Inconstante por LaiM
Capitulo 42 Final, parte 2
5 meses depois....
Emme abriu o portão de sua casa. O óculos escuros mostrava que mau pregara o olho na noite anterior. Ainda estava com sono, o ensaio fotográfico tinha sido perfeito, porém puxou muito de si. Dois dias trocando de roupas, se quer deu tempo de ir ao galpão para ver as novas peças de roupas que tinha encomendado. Assim que estacionou foi para seu quarto, assustou-se ao ver a porta de seu guarda roupa aberta e uns pés levantado parecendo alcançar alguma coisa.
_O que quer aqui no meu quarto?
_Oi irmã porticha, a tua mãe disse que eu ia encontrar uma toalha aqui. Eu não trouxe toalha.
_Tô sentindo tua catinga de longe, faz um mês que não toma banho?
Gustavo sorriu e de traquinagem pegou um sutiã dela e colocou sobre seus peitos.
_Me dar isso daqui garoto. – Esticou o braço e pegou a toalha. _Dar um fora daqui.
Vitor tinha pedido Fernanda em casamento e desde quando eles se casaram que a modelo tinha que conviver com o único filho dele. Gustavo, adolescente, 17 anos. O menino era marrento e vivia mexendo no que não devia.
Emme viu o rapaz invadir seu banheiro.
_A pia do outro banheiro tá entupida.
_Ah Gustavo, eu quero dormir. Sai. Mãeeee? – Emme chamou e o rapaz já estava ligando o chuveiro.
_Oi meu amor, como foi o trabalho?
_Exaustivo.
_Vamos chamar um encanador hoje, releva, por favor?
_Eu tô cansada, ele tá usando minha toalha, usa meu banheiro, vive mexendo nas minhas coisas. Por Deus mãe.
_Aprenda a dividir um pouco tuas coisas Emme.
_Ja faz três meses que eu divido tudo.
_Imagina se você tivesse um irmão mesmo que morasse aqui sempre com você.
_Dar um tempo. Eu preciso trabalhar daqui a pouco, quero só uns minutos de descanso e eu não posso trancar a porta do meu próprio quarto porque tem um rapaz ali dentro que passa mais de uma hora para tirar a barba... A pia vai ficar cheia de pêlos.
_E eu estou indo trabalhar agora. Meu amor, tudo vai se ajeitar. – Beijou seu rosto.
_Eu vou pra casa da Cacau. – Disse pegando uma bolsa. _Quando tudo se ajeitar eu volto.
_Emme, não há necessidade.
_Depois a gente se fala, tá bom? Mel, anda aqui. – Emme ajeitou uma pequena bolsa um tanto estressada e pegou mel no colo. _Te amo mãe. Mas eu preciso me preparar psicologicamente pra essas duas novas pessoas que estão morando aqui. A senhora sabe muito bem que eu gosto de ter meu espaço, sabe que fico louca quando minha bagunça sai do lugar e eu não quero ter uma crise por causa disso. Lá na cacau é tranquilo e quando a senhora ajeitar o que tem pra ajeitar eu volto, só me dar uma semana, tá bom?
_Mas não precisa ir pra lugar nenhum, tua casa é aqui meu amor. Só ganhamos dois integrantes, você não está feliz?
_Eu estou feliz por você mãe. Que bom que a senhora se casou, só que eu que sou o problema. Mas eu prometo que na próxima semana quando eu chegar já vou estar aceitando melhor os dois aqui dentro da minha casa.
_Nossa casa, filha.
_Nossa casa mãe.
Emme esperou o rapaz sair de seu quarto para trancá-lo. Despediu-se de sua mãe e foi para a casa da morena.
Emme sempre gostou de ser só, de conviver só ela e sua mãe. Buzinou e quando ela entrou viu Cacau fazendo exercícios com uma personal ao lado e Laura fazia natação.
_Oi, eu posso ficar aqui uma semana? – Perguntou sem jeito para a morena assim que lhe abraçou.
_Oi. Claro que pode, mas aconteceu algo? – Estava transpirando.
_Não. Eu só preciso da minha mente organizada. – Sorriu sem graça e tirou a mala do carro.
_Ivete, ajeita as roupas da Emme no closet, por favor.
_Obrigada Ivete. Eu vou banhar e dormir, cheguei do trabalho agora e nem troquei de roupa.
_Tá, vai lá. Tô terminando aqui e a gente conversa.
Depois que perdeu o concurso, Emme continuou o foco na sua empresa e tudo estava dando certo. Passou a correr com Cacau 3 vezes na semana e em seguida ia para a academia, quando voltava fazia algum casting e depois do almoço ia para o galpão que conseguiu comprar depois do acordo que a morena fez com o dono.
Cacau percebeu um estresse a mais de sua namorada naqueles meses que sua mãe havia se casado, ela dizia que era a rotina e com a mudança de Vitor e de seu filho, ela não estava conseguindo fazer tudo o que fazia, como andar de camisola, de shorts curtos ou convidar Léo para ficarem sentados no terraço, sempre aparecia alguém para incomodar.
_Eu posso está sendo chata, certo? – Disse quando entrou na banheira. Cacau pegou a ducha e jogou água em seu corpo ouvindo tudo. _E eu estou, mas é a minha casa Cacau. Eu quero comprar minhas cervejas e meus vinhos e deixar na geladeira e ninguém mexer. O Gustavo tá lá sempre, quando vejo está tudo aberto. O garoto é sem noção, mau educado, e eu não quero atrapalhar a felicidade de minha mãe. Eu e você sequer dormimos juntas lá, porque o pirralho sempre bate na porta e parece que é de propósito. Mas eu tranquei a porta do quarto, se eu não fico lá, ele também não.
_Será se você não está é com ciúmes?
_Não, você acha que é ciúmes?
_Bom, pode ser. Mas dê um descanso para sua mente, passa essa semana aqui e pode comprar teus vinhos e tuas cervejas, ok?
_Mas você entendeu o que eu quis dizer não é? O garoto é um completo mau educado mesmo. Ele nem pede permissão.
_Eu entendi meu amor. Já tomou café?
_Não – Levantou-se da banheira _e eu não quero, quero dormir. Me acorda antes do almoço, por favor? Vou no galpão e ainda tenho mais um casting.
_Tá ok, eu vou agora na agência. – Emme viu a morena se ajeitar, antes de vê-la sair agradeceu a hospedagem e disse que não iria incomodar.
_Você acha que eu estou sendo mimada? Você está de fora, pode me dizer o que acha disso tudo.
_Olha Emme, desde sua adolescência foi somente você e sua mãe e você ainda está se acostumando com a ideia do Vitor e do Gustavo na sua casa. Talvez você esteja sim sendo um pouco mimada, isso porque você sempre teve a casa e sua mãe só para você. Eles já estão lá há 3 meses, já era pra você ter se acostumado.
_Eu não sou uma pessoa que se acostuma muito fácil com as coisas, eu estou tendo dificuldades.
_Então, fica esses dias aqui e você nunca será um incômodo. Se você sentir falta vai, vai ser bom pra você e para eles. E também você deve está mais sensível porque teu aniversário está chegando. – Sorriu e lhe deu um beijo. _Mas vai ser divertido você ficar aqui esses dias, nunca ficou mais de três dias na minha casa, olha que hora boa para isso.
_Tá certo, pode ser isso mesmo. Eu não quero festa, reunir cinco amigos já está bom demais para mim igual ano passado que comemoramos um mês depois. – Emme arrepiou-se ao lembrar-se de como estava há um ano atrás. _Bom trabalho, amo você. – Se aconchegou e dormiu.
Emme não mudou nada em sua rotina. Fernanda lhe ligou mandando-a voltar para casa, disse que tinha conversado com Gustavo e que o rapaz tinha entendido e prometeu deixar as coisas da modelo em paz, só que Emme estava gostando de conviver com Cacau. Saia com ela sempre a noite, quando Laura tirava um tempo para estudar ou praticar suas costuras.
_Estou incomodando? – Perguntou um dia quando passeavam pela praia. Cacau sorriu.
_Fica mais uma semana, o que acha?
_Sinal de que não estou incomodando.
_Para de ser boba.
E Cacau viu Emme passar mais uma semana. As vezes via a modelo se ausentar no outro quarto que servia de hóspede, ficava de duas a três horas por dia sozinha. De início achou estranho, mas Emme logo explicou que aquelas horas era pra organizar seus planos, na qual ela estava inclusiva.
Foi um mês, depois dois meses e Juliana chegou com o barrigão ao lado de Isa. Já tinha feito sua mudança para Metropolis e procurou se estabelecer o quanto antes. Isa acompanhou toda sua mudança, disse até que ela poderia ficar com ela, enquanto organizavam o apartamento que tinha comprado.
_Isa é ótima, mas somos amigas. Ela ainda não superou a sacanagem que aquela lá aprontou, sabe? – Juliana disse enquanto Isa foi ao banheiro.
_Eu entendo completamente, mas ela vai superar, pelo menos a Isa sabe diferenciar um queijo gorgonzola de batatas. – Emme pegou uma frigideira e colocou sobre o fogão chateada.
_Bom, pelo menos Isa se saiu enquanto foi tempo, senão ele estaria aguentando alguém chato no seu pé direto.
Juliana olhou para as duas.
_Quer que eu pare de pegar no teu pé?
_Eu quero que você pare de reclamar, só isso. – Cacau disse baixando o tom.
_Batatas fritas? Eu gosto. Engordei cinco kg, mas me tranquilizo por saber que estou comendo por dois.
_Você está cada vez mais linda Juliana. – Isa disse quando entrou na cozinha.
_Ah, diz isso porque não viu meus pés inchados, mas obrigada pelo elogio. Agora vocês duas, o que está acontecendo?
_É bom você ligar para sua mãe e dizer que vai passar duas semanas no exterior.
_Eu ia passar era um ano Cacau, e porque você não trouxe o queijo que eu te pedi? Vou servir essas entradas como? Domingo a Ivete tá de folga.
_Eu frito as batatas. – Cacau se defendeu.
_Gente, eu tô falando com vocês. – Gritou Juliana. _calma. Eu vou perguntar novamente, por que estão estressadas? É somente eu e Isa, ok? Não precisa brigar, a gente pede uma pizza, sei lá.
_Vamos pedir pizza também, mas não estou comendo massas. Eu só pedi um queijo, ta aqui a lista que eu fiz. A única coisa que eu queria comer. – Juliana olhou com atenção para a lista.
_Vocês estão brigando por causa de um queijo?
_Pois eu vou sair essa hora da noite pra comprar esse queijo. – Pegou a chave do carro. _Droga. Devia ter me ligado, eu não entendo tua letra. Já ajeitou tuas coisas?
Juliana entendeu o motivo de a morena está chateada, não era por ter esquecido o queijo, mas pela viagem de Emme. A modelo pegou um trabalho grande e já tinha assinado o contrato.
_Coloca essa batata no congelador. Também não quero mais. Vem Isa, vamos ali comigo, por favor.
Cacau e Isa saíram. Juliana sorriu.
_Ah, vida de casado é tão bom. – Sentou-se. Emme passou a fazer as batatas que a namorada estava com vontade.
_E você não viaja Juliana, só estou passando algum tempo com ela. Enquanto a mãe resolve o que tem pra resolver.
_Algum tempo? Sabe quanto tempo vocês estão morando juntas?
_3 semanas?
_3 semanas? – Juliana sorriu. _Ah Emme, dois meses. Eu já estou no meu sétimo mês de gestação e Deus como esse menino não para quieto. – Passou a mão em sua barriga. _Calma filhinho, eu estou aqui, ok? Preciso respirar.
_A gente se dar bem, mas as vezes eu tenho vontade de esganar ela sabe? Dois meses com ela? Ela não é uma má companhia. Eu fico no quarto de hóspedes as vezes para deixar ela respirar também. Ele parou de mexer? Deixa eu ver. – Emme se aproximou e sorriu ao sentir a criança. _Nossa, deve ser incrível essa sensação.
_Você não tem ideia, é muito bom.
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No carro, enquanto Cacau colocava as compras comentou com Isa:
_Mulher as vezes é chato, olha ai a Emme, uma briga por causa de um queijo. Comprei 3 pra ver se ela me deixa de mão.
_Mas, você está assim por causa da viagem dela?
_Também! Dois meses que moramos juntas, ela foi para passar uma semana e olha só quanto tempo que está. Já me acostumei e eu sempre me estresso quando sei que ela tem que ir. Um ano e quatro meses de namoro, ainda não me acostumei com aquele jeito dela as vezes impulsivo, as vezes quieto, marrenta, briguenta, mimada. Mas eu amo... e você, me fala aí como anda as coisas com Juliana?
_Não sei se vai rolar. Ela me colocou na friendzone total e eu aceitei. Como sabe ela tá morando comigo, mas ela dorme no outro quarto. Mas logo vai se mudar para o apartamento dela.
_Leve uma rosa para ela. Saia da friendzone. A Juliana gosta também de você.
As duas voltaram para a casa. Cacau colocou o queijo em suas mãos e ainda lhe deu uma rosa.
_Desculpa a grosseria.
_Desculpa também brigar. Vou tentar melhorar minha letra quando eu fizer uma lista para você de compras.
_E eu vou ficar agradecida.
_Aposto que você não entende nem quando eu escrevo cartinhas de amor não é?
Cacau riu sem graça.
As quatros ficaram reunidas ao redor da piscina. Isa não teve coragem de entregar a rosa a Juliana e Cacau aproveitou um momento que estava a sós com Emme para contar esse bloqueio que as duas estavam tendo.
_Você sabe resolver essas coisas, eu não. Como você mesma disse, às vezes eu tenho até preguiça para beijar. Resolve você. – Cacau disse.
_Agora você concorda que tem preguiça para beijar?
_Só quando não quero trans*r.
_Bom saber disso. – Abriu o vinho e voltou para a mesa. _Acredita que a Cacau acabou de me confidenciar que só me beija mesmo quando quer trans*r?
_Epa, você está desconversando, eu não disse isso. Quando eu não quero trans*r eu evito beijos. Mas como que eu não vou gostar do beijo da melhor namorada do mundo? Do melhor beijo do mundo? – Fechou os olhos e recebeu um selinho de Emme.
_E vocês? – Emme quis saber.
_Nós o que? – Isa disse nervosa.
_Já estão se beijando? Porque química vocês têm e muita.
_Emme, vai deixar elas envergonhadas. – Cacau manteve-se seria ao dizer aquilo.
_Ah amor, só um selinho. Amigos dão selinhos. – Ao dizer isso deu um selinho em Juliana. E Cacau dera um em Isa. Cacau beijou novamente sua namorada e depois ficaram olhando para as duas.
_Um selinho não mata ninguém. – Isa disse e se aproximou de Juliana, que de início manteve distância, mas quando viu os lábios chamativos de Isa não resistiu e um selinho demorado lhe deu.
_Ah Deus, esse selinho eu dou é no meu inimigo. Tem que ter algo mais, sabe, apertado, com vontade.
Isa então tomou a frente e um beijo em Juliana deu, com mais vontade, como Emme havia mencionado.
Foi intenso e com vontade de provarem mais. Isa então tirou a rosa do bolso e lhe entregou.
_Eu comprei lá no mercado. – Disse tímida. Juliana ficou feliz.
_Ah é linda, obrigada Isa. – Segurou em sua mão e acariciou seu rosto.
_Você quer namorar comigo? – Isa fez o pedido, de repente. Estava nervosa, mas via em Juliana muitas qualidades. _Ai como eu sou apressada. É que eu já não estava aguentando mais ficar nessa frindzone sabe? Você é incrível, eu amo eu seu jeito manso de falar, eu gosto quando me liga só para perguntar como foi meu dia e por você ter tido a ousadia de ter um filho sozinha.
_Isa, e eu achando que você estava apenas sendo gentil por eu está grávida. Ah Deus, eu vou ter um filho, você tem certeza que quer namorar comigo? Olha, eu também gosto de você, você é calma, é linda, me olha com afeto e sabe jogar voleibol – olhou para Emme sorrindo _mas tem certeza do que acabou de pedir?
_Mais certeza do que essa eu nunca tive na vida.
_Podemos sim tentar. Mas eu sou muito organizada, diferente das minhas duas últimas relações.
_Eu nunca fui bagunceira. – Defendeu-se Cacau.
_Ah você é bagunceira sim e cabeça dura. – Emme disse e sorriu.
_Vocês que são chatas. E você as vezes se isola, eu fico sem entender.
_É coisa de geminiana amor. – Beijou sua boca e sorriu. _Mas eu amo teu jeito tá bom? Mas, nunca mais olhe para a bunda de nenhuma mulher quando a gente for para a praia, senão eu arranco teus olhos.
As três sorriram.
_Eu nunca olhei pra bunda de ninguém.
_Acho bom mesmo. E então, é oficial, estão mesmo namorando? – Olhou para as duas. _Isso merece um beijo grande de comemoração.
Juliana voltou a beijar Isa. Emme segurou a mão de Cacau e saíram um pouco da roda para deixar as duas mais à vontade. Foram para a sala e lá colocaram uma música e passaram a dançar.
_Eu te conduzo dessa vez. Aprendi aquele giro. – Cacau mostrou o giro.
_Olha, nada mau. Agora você vai segurar minha cintura e eu vou passar a mão no teu rosto delicadamente e sensualizar para te deixar mais apaixonada ainda.
_Mais do que eu sou? Impossível.
Emme então se aproximou e sentiu a mão de Cacau na cintura, como havia dito deslizou seus dedos sobre seu rosto. O cabelo solto, os lábios avermelhados e aqueles olhos claros, fez o coração da morena palpitar mais forte. Fechou os olhos e um beijo de amor lhe deu.
Cacau viu Emme viajar. Despediu-se já sentindo falta, mas esperava ansiosamente por sua volta. Emme deixava a casa animada, ela mandava Ivete preparar todo dia uma comida diferente e quando chegava da fábrica sempre tudo estava impecável. Cacau tinha o dinheiro e pensava que sabia comandar, mas estava enganada. Emme era perfeita. Mandava cuidar do jardim, fazia uma lista do que comprar, mesmo sua letra não sendo legível e seu quarto sempre estava limpo e fácil de achar as coisas, assim como o de Laura.
Foram dois meses de convivência, dois meses dormindo juntas. Dançando, ficando bêbadas, passeando, assistindo séries e filmes antes de dormir e sempre com programações diferentes, que também incluía Laura.
_Quando a Emme volta, mamãe?
_Só tem três dias que ela foi. – Cacau sorriu.
_Hum...
Laura foi para seu quarto. Era seu último ano na escola e se preparava para o vestibular. As horas livres que tinha era dedicado aos estudos para uma aprovação em universidade publica. Silêncio total na casa.
Assistindo alguns vídeos que os fãs de Emme faziam, Cacau achou interessante a romantização das duas em fotos.
Emme era discreta, sabiam que ela se relacionava com mulher, mas fotos com beijos nunca postavam. Publicavam um aperto de mão, um beijo no rosto, passeios com o mel e até tomando café. Faltando dois dias para Emme retornar, recebeu a ligação da modelo.
_Oi meu amor.
_Oi, eu tenho uma novidade. – Emme gritou e logo prosseguiu: _O Gustavo foi embora de casa, na mesma hora eu senti um alívio. Não vou mais te incomodar meu amor, vou voltar finalmente pra casa.
_Ele foi embora pra onde?
_Pra casa da mãe dele. Disse que lá em casa tava chato porque estava morando com dois velhos chatos. – Sorriu. _Ai Deus, eu nem acredito.
_Olha que legal. Mas falando assim parece que você estava aqui por falta de opção.
_Claro que não Cacau. Estou falando porque agora vou deixar vocês seguirem a rotina normal de vocês, sem eu tá por perto, entendeu? Pede pra Ivete, por favor, para colocar minhas roupas na mala. Quando eu chegar ai a gente conversa. O Léo está te mandando um beijo.
Ao desligar, Cacau ligou para Fernanda e a mulher contou animada que a filha voltaria para a casa.
_Eu concordo que o Gustavo era um folgado, mas ele já estava se acostumando a ser responsável e eu já ia trazer a Emme pela orelha. – Fernanda brincou. Sentia falta da filha.
_Mas Fernanda, ela já tem 25 anos, está na hora de viver a vida dela.
_Mas ela vive a vida dela, só que morando comigo. O Vitor volta do trabalho à noite. Emme vai voltar, vai descansar no seu quarto, na sua cama e vocês duas vão voltar a ter a rotina de antes.
_Bom, eu e Laura sempre tivemos uma rotina e Emme só acrescentou coisas boas. Nada do que reclamar.
_Emme também não gosta de incomodar. Ela pensa que está sufocando, o que eu sei que não é verdade. Mas isso é da cabeça dela.
_Emme não me sufoca. Nunca, jamais. Bom, até logo.
_Até logo. Nos visite. Estou com saudades da Laura.
A morena voltou a ligar para Emme.
_Oi amor.
_Olha, eu te amo. Ter passado esses dois meses aqui comigo foi mais que prazeroso e você não sufoca, muito pelo contrário, você só acrescenta sabe? E você está aí há duas semanas e eu simplesmente olho para os cantos dessa casa e eu vejo você. As vezes tenho a impressão de ouvir até tua voz. Mora comigo? Eu quero me casar contigo Emme. Ter uma vida. A gente já se conhece, eu sei dos teus defeitos e tuas qualidades e você sabe os meus. Vamos nos casar? E eu nunca olhei pra nenhuma bunda quando vamos à praia.
_Eu sei que você não olhou, só estava jogando verde. E Cacau, eu só fui passar uma semana, dois meses foi o recorde fora de casa.
_Mas você já morou fora, passou um ano.
_Exatamente, e você mora na mesma cidade e na mesma zona que eu. Eu converso com você quando chegar ai, é melhor não é?
_Certo. Agora estou me sentindo uma boba.
_Você não é e eu também amo você.
A morena esperou os dois dias passar impaciente, pegou-a no aeroporto junto com Fernanda que estava feliz por sua filha está de volta.
_Eu e Cacau cuidamos da Emme store pra você. Tudo estar como você deixou.
_Ah, obrigada gente.
_E o seu quarto mandei limpar tudo, troquei as colchas. A Ana foi excelente, deixou o quarto como você gosta, bem acolchoado, cheiroso.
Cacau olhou-a.
_E eu estou feliz por voltar pra casa mãe. Eu não vou nem descansar, vou logo no galpão. Não tem jeito, esse nome pegou. Quer ir comigo Cacau?
_A Cacau tem que pegar Laura na escola meu amor e depois vai na fábrica. Eu vou com você e depois eu faço sua comida preferida.
_Tudo bem mãe.
Fernanda era protetora. Fernanda sentia quando Emme queria contar algo e Fernanda também tinha o sexto sentido como mãe. Emme era sua filhinha, nunca que devia ter permitido ela passar uma semana na casa de Cacau. A delegada amava Cacau, mas amava muito mais sua filha e segundo ela, a modelo não estava preparada para viver uma relação a dois.
Cacau despediu-se de Emme ao ver que ela não mencionara o que queria da vida.
_Eu te ligo mais tarde. – Emme disse somente isso sem lhe olhar nos olhos.
A morena foi até a escola de Laura com o motorista, em seguida passou no apartamento de Juliana para buscá-la para irem à fábrica.
_Almoça com a gente?
_Sabe que não dispenso uma boa comida Cau. O que há com a Laura?
Laura mantinha-se calada. Parecia está zangada com algo.
_A Emme decidiu ficar na casa da mãe. Ela prefere o namoro e ela me disse isso desde quando começamos. Ela sempre foi sincera. E a Laura já tinha se acostumado com ela também, todos nós não é?
_Sim, poxa, eu sinto muito Laura. Vem cá pequena. – Laura lhe abraçou.
A tarde a morena se ocupou na fábrica e depois voltou para casa. Jantou e aguardou a ligação de Emme. Ela não ligou. Indo dormir, silenciou seu celular e ligou a televisão. Já cochilando sentiu uma voz de longe.
_Acorda dondoca. – Sentiu um beijo no rosto e ao abrir os olhos viu os olhos claros da modelo.
_Minha princesa!
_Amo quando me chama de minha princesa. Está bem?
_Tentando! – Virou-se de bruço._Veio dormir aqui? Pensei que ia ficar hoje no teu quarto confortável, acolchoado, perfumado, agradável, super limpo pela mãe super cuidadosa e protetora.
Emme sorriu alto.
_Só que meu quarto falta uma coisa que eu só encontro aqui, você meu bem. – Beijou seu pescoço. _Não tenho esse perfume que só tem aqui. Não tem esse cheiro de flor do campo espalhado pelos cantos e nem essa hidromassagem maravilhosa do teu banheiro e nem você para eu poder amar sempre que quiser, e abraçar e apertar.
_Eu senti sua falta – Puxou-a para um abraço. _Falou com a Laura?
_A primeira que eu visitei. Olha ali para a porta. – A morena olhou e viu algumas malas.
_Oficialmente de mudança para cá?
_Só se o pedido ainda estiver em pé.
_Claro que sim, quero conviver todos os dias contigo, acordar ao teu lado e ser tua mulher Emme.
_Que bom, porque é tudo o que eu mais quero também.
_E a dona Fernanda em?
_Eu me resolvi com a mãe, está triste, claro. Mas entendeu.
_Quer se casa comigo? – Perguntou sincera.
_Calma, um passo de cada vez. – Beijaram-se apaixonadamente.
As férias chegaram, já tinham planejado uma viagem, viajaram. A morena escalou montanhas, algo que sempre desejou mais nunca tivera tempo.
Emme pegou o restante do dinheiro que a mãe tinha juntado para seus estudos, vendeu seu carro e fez crescer a empresa.
Tentava organizar sua vida da melhor forma possível, sua equipe aumentava e enquanto viajava à trabalho fazia vídeo chamada para comandar. Sempre ia a sua psicóloga, contava como estava vivendo com Cacau e que tinha um bom relacionamento com Laura e sempre tomava seus medicamentos na hora certa.
A morena inaugurou a fábrica, Laura passara no vestibular de moda e Juliana teve seu filho.
Evitava brigar com a morena por qualquer coisa, mas quando sentia que não estava sendo valorizada gritava com ela, mostrava onde ela lhe magoava e Cacau fazia o mesmo. Ainda naquele primeiro ano em que moravam juntas, Emme desconfiou de uma traição. Uma mulher que vivia atrás de Cacau a procura dos jeans. Toda semana ia na fábrica sempre nos horários que a morena estava. Descobriu isso através da secretária que organizava sua e Emme sempre olhava.
_Quem te liga essa hora? – Estavam indo para casa almoçar. Laura as vezes passava o dia na universidade.
_Eu não sei... deixa eu ver, a ligação caiu.
_Depois do almoço vou na agência.
_Tem certeza que é isso que quer?
_Sim.
_Sabe que sempre vai ter meu apoio não é? Se quiser continuar suas viagens vá, se isso lhe deixa feliz eu fico feliz por você.
_Eu sei! Mas já vou fazer 27 anos, estou cansada de viajar. Sempre soube que tinha um prazo. Vou me dedicar a Emme store, continuar ser digital influencer e eu fiz minha vida. – Sorriu satisfeita.
_Fico feliz que teus planos tenham dado certo. – O telefone voltou a tocar. _Atende ai. – E Emme atendeu.
_Pois não?
_Oi, achei que estava me ignorando de propósito. – A mulher sorriu.
_Quem é?
_Cacau? Oi, é a Claudia. – Disse sem graça.
_Ah certo, Claudia de onde? – Emme já sabia, mas queria ouvir de su boca.
_Acho que liguei errado, desculpa.
_Não, você ligou para o número certo, aqui é a namorada dela. Vou passar para ela.
Ao passar, a outra desligou.
_Que maluca, a ligação caiu amor. – Cacau disse já vendo o olhar zangado da outra.
_Essa mulher toda semana está na fábrica, e ela tem teu número pessoal, por quê?
_Eu não dei.
_21 anos em? Flor da idade e você sempre gostou de pessoas mais novas.
_Lá vem a maluca.
_Só se eu não te conhecesse Cacau. – Lhe deu um tapa no ombro.
_Emme, ela apenas compra os jeans. Você acha mesmo que eu vou te trocar por qualquer pessoa?
_Quero ver essa mulher.
_Olha, eu não tenho nada a esconder. Nem o contato dela eu tenho e você sempre conta o tanto de contatos que eu tenho. Eu vou resolver isso amanhã, vou deixar para a Amanda resolver as vendas dela.
_Acho ótimo, vou com você.
_Vamos, eu não tenho nada a esconder princesa, já te falei. – Disse sorrindo.
Depois do almoço, após o descanso, ela seguiu para a agência.
Eduardo estava casado com uma mulher, como Léo tinha previsto. Ele jamais iria se assumir, tratou de arrumar uma moça que fosse ajeitada e logo a pediu em casamento.
_Parabéns pelo casamento. – Ela disse quando viu o homem. _Sempre bem vestido Eduardo e com a pele muito mais bonita.
_Obrigada Emme – Voltou a sentar depois do abraço _e o Léo, como está?
_Bem, está namorando.
_Own, sério?
_Sim, depois que ele saiu da brava continuou com o canal na YouTube e agora tem milhares de seguidores, mas eu acho que você sabe disso. Enfim, ele está feliz.
_Manda lembranças, faz tempo que não o vejo.
_Mando. – Disse sorridente e segurou sua mão. Tinha perguntado tantas vezes ao agente-mãe se era isso que ele queria mesmo, um casamento sem amor, pelo medo de ser julgado. _Mais eu desejo felicidades Eduardo. A lua de mel vejo que foi boa.
_Foi. – Logo calou-se _será se eu fiz o certo, Emme?
_Bom, você sabe a minha opinião e a da Cacau. Está mesmo feliz?
_É, eu estou, vamos para os negócios não é mesmo? Tem certeza que é isso mesmo que quer? Vai mesmo se desvincular da Brava?
_Tenho sim, estou com outros projetos em mente Eduardo, e não inclui viagens longas, sabe? Estou criando uma ONG, para famílias carentes e isso vai exigir um pouco mais do meu tempo aqui em Metropolis. Eu agradeço a você por todo o apoio que me deu e por toda a confiança. Mas está na hora de eu me despedir. – Disse contente.
_Você sempre foi esforçada minha querida, todos os frutos que você está colhendo é graças a você mesmo, por ser generosa, por não ter inveja, por ser amigável e eu sempre te desejo o melhor. O que eu posso te desejar é sucesso sempre – levantou-se e segurou em sua mão levando-a para fora. _Eu não posso te prender aqui pra sempre minha querida, mas o seu rosto sempre vai estar ali naquela parede, para outros modelos se inspirarem. O que eu posso fazer hoje por você é isso... – Abriu a porta para saírem e o que Emme encontrou foram todos as pessoas que faziam aquela agência funcionar, incluindo os modelos, sua mãe, Léo e Cacau, que estava ali olhando-a como sempre apaixonada. _Um brinde a essa grande modelo. – Serviram-se todos de champanhe. Emme fez um breve agradecimento e abraçou a morena, que sempre esteve ao seu lado.
_Eu amo você meu amor. – Abraçou-a e um selinho lhe deu.
_Eu amo você Cacau. Mas eu tô de olho.
Léo deu um olhada para Eduardo. Desde sempre achava o homem covarde. Estava com a câmera ligada e gravava tudo para postar em seu canal.
_Obrigada gente pela recepção. Saúde para todos.
Léo abraçou a amiga e girou-a.
_Estou tão feliz por você amiga. Quero tirar uma foto nossa aqui nesse corredor, Emme Albuquerque se desvinculando da Brava para trilhar o caminho solo.
_Você é um besta.
Emme passou um tempo na companhia de sua mãe. A delegada começava a se acostumar em vê-la somente aos finais de semana, mas o seu quarto permanecia como estava.
Cacau sentia-se a mulher mais feliz do mundo. Emme tinha deixado de viajar, mas não deixava de fazer um trabalho ou outro em Metropolis, e cidades vizinhas, iniciou um projeto para ajudar famílias pobres, viu a mulher abrir sua loja física e via-a surtar vez ou outra por ciúmes.
Cacau não era diferente, sentia ciúmes de Emme. A ex modelo recebia muitas mensagens com cantadas, eles faziam propostas que uma mulher comum certamente aceitaria. Ela era cortejada. Mas Emme sempre se mostrava fiel.
_Hum, que tal essa série aqui? É de comédia também e você adora amor. – Emme disse escolhendo a nova série, enquanto Cacau vestia seu pijama de unicórnio, que combinava com o da modelo.
_Tudo bem, acho que vamos gostar dela.
As duas deitaram não cama e passaram a assistir. Ouviram três batidas na porta e se olharam.
_Quem é?
_O Léo.
_Mas são oito da noite, o que ela faz aqui? – Cacau perguntou baixinho.
_Eu não sei. Pode entrar Léo.
O rapaz quando entrou passou a sorrir das vestimentas das mulheres. Achou fofas, num impulso tirou o celular do bolso e fez uma selfie dos três.
_Léo, celular vicia.
_Ai amiga, eu sei, mas ficou tão fofa vocês duas que eu simplesmente amei. O que estão fazendo?
_Vamos começar a ver uma série, Friends, conhece?
_Já ouvir falar, mas nunca assistir. – Ele tirou os sapatos, fechou a porta e ficou no meio das duas.
_Tem pipoca, quer? – Emme ofereceu e ele aceitou.
Os três passaram a assistir, e assim Léo ia todas as noites. Cacau via Emme sorrir das bobagens que ele falava. Era o melhor amigo de sua namorada e era brincalhão, gostava do rapaz.
_Eu trouxe chocolates. – Ele mostrou a sacola. _Vamos para a quinta temporada?
_Eba, chocolates, e eu comprei isso para você, espero que goste. – Emme entregou o presente e ele emocionado abriu. Era o pijama de unicórnio, igual o das duas.
_Ai meu Deus, é sério?
_Já que está acompanhando com a gente, nada mais justo do que uma roupa. – A morena respondeu. _Veste e entra aqui no nosso meio.
_Eu nunca me sentir tão amado na vida. – Abraçou as duas e logo as lágrimas desceram. _Obrigada. Eu amei. – tirando a camisa e o short ali mesmo na frente delas, ele vestiu e se agasalhou entre as duas.
Emme fazia cafuné em seu cabelo, Cacau sorria das cenas que na tv passava e Léo sentia o amor vindo das duas amigas.
Ele tinha namorado, Thiago, mas o rapaz durante a noite estava trabalhando e ele não queria ficar sozinho em casa, então tinha as duas como boas companhias. Achou que não iria ser bem recebido e pensou até está atrapalhando os momentos a dois que as duas queriam, mas Emme o tranquilizou, disse que ele jamais atrapalhava, logo, aquela rotina era apenas de segunda a sexta e nos finais de semana ele dava uma pausa, para não passar dos limites.
Laura quando não tinha o que estudar, ficava com eles no quarto assistindo também aquela série de comédia, gostava de ver Emme fazendo sua mãe sorrir. Olhava para as duas e queria ter um amor igual ao delas, algum dia.
_O Léo não vai vim hoje? – Um dia ela perguntou. O rapaz sempre quando estava por perto era como Emme, animava o lugar.
_Não sei, vou ligar aqui pra ele. – Emme preocupou-se. Mas não precisou ligar, ele mandou mensagem dizendo que tinha acontecido um imprevisto, mas que no dia seguinte estaria lá.
E Emme começou a se preocupar cada vez mais com sua ausência, o rapaz não lhe visitou como havia prometido.
_Ele prometeu Cacau e quando ele promete ele cumpre.
A ex modelo foi até a casa do rapaz. Sabia que os irmãos eram preconceituosos e estava com medo de mais uma vez ele ter sido agredido.
_Oi, onde está o Léo?
_No hospital, o pai levou ele para fazer um exame.
_Mas o que aconteceu com ele?
_Estava pálido, desmaiou depois que saiu do banho – disse sua irmã _mas você sabe como é bixa, deve ter visto alguma barata e se espantou. – Ela sorriu.
_Sabe qual o hospital?
_O daqui do bairro.
_Tá, obrigada. E não é bixa, ele é gay, simplesmente.
Emme foi para o carro.
_O que foi amor?
_O Léo está no hospital...
A notícia não foi as melhores com o resultado dos exames. O rapaz estava muito doente, e precisava ser forte para a luta que estava por vir. Léo era o seu melhor amigo, era seu conselheiro e diria que ele era seu irmão, já que o considerava muito mais que suas meias irmãs e sempre viviam aprontando quando saíam ou viajavam juntos.
_Isso não é justo Cacau. – Disse chorando.
O rapaz iniciou seu tratamento, deitado naquele leito de hospital recebia constantemente visitas. Juliana, Isa, Eduardo, Fernanda, Laura, todos o visitavam e juntos torciam pelo melhor.
_Eu vou ficar bem. Eu sou forte. Vocês sabem como eu sou não é?
Os meses foram se passando e Emme dormia no hospital, ela era sua companheira de noite. Enquanto via o cabelo do rapaz cair, chorava, orava e pedia para que ele saísse logo dessa situação. Ela não lhe abandonara naquele momento de dor.
_Você precisa descansar. O Luís vai ficar com ele essa noite.
_Não me pede pra descansar, basta a Cacau que vive direto no meu ouvido. Que droga.
_Emme, você precisa tomar seus remédios.
_Mãe, eu tô bem.
_Mas você precisa ser forte, se você quer ajudar então toma seus remédios. – Emme tomou de sua mão com força e os engoliu. Sentia raiva. Raiva por não poder tirá-lo dali. Já não conseguia racionalizar.
Ela recebia mensagens diariamente de apoio ao seu amigo, assim que a notícia saiu de que ele estava doente. Seus seguidores mandavam mensagens positivas, e diziam que tempestades chegavam para um lindo dia começar.
Emme viu o rapaz fazer quimioterapia. Ele raspou a cabeça. Continuava sorrindo. Thiago, seu ex namorado, não conseguiu ficar ao seu lado por muito tempo, achou aquilo pesado demais. Eduardo chorou ao seu lado.
_E como está a Emme?
_Está tomando remédios para dormir, você sabe que ela não pode viver abalada não é? – Eduardo disse segurando sua mão. _Olha só o que você causa nas pessoas, ainda me dizia que ninguém te amava.
_Eu amo a Emme. Diga para ela ser forte também, igual eu estou sendo.
_E ela está, não se engane. Ela está fazendo isso justamente para não ter uma crise. Disse que amanhã vem visitar você.
_Obrigado. Sabe quanto tempo eu estou aqui?
_Sim.
_Quanto?
_O tempo necessário para você se curar rapaz. Quem sabe amanhã você recebe alta e já vai está fazendo seus vídeos em?
_Será se vou conseguir volta a fazer esses vídeos, Eduardo?
_É claro que vai, você tem milhões de inscritos que estão te apoiando e esperando por você. Isso logo vai acabar e você vai voltar pra sua vida de antes, namorar, passear, viajar, trabalhar. Seu índice de cura é muito grande, não vamos desanimar agora, ok?
O rapaz dormiu, não sabia mais quanto tempo estava no hospital, não queria saber das horas, queria apenas sair dali. Quando acordou, viu seu pai ao lado. Ele dormia.
_Pode entrar. – Disse ao ouvir duas batidas.
_Oi. – Emme trazia um buquê de flores que cobria todo seu rosto.
_Emme, que rosas lindas.
_Sim, lembro de alguém ter dito que rosas são caras, e essas meu amigo, foram caríssimas. – Tirou as rosas de seu rosto e sorriu ao mostrar que também estava de cabelo raspado.
_Não acredito... – O rapaz tentou fazer uma piada, mas lhe faltou palavras. Seu pai fora o primeiro a fazer aquele ato e sua melhor amiga que era mais que uma irmã, havia lhe surpreendido de todas as formas.
Fim do capítulo
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