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E se... por Nadine Helgenberger

Ver comentários: 10

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Palavras: 3508
Acessos: 3433   |  Postado em: 03/09/2020

Capitulo 17

 

Capitulo 17 - E se...

 

Elena, entrou no apartamento de Joy e no momento em que se sentou, começou a tremer pois percebeu a loucura que tinha feito. Obedecera a um impulso completamente insano e saíra de casa em direção ao apartamento dela, convicta de que era a melhor decisão a ser tomada. Já não estava certa disso...

Melhor, tinha a certeza que cometera uma loucura e que as consequências seriam dramáticas para a sua autoestima.

Joy estava sentada no chão, Zayco deitado ao lado e ambos olhavam para ela. O nervosismo aumentava e a língua ficava presa na boca.

            --Eu...

Começaram a falar ao mesmo tempo.

Gargalhada nervosa, mas que amenizou a tensão mútua.

            --Eu estava aqui por perto e resolvi subir...- Mentira deslavada, mas precisava resguardar-se.

            --Ainda bem que lembraste que eu existo. - Joy sorriu genuinamente.

Elena quase gritou que era impossível esquecer que ela existia, mas limitou-se a rir. Estava muito nervosa. A guerreira grega e destemida, dera lugar a uma mulher comum e bastante fragilizada.

            --Eu tenho receio de estar a atrapalhar... - Ela olhou para os lados como que à procura de alguma coisa, outra pessoa.

"O namorado dela já foi embora. Mas será que confio no que a Milanka diz? Ela costuma confundir as coisas..." - Pensava.

            --Não atrapalhas nada. Eu e meu fiel companheiro estávamos aqui sem muita motivação. Não é mesmo, Z?

O cão latiu e pulou nas pernas de Elena que imediatamente relaxou e começou a rir.

De repente tudo estava tranquilo. A ansiedade inicial dera lugar àquela sensação que elas já conheciam e que as conectava tão bem.

Minutos depois...

            --Estou com fome! - Disse Joy levando uma mão para perto do estômago.

            --Eu também! Para ser sincera, estou faminta. Não como nada que sustente o meu corpo desde ontem...

            --Muito trabalho?

            --Muita coisa na cabeça...

Elena tinha um semblante confuso, mas Joy não queria que ela desviasse para lugares sombrios.

            --O que vamos comer? - Perguntou Joy colocando ênfase no plural.

Elena riu alto e olhou para ela.

            --Vamos? Estou convidada?

            --Tu sabes que és sempre muito benvinda.

Risos.

            --Eu não sei cozinhar...- Elena brincou com um olhar de pesar.

            --Mas eu sei e farei o que a senhorita quiser. Só não invente nada muito complicado, porque ainda não fui às compras.

Gargalhadas altas.

            --Sou uma mulher simples no paladar...

Risos.

            --Hum-hum...e vamos comer o quê?

            --Eu adoraria um prato de spaguetti...

            --Ah, ainda bem que ela é simples.

Risos.

            --Pensei que fosses pedir alguma iguaria grega, algo muito sofisticado, sei lá...

            --A uma inglesa que jamais me provou que sabe fazer um ovo?

Gargalhadas altas.

            --Ah, mas não provoca a inglesa...

            --Uiiiii...

Risos.

            --Pode ser tagliatelle com camarão salteado com ervas?

            --Wow! A sério?

            --Não brinco com assuntos sérios.

Risos.

            --Mas não disseste que não tinhas nada de especial em casa?

            --Camarão e tagliatelle são coisas básicas na cozinha da inglesa.

            --Hmmm...

Risos.

            --Então está decidido. Quero camarão com massa como prato principal, e para entradas eu farei bruschetas...temos tomate e manjericão?

Risos.

            --Temos tomate, mas não temos manjericão.

            --Temos abacate? Não...

            --Por acaso, temos.

Gargalhadas altas.

            --Então teremos guacamole à minha maneira. Torradas?

            --Nunca falta. Adoro guacamole, só não sei se à tua maneira, cairá nas graças do meu paladar.

            --É um desafio? Não vais querer outra coisa na vida.

            --Hmmm...

Gargalhadas altas e leves.

*****

 

Elena organizava as torradas com guacamole numa travessa quando percebeu que Joy roubava mais uma torrada.

Sem pensar muito, bateu na mão dela.

A gargalhada foi instantânea.

            --Não te ensinaram que é feio roubar a comida alheia?

            --Alheia? Não é nossa?

            --É! Mas ainda não está na mesa e estou a dar meus toques...

            --Hmmm...

Risos.

            --Tua massa está com um cheiro divino, mas eu me controlei...

            --Eu não sou tão controlada, meu bem. Aliás, eu perco o controle com muita facilidade...

Risos altos.

            --Controle-se! Eu costumo perder a paciência se mexem na minha comida...

            --Mas tu não cozinhas.

Gargalhadas.

            --Joy, não sou chef, mas eu não morro de fome...

            --Hmmm, então estás a explorar minha mão de obra, quando poderias muito bem liderar esse fogão. É isso?

Elena riu até doer-lhe as bochechas.

            --Isso, ria. Eu estou aqui sofrendo com dores na mão de tanto que apanhei...

            --Ohhhh, coitada dela, tão sensível...

Risos.

Elena segurou a mão de Joy que realmente estava vermelha. Instintivamente, levou-a aos lábios e beijou levemente.

Ambas fecharam os olhos. Um mero toque, uma singela delicadeza, e corações em aceleração.

Elena, sempre mais cautelosa, fugiu do toque e inventou algo para mudar o rumo das coisas.

Joy sorriu e entrou no ritmo dela. Estava feliz demais para se perder em conjecturas. Queria aproveitar o momento, e que momento.

 

****

 

            --Joy...

            --Oi...

            --Por onde andas?

            --Aqui!

            --Onde?

            --Na varanda!

Elena caminhou até à varanda e levou um susto quando percebeu que Joy tinha preparado uma mesa linda para a refeição que iriam partilhar.

            --Wow! Que lindo!

            --Gostaste?

            --Ahhh, impossível não gostar.

Risos.

            --A inglesa tem alguns dotes...

            --E o melhor deles é me surpreender.

Risos.

            --Adoro surpreender-te. O que achas desse vinho?

            --Não faço a mínima ideia...

Risos.

            --Nem eu. Só entendo de italianos e portugueses.

            --Esse é de onde?

            --Australiano!

            --Hmm, dizem que são bons...

            --Vamos descobrir daqui a pouco.

Joy serviu duas taças de vinho e estendeu uma à Elena.

            --Joy...

            --Sim...

            --Eu não me alimento há algum tempo, se beber...

            --Ah, peço desculpas. Eu comi algumas torradas com o melhor guacamole alguma vez provado, então...

Gargalhadas.

            --Então, esperas que eu coma alguma coisa e depois, bebemos juntas.

Gargalhadas.

            --Eu sou obediente e muito solidária.

            --E abusada!

Risos.

            --Vamos buscar a comida?

            --Vamos! Estou faminta.

            --Hmmm, isso é bom porque meu tagliatelle com camarão salteado está divino.

Gargalhadas felizes.

 

*****

            --Olhe para mim e olhe para essa mesa...

            --Hmmm?

            --Tudo tão lindo e eu parecendo uma doida que está enfiada no sofá num domingo qualquer.

Gargalhadas altas.

            --A doida enfiada no sofá mais linda que eu já vi...

Joy tinha um olhar tão doce e encantador, que Elena sentiu um arrepio expressivo na nuca.

            --Quero vinho! - Quase gritou. Precisava mudar o rumo daquela coisa, ou...

            --Vamos tomar um vinho maravilhoso.

            --O Australiano...

Risos.

Joy serviu as duas taças e ergueu um brinde.

Elena sentia-se nas nuvens e sabia que precisava controlar-se.

Joy parecia antever as coisas, e agia de forma a deixar Elena tranquila.

            --O tagliatelle...

            --Hmmm...

Comeram e beberam quase que no mais completo silêncio. O silêncio escondia intensos devaneios.

            --Nota-se que ambas estavam famintas...

Elena riu e assentiu com a cabeça.

            --Eu estava faminta, mas essa comida seria devorada mesmo que eu não estivesse com o estômago dando cambalhotas. Excelente!

Risos. 

            --Muito obrigada! Mas, eu já tinha avisado que era boa na cozinha...

            --Nada como provar...

            --Hum-hum...com certeza...

Risos com uma intensa troca de olhares.

            --E o vinho?

            --O quê?

            --Aprovado?

            --Aprovei tudo...

            --Hmmm, fico feliz...

Mais devaneios em silêncio e com sorrisos que diziam muita coisa.

O telefone de Joy tocava algures. Ele tovaca há bastante tempo...

            --O teu telefone está a tocar...

Joy sequer moveu um músculo. Permanecia olhando para Elena como se ela fosse uma obra de arte.

            --Joy...

            --Hmmm?

            --O teu telefone está a tocar há bastante tempo.

            --Não vou atender! Não quero falar com ninguém.

Elena mudou a postura do corpo na cadeira e remexeu as mãos.

            --Será que estou a incomodar? - Perguntou com uma sensação estranha no peito.

Joy olhou-a com tamanha intensidade que Elena teve a sensação de que era despida.

            --A sério que pensas que estás a me incomodar?

 A expressão dela era tão intensa, que Elena sentiu sede.

            --Quero água...o vinho é forte... - Riu para amenizar o turbilhão que lhe ia na alma.

            --E bom!

            --Sim...muito bom...

De repente riam e partilhavam assuntos aleatórios.

            --Elena, acho que comi demais...- Joy levou a mão ao estômago e desatou a rir.

Riram juntas.

            --Eu tenho a certeza que comi demais, mas não pude evitar. Estava divino...

Era claro que ela não se referia apenas à comida, e Joy entendeu. Seu sorriso denunciava tudo.

            --Tu poderias começar a acreditar em mim... - Joy brincava com as palavras. Deliberadamente.

            --Não entendi...- Elena ficou vermelha.

            --Eu já tinha dito que sei cozinhar e não costumo mentir...

Risos.

            --Cozinhas muito bem. Eu ficaria facilmente viciada e gorda.

Gargalhadas.

            --Não consigo ver como. Eu como da minha comida e não sou gorda, nem magra. Acho que estou bem assim.

            --Muito bem! - Elena enfatizou e rapidamente arrependeu-se.

Joy sorriu. Aquele sorriso que parecia que ela sabia sempre o que estava a fazer.

            --Mas, devo confessar que se não prestar atenção, eu rapidamente fico acima do peso. Herdei o quadril largo da minha mãe.

Elena olhou-a de cima a baixo. Adorara aquela particularidade do corpo dela, desde o primeiro instante. Desviou o olhar e disfarçou um suspiro.

            --Durante muito tempo eu me achava esquisita, porque todas as minhas colegas eram altas e muito magras.

Elena sorriu, lembrando dos próprios questionamentos na altura da adolescência.

                --Eu não sou nem baixa e nem alta. Meu corpo não é padrão na Inglaterra, pelo menos daquela época. Quando vim estudar aqui, aprendi a me amar e a valorizar o que a minha mãe sempre me disse.

                --E o que ela sempre te disse?

            --Tu és linda minha filha.

Sorrisos.

            --Tudo é sempre tão relativo. Eu acho-te perfeita, porque para mim, mulher de quadril largo é a perfeição dessa vida. Parece que são mulheres que sabem o que querem, que dominam tudo, essencialmente mulheres. - Elena devaneou.

Joy parecia encantada.

            --Entendes? - Elena perguntou.

            --Hum-hum, tanto que me senti uma deusa.

Joy sabia como desconcertar Elena, e sabia também como reverter as coisas...

            --Vamos lavar a louça?

Elena riu alto a ponto de ficar vermelha. Na realidade, ficou ainda mais ruborizada.

            --Estás a querer dizer o quê, dona Joy?

            --Eu? Nada! Apenas sugeri que lavássemos a louça da nossa refeição.

Risos.

            --Porque eu sou a maníaca da arrumação.

Gargalhadas.

            --Se assumes...

            --Ah vá...

Gargalhadas felizes.

Levaram a louça para a cozinha e entre risos e muitas brincadeiras, iniciaram a arrumação.

 

*****

Elena lavava a louça e cantarolava, enquanto Joy arrumava os utensílios já limpos. Tudo acontecia na mais completa harmonia e a conversa amena era sempre regada a risadas despretensiosas.

Joy serviu mais duas taças de vinho, e aproveitou para mudar a playlist que tocava. De volta à cozinha, sentou na bancada e ficou observando Elena, que alheia, continuava a sua tarefa.

Joy olhou as horas. Não queria que aquele momento terminasse. Não queria que ela fosse embora. Ainda era relativamente cedo e precisava inventar qualquer coisa que a prendesse ali. Mas não sabia exatamente o que fazer...

Não conseguia pensar com coerência, pasmava em Elena, na sua beleza, simplicidade, magnetismo.

Elena cantarolava e fazia coisas com uma graciosidade que simplesmente encantavam.

            --Esse vinho é muito bom...- Disse enquanto sorvia mais um pouco da bebida.

            --Hmm?

            --Por onde andas? - Elena olhou para Joy com a mão na cintura e sorrindo.

"Preciso ter juízo." Pensamento que martelava a cabeça de Joy.

            --Aqui! Estava a prestar atenção no esmero com que lavas os pratos.

Gargalhadas.

            --Eu gosto de tudo arrumado, mas não sou exagerada.

            --Hmmm, consegues dormir com a louça suja na pia?

Gargalhadas.

            --Não! Sou doida?

            --Não! Eu também tenho minhas manias...

Risos.

            --No fundo, somos todos meio doidos...

Gargalhadas.

Elena serviu mais vinho na sua taça.

            --E eu?

            --A tua taça está cheia, Joy.

Gargalhadas altas.

            --Maníaca da limpeza, ditadora...meu Deus...

Gargalhadas.

Elena caminhou até onde Joy estava sentada, e em seguida encostou as costas num móvel da cozinha e fixou o olhar nela.

Silêncio.

Ambas beberam mais vinho ao mesmo tempo.

            --Joy...

Joy sentiu seu coração bater quase na garganta, mas manteve-se calma. Sabia que Elena diria alguma coisa...algo que poderia mudar tudo.

Ela parecia tentar escolher as melhores palavras para o discurso que viria a seguir.

Joy respirou fundo e sorriu. As batidas do coração eram ouvidas dentro dos ouvidos.

            --Eu...

Elena respirou profundamente e tomou mais vinho.

Joy permaneceu serena...aparentemente.

            --Deves estar a perguntar o que eu vim fazer aqui...

            --Eu estou muito feliz que estejas aqui. - Joy quase pulou do balcão.

            --Acredite que eu também... - A voz de Elena estava emocionada.

Mais silêncio.

            --O que me motivou a estar aqui é uma característica muito particular minha, eu costumo  perder o interesse rapidamente...

Joy franziu a testa.

Elena apertou a taça de vinho na mão.

            --Não deves estar a entender nada. Sou atrapalhada com minhas emoções, mas vou tentar ser coerente...que os Deuses me ajudem. - Suspirou profundamente.

Joy estava em transe. Não conseguia definir o que sentia.

            --Joy, não faça juízo de valor do que eu vou dizer agora...

Joy apenas maneou a cabeça. Permaneceu calada. Estava focada nas palavras dela, sabia que poderiam mudar a sua vida, definitivamente. Não podia perder uma vírgula.

            --Vou falar sem filtro porque do contrário, minha racionalidade exacerbada vai me tolher. - Respirou profundamente e continuou. - Joy, eu nunca entendi muito bem o que acontecia entre nós, o que acontecia comigo quando estava contigo. Lembro-me que a primeira vez que eu te vi, achei-te uma doida varrida...

Risos.

            --Uma doida que me despertava para a vida. Uma doida que me fazia rir, que me fazia falar sem travões...que me fazia rir na madrugada. Eu adoro correr à noite e é sempre com o semblante sério e os pensamentos desconexos. Corro para arrancar da mente coisas que não me agradam. Corro para fugir de mim, corro para ganhar coragem para seguir na minha busca...a corrida é sempre um momento dúbio de busca desenfreada pela liberdade, e às vezes, de punição...

Suspiro longo.

            --A única coisa que sempre me acalmou, pelo menos desde que iniciei essa minha busca por ser melhor, foi a corrida. De repente, sou atropelada por uma doida...a doida mais incrível que poderia aparecer...e tens a mania de aparecer do nada, parece que materializas no momento certo. Eu sei, sei que não faço sentido, mas preciso falar...

Joy não disse nada, apenas permaneceu com o olhar cravado em Elena.

O que ela não sabia era que seu olhar profundo e doce, era o combustível perfeito para Elena desabrochar...

            --Eu gosto disto. Eu gosto tanto disto, que não tive muita dificuldade em perceber que eu não poderia jamais ser a única beneficiária dessa luz...sim, tu és um holofote que acende cada ínfima parte da minha alma...é exagero? Não, eu estou consciente do que sinto, do que despertas em mim.

Joy sentiu o coração batendo nas palmas das mãos e de repente, batia dentro da cabeça.

            --Acho que estávamos num mundo nosso, por algum tempo, vivemos assim...eu vivi assim. Gosto tanto de estar contigo, gosto tanto do que despertas em mim, que me desliguei do resto e ao mesmo tempo eu nunca estive tão ligada...entendes?

Joy sorriu e sentiu humidade nos olhos. Disfarçou desviando o olhar.

            --Tu me inspiras. Pode parecer exagerado, mas tu me inspiras. Desde que te conheci e me permiti sentir o que sinto, tudo flui. Meu trabalho, minha paixão pela escrita, ganhou um impulso enorme...tudo, absolutamente tudo, tem mais significado. Estou centrada em mim, acreditando mais nas muitas possibilidades...rindo mais, sorrindo para a vida. Saí do tanto faz que tão bem me caracterizava...

Elena bebeu mais vinho.

            --É confuso tudo isso. Sinto muitas coisas aqui dentro, tu me confundes, mas tu também trazes clareza. Eu não posso viver sem ti...é isso, eu não posso e não quero viver sem ti.

Joy perdeu a noção das palavras. Sentiu que seu corpo era dragado para outra esfera. Elena...Elena...Elena...

Elena olhou para ela com calma. Ela aparentava uma calma desconcertante.

            --Eu vim aqui hoje com uma única certeza: quero ser tua amiga. Eu não quero perder esse elo lindo e forte que me une a ti. Talvez agora faça sentido a minha primeira frase...

            --Não...- Joy conseguiu finalmente verbalizar alguma coisa.

            --Joy, eu não sei se o que sinto por ti é uma paixão avassaladora, atração física, mental, de alma, não sei...eu sei que existe alguma coisa forte e que não vou abrir mão. Mas, sei que tu já tens uma vida delineada, estrategicamente definida e que mais cedo ou mais tarde, vais seguir por esse caminho. Sei também, que meus princípios são muito fortes nessa matéria, e que eu jamais me aventuraria numa relação com alguém que já é comprometido numa outra história. Sei lá porque, eu acho que tu também segues os mesmos princípios. Estou aqui, ciente de que quero e vou ser tua amiga, se quiseres, obviamente, porque vou perder o interesse...eu sempre perco...

Joy franziu a testa. Não fazia sentido...ou fazia?

            --Parece confuso e doido, mas não é...quando isso tudo virar uma rotina, eu vou perder o interesse...

            --Referes a quê?

            --Sem questionamentos, ou eu saio correndo por aquela porta. Tu vais me ajudar, eu sei que sim...

            --Vou, claro!

Sorriram.

            --Eu gosto do que sinto quando estás por perto. Eu adoro conversar contigo e perceber que somos tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas. Eu gosto quando devaneamos sobre os nossos sonhos. Adoro ver-te vibrar com o teu trabalho. Adoro sair daqui e chegar em casa e sentar no meu canto e ser capaz de escrever coisas que minha mente crítica, não desconsidera. Lembro-me de um dia, ou melhor de uma madrugada, em que depois de voltar de um jantar contigo, a imaginação ter explodido nas minhas mãos e eu ter escrito coisas brilhantes...

Joy sorriu. O coração batia pelo corpo todo.

Elena estava visivelmente emocionada. Ficou de costas olhando para a janela.

            --Eu não quero ficar sem ti...eu não vou ficar sem ti. Por alguma razão nos atropelamos naquele parque...tu nunca me escondeste que tinhas outra vida e se eu não sabia os detalhes todos, foi porque não me interessei, só quis saber da nossa vida, do nosso encontro, nossas semelhanças, nossos sonhos...só me interessei pela Joy, pela alegria que me trazias. Só me interessei pelo teu brilho, só me interessava o fato de morares em Nova York. Tu me intrigaste tanto, que eu me perdi...ou não, sei lá.

Joy pulou da bancada.

            --Ah, podemos fazer tantas coisas juntas. Enquanto estiveres por aqui...tantas coisas.

            --Enquanto não perdes o interesse...- Joy disse devagar.

            --Enquanto não perco o interesse...

Elena abraçou-se e encostou a cabeça na janela da cozinha.

            --O Dubai te espera, mas até lá, vou ser a tua parceira perfeita no crime.

Elena riu.

Joy estava a escassos centímetros dela. Na sua mente fervilhava a vontade de gritar que não queria se mudar para Dubai. Gritar que aquele sonho jamais fora dela e que demorara a entender que podia ter seus próprios sonhos e lutar por eles. Mas tudo ainda era muito confuso na sua cabeça. A única certeza que tinha era que estava exultante com as possibilidades com Elena. Quaisquer que fossem...estava feliz. Ela estava ali, era a única coisa que realmente interessava.

Ouvia-se Hearts aint gonna lie de Arlissa pela casa e Joy queria fazer alguma coisa...

            --Eu quero ser tua amiga. Não me importa mais nada...não vou ficar sem tuas loucuras sãs, não vou me privar de algo que me faz bem...não vou...o que penas disso? - Elena perguntou ainda de costas. Parecia que falava para si...

Joy abraçou-a com força. Fundiu-se nela. Apertaram-se.

            --Estou feliz. MUITO FELIZ! És a melhor parceira de crime que alguma vez encontrei nessa vida...

Sorriram.

Riram.

Elena sentia o coração de Joy bater com força nas suas costas.

Joy sentia o coração de Elena bater com força nas suas mãos.

Estavam sintonizadas numa frequência poderosa.

Assim permaneceram por largos minutos. Abraçadas. Sintonizadas. Conectadas. No mais completo silêncio.

Não sabiam muito bem qual caminho trilhar a partir daquele momento, mas tinham uma à outra e com certeza, encontrariam uma fórmula secreta para manter o que já existia e quem sabe, até onde poderiam ir...

            --E se fossemos correr no Astoria? - Joy sugeriu ainda colada às costas de Elena.

Elena sorriu.

As duas riram.

            --Renovação da energia do nosso primeiro encontro...- Elena devaneou.

            --Recomeços...- Joy sonhou.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

Olá J

Há algum tempo que não apareço por aqui. Minhas benditas mãos, de vez em quando me obrigam a pausas, enfim…

Esse capítulo obedeceria à minha insanidade, mas, elas (as mãos) me travaram e ainda bem. Ele seria bem maior, mas foi o que consegui já que preciso das mãos para outras coisas.

Às maravilhosas que comentaram os dois últimos capítulos e que não obtiveram resposta minha, peço desculpas. Mas, quem quiser comentar nesse, prometo que (com sensatez rsrsrs) responderei.

Um abraço a todas.

Ah, katia…Arlissa J

 


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Comentários para 17 - Capitulo 17:
Sione
Sione

Em: 25/01/2024

Que conversa foi essa, as palavras de Elena para Joy foram perfeitas.

Essa Grega é mesmo surpreendente, por isso é tão fácil gostar dela, mesmo com tudo acontecendo Elena conseguiu verbalizar o que ia na sua alma.

Quanto a Joy,  espero que ela tenha percebido que tem em sua vida uma mulher muito especial.

Olha, Elena foi realmente incrível ao procurar por Joy, agora é seguir o fluxo pra saber onde as duas chegaram. 

Nadine, espero que suas mãos ????????  sejam abençoadas sempre por Deus e que tu tenhas melhoras.

Obrigado por esse capítulo maravilhoso. 

Responder

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rhina
rhina

Em: 19/05/2021

 

Boa noite.

Elena disse tudo. Absolutamente tudo. Mas tudo codificado. Mas tudo no sentido duplo. Mas tudo dando abertura para um agora e um depois. Mas tudo sem se comprometer. Mas tudo não querendo nada mas exigindo tudo. Mas tudo em um completo Eu Te Amo em quero ser Sua Amiga.

E Joy claro assinou em baixo. Porque mesmo querendo Tudo não definiu Nada.

Rhina

Responder

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 09/09/2020

Helena dando um grande um passo e conseguindo se superar, espero que a Joy a coragem que ela precisa para assumir sua nova vida...

Amo todas as suas histórias

Melhoras


Resposta do autor:

Muito obrigada.

Bjs

Responder

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Mille
Mille

Em: 06/09/2020

Oi Nadine 

Elena derrubando suas barreiras e ido atrás da Joy e falando tudo o que pensa sobre estar longe da inglesa. Talvez essa atitude faça a Joy se libertar e voar para onde é feliz e realizada com o que ama. 

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Olá,

Vamos ver o que segue rsrsrs

Bjs e muito obrigada

Responder

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Veka
Veka

Em: 04/09/2020

Olaar!

Se cuida, Naná!

Eu acho que a capacidade que a Elena tem de racionalizar as coisas é peculiar, ou mesmo tempo em que percebe a existência de uma necessidade emocional ali, naquele relacionamento entre elas. Mas, não é algo que se consiga entender facilmente ou não me parece ser uma capacidade da maioria das pessoas, ao mesmo tempo que parece algo tão real. Eu consegui me fazer entender? kkkkkkkkkk.... Você faz com que isso seja quase palpável.

Me pareceu que a Joy ficou na espera de uma resolução ou ponto de partida da Elena, para que ela tomasse coragem. Caminho errado Joy, vc tem que ser o ponto de partida. A mudança real tem que vir daí.

Cuida dessas mãos! Fica bem!

Lov u!

Beijinhos....

Veka


Resposta do autor:

Olá Veka,

Entendi sim rsrsrs e estás certa. A Elena tem lá as peculiaridades dela que eu amo rsrsrs

A Joy ficou claramente na expectativa...se Elena avança naquele momento uiiii rsrsrsrs, mas nao faria sentido sendo Elena quem é.

Vamos ver como essa coisa intensa que já existe vai fluir...eu sei, mas nao conto kkkkk 

Me cuidando :)

Bjs e muito obrigada. Love u too

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libriana
libriana

Em: 03/09/2020

Boa noite a todas!!

Nossa q surpresa maravilhosa!!!! Sua escrita é maravilhosa Nadine!!! Estas personagens são leves e intensas.

Gosto das trocas q elas tem. E a grega esta se permitindo. Descobriu q viver na mesmice é sem graça. E vai descobrindo o amor. Com certeza não perderá o interesse na inglesa.

Espero q alivie as dores nas suas mãos. Vc é uma escritora magnifica pra ficar limitada mas entendemos q as dores é uma grande dificuldade. Estamos na torcida sempre!

Bjs,

Libriana


Resposta do autor:

O caminho que tracei para essas duas é lindo rsrsrsrs que minhas mãos me ajudem :)

Muito obrigada.

Bjs

Responder

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Rosangela451
Rosangela451

Em: 03/09/2020

Se cuida mulher ......

Lindo capítulo, Elena tem medo tadinha .. Deu pra sentir era necessário somente um passo de joy.

Joy podia vencer essas duvidas logo ,poxa ela não gosta da antiga vida 

Abraços fique bem logo 


Resposta do autor:

Kkkkkk com calma para nao estragar tudo. Todas estão num processo novo, cada uma com a sua resistência, mas no final tudo acaba bem rsrsrs. E essa história nao demora a acabar.

Muito obrigada.

Bj

Responder

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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 03/09/2020

Que linda surpresa, Nadine! De repente, "a quinta feira virou domingo"... Uma alegria!

E que alegria sentir o encontro dessas duas almas! Finalmente, Elena resolveu se abrir, mostrar o que realmente sente, o que a inglesa significa para ela... Só fiquei triste com uma coisa: "...quando isso tudo virar uma rotina, eu vou perder o interesse..." Por que ela teve que dizer tal coisa à Joy? Oh, meu Deus! Espero que isso não estrague o clima entre elas... Outra surpresa me deixou "estupefacta": quando pensei que as duas só enxergariam o caminho da cama, surge o convite para correr? Bem... que as duas maluquinhas se entendam... mas espero um belo desenlace para essa corrida, por favor!

Capítulo curto, mas delicioso! O importante é que avance num ritmo que não a prejudique. Deve cuidar bem das mãos, para seu próprio bem e de todas as suas leitoras!

Adorei Arlissa!

Beijos,

Bruna

 


Resposta do autor:

Bruna querida,

Elena está à deriva. Quer uma coisa mas nao entende muito a força desse desejo e para complicar aparace o tal do William rsrssrs

Se ela vai seguir o flow e perder o interesse é o que veremos rsrsrs

Cama? A sério que pensaste nisso? Nada a ver rsrsrs, pelo menos nao naquele momento. Na minha opiniao seria desastroso. Nada de atropelos...

O capitulo 17 ou 18, ja nem sei mais qual vou escrever a seguir rsrsrs terá coisas interessantes rsrsrs

Abraço e muito obrigada

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Irinha
Irinha

Em: 03/09/2020

Que grega danada. Não vai deixar a Joy escaparkkkkk


Resposta do autor:

Rsrsrs, vamos ver quem é mais danada.

Bjs

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preguicella
preguicella

Em: 03/09/2020

Gente, Elena me surpreendeu, não esperava que ela fosse despejar tudo sim sem filtro. Amei! hahaha

Cuida dessas mãos, elas são muito importantes pra gente!

Bjão
Resposta do autor:

Olá,

Elena é uma coisa, a Joy é uma coisa e ai ai ai rsrsrs

Muito obrigada.

Bjs

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