Ricardo se encostou à janela do seu apartamento e começou a reparar no movimento das pessoas na rua. Tudo parecia muito calmo, mas sobre ele, não poderia dizer o mesmo.

As roupas e cabelos desalinhados demonstravam que não havia tido um bom dia. Não iria trabalhar, não tinha condições para ver ninguém naquele dia.

A culpa lhe corroía por dentro...

Sua mãe havia o perdoado, contudo, não estava sabendo viver com os fleches que invadiam a sua mente.

Sentiu a sua boca secar. Precisava de algo para molhar os seus lábios ressecados. Ele sabia que o seu desejo não era por água.

Apertou as suas pálpebras com força. Queria acabar com o vício que começava a surgir, mas parecia que mais nada fazia sentido em sua vida. Ele havia conseguido destruir tudo por conta de uma vingança.

Já não pensava mais em Sófia, isso fazia ele se dar conta de que nem amor por parte dele existia. Será que era obsessão?

Respirou fundo e foi até onde guardava as bebidas.

Encheu um copo com uma bebida que desceu queimando por sua garganta.

Sentou-se no sofá. De lá, observou o seu celular tocando na mesa de centro, era Paola que nos últimos dias estava o ajudando muito e sempre ao seu lado.

Poderia tentar reatar aquele relacionamento, no entanto, nos últimos dias percebera que não estava sendo bom nem para ele mesmo, quem dirá para outra pessoa. O que ele não podia era deixar alguém sofre por entrar demais em sua vida bagunçada.

O celular parou de tocar...

— É melhor assim. – Tomou todo o líquido do copo e sentiu as lágrimas quentes escorrendo pelas laterais de sua face.

_*_

Raquel saiu do trabalho e não conseguia não pensar na conversa que havia tido com Paola. Para ela, aquela mulher de volta não era um bom sinal, mas tinha que confessar que a morena havia mudado muito.

Paola sempre carregou consigo um ar sedutor e que ninguém poderia lhe abalar, todavia estava muito diferente. Será que a morena havia mudado nesses últimos anos?

— Bom... talvez ela queria mesmo voltar para Ricardo.

Pensar em Ricardo, fez Raquel se lembrar de que algo estranho estava acontecendo. Ricardo escondia algo que até Paola parecia saber, menos ela.

Ficou se questionando por alguns minutos até que resolveu ir para casa, pois naquele dia teria que levar os peludos ao veterinário.

_*_

Era o período da tarde quando Sófia passou pela sala de Ricardo e mais uma vez não o encontrou. Estavam sendo frequentes as faltas do engenheiro e isso não era nada comum.

— O que será que Ricardo anda escondendo? – perguntou-se e foi direto para a sala da amiga. Quando abriu a porta, deparou-se com Amanda que olhava e alisava a barriga. – Chamei, mas você pareceu não me escutar.

— Ahh... estava aqui conversando com o bebê – disse com brilho nos olhos. – Aconteceu alguma coisa? – Notou uma feição preocupada na amiga.

— Ricardo. — Sentou-se em uma cadeira. – Ele não veio hoje.... Ele está muito estranho, Amanda.

— Desde que vocês terminaram que ele está assim. Não é de se admirar.

— Sim, eu sei, – Balançou a cabeça algumas vezes. – Mas sinto que há algo.

— Você acha que ele está aprontando algo contra você e Raquel?

— Não – disse após pensar por alguns instantes. – Ele foi muito sincero na nossa última conversa.

— Bom... Sófia, eu não sei aonde você está querendo chegar com isso – Amanda falava e mantinha a mão sobre a barriga.

— Nem eu. – Percebeu que mesmo que pensasse, ela nunca chegaria a uma boa conclusão. Ela teria que saber o que havia levado a isso. – No dia que Rita caiu da escada, ele aceitou muito facilmente o que eu lhe disse.

— Ele pode ter repensado em sua vida depois disso – comentou.

— É... pode ser, mas a história de Rita sempre foi muito estranha.  — Sófia se deu conta de que nunca havia perguntado a Raquel sobre como tudo realmente havia acontecido.

— Sófia, você acha que Ricardo fez algo? – Amanda indagou surpresa.

— Eu não sei. – Levantou da cadeira. – Mas se for isso mesmo, a família de Raquel foi muito injusta por não ter dito nada, já que ela sofreu tanto e se culpou. – Sófia começou a alterar seu tom de voz.

— Amiga, não podemos afirmar nada sem ter certeza.

— Eu vou investigar, Amanda, e descobrirei a verdade – disse decidida.

_*_

Era sexta-feira à noite, Norma estava acabando de arrumar as suas coisas. Logo Laura iria a buscar para irem para a casa da médica.

Como combinado, iria passar o final de semana na casa da namorada e no domingo, Raquel, Sófia e os peludos iriam passar o dia lá.

— Será que estou bem? – Começou a se olhar no espelho, balançando as pontas do vestido que estava usando.

Naquele momento, estava com um vestido de alça verde que tinha um decote chamativo. A verdade é que ultimamente estava se preocupando demais com o que estava usando.

Queria ficar cada vez mais linda para a mulher que amava. Sim, amava Laura. Estar com a doutora parecia que trazia uma magia para o momento. Tudo ficava perfeito e se tornava inesquecíveis.

O som de campainha começou a tomar conta do ambiente.

— Laura. – Pegou a mochila que estava sobre a cama e se encaminhou para sala.

Ao abrir a porta, ela se deparou com uma bela mulher.

— Será que estou atrasada? – Laura indagou enquanto reparava em cada detalhe do corpo de sua namorada.

Com os olhares da médica, Norma sentiu todo o seu corpo esquentar.

— Claro que não. – Deu um selinho rápido em Laura e deu espaço para que a namorada pudesse passar.

Enquanto Laura passava por si, Norma suspirou. A médica estava usando uma calça preta bem colada ao corpo e uma camisa branca com um decote bem provocante.

— Pensava que iria levar mais coisas – Laura comentou ao observar a namorada fechar a porta.

— Bom... estou levando o necessário para passar um final de semana.

— Ahh... pensava que iria ficar mais... depois daquele dia, eu achei que você iria querer mais.

Norma sorriu.

— Você é muito apressada. Foi sempre assim? – perguntou ao se aproximar de Laura que estava encostada no sofá.

— Não. — Balançou a cabeça algumas vezes e segurou a cintura da advogada, puxando-a para mais perto. – Isso é só com você.

— Bom... esse discurso não me convence. Você pode muito bem ter dito isso a todas – disse enquanto reparava no decote da médica.

Laura riu de uma forma gostosa.

— Você é muito desconfiada. – Tocou a face de Norma. – Mas nunca falei isso a outra pessoa. Essa pressa toda é somente com você.

— Temos que ir com calma.

— Mais? – Laura deslizou a sua mão para a nuca da ruiva, puxando-a para um beijo. – Eu estou indo devagar. – Mordeu o queixo. – Tô com pressa? — Beijou o canto da boca.

— Você é uma tentação – comentou quando sentiu uma das mãos de Laura deslizando para debaixo de seu vestido.

— Sou? – Mordeu o lábio inferior e deslizou a língua por toda a superfície macia. Sentiu o corpo de Norma estremecer com sua ousadia. Queria não ser tão direta, mas era impossível ver sua namorada e não quer amá-la.

— Muito. — Norma entreabriu os seus lábios e sentiu seu íntimo se contrair quando Laura ch*pou seu lábio inferior, mordendo-o em seguida.

Sentindo todo seu corpo vibrar com aqueles toques delicados, Norma beijou os lábios de Laura com urgência. Aquela mulher era a tentação em pessoa.

Enquanto se mantinha no beijo, Norma sentiu a mão da namorada pressionando uma de suas coxas.

— Me deixa ter você. — Laura virou os seus corpos, fazendo com que Norma se apoiasse no sofá.

— O que você tá fazendo? – Norma indagou ao sentir o coração disparar no peito.

— Algo que você vai gostar muito. – Segurou a face da ruiva com as suas mãos e voltou a beijar aqueles lábios. Enquanto fazia isso, passou a mover os seus quadris contra o corpo da advogada.

Norma sentindo aquele roçar de corpos, segurou na cintura da amada com força.

— Laura – disse quando a médica passou a beijar o seu pescoço com urgência.

— Diga – Laura moveu a alça do vestido da amada para o lado e depositou um beijo ali. – O que você quer de mim? – Escorregou a mão pela lateral do corpo da ruiva e voltou a invadir a saia do vestido com sua mão. – Quer o que de mim? – Tocou o fino tecido com a ponta de seus dedos e observou a reação exposta na face da namorada.

— Quero te sentir. — Mordeu os seus lábios e abriu mais suas pernas.

— Quer devagar ou rápido? — Beijou o pescoço de Norma e desceu para os seios tentadores. Enquanto beijava o colo de Norma, Laura ficou tocando sobre o tecido que cobria o íntimo da amada.

— Não me faça esse tipo de pergunta. – Puxou a face de Laura para junto da sua. Voltaram a se beijar.

Com isso, Laura se sentiu incentivada a continuar. Afastou para o lado o fino tecido e começou a procurar a entrada que tanto amava.

Ao achar, deslizou um dedo e segurou nas costas da amada, pois ela parecia estar perdendo o equilíbrio.

Mantendo-se no beijo, Laura começou a fazer movimentos de vai e vem lentos. Depois de um tempo, colocou mais um dedo e sentiu o seu corpo se apertar nos braços da ruiva.

Quando percebeu que não aguentaria conter os gemidos, Norma abandonou os lábios da médica e passou a gem*r baixo. Parecia que todo o seu corpo estava vibrando naquele ato.

Laura penetrava devagar, parecia quer a torturar. Norma já ansiava mais.

Quando sentiu as paredes do íntimo de Norma se contraindo, Laura passou a mover os seus dedos mais rápidos e não demorou muito para sentir algo quente deslizando por seus dedos.

— Será que agora posso te pedir para ficar mais comigo? – Laura pediu após ficarem um tempo abraçadas.

— Vou pensar em seu caso. – Norma abraçou forte a outra mulher. Será que estava ficando sem juízo? Estava morrendo de vontade de ficar a vida toda naqueles braços.  – Meu Deus, eu estou completamente apaixonada. Logo estou fazendo o mesmo que Raquel — pensou.

Fim do capítulo