A Eva tinha almoçado com a Quézia na casa dos pais da agente, mas como não ficava muito longe do seu prédio resolveu dá uma passada no seu apartamento para pôr um pouco mais de ração, e água para a sua gata, pois pretendia ir na casa dos pais do Júlio depois quê terminasse o seu expediente no final da tarde, para prestar as condolências, e se informar do horário do sepultamento.

Quando abriu a porta do seu apartamento para voltar a delegacia estancou com o quê viu, e pôs a mão na boca, para não gritar do susto. A Ayla estava num beijo para lá de quente com a sua chefe a delegada Alanis, no meio do corredor. A Eva fechou um pouco a porta, mas não conseguiu parar de olhar. Elas pareciam querer se engolir, quase não paravam para respirar, só se soltaram quando o elevador chegou; mas antes da Alanis entrar nele ainda deu uma ch*pada nos lábios da Ayla quê soltou um gemido.

- Qualquer coisa me liga meu anjo! - A Eva ouviu a Alanis falar com a voz ofegante antes das portas do elevador se fecharem, e a Ayla entrar no apartamento dela encostando a porta devagar.

A Eva esperou dez minutos para poder chamar o elevador de volta, pois o seu coração batia descompassado, as suas pernas tremiam, e o pior,ela sentia quê a sua calcinha tinha molhado. Nunca imaginou quê a Dra também gostava da coisa, se bem quê ela e a Letícia moravam juntas, e a Alanis era divorciada. "Será quê as duas são um casal, e a Alanis está traindo ela com a Ayla?" A Eva se perguntou. - se for, a Letícia bem quê merece um par de chifres, pra deixar de ser safada. Ah quer saber, dane-se, não tenho nada quê ocupar a minha mente com isso!" A Eva falou para si mesma irritada e entrou no elevador.

Quando finalmente parou o carro no estacionamento, deu graças a Deus ao vê quê a Alanis já estava saindo acompanhada do Ramirez e do Ângelo Corrêa, mas ao entrar em sua sala se arrependeu de não ter tirado a tarde de folga como a Alanis sugeriu.

- Posso saber o quê a senhorita está fazendo na minha sala? E sentada sobre a minha mesa? - A Letícia franziu a testa ao perceber quê a outra estava irritada deveras com ela, mas não se intimidou.

- Boa tarde! Eu estava te esperando loirinha brava. - a Eva pôs as mãos nas cadeiras.

- Você é muito abusada! Vamos levante da minha mesa, e me diga logo o quê quer? - a Letícia sorriu.

- Eu quero muitas coisas loirinha; mas vamos começar digitando todas essas anotações da Alanis no computador, e depois imprimindo para mim. - a Eva fez um bico enorme ao notar quê a outra estava lhe provocando ao não descer da sua mesa como ordenou; sentou na cadeira atrás da mesa, e de cara fechada começou a digitar o quê a outra lhe ditava.

- Evinha, eu posso saber que bicho te mordeu? - a Letícia perguntou quando recebeu as anotações impressas.

- Não! Já fiz o quê me pediu agora saia! - uma das qualidades da Letícia era ser bem persistente.

- Cara, o quê eu fiz prá você ficar assim brava? Eu só saio desta sala quando me dizer! - a Letícia falou e viu os olhos claros da Eva se estreitarem.

- Não tenho quê te dá satisfação. Você não sai, saio eu! - a Eva falou, saiu rapidamente da sala, e foi em direção ao vestiário feminino. A Letícia imaginou quê a Eva fora até lá usar o sanitário, e depois de deixar os papéis trancados numa gaveta em sua sala seguiu atrás dela.

- Eva, você só sai daqui quando me disser o quê foi que te fiz! - a Letícia falou encostando na porta do vestiário fechada atrás de si.

- Você é muito atentada, e cara de pau! A tua mulher sabe quê você fica flertando com outras pelas costas dela? - a Eva respondeu irritada com a insistência da outra.

- Quê mulher Eva? Não estou entendendo! - a Letícia questionou confusa.

- A Dra Alanis, vocês não moram juntas? - a Letícia não se conteve; "então era isso, a Eva teria não se sabe por quê chegado a conclusão de quê ela e a Alanis teriam um romance, e ficara enciumada." Pensou consigo e explodiu numa gargalhada, quê deixou a Eva assustada.

- Quê loucura é essa Evinha? Então você está com ciúmes de mim é isso? Pensas quê eu e a Alanis somos um casal? Olha, se a Alanis não fosse minha amiga, e irmã do coração, juro quê iria alimentar esse ciúme teu! - a Eva tremia de raiva, pois acabou ficando ridícula diante das conclusões da outra, mas não iria admitir quê aquilo era ciúmes.

- Eu com ciúmes nunca, pois não gosto de mulher! O meu negócio é homem! Eu só acho feio você ficar se flertando descaradamente. - a Letícia se aproximou da Eva.

- Você mente muito mal senhorita. Confessa quê ficou com ciúmes de mim com a Quézia, e agora não sei por que com a Alanis. Você pode até gostar de homem, mas eu sei quê não é indiferente a mim. - a Eva arrepiou-se inteira quando ouviu aquelas palavras bem próximas do seu ouvido, mas não daria o braço a torcer.

- Você é muito petulante garota! Eu tenho é nojo de pessoas como você! Vá atrás da Quézia, ou qualquer outra e me deixe em paz! - a Letícia ficou enfurecida com as palavras da Eva, e ser empurrada para liberar a passagem da outra foi o estopim para perder a paciência.

- Eu sei quê você está mentindo, mas já quê quer assim; eu vou te mostrar o lado impaciente da Letícia Soares! - de mão nas algemas a Letícia prendeu rapidamente os pulsos da Eva para trás.

- O quê vai fazer, está louca? - a Eva reclamou ao se dá conta quê estava algemada.

- Eu estou louca por você loira! Você é irritantemente excitante! - a Letícia falou, beijou o pescoço da Eva quê tentou esquiva-se, mas acabou encurralada na parede, e sendo prensada pelo corpo da maior quê colocou uma das coxas entre as suas fazendo pressão em seu sex*, quê deu uma fisgada.

A Eva ficava cada vez mais arrepiada com os beijos molhados da mulher em seu pescoço. - Por favor, não faz isso, me solta! - pediu já ficando ofegante.

- Hum! Está melhorando, já está pedindo por favor. - a Letícia sussurrou de forma provocante no ouvido da outra, e acariciou os braços sentindo os pelos eriçados. - confessa quê você me quer loirinha, e eu te solto! - Os corações batiam descompassados.

- Não! Eu tenho nojo! - a Eva tentou falar, mas saiu como um gemido, ao senti a outra se posicionar por trás dela.

- Mentirosa, está toda excitada! Você pode falar o quanto quiser quê está com nojo, mas o teu corpo literalmente quer o meu. Eu vou te deixar louquinha, e fazer você implorar pra fazer amor comigo. - Com uma das mãos a Letícia acariciava os seios da Eva por cima da blusa os sentindo completamente endurecidos pelo desejo, enquanto a outra deslizava até o cós da calça, abria o botão, abaixava o zíper, e tocava na calcinha de renda.

- Por favor Letícia não faz assim! - O corpo da Eva tremia, até a voz saiu trêmula, e um pouco chorosa; e aquilo fez o coração da Letícia bater mais forte.

- Tudo bem coração, o teu desejo é uma ordem! - a Letícia parou satisfeita ao senti o quanto a calcinha da outra estava molhada. Subiu o zíper, abotoou a calça, retirou as algemas dela, e a virou para si. - me desculpa, mas você não facilitou. - A Eva esfregou os pulsos levemente, foi até a pia, e lavou as mãos.

- Você é uma filha da puta desgraçada! - a Eva falou e espalmou a mão com toda força no rosto da Letícia, saiu batendo a porta, trancou-se em sua sala e caiu no choro.

Enquanto isso a Letícia lavou o rosto quê ardia do tapa quê levara, depois olhava-se no espelho e dizia pra si. "Você é mesmo um filha da puta, mas desgraçada não! Ganhou um belo tapa, e quê mão pesada da tua loirinha hein!" A Letícia foi para a sua sala trabalhar na investigação quê estava por vim com um sorriso nos lábios.

A Eva chorou muito trancada em sua sala, sentira raiva de se mesma por ter sido tão fraca, dera aquele tapa na Letícia, mas tinha vontade de estapear a si mesma para deixar de ser trouxa. A Letícia a humilhara para mostrar quê tinha poder sobre ela. A fez desejá-la de uma maneira estúpida. O quê Eva não entendeu foi o porque da Letícia a soltar tão rápido apesar de constatar quê a deixara excitada.

Aquela semana passou corrida para todos inclusive para a Alanis, e a Ayla quê conseguiram se falar poucas vezes, e se viram apenas mais uma vez durante alguns minutos na cerimônia da cremação do corpo do Júlio. A Alanis conseguira dá andamento nas investigações sobre a morte do rapaz,;  já se sabia pela perícia quê os ferimentos foram feitos depois quê o moço falecera, mas os resultados dos exames conclusivos só estariam prontos depois de dois a três meses.

O tal Pezão evaporara dos lugares onde fora visto pela última vez, e isso só levava a investigação para uma linha de raciocínio, ele tinha alguma culpa no crime, e sabendo quê houve testemunhas quando ameaçou a vítima, imaginou quê a polícia o estava caçando para prestar depoimento, e como não tinha a ficha limpa resolveu se esconder por algum tempo. Apesar da Alanis manter as investigações em sigilo, sabia quê de alguma forma as informações vazavam. A Letícia, e o Ramirez disfarçados de turistas passaram a vasculhar a praia em horários alternados, o quê resultou em algumas prisões em flagrantes por tráfico de entorpecentes.

Depois do ocorrido no vestiário, a Eva evitou está a sós com a Letícia, e só lhe dirigia a palavra quando estritamente necessário. A Letícia por sua vez, cheia de trabalho nas investigações e passando mais horas fora da delegacia, não teve teve tempo de prestar muita atenção na loira o restante da semana; apesar de ter convicção quê estrapolara nas provocações.

O final da semana chegara, e no sábado a tarde a Letícia viajou até Jaboatão, pois pretendia resolver umas pendências na cidade, e pegar a sua moto quê deixara em manutenção na oficina de um amigo; possivelmente retornaria somente na segunda-feira pela manhã, pois pretendia ir até a fazenda dos pais da Alanis passar o domingo com eles.

***

A Ayla andava de um lado para o outro na sala do apartamento enquanto aguardava o táxi quê a levaria até a rodoviária; mas o quê a inquietava era não ter tido coragem de falar com a Alanis sobre a viagem até Petrolina, agora ansiosa com a proximidade começara a pensar quê devia pelo ao menos ter comentado com ela.

- Para com isso criatura! Assim você vai fazer um buraco nesse piso, e cair na sala do vizinho; sem contar quê está me deixando tonta! - A Kika reclamou enquanto os outros amigos apenas a observavam.

- Eu acho um absurdo você não querer quê nenhum de nós te acompanhe até a rodoviária! E é uma injustiça não contar para a delegada quê vai viajar sem data de retorno! - o Tico falou se mostrando chateado.

- Gente, pelo amor de Deus, eu não estou indo embora pra sempre! E quanto a Alanis não me deixem mais triste do quê estou! - a Ayla falou sentando numa poltrona.

O táxi chegara, os amigos se despediram alí mesmo na sala, e apenas o Dico desceu com a Ayla até a portaria carregando a sua mala e uma mochila.

- Boa viagem menina! Vá com Deus! - seu Juvenal falou da portaria.

- Quer dizer quê a senhorita iria viajar sem me dizer nada! - a Alanis falou surpreendendo a Ayla quando pisou na calçada procurando pelo táxi quê não existia. A Ayla olhou para o Dico quê deu de ombros, cumprimentou a delegada, pôs as bagagens dentro do carro dela, e despediu-se da amiga com um abraço apertado.

- Desculpa, eu fiquei sem coragem de te contar, na verdade tive dúvidas se era importante pra você. - a Ayla falou completamente envergonhada, sem conseguir encarar a outra.

A Alanis dirigiu em silêncio, sentia-se chateada pela Ayla achar quê não era importante compartilhar informações da sua vida para com ela, mesmo quê fosse um comentário casual. No entanto entendeu quê talvez a garota estivesse certa, afinal elas não tinham um relacionamento sério, foram apenas alguns beijos, então pra quê dá satisfação.

Enquanto a Alanis dirigia a Ayla a observava de soslaio, e percebeu quê a mulher ao seu lado ficara magoada com a sua atitude; pois não dissera uma única palavra após ouvir a sua resposta. Quando o carro parou no estacionamento da rodoviária o coração da Ayla apertou-se, uma angústia tomou conta de si, e uma vontade imensa de chorar fez as lágrimas descerem incontroláveis.

A Alanis soltou o cinto, e puxou a garota quê também retirara o seu para junto de si. - Eu sei quê nos conhecemos a bem pouco tempo, e não temos nada definido, mas as nossas vidas se estreitaram, os teus amigos se tornaram meus amigos, e eu quero quê saiba que és importante para mim. Até o meu filho que só esteve contigo uma vez fica perguntando quando te levarei lá em casa novamente. - Com aquele carinho e aquelas palavras a Ayla chorou mais ainda.

- Eu vou para Petrolina tentar encontrar a minha mãe e os meus irmãos, e vê se consigo trazê-los para cá. A Ayla fez um breve relato do seu roteiro, pois não daria tempo de entrar em detalhes, mas deixou a Alanis ciente de quê ela corria algum perigo, caso o ex padastro a encontrasse por lá.

Elas trocaram alguns beijos dentro do carro, e só desceram meia hora antes do embarque. - Se eu pudesse iria contigo. Assim quê chegar em Petrolina me ligue, não importa a hora. - a Alanis falou ao abraçá-la, antes dela entrar no ônibus.

Eram cerca de doze horas de viagem do Recife a Petrolina num ônibus, e mais ou menos uma hora até Cristália. Como a Ayla não sabia sobre os horários de transportes para ir de Petrolina até Cristália, ficou hospedada numa pousada em Petrolina no domingo, e lá obteve as informações quê precisava, e fez reserva numa pensão em Cristália quê pertencia ao mesmo dono da pousada, e partiu num transporte alternativo na segunda-feira. 

***

Depois de um final de semana trancada em seu apartamento, sem querer conversar com ninguém a Eva arrastava-se pelos cômodos sem um pingo de vontade de ir trabalhar naquela delegacia. Depois do seu ex noivo ninguém nunca mexera em sua libido daquele jeito quê a Letícia fizera; ficara indignada com a ousadia da outra, mas sabia quê não conseguiria impedi quê ela consumasse o ato de penetrá-la; pediu quê ela não o fizesse, mas vergonhosamente admitia para si quê queria quê a Letícia não tivesse parado; agora sentia vergonha até de olhar para a outra; queria conversar com alguém, mas naquele momento só servia se fosse a sua irmã quê estava viajando a trabalho, e já tinha uns três dias quê não ligara. Felizmente ao entrar na delegacia só encontrou o Diogo e o Patrício.

- Bom dia. - falou sem ânimo.

- Bom dia! - os rapazes responderam. 

- Colega quê cara é essa, os outros bebem e a senhorita fica de ressaca? - o Diogo brincou.

- Eu acho quê vou pedi a antecipação das minhas férias, me sinto muito cansada. - a Eva falou séria.

- Amiga, eu acho quê você precisa saí na noite com a gente, e se divertir um pouco; a Quézia estava preocupada contigo pois não atendeu a ligação dela ontem, e nem respondeu as mensagens. Nós saímos no sábado, mas só demos uma volta na orla, e paramos num barzinho onde a Quézia, e o Diogo tomaram uma cerveja, e como eu parei de beber fiquei só no suco. Devido ao ocorrido declinamos a idéia da boate GLS, a Letícia não foi com a gente porque viajou pra Jaboatão, a nossa chefe não bebe, mas não quis nos acompanhar porque teria um compromisso. - Patrício fez o relato, e a Eva remexeu-se na cadeira quê sentara na sala de reuniões ao ouvir o nome da outra.

- Aproveitei o final de semana para dá uma boa limpeza no apartamento, e realmente deixei o celular de lado, mas já respondi as mensagens da Quézia, aquela lá é uma exagerada; trabalhamos a semana inteira juntas, não sei porque esse grude! - o Diogo e o Patrício riram.

- A Quézia é doida por você Eva, porque não dá uma chance pra ela agora quê as duas estão solteiras? - a Eva fez uma careta de descontentamento com a fala do Diogo.

- Primeiro eu não curto mulher, segundo a Quézia é como uma irmã pra mim, e terceiro eu vim aqui trabalhar, e não consultar um conselheiro amoroso. - os rapazes se divertiam com o jeito da colega se saí das sugestões, mas o quê ela não sabia é quê o Diogo percebera a tensão dela ao ouvir falar na Letícia.

- Engraçado, eu pensei quê uma certa investigadora tinha feito você mudar de lado; pois vou te contar, a mulher é toda linda, precisa vê aquele corpão malhando na academia, e a nossa chefe com todo o respeito é um avião. - A Eva engoliu em seco após ouvi o Diogo. E ficou imaginando o corpo sarado da Letícia apenas de top e bermuda elástica malhando nos aparelhos da academia; lembrou da pressão da coxa dela entre as suas pernas no vestiário, e sentiu o seu sex* dá uma fisgada igual naquele dia.

- Bom dia colegas, desculpem o pequeno atraso! - a Alanis entrou na sala acompanhada da Quézia, e do Ramirez. - Diogo, hoje você e o Ângelo irão ficar de campana lá na praia, em hipótese alguma abandonem os postos, se um precisar ir no banheiro, o outro fica, não podem os dois se distraírem, se verem algo suspeito comuniquem a central, mas não entrem em ação. O Ângelo me ligou cedo, dizendo quê irá direto para lá pois teve quê resolver um assunto de família. Ramirez, aguarde a Letícia chegar, pois da hora quê ela me ligou não vai demorar. - 

Assim quê o Diogo saiu, a Letícia entrou apressada na sala. - Bom dia! A essa hora da manhã e o trânsito aqui no centro está infernal! - a Letícia falou sentando numa das cadeiras.

- Letícia, sente com a Eva e faça esses relatórios pra mim! Ramirez vá com a Quézia na casa dos pais do Júlio Ornelas e tomem o depoimento deles, e você Patrício me aguarde no carro quê já saímos. - Assim quê todos saíram restando apenas as três na sala a Alanis soltou. - Eu vou deixar vocês duas juntas porque notei quê mal estão se falando, então seja lá o quê for resolvam, pois não quero quê assuntos pessoais interfiram no bom desempenho de vocês. - a Alanis saiu da sala deixando as duas sem graça.

A Letícia respirou fundo ao notar o quanto a Eva demonstrou está envergonhada. - Eu peço desculpas, ou melhor me perdoe por ter agido daquela forma contigo. Se eu pudesse voltar atrás juro quê não faria assim. - A Eva percebeu a sinceridade no olhar da outra, também não estava mais com raiva, e sim envergonhada.

- Tudo bem, vamos deixar isso prá lá, e focarmos no trabalho. - A Eva disse depois de um longo suspiro, pegou a papelada quê a Alanis deixara sobre a mesa, e levantou seguindo para a sua sala.

As duas se concentraram no trabalho; enquanto a Eva digitava a Letícia ia ditando o conteúdo pra ela. Quando deram por si já chegara a hora do almoço. - Eu acho quê devemos parar por aqui, pois estou faminta! - A Letícia rompeu o silêncio de um diálogo.

- Vá indo enquanto eu termino de concluí aqui, salvar os documentos num arquivo, e enviar para a Dra Alanis. - A Eva respondeu, e a Letícia saiu apressada.

Alguns minutos antes da Eva deixar a delegacia no finalzinho da tarde chegou um rapaz com um lindo buquê de flores procurando por ela. - Dona Eva assine aqui por favor, essa entrega é para a senhora. -  Quando ela abriu o cartão estava escrito:

"Janta comigo por favor, te espero as dezenove horas na portaria do teu prédio." L.S.

***

A Azira voltara do sítio na segunda-feira bem cedinho, deixara algumas coisas em casa e seguira para a escola; se sentia feliz, e cheia de esperanças. Dias antes de ir para o sítio, um comentário na sua publicação lhe chamara a atenção.

"Mesmo com a tristeza da ausência, acredite na alegria de um reencontro." A.H. Quem comentara fora um rapaz cujo nome era Afonso Oliveira "Dico". 

No perfil constava que ele vivia em Recife. Azira olhou algumas fotos em destaque, mas em nenhuma delas encontrou alguém parecida com a sua filha, mas o seu coração de mãe bateu forte com aquele comentário, e o Paulo quê era cheio de fé afirmara quê alí era a reposta da filha dela através da conta do amigo, pois a abreviatura do nome como suposto autor da mensagem não deixava dúvidas. Diante daquela resposta a Azira propôs em seu coração; quê assim quê os meninos e ela entrassem de férias, o quê aconteceria dali há três meses, ela iria viajar para a capital, e tentaria encontrar a Ayla; não sabendo ela quê a filha estava já tão perto de si.

Quando a Azira voltou para casa naquela tarde, levou um baita susto; pois viu quê a pintura do muro fora lavada, e reavivada. Com o coração aos pulos ela bateu palmas chamando a vizinha. - Dona Tetê, quem renovou essa pintura no teu muro? - A Azira perguntou assim quê a mulher apareceu no portão.

- Minha filha, eu também queria saber; quando cheguei agora a pouco encontrei assim. Deixa os meninos chegarem da bola quê eu pergunto. Ficou linda não foi? - A Azira balançou a cabeça, olhando as iniciais bem avivadas.

- Dona Lucy, boa tarde! A senhora viu algum movimento, digo alguma pessoa diferente aqui na rua? - A mulher olhou para a Azira assustada, já pensando quê o traste do Bruno poderia ter aprontado algo.

- Boa tarde filha, não! Ah! Só uma moça quê lavou a pintura do muro de dona Tetê, e depois reavivou as cores. Não cheguei a vê o rosto dela direito, pois usava boné e óculos de sol. Só sei quê é bem morena, quase negra, e bem mais alta quê a senhora. Os meninos da dona Tetê conversaram bastante com ela. O Ailton perguntou daqui do portão se ela poderia ensiná-lo a fazer, então ela aproximou, mas quando viu as crianças pareceu assustada, e logo foi embora, mas disse quê sim. - dona Lucy falava sem parar, e nem notou quê a Azira chorava copiosamente.

- Foi ela dona Lucy, a minha Ayla, a minha princesa voltou! - dona Lucy ficou sem entender, mas acolheu a Azira num abraço.

- A moça disse para o Ailton quê o nome dela era Princesa. - a Azira chorou mais ainda ao ouvir aquilo.

Fim do capítulo