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E se... por Nadine Helgenberger

Ver comentários: 10

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Palavras: 4643
Acessos: 3579   |  Postado em: 09/08/2020

Capitulo 15

 

Capitulo 15 - E se...

 

Os dias de Elena seguiam num ritmo que era fácil gerir. Tudo seguia um plano, ainda que esse jamais tivesse sido feito. Trabalhava com muito empenho, lidava cada vez melhor com as inconstâncias da chefe, praticava exercício físico, cuidava dos seus animais e nas horas vagas, dedicava-se à escrita. Nada de novo e tudo estava bem...

Não, não estava tudo bem. Não existia um dia que não procurasse Joy pelas ruas de Nova York. Não existia um único dia em que não pensasse nela, nas coisas maravilhosas que partilhavam, nas risadas, nas loucuras. Tinha saudades do brilho dos olhos dela, do sorriso, do sotaque, da vivência, da paixão pela fotografia. Tinha saudades de estar no trabalho e sorrir por saber que depois da rotina, passaria algumas horas na companhia de uma pessoa incrível. Sentia muita falta das loucuras de Joy. Elas eram tão diferentes...

Joy tinha sentido de humor, fazia piada de quase tudo. Joy carregava luz nas veias...

Tinha saudade de coisas que não ousava verbalizar. Coisas que chocavam com sua mente tímida. Coisas que já tinham provocado insónia, mas não aquela insónia atormentada. Coisas, pelas quais podia passar um dia perdida em devaneios e ao final, sorrir e entrar em mais um looping de sonhos.

A sensação de que havia um mundo de possibilidades naquela relação que mal iniciara, a mantinha acesa. Mantinha acesa a sede de ser atropelada pela inglesa vezes sem conta.

Às vezes, e não eram raras essas vezes, tinha a sensação de que já não pensava como a Elena que conhecera da vida toda. Tinha pensamentos nada coerentes com sua forma de ver a vida. Pensamentos que a levavam para lugares desconhecidos, mas extremamente atraentes. Pensamentos...

            --Elena! Elena, estás aí?

Morta de vergonha, ela retornou ao lugar onde almoçava com colegas de trabalho.

            --Não é para menos. A carga de trabalho este mês está insuportável e ao que parece a Brigitte ainda quer nos impingir mais loucuras...

            --Pois...- Elena não ouvira nada que fora dito naquela mesa. Suspirou profundamente e olhou para os lados à procura de Milanka que nunca mais chegava.

*****

Joy sentia-se feliz e imediatamente agradeceu pela sensação. Ultimamente, sua felicidade restringia-se ao trabalho, à criação, à sua arte em geral.

Agora sorria e o motivo era outro. Estava muito feliz por um acaso, mais um acaso em plena Nova York.

A sensação de estar atada, e muitas vezes quase sem ar, de repente fora substituída por uma lufada de ar fresco.

Sentia saudades de Elena diariamente, mas era em momentos de felicidade que esse sentimento gritava. O primeiro impulso era sempre ligar para ela na ânsia de partilhar tudo. Queria contar a sua alegria, queria rir com ela, queria...

Suspirou profundamente e numa oscilação de humor que já conhecia, experimentou outro sentimento. Esse, remetia a confusão e de novo, sentiu-se atada.

A sua vida, em poucas horas, ganharia novos contornos. Talvez nem fossem tão novos assim, e isso provocava desgaste e outras sensações que drenavam a sua energia.

Apenas dois dias...

Sabia que teria de buscar a Joy de Londres lá onde ela estivesse escondida. Londres parecia tão distante...

William...dois dias...

Suspirou e voltou a sua atenção para o trabalho. À sua frente estava um trabalho incrível, mais um.

Olhou apaixonadamente para as suas fotos, enquanto ao fundo ouvia-se Holding Back de Faodail.

 

 

*****

Sentada no parapeito da janela, Elena olhava para a rua quase vazia. O frio já se fazia sentir, ainda que longe das temperaturas do inverno rigoroso. Abraçou-se com força e gem*u. Sentia-se tão sozinha naquele dia, nem o carinho do gato supria sua carência. Mykonos, como qualquer gato, era sempre muito independente, mas ele tinha uma particularidade muito interessante. Mas, nem essa capacidade de colar nela quando não se sentia bem, tinha conseguido suprir a sensação de carência. Tanto, que ele fora embora e a deixara com seus pensamentos.

Faltava alguma coisa, essa era a única certeza que tinha. Mas faltava exatamente o quê?

Mais uma vez foi invadida pela Elena que não conhecia. Uma Elena que parecia movida a coragem, que não media esforços para fazer qualquer coisa. Uma Elena nova que ainda enlouqueceria a de sempre. Gostava da sua pacatez. Gostava da sua vida planeada. Não gostava de surpresas. Gostava de controlar tudo, principalmente os rumos da sua vida. Gostava dos pés assentes no chão.

A Elena que aparecia sabe-se lá de onde, era corajosa. Gostava de emoções fortes. Gostava de perder controle. Gostava do inesperado. Essa Elena gostava de vida pulsante. Gostava de aventuras. Essa Elena sonhava e não media esforços até realizar.

Dentro da cabeça, um duelo. No coração...

            --Ahhhhhhhh! - Gritou a plenos pulmões.

Não demorou muito a cair na gargalhada. Ultimamente era assim, suas atitudes não faziam o menor sentido.

Devaneou ao som de More of your love de Oscuro, até que ouviu um toque na porta. Não era um toque qualquer, era o toque de Milanka.

Pulou do parapeito e correu para abrir a porta. Milanka era sempre um bálsamo em seus dias cinzentos.

 

*****

            --Entraste aqui há mais de meia hora, com um balde de sorvete nas mãos e até agora não me disseste o que aflige essa cabecinha.

Risos.

            --Não posso tomar sorvete com minha melhor amiga, numa noite qualquer?

            --Deves! Até porque trouxeste o sorvete favorito da amiga. Mas, ela te conhece e sabe que esse balde de sorvete esconde outras coisas.

Risos altos.

            --É impossível esconder qualquer coisa de ti, porr*!

Gargalhada altas.

            --Querias?

            --Não...

            --Então?

            --Já aviso de antemão, que nada do que eu disser fará qualquer sentido.

Risos.

            --Estás na defensiva.

            --Estou!

            --Dispa-se!

            --Agora? Já? Sem preliminares?

            --Idiota!

Gargalhadas altas.

            --Dispa-se do que te aflige.

            --Ah, Troia...

            --Hmmm...

            --Já tens os teus problemas e eu apareço aqui para acabar de encher o saco.

Risos.

            --O saco é grande e fundo...e amizade serve para quê mesmo? Quantas vezes já transbordei o teu?

            --Tu? Até parece...

Risos.

            --O que te aflige, dona Milanka?

Longo suspiro e mais sorvete na taça.

            --É claro que a senhorita está em crise...

            --Percebe-se a longa distancia...

Risos.

            --Eu, por acaso notei por causa do sorvete.

Risos.

            --Resolvi ser solidária com minha amiga e inventei uma crise para a minha vida. Ah, não que tenhas inventado a tua crise...ah, entendeste...

Risos.

            --Sim, entendi.

            --Não precisávamos ser tão gémeas.

Risos altos.

            --O que aconteceu, criatura?

            --Troia, já me viste com ciúmes nas minhas relações?

Elena olhou-a com calma, parecia tentar entender aquela pergunta.

            --Da cantora...

            --Não, pelo amor de Deus. Essa relação não pode servir parâmetro. Ela estimulava o pior de mim...insegurança, desequilíbrio...não pode ser parâmetro.

            --Ok! Bom, dos teus relacionamentos relâmpagos e sem muito envolvimento eu nunca vi nada que chegasse perto.

            --Pois é. Dei-me conta que meus relacionamentos sempre são muito breves e que não me apego...

            --Sim e isso é uma opção, não é?

            --Sempre foi. Até ao momento em que resolvi ouvir os conselhos de uma certa grega, e me deixei guiar por sei lá o quê e...

            --Falas do Ethan?

Risos.

            --Falo do Ethan...

            --O que aconteceu? Não estavas no paraíso?

            --Esse é o problema. Fui ao paraíso e agora estou insegura.

            --Não consigo entender.

            --Claro que não, nem eu sei exatamente o que sentir.

            --Milanka, respira e comece do início.

            --Estou com ciúme!

            --Ok! Isso eu já entendi. Ciúme de quem?

            --Como de quem?

            --Calma, expressei-me de forma equivocada. Estás com ciúme do Ethan, mas porquê?

            --Ele está todo encantado com uma mulher...

            --Hã?

            --Não, calma. - Milanka respirou fundo e continuou. - Ele não está com outra pessoa, mas está entusiasmado com uma amiga que reencontrou, alguém do passado dele.

Elena tinha um enorme ponto de interrogação estampado na cara.

            --É muita admiração por essa mulher. Ele refere-se sempre a um passado do qual eu não faço parte e isso deixa-me bastante insegura. Diga alguma coisa.

Elena permanecia calada e com uma expressão neutra.

            --Já sei o que vais dizer, já que és a madura da dupla.

Risos.

            --Ah, sabes?

            --Elena, tu nunca gostaste de ninguém, não entendes...

            --Hmmm? Tu gostas dele?

            --Eu gosto, mas acho que não entendes ou eu não sei explicar...

            --Será que não entendo?

            --Estamos a parecer duas adolescentes com essa conversa sem rumo.

Risos.

            --Não somos adolescentes, então, coloque rumo nessa conversa.

            --Eu?

Risos.

            --Elena, pelo amor dos teus deuses, converse comigo ou vou enlouquecer.

            --Milanka, tu ainda não disseste nada. Só vejo uma inquietação nesses olhos, mas não foste clara.

            --O Ethan está encantado com essa mulher que eu nunca vi...

            --Ele disse que está interessado nela?

            --Que homem faria isso?

            --Talvez não claramente, mas pelo que tens relatado sobre o Ethan, ele não parece ser apenas um homem disposto a passar o tempo...

            --Não...

            --Ele mudou? Está distante?

            --Não, nada disso, mas ele fala dela com tamanha admiração...

            --Problema de auto estima eu juro que não conhecia. Tu és incrível, Milanka.

Milanka pareceu duvidar do que ouvia.

            --Meu bem, cuidado para não misturar coisas que não devem ir para o mesmo cesto. Estás confusa, mas o Ethan não tem nada a ver com isso. Lembre-se, que ele é a leveza de que tanto necessitavas.

            --Eu sei. Acho que estou a misturar a confusão que é a vida da minha irmã, com a minha própria vida e estou a perder o rumo...

            --É esse o meu receio.  Os problemas da Gennelle não podem interferir na tua vida.

            --Ela é minha irmã...a única que tenho...

            --Sim, mas não podes viver a vida dela e muito menos permitir que o drama que ela vive, contamine a tua relação que parece ser boa.

            --Tens razão, e o Ethan nem sabe que ela existe...

            --Mais uma decisão que não acho correta, mas é como sempre digo, tu conheces melhor a tua relação...

            --Não posso dizer que tenho uma irmã que vive uma relação abusiva e que ao que tudo indica, gosta de viver assim. Não posso dizer que a minha única irmã é uma drogada em potencial...

Elena preferiu calar-se. Não queria intrometer-se nas escolhas da amiga.

            --Eu gosto dele. Gosto do que estamos a viver...gosto dele.

            --Então pare com essas coisas. Ele não se apaixonou por uma insegura.

            --Estou doida?

            --Um pouco...

Risos altos.

            --Fico com medo, porque nunca me doei tanto numa relação. Tu sabes como sou, ou como era.

            --Sei, mas sei também que às vezes as coisas mudam...há situações que nos fazem repensar muita coisa...- E de repente ela falava da sua própria vida.

            --Eu não sei muito bem como lidar com essas coisas...

            --Eu também não sei. Mas, tenho uma mãe que é sábia na arte de se relacionar e costumo ser atenta.

Risos.

            --Ah, vamos ser felizes e esquecer a maldita insegurança.

            -- Não poderia estar mais de acordo. Quero mais sorvete, Milanka.

Risos.

Alguns minutos depois e no intervalo de uma conversa aleatória.

            --Troia, e a inglesa?

Elena arregalou os olhos. Pensar em Joy por impulso externo pareceu-lhe intenso demais.

Numa tentativa de minimizar o choque, revirou os olhos numa atitude que Milanka entenderia como tédio.

            --Elena?  - Milanka não parecia disposta a desistir.

            --O que queres saber?

            --Quero saber se não pensas mais nela, se não telefonaste, ou se ela não telefonou.

            --Sim, não e não.

            --Hã?

            --Penso nela todos os dias. Não liguei e nem ela ligou.

            --E eu que podia jurar que a Joy era mais atirada para a vida.

Risos.

            --Eu não sei de onde tiras essas conclusões, se não a conheces.

            --Não conheço, mas falei com ela ao telefone. Ela fala de ti com paixão...

            --Milanka...

            --Fala com paixão, com doçura...diria mais, parece que ela tem verdadeira admiração por ti. E tu...

            --Eu o quê?

            --Tu só de ouvir o nome dela, ficaste completamente viva.

Elena sorriu e depois riu. Sim, a amiga estava certa, mas não iria estender aquele assunto.

            --Chego à conclusão que são duas idiotas.

Gargalhadas.

            --Eu até ficaria ofendida se não fosses a pessoa, que está com ciúmes infundados de uma amiga do passado do namorado.

            --Ah, vá à merd*, grega dos infernos.

Gargalhadas felizes.

            --Então, não há razão para ter ciúme dessa mulher maravilha?

            --Não! Pelo menos não com base no que relataste.

            --Mas é isso...

            --Então para de ser doida e aproveite teu homem aventureiro. E nosso encontro? Olha que não sou nada atirada, mas estou curiosa para conhecer esse homem que foi capaz de quebrar barreiras africanas.

Risos.

            --Sabes como é a minha vida e a dele não é muito diferente. Mas, vamos beber alguma coisa um dia desses.

            --Terei muito gosto.

            --Ah, depois eu quero conhecer a Joy.

Risos altos.

            --Tu não desistes.

            --Não! E é exatamente o que não deverias fazer.

Elena sorriu e olhou para cima.

            --Hmmm?

            --Estou a pensar aqui no que fazer com a Joy...

            --Como assim? - Milanka pulou do sofá.

            --Calma sua doida. Um dia desses chego a uma conclusão. Eu não sou intempestiva como tu, mas nem por isso sou sem sentimentos. Ok?

            --Ok! Aguardando as próximas cenas desse tórrido romance entre europeias.

            --Idiota!

Gargalhadas felizes regadas a abraços afetuosos.

            --Agora a senhora faça o favor de ir embora, porque preciso trabalhar.

            --Não sei como é que tu ainda tens coragem de trabalhar em casa, depois de ser explorada lá naquela editora.

Risos.

            --Tu és muito exagerada.

            --Ah, Troia, tu só não percebes a exploração, porque vives para editar livros.

Elena sorriu e bateu os ombros. A amiga estava certa, ela vivia para editar livros e Brigitte tinha plena consciência disso.

            --Se tivesses uma vida social agitada como a minha, perceberias claramente que há vida fora daqueles domínios.

Risos.

            --Aos teus olhos, eu devo ser uma chata.

            --Quase isso, o que é um desperdício porque vejo tanto potencial...

Gargalhadas.

            --Não te preocupes. Hoje não vou trabalhar em nada da editora.

            --Então? Troia, será que tens alguma paixão secreta na internet? Será que és uma safada cibernética?

Gargalhadas.

            --Mas eu não era uma chata sem vida?

            --É que adoro me iludir.

Risos.

            --Pateta! Vou trabalhar num projeto pessoal que à hora certa, será partilhado contigo.

            --E essa hora ainda chega nessa vida?

Gargalhadas altas.

            --Fora da minha casa.

Elena empurrou-a para fora e obteve muita resistência.

            --Preciso de ti, deixa-me ficar...Troia, por favor...

Risos.

            --Insegura, carente, que mais falta para compor essa nova Milanka?

Gargalhadas.

            --Eu acrescento nuances à minha personalidade, enquanto tu, és sempre essa chata.

Risos altos.

            --Eu também sou louca por ti.

Risos.

            --Troia, antes de ser expulsa, então não preciso me desesperar com essa tal amiga que apareceu de uma nuvem misteriosa.

Risos.

            --Não crie monstros onde eles não existem. Se essa mulher é tão interessante assim, seria mais sensato que a conhecesses também. Pense que ela pode ser uma mais valia na tua vida.   

            --Tens razão, aliás como sempre.

            --Ah, ok!

Risos.

            --Pensando aqui com minha mente que mescla razão e sensibilidade...

            --Hmmm...- Elena tentava não cair na gargalhada com a expressão de rosto da amiga.

            --Quem sabe, essa maravilhosa amiga do Ethan, não seja a mulher que vai te fazer esquecer a inglesa incrível, e que infelizmente já tem um fantasma real na vida dela.

            --RUA!!!

Risos.

Sozinha, Elena ria das loucuras da amiga.

Olhou para Mykonos e agachou-se para brincar com ele.

            --Essa Milanka é completamente doida. Se ela soubesse o que habita a minha alma...ah se ela soubesse...

 

*****

            --Thommy, tudo bem?

            --Ah Paloma, nem sei...

            --O que aconteceu? Já sei que tem a ver com a Joy...

            --Acabei de falar com ela e não entendi nada.

            --Hmmm?

            --Ela está muito estranha.

            --Voltou a ser a Joy de antes? É isso?

            --Não sei explicar, mas deve ser isso. Lembras que ultimamente ela ouvia bastante o que nós tínhamos para dizer? Não era mais aquele comportamento padrão, sou a irmã mais velha e estou aqui para te proteger do mundo...

            --Sim...

            --Não consegui entender quem era a Joy de agora há pouco...ela não era nem uma coisa e nem outra...

            --Mas isso pode ser bom.

            --Será?

            --Dê-lhe tempo. Penso que ela precisa organizar a mente, definir algumas coisas para a vida que quer seguir...

            --O William está lá com ela.

            --Hum-hum...

            --Sabes qual é meu maior receio? Que ela entenda que é isso, que a vida resume-se à relação sem graça com o William, às empresas da família, à corrida desenfreada por mais sucesso e não o sucesso dela, e sim, o sucesso que agrada ao meu pai.

            --Isso pode acontecer. Mas, eu prefiro acreditar, que ela foi tocada por alguma coisa que provocou um pequeno turbilhão na sua alma...

            --Alma? A Joy saberá o que é isso?

            --Sabe! A Joy que saiu de Londres e foi morar em Nova York, sabe.

            --Eu queria ter a tua fé.

Risos com abraços.

            --Desenvolve-se, e como vais passar o resto da vida comigo, tens todo o tempo do mundo.

Thomas ergueu Paloma no ar e apertou-a contra si. Beijaram-se apaixonadamente.

 

*****

O telefone da sala de Elena não parava de tocar e ela percebeu que era uma chamada interna, mas não tinha condições de atender. A chefe estava num daqueles dias em que acreditava que ela era uma supermulher, capaz de resolver tudo e mais um pouco. Em dias assim, ela sentia-se sugada, mas sem a menor capacidade de reagir.

Sobre a mesa, estavam pilhas de manuscritos, e todos eram prioridade. Claro que a sua noção de prioridade, era bastante diferente da que Brigitte preconizava.

Respirou fundo e mais uma vez colocou o foco na matriz narrativa.

Estava tão concentrada no trabalho que demorou a perceber que Milanka estava à sua frente.

            --Troia, eu podia jurar que não estavas nesse mundo.

Risos.

Elena aproveitou para esticar os braços. Estava muito tensa e com dor de cabeça.

            --Oi, meu bem...

            --Já liguei para essa sala quinhentas vezes. Passei agora pela Claire e ela garantiu que estavas cá...

            --Estou! Focada nesse mar de papel desde as 9 da manhã e sem hora para terminar...

            --Troia, preciso de ti.

            --Hmmm?

            --Elena, pelo amor de Deus, se não fores tu a me ajudar, eu não saberei como agir.

            --Podes ser mais explicita?

Milanka sentou na cadeira à frente de Elena, e ela pôde perceber que o assunto era sério.

            --O Ethan convidou-me para jantar.

            --Não entendi...

            --O Ethan convidou-me para jantar e a mulher de quem ele não para de falar, também vai estar presente.

            --Boa! Vês que não tem nada demais...

            --Troia, vais comigo! Ele quer muito conhecer-te e acho que é a oportunidade perfeita.

            --Não posso! Hoje, não posso sair daqui antes das 9 horas...

            --O quê? Não disseste que estás aqui desde as 9 da manhã?

            --Sim...prazos, exigências da Brigitte...não deveria nem estar a conversar contigo agora...- Elena suspirou e olhou para a tela do computador.

            --Elena, não percebes que és explorada? Já paraste para pensar porque razão ela só faz essas coisas contigo? Eu sei que és excelente profissional, mas não é apenas isso que permeia a vossa relação.

Elena estava completamente sem paciência e bufou.

            --São 6 horas da tarde, não saíste sequer para almoçar...

            --Milanka, preciso trabalhar.

            --Elena, por favor...preciso de ti. Prometi ao Ethan que irias comigo...

            --Será que é apenas a Brigitte que me explora? - Elena explodiu.

Milanka quase voou da cadeira. Num rompante estava de pé e de olhos arregalados.

            --Estou ocupada. Tenho prazos a cumprir, uma agenda de trabalho que preciso seguir. Não vou a jantar nenhum. Tu nunca precisaste de bengalas e não há de ser agora. Cuidado para não perder esse homem, que me parece ser interessante, mas cuja paciência com certeza, tem limites.

Milanka não conseguiu sequer abrir a boca. Notou que a amiga não estava bem, e sabia que era devido à intensa carga de trabalho.

            --Ok! Vens comigo numa próxima oportunidade. Bom trabalho.

Milanka mandou-lhe um beijo no ar e foi embora.

Elena sentiu seu corpo derreter na cadeira. Estava cansada, mas o cansaço ia além do físico. Decidira trabalhar como uma máquina para não pensar nas suas dores. As da alma, conseguira camuflar, mas as físicas ainda a levariam ao colapso.

 

*****

Elena olhava para a chefe que entrara como um furacão pela sua sala, e tentava entender o que não fazia o menor sentido.

            --Brigitte, eu tenho um plano de trabalho...

            --Esquece o plano. Quero que dediques toda a tua atenção ao ficheiro que acabei de enviar para o teu email. Como excelente profissional que és, sei que ainda essa noite teremos um milagre.

            --Não entendi.

            --Leia o que te enviei e transforme-o em algo extremamente comercial.

            --Brigitte, nós trabalhamos com planificação e já estou assoberbada...

            --Esquece os teus planos. Quero esse material pronto amanhã nas primeiras horas.

            --Não! - Elena gritou.

Aquela reação era tão inesperada que Brigitte recuou.

            --Elena?

            --Não vou fazer nada disso. Estou cansada, esgotada. Hoje, não parei de trabalhar um segundo e tudo era prioridade. Agora, quase ao final da noite, vens á minha sala exigir mudanças sem sentido?

            --Sim, e qual é o problema?

            --O problema é que não sou máquina e não fui contratada para solucionar caprichos.

            --Elena, quero essa análise amanhã cedo...

            --Então, peça a outra pessoa. Vou embora, estou esgotada.

            --Elena, tu és a melhor editora dessa empresa...

            --A melhor, ou a mais idiota? - De repente as palavras de Milanka faziam eco na sua mente.

            --Elena, vá para casa e amanhã conversamos com calma. Tens razão, já é tarde e estamos todas esgotadas.

Elena teve vontade de mandá-la para plutão. Aquela falsa complacência a irritava sobremaneira. Mas não teve forças para abrir a boca, apenas pegou a bolsa e saiu da sala.

Na rua, o ar da noite, fê-la mudar de ideias. Não iria para casa, ou entraria numa crise séria. Precisava ver gente, precisava não pensar em nada. Precisava da alegria de Milanka e precisava pedir desculpas pela atitude intempestiva.

 

*****

            --Juras que me perdoas?

Risos de Milanka.

            --Troia, eu já te conheço. Não é a primeira vez que acumulas stress da editora e depois descontas em mim. Só não ligo e respondo à altura, porque tu aguentas qualquer loucura minha.

Risos.

            --Desculpa-me, Milla. Fui uma idiota.

            --A Brigitte enlouquece qualquer um, até candidatas a monge, como tu.

Gargalhadas.

            --Ainda vou a tempo de participar do jantar?

            --Claro! Vou sair de casa agora. Nos encontrámos à entrada, pode ser?

            --Pode! Eu estou com a roupa do trabalho...

            --Estás linda! Eu teria comentado se não tivesses corrido comigo dali.

Risos.

            --Perdoa-me!

            --Foco no jantar. Preciso de ti ao meu lado. Só encaro essa tal mulher, com outra maravilhosa do meu lado.

            --Maluca! Não sei porquê, mas acho que vais gostar dela...

            --Será? Bom, saberemos dentro de meia hora. O Ethan está doido para te conhecer.

            --Até eu estou doida para conhecê-lo e a essa mulher também.

Risos.

            --Até já!

            --Beijo e se chegares antes de mim, espera-me à entrada.

            --Claro!

 

*****

 

                --Milanka, estás linda. Olha para mim, essa roupa sem nada de especial...

            --Estás linda! Estou tão feliz que tenhas vindo, Elena. Tenho que me acostumar a chamar-te Elena. Esse povo não precisa saber que te chamo Troia. É só nosso.

Risos.

            --Eles já chegaram?

            --Sim! O Ethan está à nossa espera.

Elena ouviu alguém chamá-la e ainda tentou fingir que não ouvia, mas sem sucesso.

            --Sinceramente...

            --Teus escritores, ou seria, escritores da Brigitte? - Milanka riu alto.

            --Hoje não é o meu dia, definitivamente.

            --Não digas nada, ainda não terminou...

            --Vou lá falar com o potencial best seller e já te encontro lá dentro.

            --Sim, mas não demores.

            --Nada.

 

*****

            --Milla, nunca mais chegavas.

Ethan levantou da mesa e recebeu Milanka com um abraço.

            --Trânsito...mas já estou aqui.

            --E muito linda. Estava ansioso para ver-te e para conheceres a Queen Lizzy.

Milanka finalmente prestou atenção à mesa e lá estava a tal Queen Lizzy e um outro homem de sorriso aberto.

            --Olá, muito prazer. - A mulher pareceu-lhe bastante simpática e dizer que era bonita seria pura redundância.

            --Prazer, William. - O homem de sorriso aberto também era bonito.

Aquele sotaque...

Milanka sentou-se e algo naquele casal a deixou mais tranquila. Sim, a amiga do marido não estava solta na vida. Graças a Deus. Pensava, enquanto buscava Elena com os olhos.

Eles começaram a conversar e ela a principio permaneceu mais calada. Queria entender que relação existia entre o seu namorado e a inglesa. Sim, o casal de amigos de Ethan, era inglês. Alguma coisa naquela mulher chamava a sua atenção. Parecia-lhe familiar, mas não se lembrava de onde e tinha a voz...aquela voz...

De repente o assunto mudou e Milanka sobressaltou-se. Ethan falava de alguma coisa que lhe pareceu familiar.

            --A Joyanne sempre gostou de fotografias...

Aquele nome...fotografia...o sotaque...e a sensação de já a ter visto em algum lugar. Não, não podia ser...ou podia?

Olhou de um lado para o outro á procura de Elena. Queria correr para avisá-la que provavelmente o destino estava decidido a pregar-lhe uma valente peça. Mas, não podia simplesmente levantar e correr como uma doida pelo restaurante. E mais, suas pernas não obedeciam aos seus comandos.

            --E a grega? - Ethan colocou a mão sobre a perna de Milanka que a essa altura já se via aflita.

Não respondeu a Ethan, mas percebeu que a inglesa ficou atenta.

E lá vinha a grega...feliz por ter-se livrado de um chato. Mal sabia ela o que a esperava...

            --Ei-la! - Milanka tinha as mãos geladas.

            --Olá! - Elena sorria para Ethan que a acolheu com entusiasmo.

            --Ah, finalmente conheço a melhor amiga da minha namorada. Muito prazer, Elena. - Ethan a beijou.

Milanka olhou para a inglesa que estava lívida. Ela, se fosse branca, estaria da cor do leite. As pernas tremiam...

            --Hoje é um dia especial, conheço a grega de quem a Milla tanto fala, e apresento-vos minha amiga de longa data. Amizade que fiz durante os melhores anos da minha vida e que coincidentemente, muitos anos depois, encontro no mesmo lugar. Queen Lizzy e o namorado, William.

Milanka não conseguiu acompanhar a cena com o olhar. O coração parecia que ia saltar do peito.

Elena, finalmente ficou ao alcance dos olhos dos convidados, que até aquele instante estavam de costas.

O inglês sorriu amigavelmente e levantou-se para cumprimenta-la.

Milanka olhou para a inglesa que olhava extasiada para Elena.

Elena, olhou para a inglesa, provavelmente atraída pela intensidade do olhar dela.

Os olhos encontraram-se. A inglesa sorriu. Elena retribuiu e depois riu com vontade. Mais um olhar profundo, provavelmente para certificar-se que não era delírio.

            --Olá, Joy!

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Boa leitura.

Abraço.

N Helgenberger


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Comentários para 15 - Capitulo 15:
Sione
Sione

Em: 24/01/2024

Admiro a amizade que existe entre Elena e Milanka as duas se entendem no olhar.

Agora me conta, que encontro foi esse nesse jantar!!!!

Correndo para o próximo capítulo e desvendar esse mistério. 

Por isso tu es a melhor Nadine. 

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rhina
rhina

Em: 18/05/2021

 

Puta merda.

Rhina

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Rosangela451
Rosangela451

Em: 01/09/2020

Kkkkkk 

Mas menina!!!!! 

Que encontro foi esse ? 

Acredito em você Joy. Não deixe sua felicidade escapar 

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Veka
Veka

Em: 23/08/2020

Helgenberger, vc me fez ficar esse capítulo todo tensa!

kkkkkkkkkkkkkkkkk...

Eu só respirei com a reação da Elena quando viu a Joy!

Caramba!

Beijos

Veka

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mtereza
mtereza

Em: 16/08/2020

E eu aqui amando a reação inicial da Elena ao se deparar com a Joy espero que signifique que não vai ser tão fácil para dona Joy voltar para o mundo cinza dela .Ansiosa pelo desenrolar dessa trama bjs Nadine.👏💟💟💟

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Mille
Mille

Em: 10/08/2020

Caramba que destino fdp para essas duas.
Espero que a Joy tome as rédeas de sua vida, e lute por quem realmente é.
Gostei desse chega para lá na chata da Brigitte.
Bjus e até o próximo capítulo

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 10/08/2020

Esse jantar vai ser indigesto para elas.
Elas poderiam se pegar no banheiro para matar saudades kkk

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Unica
Unica

Em: 09/08/2020

Elena não desce do salto.... Afinal os troianos são descendentes dos primeiros deuses da história... Mas também não desiste de lutar,Joy que se cuide!!!!!rsrsrs

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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 09/08/2020

UAU!!! isso é que é surpresa!!! As duas, agora, vão demorar um pouco para recuperar o fôlego... e eu também!

Então, Ethan é o grande amigo de Queen Lizzy - e esta é, nada mais, nada menos que Joy! Que "demais"! 

Ficamos no maior suspense à espera do desenrolar desse encontro surpeendente!

Querida autora, fico encantada com a forma que usas para descrever as personagens: "Joy carregava luz nas veias..."- que coisa linda para se falar de alguém. Até nós, simples leitoras, ficamos apaixonadas pela inglesa. 

Espero, ainda, que a nova Elena faça jus ao que dela declaraste: "Essa Elena sonhava e não media esforços até realizar." Que ela "mostre as garras" e lute para conquistar o que pede o seu coração!

Obrigada por alegrar tão generosamente nosso domingo! Passei o dia te esperando...

 

Beijos,

Bruna

 

 

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patty-321
patty-321

Em: 09/08/2020

Surpresa!!! Eita, q maneira a Nadine encontrou de fazer um reencontro entre essas duas, maldade com a troia. 

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