repente, Elena olhou-a com calma e em seguida riu com vontade.
--O que foi agora? Estou com algum elefante na cabeça?
Mais uma sonora gargalhada.
--Gosto do teu humor...
Foi a vez de Joy perder-se nela.
--Estava a lembrar com detalhes a primeira vez que me atropelaste por aqui...
--Há controvérsias...
--Nenhuma! Eu fui atropelada.
Risos.
--Lembras do teu figurino?
Gargalhadas.
--Meu pijama lindo e ...velho.
--E com uma estampa bastante peculiar.
--Adoro meu pijama de porquinhos.
--Tomando sorvete.
--Ainda lembras desse detalhe?
--Daqui a cem anos, descreverei a cena com riqueza de detalhes...
--Hmmm...
Intensa troca de olhares.
Elena, com muito esforço, lembrava-se do que tinha prometido a si mesma. Mas, aquele olhar doce e penetrante de Joy, deixava claro que a luta seria dura. Era uma guerreira. Era uma guerreira de batalhas vencidas.
Suspirou profundamente.
Joy parecia estar mergulhada nela.
--Tudo bem?
--Tudo! E o Zayco que não quis vir connosco? - Mudou o rumo com subtileza.
--Eu também não entendi. Ele adora vir correr ou apenas passear...
--Deve estar cansado...
--De quê? Passamos o dia todo em casa.
Elena teve um desejo estranho de fazer algumas perguntas mais íntimas, mas rapidamente abortou o ímpeto. Precisava controlar-se e assumir de vez o papel que decidira viver naquela história.
--Vem? - Puxou Joy pelo braço e iniciaram a corrida de volta para casa.
--Ah, e adianta eu contestar?
--Não!
Risos.
Correram rindo alto pelo parque.
*****
Andavam lado a lado nas imediações do apartamento de Elena, quando ela parou abruptamente.
--O que foi? Eu me assustei...
Risos.
--Lembrei-me que tenho alguém à minha espera...
--Alguém esteve à tua espera essas horas que te roubei para mim?
Elena sorriu.
Seguidamente riu até segurar o estômago. Na cabeça, a certeza que adoraria que Joy a roubasse para si. Precisava ter juízo...
--O que estás a rir?
--Nada de especial, acho que estou ligeiramente desalinhada...
--Hmmm e isso é bom ou mau?
--Isso é uma incógnita que por agora vai ficar assim mesmo...
--Quem está à tua espera? Ah, desculpa, não foi isso...
Elena riu e Joy calou-se.
--É o meu gato. Ele precisa de mim.
--Não o julgo.
Gargalhadas altas.
--Estás entregue, senhorita. - Disse Joy à frente do apartamento de Elena.
--Sã e salva!
Risos.
--Eu não costumo fazer mal a moças de bem...
Gargalhadas altas.
--Confesso que não sabia muito bem o que encontrar quando saí de casa. Só sabia que precisava conversar contigo. Precisava resgatar a conexão linda que sempre existiu...
--Ainda bem que foste. Eu queria vir atrás de ti...eu queria fazer isso há bastante tempo, mas eu não sou uma pessoa bem resolvida e prática como tu...
--Ah, mas as belas amizades servem para isso, partilha de conhecimentos...eu ensino-te o que não sabes e vice-versa.
Joy sorriu.
Elena pasmou nela. Suspirou e decidiu que era o momento de entrar em casa.
--Preciso entrar. Myk deve estar possesso, ele é dramático.
Risos.
--Ei...
Elena suspirou mais uma vez. Joy parecia mais linda do que ela absurdamente já era. Quase pediu que ela parasse de sorrir.
"Sou guerreira". Já era mantra.
--Sim senhora...
--Eu não sou muito boa com as palavras, a minha visão é o sentido mais apurado...
Elena riu. Adorava as loucuras de Joy.
--Estou feliz...é isso.
Elena escancarou seu melhor sorriso.
--Sintonizadas! Preciso entrar...
Correu, literalmente.
À entrada do edifício onde morava, olhou para trás. Joy continuava no mesmo lugar e com o mesmo sorriso.
--Elena, organiza essas emoções e entra, antes que cometas uma loucura. - Bateu a cabeça e sorrindo, entrou no edifício.
*****
Sentada na janela como sempre fazia, Elena afagava Myk que surpreendentemente estava carente e logo, grudado nela.
Sentia-se tão leve que o sorriso era permanente no rosto. Tinha passado momentos incríveis com Joy. Agira no impulso, atitude muito rara, mas não se arrependera. Gostava dela. Era muito bom partilhar qualquer coisa, até coisas sem sentido.
Suspirou. Talvez fosse uma bela amizade...talvez...
--Então porque eu tive que me controlar para não beijá-la? Ah Myk, tive vontades estranhas...coisa de gente tarada...eu?
Myk olhou para ela e depois ronronou.
--O quê?
O gato permaneceu impávido.
--Ah gato...é que ela é tão...
Suspirou.
--Eu sei! Pareço uma doida sem juízo, mas vou ficar bem. Só não posso ficar sem ela...sem a amizade dela.
De olhos fechados, repetiu aquela frase até fazer eco na sua mente.
Ainda de olhos fechados ouviu barulho na porta. Era Milanka, já conhecia aquele toque. Sorriu. A amiga sempre aparecia na hora certa.
*****
--Troia, eu ainda não tenho idade para esse tipo de preocupação. - Milanka disse num rompante característico.
Depois de rir muito, Elena quis saber o motivo daquele destempero.
--Oi meu amor, estava com saudades tuas. - Elena abraçou-a com vontade e continuou rindo.
--Falsa!
--Isso é forte.
Gargalhadas.
--Elena, liguei-te o dia todo...
--Esqueci o telefone em casa. Desculpa.
--E posso saber onde estavas? Essa cara de adolescente apaixonada...Troia?
--Oh exagero, meu Deus!
Risos.
--Estou á espera. Tu sabes que não há condições de eu sair daqui sem um relatório detalhado.
Gargalhadas.
--Vinho?
--Pergunta retórica.
Gargalhadas altas.
*****
--Elena, tu me surpreendes!
--Entendo...
--Entendes?
--Sim...não faz sentido com quem sou, ou quem eu fui...não sei explicar. A única coisa que sei é que não podia ficar parada...
--Troia, eu achei linda a tua atitude, mas acho que esqueceste de um detalhe que faz toda a diferença.
Elena bebeu vinho, olhou para a janela e depois brincou com Mykonos.
--Elena, tu gostas dela.
--Eu sei...
--Elena, tu estás apaixonada por essa inglesa.
Elena suspirou e bebeu mais vinho.
--Amizade? Vais acabar na cama dela...
Elena bebeu todo o vinho num único gole. Sentiu o corpo arder numa mistura de pânico e desejo irrefreável.
--Lembras quando dizias que eu era doida em driblar dois relacionamentos ao mesmo tempo, ainda que não tivessem nenhuma importância?
--Claro, e continuo a pensar a mesma coisa.
--Troia, o que achas que vai acontecer com a Joy?
--Vamos ser amigas! - Quase gritou.
--Isso é para te convencer de alguma coisa?
--Eu não quero ficar sem ela...
--Entendo e sinceramente depois do que vi no deck lá no Brooklin, não tenho dúvidas que há uma explosão prestes a acontecer...amizade? Troia...
--Não subestimes minha força de vontade.
--Eu acho que quem está a subestimar a força do que sente, és tu. Esse tempo que ficaste com a Joy...
--O quê? - Elena já estava na defensiva, porque sabia a questão que viria a seguir.
--Não passou pela tua cabeça uma vontade ainda que pequena de se perder naquela boca, apertar aquele corpo dela e sei lá mais o quê?
Elena mordeu a boca e depois desatou a rir.
--Eu achava que estavas apaixonada pelo Ethan...
Risos.
--Estou! Mas, isso não me torna cega. A Joy é muito sexy e linda e ela está apaixonada por ti. Essa guerra é difícil...
--Não me definiste como guerreira?
--E é nisso que te baseias para desafiar teu autocontrole?
--Milanka, prefiro a tua versão doida e sem muita racionalidade.
Gargalhadas altas.
--Não gostas que te toquem as feridas...
--Alguém gosta?
--Bom, recapitulemos a Elena que eu conheço...
--Sim, ouvindo atentamente a análise da Milanka.
Risos.
--Desde que somos amigas já namoraste duas vezes...
--Hum-hum...mais ou menos isso...
--Mais ou menos mesmo, porque o último não pode ser considerado namoro.
Risos.
--E?
--A única coisa que me acalma é o fato de saber que tu não te prendes a nada...
--Perco o interesse.
--Isso!
--Foi meu principal argumento para bater à porta da Joy.
--Vamos confiar nisso...se bem que essa inglesa...
--Essa inglesa nada. Vamos ser as melhores amigas e ponto.
--Não! A tua melhor amiga sou eu.
Gargalhadas altas.
--Sim, tu és minha melhor amiga. Mas, ela é fotógrafa...
Gargalhadas.
--Interesseira dos infernos.
Risos.
--E o inglês do Dubai?
Risos.
--Continua em Dubai. Ele é o namorado dela...escolhas...
--A sensatez da grega...
--Necessária!
--Troia, se é isso que queres e se acreditas que vais conseguir manter as coisas na esfera da amizade, eu só posso te apoiar.
--Mas?
Risos.
--Eu sei que não vais conseguir.
--Porr*, Milanka!
--Troia, se tivesses visto o que eu vi...
--E o que viste?
--Dois seres completamente apaixonados, quase se entregando no roof top de um restaurante maravilhoso e detalhe, apenas um pequeno detalhe, o namorado da inglesa estava na mesa ao lado.
Elena respirou fundo e fechou os olhos. Milanka não estava a ajudar.
--Permita-me testar os meus limites.
--Eu estou do teu lado, sempre.
--Agi emocionalmente quando saí daqui e bati na porta dela...
--Sim, a grega sensata que eu conheço, estaria a léguas do apartamento da inglesa...
--Hum-hum...
--Posso ser doida?
--Seja!
--Estou apaixonada por essa grega intempestiva.
Gargalhadas.
--Não sei o que senti nem o que pensei...melhor, não pensei...
--Não penses...viva...
--Ah, Milanka...
--Vamos sair a 4. O Ethan é apaixonado por essa inglesa, e eu só não fico insegura,porque já percebi que é admiração sem outros interesses. Agora, se essa Queen Lizzy que o Ethan descreve, ainda mora dentro da Joy, ah minha amiga...
--O quê?
--Ela vai vencer-te.
--Hã?
--Isso vai acabar em sex* explosivo.
--Cala a boca. Isso não vai acabar em sex* explosivo, isso vai acabar, porque ela vai embora.
--Será?
--Não és minha amiga?
--Ah como sou! Troia, brinque um pouco...enlouqueça essa inglesa, tens potencial e como tens potencial.
--Tu és de uma insensatez, não entendeste nada...
--Eu quero apenas alegria, emoção, minha amiga vivendo a alta velocidade. Experimenta, não vais querer outra coisa.
--Sai daqui! Estás doida.
Risos altos.
--Quando voltas a estar com a tua mais nova melhor amiga?
Gargalhadas.
--Não sei...sem planos. Eu tenho planos para estar contigo?
--Não! Eu simplesmente apareço e trago vida a esta casa.
Gargalhadas.
--Eu tenho certeza que revolucionaste a cabeça da Joy...
--Milanka...- Elena bateu a cabeça não levando a sério o que a amiga dizia.
--Ela vai aparecer aqui amanhã...
--Nunca!
--Vai! Ela pode ter embarcado nessa loucura de amizade, mas ela vem para cá, ou então, tu vais para lá.
Elena riu batendo com a cabeça.
--Posso não entender de Troia, ou de Joy, mas eu entendo de gente apaixonada.
--Hmmm?
--Vocês estão a ponto de explodir. O que vos salva é a racionalidade, medos...e isso falo por ti, os tais medos que te paralisam...
--Estás a falar de quê?
--Troia, tu podes tanto...parece que tens medo de desabrochar e mostrar ao mundo quem és tu, toda a tua potencialidade...
--Estás bêbada!
--Fuga...sempre a mesma coisa. Abra essas asas e voe...voe para a trilha dos teus sonhos, voe para uma vida com mais cor.
Elena apenas sorria.
--Voe para o mundo, e voe para os braços do prazer...voe para a Joy.
Gargalhadas nervosas.
--Tu estás doida! A Joy já tem uma vida traçada, planos...
--Que não são dela...
--Hã?
--Troia, converse com essa mulher, decifra-a. Mostre-a que há mais...muito mais...
--Tu me confundes...
--Não penses, Elena. Nesse momento, não racionalize nada. Quando ela aparecer aqui amanhã, apenas receba o presente. Sem questionamentos...
--Fico pasma com essas tuas certezas.
--Depois tu me contas. No detalhe...
Risos.
--Eu devo estar muito doida para perder meu tempo com as tuas conjecturas.
Risos.
--Estás doida sim, mas é para confirmar que minhas palavras não são vãs. Traduzindo, estás doida para que amanhã chegue e a Joy apareça aqui, mais linda e sexy do que nunca. Amizade, Aham...
Gargalhadas.
--Elena, eu ainda vou conhecer muitos capítulos dessa saga.
--Fui chamada de Elena.
Gargalhadas.
--Para veres o tamanho da minha convicção.
Gargalhadas.
*****
Elena percebeu que a madrugada já ia alta, quando seu gato atravessou as suas pernas numa clara tentativa de chamar a sua atenção. Esticou os braços sobre a cabeça e sorriu. Olhou as horas apenas para confirmar que tinha passado algum tempo sentada a fazer o que mais gostava. Quase 4 horas da manhã.
Não estava cansada, mas precisava dormir. Escrever a absorvia de tal forma que não se dava conta das horas voando. Estava mais inspirada do que nunca. Trabalhara por algum tempo nas coisas da editora, mas seu tempo mais produtivo e criativo, fora dedicado aos seus projetos pessoais.
De repente as palavras de Milanka fizeram eco. Olhou para a tela do computador por algum tempo e depois de desligar tudo, ficou parada por algum tempo olhando para o nada.
Milanka... às vezes a amiga era bem assertiva e quase rude na forma como falava, mas ela estava certa. Tinha medos, inseguranças e falta de coragem para sair do seu mundo, onde tudo estava desenhado a tinta permanente. Tinha medo dos rascunhos, rabiscos, medo de apagar e reescrever.
Fez uma comparação à sua escrita, e percebeu que muitas vezes quando apagava determinada frase e a reescrevia, o comum passava a ser impactante, a fazer mais sentido.
Poderia ser assim na sua vida?
Estaria Milanka certa?
Poderia apenas viver sem racionalizar cada ato?
Foi dormir com aqueles pensamentos em ebulição.
*****
Joy olhava para a página de internet aberta à sua frente e sorria. Acordara com aquela certeza e não sossegara até conseguir o seu intento. Tinha dormido pouquíssimas horas, mas sentia-se muito bem-disposta. Passara grande parte da noite a trabalhar e depois perdera-se em devaneios ouvindo música. Poderia estar cansada, de mau humor, mas não, estava cheia de ânimo e esperança.
Sim, esperança que suas intenções dessem os frutos desejados.
Sorriu e chamou o cachorro. Zayco apareceu feliz e abanando o rabo.
--Bom dia meu amor, quase boa tarde...
Abraçou o cachorro com afeto.
--Vou sair e não vais poder acompanhar-me, mas prometo que passeamos juntos mais tarde. Deseja-me sorte, Z.
O cachorro latiu e pulou nela.
Joy era pura alegria. Riu e brincou com o cachorro, até correr para o banho.
*****
Sentada na cozinha, Elena olhava para as paredes da sua sala e sorria sem motivo algum. Bebericava chá e deixava-se ir nas ondas mentais por caminhos desconhecidos, mas que não intimidavam. Dormira poucas horas, porque afinal algumas coisas não mudavam e ela não tinha qualquer afinidade com a cama.
Sorriu com aquele pensamento e lembrou da mãe que dizia que ela não era sua filha, porque alguém que ela gerara jamais poderia ter tamanha aversão a algo tão bom como uma cama.
Não tinha aversão, apenas não precisava de muitas horas de sono para se sentir desperta para a vida.
Era domingo, dia de não fazer muita coisa. Dia de ficar quieta e prestar atenção a pequenos detalhes.
Não costumava ter ansiedade aos domingos, aliás não era muito dada a crises de ansiedade. No entanto, alguma coisa fervia na sua alma. Ainda era uma sensação pouco clara, mas parecia que esperava alguma coisa. Mas o quê?
--Ah não! Não posso deixar-me contaminar pelas loucuras da Milanka.
Sorriu e embarcou em devaneios. Ouvia The road not taken, The Ambientalist e a mente voava.
Possibilidades...
Olhou as horas. Mordeu a boca e procurou Mykonos com o olhar. Talvez fosse passear com ele. Talvez...
Alguns minutos depois...
--Porr*! A doida da Milanka poderia estar certa...
Riu alto.
--Não! Não, Elena. Tu só podes estar doida.
Joy...
Joy...
--É assim que pretendo levar uma amizade adiante?
Riu de si mesma.
O telefone tocou e ela sobressaltou-se. Só poderia ser Milanka. Mas ela não estava com o namorado? Talvez fosse um convite para fazer alguma coisa interessante.
Não era Milanka. O corpo todo tremeu e entendeu o sentido da ansiedade.
--Alô! - Suas mãos tremiam. Estava completamente conectada à emoção.
--Boa tarde! O que fazes?
A voz de Joy...Milanka tinha razão. Irresistível.
--O que se faz num domingo de outono numa cidade como Nova York?
Sua voz tinha melodia e ela sorria.
--Ah, tanta coisa...tudo bem?
--Tudo bem!
--Não tens compromissos?
--Com Mykonos, mas bem mais tarde...
--Vamos para o crime?
Gargalhadas simultâneas.
--Vamos! Doida! O que tens em mente?
--Surpresa e eu sei que vais adorar.
Elena apertou os olhos e sorriu com vontade. Queria tanto aquele momento. Como queria aquele momento. A ansiedade era isso, apenas isso.
--Para não haver atrasos, sugiro que nos encontremos daqui a meia hora na estação de Metro, sentido Manhattan.
--Hmmm, lá estarei.
Risos.
--Vai ser incrível. Podes confiar...
--Nem pestanejei.
--Asseguro que será bem mais interessante, do que ficar em casa olhando para as paredes.
Gargalhadas.
--Como é que sabes que era isso que estava a fazer?
--Porque era o que eu faria, se não tivesse a brilhante ideia de te raptar.
--Uiiii, serei raptada?
--Crime!
Gargalhadas.
*****
Elena chegou à estação e encontrou Joy sentada à sua espera. Abortou o primeiro impulso que foi correr e abraçá-la. Teve vontade de brigar com alguma parte de si que parecia ter adquirido uma nova versão. De repente, era tentada a rompantes inconsequentes, uma tentação de fazer coisas completamente sem sentido.
Limitou-se a sorrir e valeu-se de seu semblante blasé.
Joy, no entanto, tinha um sorriso tão luminoso que parecia iluminar todo aquele espaço.
Não demorou e Elena sorria na mesma intensidade.
Conexão.
--Hmmm, pelo que vejo, vais levar-me para um dia de trabalho contigo? - Brincou Elena ao observar a bolsa da camera no ombro de Joy.
--Não, vou levar-te ao paraíso. - Disse Joy convicta e muito sexy.
--Hmmm...posso ir de olhos fechados? - Brincou Elena sentindo o coração bater aceleradamente.
--Não! Esteja de olhos bem abertos, vais precisar deles. - Joy riu.
--Porque será que não tenho dúvidas de que tudo vai ser perfeito? - Elena provocou com as mãos na cintura.
--Provavelmente porque sou uma mulher confiável, acima de qualquer suspeitas. - Joy provocou.
Risos.
--Mas eu não te conheço tão bem...- Elena fingiu desconfiança.
--Temos tempo, se quiseres...- Joy desafiou.
--Isso seria um convite? Um desejo? - Elena devaneou
--Desejo...sim, um desejo.
A conversa já fora desviada para outros rumos e elas pareciam imersas naquele jogo de palavras.
Perderam-se numa troca de olhares que as levava para um lugar perfeito. Um lugar onde ainda só tinham acesso ao início da trilha.
O mundo convencional chamou-as de volta. Voltaram sorrindo e com uma sensação de leveza na alma que até então desconheciam.
--O Metro chegou! - Gritou Joy, puxando Elena pelo braço.
Gargalhadas.
*****
--Joy, quando pensas dizer-me para onde vamos? - Elena estava ansiosa e ao mesmo tempo confiante.
Joy riu e apertou-lhe o queixo.
--Curiosa! Não confias em mim?
--Sei lá, tu és muito doida.
Gargalhadas.
--Por favor, onde vamos?
--Estás com medo?
--Não...apenas curiosa.
--Vamos ao Pier 6, aqui mesmo no centro de Manhattan e espero que não tenhas medo de voar. - Joy sorriu e Elena teve a sensação que não tinha medo de nada.
Alguns minutos mais tarde...
--Não acredito...eu não acredito. - Elena gritava exultante.
--Gostas?
--Se eu gosto? Ahhhhh...
Ela pulou no pescoço de Joy e encheu-a de beijos.
--Isso é um sim retumbante. - Disse Joy completamente vermelha.
--Tu és incrível...surpreendentemente incrível. Adorei!
--Fico feliz. Estava em dúvida se seria uma boa diversão para a senhorita.
--Melhor coisa para se fazer num domingo de outono em Nova York.
--Olha que posso pensar em outras coisas tão ou mais interessantes...
Sorrisos misteriosos seguidos de gargalhadas felizes.
--O dia está lindo, céu aberto sem nuvens.
--Perfeito!
--Vou ali e já volto. Esperas-me?
Elena riu com vontade, enquanto via Joy se afastar.
Estava fora de órbita. Experimentava um estado de alma completamente novo e nenhuma resistência. Sim, ela sempre fora resistente a coisas que desconhecia. E lá estava de alma escancarada para o novo.
Olhou à volta e sentiu-se num sonho diante daqueles helicópteros.
Joy voltava quase correndo. Elena sentiu o coração acelerar-se, mais uma vez.
--Tu não vais acreditar. - Gritou entusiasmada.
--O que foi?
--Eu queria um passeio num helicóptero sem portas porque é mais excitante e para fotografar é perfeito. Mas, meu orçamento atual não permitiu, já que preciso começar a viver como uma fotógrafa em início de carreira e não mais como uma empresária bem-sucedida...enfim.
--Hum-hum...- Elena tentava acompanhar.
--Também queria um voo privado, só nós duas, e mais uma vez tive que desistir, porque era muito mais caro.
--Eu não me importo de voar com outras pessoas.
--Eu sei, ou eu imagino que não. Mas não vais acreditar...
--Hmmm?
--Teríamos mais 4 pessoas a bordo, mas elas estão atrasadas e não chegam a tempo. A empresa é muito rígida, e os pilotos não esperam um segundo.
--Vamos sozinhas?
--Vamos!
Gargalhadas felizes.
*****
Durante os 18 minutos que durou aquele passeio, Elena não sabia se apreciava a beleza estonteante de Manhattan ou se devaneava na figura de Joy completamente extasiada com os ângulos perfeitos para as suas fotos.
O helicóptero sobrevoava os pontos mais emblemáticos da cidade e era incrível ver os prédios majestosos tão pertos. Tinha-se a ilusão de poder tocá-los, e o voo sobre o Central Park, foi o ápice para Elena.
Joy fotografava tudo e a cada movimento dela, Elena percebia-se mais encantada. Ela tinha uma ligação com a camera que se assemelhava a uma paixão avassaladora.
Apesar do barulho característico de um voo de helicóptero, dentro daquele aparelho, não se ouvia nada além da música ambiente.
Elena deixou-se embalar ao som de How i leapt from the stratosphere dos Mountains of the moon.
Pensava que jamais esqueceria aquele momento, quando percebeu que Joy a fotograva. Sorriu. Quem sabe as lentes dela não captassem a imensidão de sentimentos que borbulhavam na sua alma.
Estava feliz. Feliz por morar em Nova York. Feliz por desfrutar daquele momento. E quando olhava para Joy, não sabia o que definir. Era algo novo que ultrapassava qualquer compreensão.
*****
--Da próxima vez voaremos um pouco mais tarde, para ver o pôr do sol do ar. Deve ser incrível. - Joy estava radiante
Elena estava em êxtase e não conseguia falar.
--Tudo bem? - Joy perguntou segurando o ombro dela.
--Tudo...tudo bem.
--Tens a certeza? Estás enjoada?
--Não! Estou muito feliz.
Joy sorriu.
Elena olhou para o lado. Precisava pensar em outras coisas...
--Vamos comer? Estou com muita fome.
Elena riu alto.
--Sim, vamos comer. Pode ser comida grega?
--Pode ser o que quiseres.
--Hmmm...de repente deu-me saudades de casa. Lembranças de momentos felizes...
--Nostalgia?
--Pode ser...foi muito bom sobrevoar Nova York de helicóptero.
--Abriu um portal...
Gargalhadas.
--Felicidade me leva quase sempre para casa...
--Memórias...para onde vais levar-me?
--Hã?
--Não vamos comer pratos gregos? A Grega és tu...
Gargalhadas.
--Acho que entrei no portal.
Risos soltos.
--Aterra!
--Agora eu é que estou no comando e vamos comer fast food grego.
Risos.
--Nada contra. Só quero comida.
Elena levou Joy para o food truck de comida grega que mais frequentava em Manhattan.
Devoraram algumas iguarias entre risadas e provocações. Sintonia perfeita.
--Acho que não preciso perguntar se gostaste. - Elena provocou.
Gargalhadas.
--Pareço uma esfomeada?
--Quase isso...
Risos.
--Se bem me lembro, não comia desde ontem...
--Doida...dieta?
--Eu? Nem sei o que é isso.
Gargalhadas.
--Como eu já te disse, tento controlar para não cometer exageros, mas nada de dietas. Se exagero, corro no parque e atualmente com a melhor companhia dessa cidade...
Gargalhadas.
--Galanteadora!
Gargalhadas altas.
--Estou completamente inocente.
--Sei...- Elena mordeu a boca.
Por um breve instante teve a sensação que Joy a devoraria.
--Porque não fiz isso antes? - Mudou de assunto.
--O quê? - Joy continuava com aquele olhar.
--Voar de helicóptero.
--Porque tinha que ser comigo.
A confiança de Joy encantava Elena.
--E sabes porquê?
--Não, mas vais contar-me.
Risos.
--Partilhar experiências visualmente muito apelativas ao lado de uma fotógrafa tem outro sabor.
--Outro sabor...- Elena devaneava.
Joy a seduzia, descaradamente. Ou será que era ela a seduzida?
Seduziam-se, conscientemente ou não. Seduziam-se num embalo extasiante.
--E por falar em sabor...
--Hmmm?
Sorrisos.
--Preciso comprar algo antes de voltarmos para o Queens.
--Sim senhora.
Risos.
*****
--Oh senhorita Joy, eu acho que essa mistura não vai ter um bom resultado...
Risos.
--O quê?
--Vinho com sorvete.
--Eu adoro e nunca me fez mal algum...
--Adianta de alguma coisa eu argumentar?
--Não! Esse vinho é bom, não é?
Gargalhadas.
--Tudo está muito bom, só não sei se vai terminar bem...
--O que seria terminar bem? Sabes que tudo sempre depende do ponto de vista...
Elena riu alto. As conjecturas de Joy eram sempre muito interessantes.
--Eu acho que já bebi demais...
--Exagerada!
--Não sou tão tolerante a álcool como a senhora.
--Forma educada de me chamar de bêbada.
Gargalhadas altas.
--Somos duas...bebemos a mesma quantidade. Sorvete com vinho, que loucura.
--Coisas que só experimentas com a Joy.
Risos.
--Joy, trabalho amanhã cedo...
--Ah não, calma...ainda é cedo e moras logo ali.
--Sim senhora!
Risos.
--Finge obediência que eu acredito.
Gargalhadas e Elena cada vez mais relaxada no chão do lounge do apartamento de Joy.
--Hoje a minha mãe me ligou logo cedo...
--Hmmm...- Elena abriu os sentidos. Joy nunca falava da família com exceção do irmão.
--Como é a relação com a tua mãe?
--Incrível! Ela é minha melhor amiga, melhor conselheira. Eu aprendo tudo com a minha mãe...
--Eu não posso dizer o mesmo da minha. Mas é engraçado que de há uns tempos para cá, ela está sempre presente.
--Provavelmente porque mudaste de país...
--Não. Eu saio sempre da Inglaterra, vim para cá estudar e outras tantas viagens que já fiz na minha vida, e ela sempre manteve o mesmo comportamento.
--Tens mágoa?
--Alguma...mas, agora é bom tê-la mais perto. Nós não somos de muitas conversas, mas gosto quando ela liga. E sabes o que eu percebi?
--Hmm?
--Ela me ligava quando estava em Londres e eu quase nunca atendia, porque não era importante. Deixava para depois, estava sempre muito ocupada e sabia que ela não tinha nada importante para dizer. Agora, eu fico muito feliz quando ela liga.
Elena sorriu e por inúmeras razões.
--Mães...
Risos.
--A Madia é cheia de peculiaridades...ela parece submissa ao meu pai, até pela religião dela, mas eu acho que ela é muito sábia e sabe contornar as coisas. Ela conseguiu alimentar o sonho do meu irmão à revelia do meu pai. Talvez eu tenha criado um bloqueio à nossa conexão...
--Sempre é tempo para romper barreiras...
--Sim!
--Teu telefone...
--Hã?
--O teu telefone está a tocar...
--Nem ouvi...
Risos.
--Há algum tempo...
--Conheço esse toque...
--Quem é? - Elena perguntou sem pensar...vinho.
--Thomas, o controlador.
Risos.
--Teu irmão?
--Sim! Agora é assim...vou ligar a camera e rir na cara dele.
Elena fez menção de se afastar e Joy a puxou para junto dela.
--Sim senhor!
--Até que enfim, Joyanne.
--O que aconteceu?
--Ligo-te desde ontem e não me atendes.
--Ontem dormi cedo e hoje passei o dia no ar...
--Hã?
--Estava a fazer coisas interessantes por aí...
--Joy, estás bem?
--Pareço-te mal? Com um pote de sorvete nas mãos e na melhor companhia do mundo? - Joy puxou Elena para que pudesse aparecer na camera. As duas riram muito. Elena sentiu sua face arder.
--Ah, ok!
--Estou muito bem acompanhada, fazendo coisas de gente normal. Aquelas coisas que passas a vida a gritar que não faço e que sou esquisita e etc.
Risos.
--Oi Paloma, controle esse meu irmão mais novo que agora quer mandar em mim.
Risos.
--Elena, ela está bem?
Elena riu alto.
--Ela está muito bem.
--Agora acreditas? Era só o que me faltava...
Risos.
--Joy, vamos desligar porque o teu irmão já percebeu que estás muito bem. Beijo às duas e boa sessão de sorvete com vinho.
Elena olhou para o lado e percebeu que a garrafa de vinho estava visível. Teve vontade de rir. Dava a impressão que estavam numa festa.
--Tchau! Paloma, cuide desse menino.
--Elena, cuide dessa menina também porque ela é doida.
Gritou Thomas.
Elena riu e assentiu.
*****
Paloma não conseguia parar de rir da cara do namorado. Ele parecia tentar concatenar as ideias...
--Ela está bem...
--Muito bem!
--A Joy estava solta com alguém que ela conheceu há tão pouco tempo...
--Hum-hum...
--Isso é um feito. A Joyanne é muito séria e de relações frias...Joy não relaxa nem com a nossa mãe.
--Ela estava bem relaxada...
--Tu és incrível...bruxa.
Gargalhadas.
--Ancestralidade.
Risos.
--Mas será que elas estão juntas? E o William? A Joy jamais teria uma amante...jamais!
--Elas podem não ter nada demais, se algo a mais para ti for, sex* e afins. Mas elas têm uma conexão que grita. Viste a cara da grega? Eu soube desde a primeira vez que a vi na camera...
--O quê?
--Ela é apaixonada pela Joy.
--Meu Deus...a Joy vai enlouquecer...é muita coisa para uma pessoa completamente dentro dos padrões como ela. A Joy sempre fez o que se esperou dela, acho que ela nunca ousou desafiar nada...
--Como não? Ela não largou as empresas da família e foi se aventurar em Nova York numa profissão incerta?
--Sim...sim, e agora aparece essa grega lindíssima que vamos combinar, desafia qualquer um...
--Qualquer um?
Gargalhadas.
--Eu já fui vencido por uma uruguaia e não mudo por nada.
--Acho muito bom, porque ela é bruxa e enfim...
Gargalhadas altas.
--Joy ainda vai surpreender-te.
--Eu não duvido de mais nada. Ela está bem, não está?
--Ela está maravilhosa. Ah, ela já sabe que vamos a Nova York?
--E achas que tive tempo de dizer alguma coisa? Ela já não me atende mais.
--Ela está a viver. Deixe de ser carente.
Risos com muitos beijos.
*****
Elena e Joy seguiam sentadas no chão do lounge, entre risadas e conversa amena.
--Conte-me mais...
--Sobre quê?
--Sobre o que quiseres, tens o dom da comunicação.
Gargalhadas.
--Minha língua está solta...num único dia, tantas emoções...
--Muitas...
--Joy...
--Hmmm...
--Preciso ir para casa...já é tarde...
Joy olhou para Elena com uma expressão que a deixou arrepiada. Mas as emoções poderiam ser ainda mais intensas...
--Hoje voaste de helicóptero...
--Hum-hum e foi perfeito.
--Bebeste vinho com sorvete...
--Hum-hum, parece inusitado, mas foi perfeito...está sendo...
--Podemos beber mais vinho...o sorvete já foi devorado...
Elena riu e mordeu a boca. O gosto do vinho ganhou mais intensidade na sua boca.
--O que me dizes?
--Tu...
--Eu?
--Ahhhh...
Joy riu alto.
Elena pensou que precisava recuperar o seu tão aclamado juízo.
--Tenho que acordar cedo...
--Dorme aqui.
Elena riu. Nervosismo acelerado.
Antes que Elena pudesse abrir a boca para refutar alguma coisa, Joy correu como uma rajada de vento em direção ao quarto.
Elena serviu mais vinho e mordeu os dedos. Estava em outra dimensão, esquecera o que era bom senso...
--Já sei que vais dizer que não tens roupas, que precisas de banho e outras desculpas...
Risos.
--Sim senhora, não tenho roupa aqui...
--Tens sim. Uma mala inteira...de fim de semana, mas ainda assim, uma mala com roupas. - Joy olhava para aquela mala com ar triunfante.
Elena riu até doer-lhe a barriga.
Joy era...fascinante.
--Tu tens um poder de persuasão...
--Invejável, eu sei disso.
Gargalhadas.
--Ficas?
Foda-se o bom senso! Era o pensamento de Elena.
--Diante disso...
--Ficas?
--Claro!
Risos altos.
--Mas, precisamos definir algumas coisas...
--Todas que quiseres.
--Eu não gosto de dividir cama...
--Estás com medo de mim?
--Porque estaria? Tu não mordes e nem és necessariamente horrorosa.
Gargalhadas.
--Já dormimos juntas...
--Já...duas vezes se não me falha a memória.
--Sim, duas vezes. Uma na tua casa e outra aqui...
--Naquele sofá que nos deixa tortas.
Risos.
--Isso! Mas não precisas dormir comigo. Eu durmo no sofá e tu na minha cama. Ela é maravilhosa e meu quarto tem uma vista de tirar o fôlego.
--Eu sempre vou perder em argumentação...
Risos.
--Vou lá arrumar a tua cama. Volto em segundos.
E ela foi aos pulos pela casa.
Elena sabia que estava a extrapolar, mas não conseguia agir de forma diferente e se fosse bem sincera, nem queria. Estava tudo fora dos eixos, mas teria uma semana inteira à frente para resolver qualquer questão. Naquele momento queria apenas esquecer a Elena séria em algum canto e beber vinho.
Sorriu e serviu mais vinho. A sensação de liberdade era tentadora...irresistível. E tinha o agravante de Joy fazer tudo parecer simples...
*****
A conversa fluía carregada de assuntos aleatórios e as risadas com certeza ecoavam pelo edifício todo.
--Elena, para, eu vou morrer de tanto rir.
Joy estava fascinada com aquela versão completamente solta de Elena.
--Eu sempre fui palhaça, não sei em que momento esqueci essa faceta...
Mais palhaçada e Joy encantada.
--Não se ouve música nessa casa?
--Claro que sim, mas temos uma palhaça dominando o ambiente e...
--Atrevida!
Gargalhadas altas.
--Posso coordenar essa parte?
--Não sei se já notaste, mas tu estás no comando...
--Ah estou?
Risos.
--Prepare-se para uma performance de tirar o fôlego.
E ela se movimentava dentro do apartamento de Joy como uma pluma.
--Vamos ouvir a minha banda favorita. Posso?
--Podes tudo!
Elena olhou para ela com as mãos na cintura e numa postura desafiadora.
Joy riu inclinando a cabeça para trás e segurando a barriga que já doía.
De olhos fechados e cantando a letra, Elena deliciou-se ao som de No mans land dos Haevn.
Joy flutuava e de olhos bem abertos.
--Essa orquestra...meu Deus, essa orquestra...
Joy sorriu. De repente estava de pé ao lado de Elena que permanecia de olhos fechados.
--A música é linda mesmo...
--Perfeita. Preste atenção nessa...vais entender minha paixão avassaladora...
Ela mexeu no telefone e começou a tocar We are, da mesma banda.
--Tudo é perfeito, mas essa orquestra é...
--Isso, sem palavras.
Risos.
--Posso confessar uma coisa?
--Hmmm...
--Maluca!
--Confessa!
--Sou tarada por violinos.
A intensidade...
--Hmmm...sim?
--Sim! Loucamente apaixonada por esse instrumento. E tu?
--Eu? - Joy estava apaixonada sim, mas não era por violinos.
--Tu mesma, Joy.
Risos.
--Gosto de rock e de música chill. Meu irmão é baixista e louco por rock...acho que fui influenciada.
--Tenho uma fantasia.
--Hmmm...- Joy sentia o corpo ganhar uma energia estranha. Era como um campo de atração que a puxava para Elena.
Elena abriu os olhos e sorriu.
--Conta!
--Tenho vergonha.
Ela estava vermelha, do vinho, da vergonha, ou talvez estivesse explodindo de calor como Joy.
--Vou cobrir os olhos.
Gargalhadas.
--Não tenha vergonha, só estamos nós duas aqui...
--Perversa!
--Eu?
--Tu me convences de qualquer coisa...teu jogo é certeiro...Ai mulher...
Sorrisos.
--A fantasia...
--De fazer amor ao som de uma orquestra...
Joy arqueou a sobrancelha.
--Não fui clara. Quero fazer amor com uma orquestra tocando ao vivo...quero explodir em orgasmos nos agudos de vários violinos.
Joy mordeu a boca com força. Estava perdendo o juízo...
-- Eu tenho orgasmos mentais ouvindo violinos, imagina o reflexo disso no corpo, na pele...violino e harpa...Ahhh...
Joy saiu abruptamente de perto de Elena. Antecipou a necessidade de beber água. Ardia por dentro e já saltava à vista.
--Acho que já é o momento de irmos para cama...de ires para cama. - Retificou rapidamente. A imagem mental que teve naquele momento era a melhor fantasia de todas.
Elena sorriu e foi até à cozinha beber água.
--Sede...e necessidade de dormir.
--Amanhã trabalhas cedo...
--Amanhã? Viste as horas? Perdemos a noção...
Risos.
--De vez em quando é bom...
--Sim, mas daqui a poucas horas tenho que estar pronta para mais uma semana de desafios. Ah, e sem contar que terei de passar em casa para me vestir como deve ser, porque fui raptada.
--Vá para cama, Elena.
--Agora! Mas, confesso que estou incomodada com o fato de dormires mal, para que eu possa flutuar na tua cama maravilhosa.
--São escolhas e sou excelente anfitriã.
--Podemos trocar?
--O quê? - Joy estava alterada e não conseguia mais disfarçar.
Elena limitou-se a sorrir. Ela mesma estava com desejos nem tão estranhos assim...
No quarto:
--Tua mala está logo ali...
--Preciso de um banho.
--Claro! Tens tudo no banheiro. Só preciso lavar o rosto e escovar os dentes e já podes entrar. Ainda vou ali arrumar a nossa bagunça e depois devo trabalhar um pouco...
--Vais trabalhar?
--Madrugada é o meu horário favorito e tenho um trabalho para entregar...
Joy mentia descaradamente, mas precisava sair de perto daquela mulher. Sua mente gritava uma coisa e o corpo a empurrava para outra.
--Ok! Vou esperar e...
--Sim, dois minutos.
Risos.
*****
Depois do banho e de sentir-se ligeiramente mais sóbria, Elena vestiu seu traje de dormir que definitivamente não era a roupa mais comportada.
Sorriu ao se ver ao espelho. Quando preparara aquela mala, intencionara tanta coisa...
Suspirou profundamente. Olhou para os detalhes do quarto e parou o olhar na cama de aspeto confortável.
A sensatez e até o corpo, pediam que ela caísse naquela cama e dormisse profundamente. Mas, em segundos, viu-se andando pela casa á procura de Joy.
*****
Elena encontrou Joy no seu local de trabalho. Ela parecia imersa no meio de fotos e detalhes do seu ofício.
Elena ficou na porta por minutos sem fazer qualquer barulho. Apenas observava Joy no seu habitat e como ela ficava ainda mais linda fazendo o que gostava.
Às vezes ela sorria, parava e olhava, mordia o canto da boca e depois continuava a fazer o seu trabalho com dedicação absoluta.
Aquele ambiente era mágico, transbordava uma aura de sonho e Elena via-se elevada a uma atmosfera quase etérea.
Joy ouvia música e era exatamente chill como dissera ser seu estilo favorito.
Elena entrou sem fazer qualquer barulho e ficou parada a escassos metros de Joy que debruçada sobre umas fotos, parecia estar alheia ao mundo além daquele pequeno espaço.
Tocava Drift de Detz e Joy batia a cabeça impulsionada pelos acordes da música.
Elena, movida por um desejo que superava qualquer resquício de racionalidade que teimasse em existir, tocou as costas de Joy que ainda permanecia debruçada sobre a sua mesa de trabalho.
A mão subiu pelas costas dela e num ímpeto quase animalesco, agarrou-a pelo cabelo e puxou-a.
Joy gem*u e parecia que estava à espera daquilo. Elena puxou-a para si e colou-se às suas costas. Gem*ram ao mesmo tempo.
Elena deslisou as mãos pelo corpo de Joy e parou em cima do quadril dela, apertou. Numa agilidade desconcertante, Joy virou o corpo e ficou de frente para Elena. Mais ágil ainda, sentou na mesa de trabalho e puxou Elena para acomodar-se no meio das suas pernas. Elena sorriu e puxou o cabelo dela para trás. Joy gem*u e sorriu.
Joy prendeu as suas pernas na cintura de Elena e seus corpos ficaram grudados.
A música agora era Let you in de Oscuro.
Olharam-se...devagar...desejo gritando por todos os lados.
Joy olhou para o decote pronunciado da camisa de dormir que Elena usava e ela sentiu sua face arder. Quase arrancou aquele pedaço de pano de cima do corpo, mas estava anestesiada com aquele olhar. Nunca se sentira tão desejada. Nunca desejara tanto outra pessoa.
Elena segurou a face de Joy entre as suas mãos e beijou-lhe a ponta do nariz. Joy a puxava mais para si. Elena mordeu o queixo de Joy, que abriu a boca e a devorou num beijo intenso. A eletricidade que as sacudiu assemelhou-se a um choque da cabeça à sola dos pés. Demoraram-se na dança das línguas, mordiam os lábios uma da outra e o calor tornava-se quase insuportável.
Elena apertava a cintura de Joy e a puxava para si. Joy prendia as suas pernas ao redor do corpo dela como se fosse a última coisa que podia segurar na vida. E os beijos intensificavam-se. As mãos de Joy entraram pela camisa de Elena e ela gem*u de desejo...
Elena tinha a pele quente, lisa, firme e o cheiro era mais um afrodisíaco.
Elena tremia a ponto de sem controle morder o ombro de Joy com força. Joy a puxou ainda mais para si, estavam coladas e o desejo aumentava...
Elena colocou uma das mãos dentro do cós da calça de Joy e a forma como ela mexeu aumentou ainda mais a sua loucura. Ch*pou-lhe a boca, deu-lhe a língua para ser devorada. Que dança...que entrega...
Joy deslisou as costas das mãos no decote da camisa de Elena e acariciou-lhe o mamilo que tinha vida própria.
Elena tremeu e mordeu o ombro de Joy mais uma vez. Com a força condizente à intensidade do desejo que a invadia.
Joy gritou de dor e apertou ainda mais o seu corpo ao de Elena. O beijo que se seguiu atingiu uma intensidade surpreendente. A necessidade de se fundirem provocou movimentos intempestivos e algumas coisas que estavam sobre a mesa foram atiradas ao chão.
O barulho despertou Elena do transe. As mesmas mãos que queriam devorar Joy, a colocaram a uma distância prudente.
Tremiam. Exalavam desejo por todas as células.
Olharam-se. A busca era clara...a ânsia de uma resposta...
Elena soltou-a e cambaleou para trás.
--Isso...isso aqui, não está certo...não está...
Cambaleou para fora do estúdio.
Joy pendeu a cabeça para baixo e suspirou com força. Lágrimas que vieram como uma avalanche brotaram dos seus olhos. Seu corpo tremia. Tremia de desejo e de falta, na mesma intensidade.
Sua cabeça fazia um looping...
Não estava certo...não estava certo...
*****
Depois de algum tempo dentro do quarto e sem conseguir acalmar-se para dormir, Elena decidiu sair para buscar ar.
O corpo já estava mais calmo, mas a cabeça nem por isso.
As coisas tinham fugido do controle. Tudo levara para aquele desfecho...
O desejo insano que sentia por aquela mulher...sim, era insano, porque a deixava à mercê das vontades do corpo...
Não podia. Não podia e ponto. As coisas que ouvira a vida inteira da mãe ecoavam como sirenes na sua cabeça.
"Minha filha, jamais aceite ser amante de ninguém e muito menos se apaixone por pessoas comprometidas."
Como se isso fosse fácil de gerir.
Era, não era? Tinha que ser...
A vida da mãe tinha desmoronado, quando descobrira fazer parte de um relacionamento extraconjugal de um homem por quem era muito apaixonada. A vida da mãe e a dela. Tanto sofrimento...
Não podia repetir o mesmo padrão.
Certezas. Clareza. Isso tudo a nível mental. Mas, tinha uma força que a puxava para outro lugar.
Passou pelo estúdio e Joy já não estava por lá. Tinha ido dormir no lounge, claro.
Na cozinha, encheu um copo de água e foi nesse instante que viu Joy sentada no parapeito da janela e tendo Zayco como companhia.
Aquela imagem tão carregada de ternura, encheu o seu coração de calor. A sensação foi tão forte que levou a mão ao peito.
Respirou fundo e aproximou-se dela. Joy parecia tão perdida...
Colocou uma mão no joelho dela e Joy chorou. Sem ressalvas.
Zayco saiu dali e Elena acomodou-se no parapeito.
--Desculpa! Eu sei que estás a pensar que sou uma doida, uma desmiolada...até sou, ou estou, sei lá... estou confusa, perdida dentro de mim e ao mesmo tempo tão feliz...eu nunca estive tão feliz.
Ela chorava com a alma exposta e Elena a abraçou forte. Renderam-se.
--Eu quis tanto que esse dia fosse perfeito. Não estou acostumada a querer dar tudo de mim para que uma situação que me inclua, corra bem. Eu quis surpreender-te, queria que sorrisses, porque não há nada que me deixa mais feliz do que ver-te sorrir, mas eu sou desorientada...
Elena buscou forças sabe-se lá de onde para não beijá-la na boca.
--Eu não queria que fosses embora...eu não quero que vás embora, mas sei que fiz tudo errado...
--Ei, Joy. Não fizeste nada sozinha. Se isso tudo foi um erro, ele foi cometido por nós duas. Somos responsáveis por nossas atitudes. Eu não vou embora. Achas que vou embora a essa hora?
Risos com lágrimas.
--Não vais embora?
--Não! E pare de se culpar...nós sabemos que existe essa coisa...
Suspiros.
--Talvez eu não devesse...
--Não digas isso. Vamos nos controlar. Vamos, Elena.
--Vamos!
--Eu só não quero e não posso ficar sem ti...
--Nem eu...vamos encontrar um meio termo nisso tudo.
--Vamos!
--Mais cedo ou mais tarde, tu vais embora daqui, seguir o rumo da tua vida. Mas, até que chegue esse dia, vamos aproveitar esse elo incontornável que nos une.
Joy apertou Elena com muita força e suspirou. Jamais se sentira tão confusa na vida. Nada do que Elena dizia ressoava com o que ela sentia. Ir embora para viver o rumo traçado? Que rumo? Ela não traçara nada...
--Vamos dormir, Senhora fotógrafa. Eu trabalho daqui a nada e costumo ser sensata. Bom, isso quando não sou raptada.
Gargalhadas.
--Esse voo teve efeitos estranhos em mim...acho que ainda estou nos ares...
--Estamos! Gostaste?
--Adorei...tudo...tudo...
--Eu...
Elena percebeu a emoção que gritava dentro do olhar de Joy e a abraçou antes que ela dissesse alguma coisa que a deixaria ainda mais à deriva. Precisava estar focada na razão.
Conduziu Joy para o lounge onde ela dormiria e não obteve qualquer objeção.
--Só saio daqui quando estiveres deitada.
Joy riu e depois sorriu com a alma.
Elena sentiu toda a sua convicção sendo colocada à prova.
--Tu me fazes sentir uma adolescente imatura e ao mesmo tempo a mulher mais empoderada do mundo. Faz sentido?
Elena riu e levou a mão ao estômago.
--Estás a delirar...
--Quem sabe..., mas é assim que me sinto e tem muitas outras coisas...
--Joy...
--Sim, eu sei. Só sais daqui quando eu estiver deitada no meu sofá torto.
Gargalhadas.
Joy deitou e olhou para Elena num misto de tantas coisas.
--Obrigada por não ter ido embora.
--Isso jamais passou pela minha cabeça. Ah e sobre sentir-se numa gangorra emocional...ora adolescente, ora a mulher mais poderosa do mundo...bem, aqui não é diferente.
Foi a vez de Joy controlar-se, a ponto de apertar as mãos contra o sofá para não correr para Elena e beijá-la na boca.
Mordeu os lábios.
--Boa noite!
--Boa noite e durma bem.
Joy não disse nada. Se falasse alguma coisa, com certeza a emoção a arrebataria.
Elena dirigiu-se ao quarto com a frase de Milanka gritando na sua mente:
"Troia, a Joy vai vencer-te. Essa guerra já está perdida."
Joy abraçou-se no sofá e em algum lugar do seu ser, certezas formavam pequenos cristais.
Fim do capítulo
Olá,
Elas bebem e eu é que me embriago nas palavras rsrsrs
Leve exagero, mas eu já desisti de me conter.
Às fiscais das minhas mãos (sabem quem são) estou bem e amo que cuidem de mim. Exagerei mas sou racional e não chuto o balde a ponto de me quebrar, afinal isso é hobby rsrsrs
Pessoas, o próximo virá quando a história atingir 200 comentários. Eu acho que elas merecem, agora vocês é que sabem rsrsrs
Só não batam a meta antes da recuperação da doida (eu).
Bjs e boa leitura.
Nadine
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Sem cadastro
Em: 19/02/2024
Amando cada vez mais essas duas lindas mulheres, ou melhor, virou um quarteto maravilhoso.
Elena, joy, Milanka e agora a Pamela.
Milanka com suas teorias sobre o que vai acontecer com Joy e Elena, e a certeza de Pamela sobre o que vê nas entrelinhas e nos olhares dessas duas.
E vamos partir pra mais leitura.
Se cuida moça.
GLeonard
Em: 21/09/2020
Simplesmente fantástico...há muito tempo não entrava na plataforma porque, primeiro me senti culpada por nao conseguir terminar um dos romances que postava aqui, depois porque muito antes disso raramente encontrava algo que me prendesse, seja pelo enredo, seja pela correção gramatical.
Então há pouco mais de dez dias encontrei esse seu trabalho, e de tal forma fui seduzida a ler que, no interregno de você postar outro capitulo, acabei lendo três romances seus já completos.
Sou leitora voraz e me senti na obrigação, depois de ter devorado seus enredos, a deixar algumas palavras de gratidão e de estímulo para que siga escrevendo. Sem falsa modéstia, reconheço de longe um talento nato para a literatura, seja qual for o gênero, e no desenrolar de centenas de frases suas, esse talento fica bem evidente.
Em sendo assim, por favor, nos permita o prazer de seguir apreciando a leitura de seus textos.
Gratidão!
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Skedully
Em: 19/09/2020
Às vezes, quando estou mergulhada na história acabo me perdendo nela. Viajo tanto que me vejo fundindo às cenas. Meu cérebro lê/vê e a transforma em um filme, tão lindo quanto é para ser devido a tamanha riqueza de detalhes que magicamente você, autora, tem o poder de reproduzir. Sua bela escrita me teletransporta. E viajo tanto que quando sou despertada pelo stop "daquela cena", aquela que nos faz perder o fôlego, me sinto perdida. Sinto que falta alguma coisa. E daí lembro das minhas histórias. De como quantas vezes elas foram interrompidas pela tal insegurança, pelo querer, pela vontade e a dúvida... Pela nossa luta com nós mesmas pelo impasse do desconhecido...
Enfim, já estou viajando aqui novamente e os créditos são todos seus rs.
Parabéns e obrigada por fazer minha imaginação sair por aí me levando pra tantos outros lugares.
Aplausos de pé para ti.
😘
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manuca
Em: 19/09/2020
Estou fascinada e maravilhada com a intensidade desse novo amor entre ambas,e totalmente feliz por ler mais uma história sua Nadine,vc é espetacular,e incrível,como nos toca a alma e arremata o coração,li tudo ontem,pois essa ansia que vc nos coloca é sublime,obrigada...
Ah não se esforce tanto,estamos e estaremos aqui ti acompanhando sempre,sua saúde sempre em primeiro lugar...
Beijos e forte abraço...
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brunafinzicontini
Em: 19/09/2020
AMÉM!!!
Muito bem, colegas! Parabéns! Meta atingida! Mais de 200 comentários!
Bem... Nadine querida! De nossa parte, missão cumprida - com o maior prazer. Mas saiba que não passa pela nossa cabeça sacrificar sua mãozinha! Continuamos rezando por sua recuperação. ADORAMOS sua história mas, acima de tudo, ADORAMOS nossa autora maravilhosa, que precisa continuar sua missão no caminho da escrita. Então, não queremos sacrifício, entendido? Tudo a seu tempo, sem sofrimento, por favor!
Estamos na torcida para que possa nos deliciar sem sofrimento.
Beijos,
Bruna
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diasana377
Em: 16/09/2020
200 comentários!!! Eu ouvi um amém?!
Manda o capítulo prometido pra cá, Nadine! Meta alcançada com sucesso.
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diasana377
Em: 16/09/2020
Estou ansiosissima esperando por mais um capítulo. Escrita que prende, e que vicia o leitor. Parabéns, Nadine, você arrasa sempre. Histórias assinadas por você é sinônimo de muito sucesso.
Beijão.
Cuide-se!
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diasana377
Em: 16/09/2020
Nadine, Mulher, que capítulo foi esse?!!!
Nunca passou pela minha cabeça que Elena teria essa atitude. E que bom que teve!!! A mulher tem pegada, viu!
Espero que em breve Joy s consiga se libertar da outra vida que a impede de viver todas essas emoções ao lado da Grega.
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HelOliveira
Em: 16/09/2020
Que capítulo foi esse? Elena tá me surpreendendo, não imaginava que ele fosse tomar atitudes e que tinha essa pegada...agora Joy fica atenta e segue a Grega hora de tomar atitudes tb.
Bjos e parabéns
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cris05
Em: 15/09/2020
Caraca, é incrível a conexão dessas duas!
Adorei a ideia do passeio de helicóptero, aliás, adorei tudo na verdade...rsrs.
Capítulo maravilhoso, pra variar!
P.S Amo seus capítulos longos, mas também me preocupo com a sua mão. Cuide-se, querida.
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brunafinzicontini
Em: 15/09/2020
Há um ponto muito interessante nas suas histórias, Nadine, que ainda não comentei, mas é uma constante que me chama a atenção: em todos os romances, pelo menos uma das personagens (no caso presente são as duas) mostra-se envolvida com atividade física - e temos uma gama variada de esportes: vôlei, remo, corrida... ou então ballet. Isso é muito importante em sua vida pessoal? Ou é uma forma subliminar de educar suas leitoras para uma vida saudável? Porque a gente fica morrendo de vontade de sair correndo por aí (mesmo que não sejam as ruas de Nova York ou de Santiago...), de encontrar um lago para remar num barquinho, de jogar um vôlei ou basquete, ou mesmo de dançar ballet...
Seja qual for a explicação, mais um ponto positivo além dos inúmeros que enriquecem suas histórias.
Beijos,
Bruna
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libriana
Em: 15/09/2020
Boa tarde meninas!
Meu comentario hoje sera sobre a pegada da grega. Ela com uma vida pacata, so da casa pro trabalho, sem namoro e sem sexo... parecia q so tinha beleza. Mas na cena na casa da Joy... Elena mostrou q sabe o q faz e como faz... eita q a inglesa ja esta louca imagina depois dos finalmentes?? Promete...
Bjs,
Libriana
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brunafinzicontini
Em: 15/09/2020
Ah, como deixar de comentar sobre a "trilha sonora"? Muito boa, Nadine. Bem, quanto a isto, já está mais que provado seu bom gosto.
A ideia de Elena - fazer amor ao som de uma orquestra - parece muito louca, mas... quem sabe pode ser realizada de forma discreta. Basta convocarem a presença de Skya e algumas amigas (ela certamente entenderia a situação...) - não precisa ser exatamente uma orquestra, um bom quarteto de cordas já seria genial. Um violino, uma viola, um violoncelo e um contrabaixo - e voilà!
Besos,
Bruna
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Rosangela451
Em: 14/09/2020
Por favor não se contenha rsrsrs
Quaseeeee,bateu na trave Joy .....Joy tá dificilne minha né filha.?
Essa grega te pegou de jeito
Como sempre capítulo lindo !
Abraços
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Ro jordan
Em: 14/09/2020
Nossa que capítulo incrível esse encontro delas , anciosa para saber o que a autora pretende nós próximos capítulos , aliás parabéns sua escrita é absolutamente apaixonante , sempre brota um sorriso no meu rosto quando há atualizações desse romance .
Será que vai demorar muito pra eles explodirem de vez essa paixão ??
Bjss
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Sometimes
Em: 14/09/2020
"Sem direção, já andei por tanta estrada
Mas você chegou voando
E veio tão perto, que eu não quero mais ficar
longe
E a saudade que não some
Só aumenta o meu querer
Que cresce ainda mais, quando te vê
Simples assim
Sem saber, você mudou meu coração
Dentro de mim, quando você disse "oi"
Eu disse adeus, solidão. "
(Canção de Lulu Santos e Melim)
Oi..
Q capitulo..
Ei... se cuida, E cuide dessas mãos.
Autora és incrÃvel..
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libriana
Em: 14/09/2020
Bom dia a todas!!
Eis-me aqui de novo.rs
Pra mim ficou nitido q este ingles namorado da Joyane ja era. Primeiro q ela não gosta dele. Ninguem fica caida de amor por outra pessoa qdo esta apaixonada ou amando. Portanto o playboy dançou feio ou como dizem aqui no Brasil... perdeu playboy!
Joy e Elena se completam. Elas ganham vida e cores qdo estão juntas. Quero ve ate qdo aguentarão. Daqui a pouco com a criação da Nadine, elas terão a primeira noite de amor na Estatua da Liberdade ou num concerto como Elena relatou... vai q a empresaria Joyane apareça pra realizar o sonha da amada? A Joy faz economia pq, ainda, não tem condiçoes trabalhando como fotografa mas a Joyane pode. Quem viver verá o q saira desta cabecinha genial da nossa amada autora... sei q vem algo especial.
Bjs e até mais pq vc nos desafiou pouquinho. Vc sabe q adoramos desafios e vc merece tudo de bom. Não q seja fiscal da suas mãos adoraveis mas cuide-se sempre!!!kkkk
Libriana
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brunafinzicontini
Em: 14/09/2020
Passeio de helicóptero por Nova York... Que ideia fanfástica! Essa Joy sabe das coisas!
Como é que você inventa coisas asssim, autora? Você é demais!
Beijos,
Bruna
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brunafinzicontini
Em: 14/09/2020
Realmente... também me embriago - nas suas palavras, autora. Sabe que não me canso de dar-lhe os parabéns? Você escreve muito gostoso!
Forte abraço,
Bruna
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brunafinzicontini
Em: 14/09/2020
Maravilha de capítulo, Nadine! As duas juntas têm uma química impressionante! Não sei como é que conseguem se segurar! Trocaram beijos que nos deixaram sem fôlego! Tomara que Elena solte completamente as amarras e dê um golpe fatal na inglesa que a obrigue a definir a situação.
Obrigada por fechar nosso domingo com chave de ouro, Nadine. A Confraria de suas fãs continua na torcida para que suas mãos não lhe atormentem e lhe permitam cumprir esse destino lindo com que foi agraciada!
Beijos,
Bruna
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preguicella
Em: 13/09/2020
Ih, coitada das suas mãos, esse povo aqui adora bater uma meta e essa sua aà é bem pequenininha, hein!
Caraca, eu fico até tensa lendo a interação entre essas duas, acho que vou ter que tomar um relaxante muscular. Não sei como essas duas são conta de toda essa tensão sexual! hahaha
Bjãoooo e cuida bem dessas mãozinhas preciosas que vão precisar estar bem para produzir o próximo capÃtulo. hahaha
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libriana
Em: 13/09/2020
Boa noite a todas!!!
Ai q coisa mais fofa estas duas!!! Foi um capitulo mais q maravilhoso!!! Amo a direção q conduz a historia. Elas são lindas juntas e tem uma senhora conexão. E q paixão hein? Capitulos longos são bem vindo mas com toda cautela do mundo com estas mãos de ouro.
Nadine, esta brincando conosco? Bater esta meta é mt facil.... olha se tuas mãos aguentassem, seria uma capitulo logo deste por dia.kkkk
Brincadeira a parte. Cuide-se pq é mt preciosa pra sua leitoras e fãs. Queremos seu bem sempre ta?
Bjs,
Libriana
OBS: Vou comentar mais com certeza pq meta é com agente!!!!!!!!! Seu publico é fiel mesmo qdo ficamos nas moitas...
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NovaAqui
Em: 13/09/2020
Muito bom esse encontro
Gostei dessa história de voar se helicóptero. Acho que vou me aventurar um dia rsrs
Espero que esteja tudo bem com você e seus familiares nessa sua Terra Linda.
Aqui caminhando e torcendo para ficar tudo bem.
Uma semana maravilhosa para ti
Obrigada por nos presentear com capítulos maravilhosos
LVY â¤ï¸ðŸŒ»ðŸ˜˜
Abraços fraternos
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