4 - Avatar atraente (Imagem escolhida por Cida Medeiros)
Samanta mexe em seus óculos mais uma vez antes de terminar de digitar seu texto para o dia seguinte. Já era onze da noite e estava exausta, porém sabe das suas responsabilidades e uma delas é entregar a matéria da semana em dia. Por culpa “Dela”, não, na verdade é sua mesmo, mas ela que está lhe tomando toda a atenção para si, tirando seus suspiros mais longos, aflorando seus desejos mais obscuros e o mais incrível é, nunca se viram, pode estar lhe enganando quando mandou aquela foto incrível, mas não podia reclamar, pois ela mesma nunca teve coragem de lhe mostrar uma imagem real sua, a não ser aquele Avatar, uma grande mentira na sua visão, mas segundo o seu amigo, chefe do TI na revista, a bonequinha é sua cara, quem dera ela fosse daquele jeito mesmo, é o que pensa.
— Oi, tem alguém ainda aí? _ Samanta olha o segurança, que assim que a ver, sorri. — Oh, senhorita, desculpe, pensei que não tivesse mais ninguém.
— Estou terminando aqui, Pedro, saio já, já.
— Não se preocupe, só estou averiguando, fique à vontade.
Samanta agradece e vê o homem saindo da sua sala. É sempre assim às sextas. Ela fica até tarde para terminar seu trabalho e ter o fim de semana livre, ou quase isso, pelo menos livre da sua editora chefe.
Uma hora depois ela revisa todo o texto e envia para sua chefa demônia, como gosta de chamar. Gosta do seu trabalho, mas sua patroa é o diabo em pessoa. Depois de satisfeita ela fecha o notebook, amarra seus cachos para cima e pega sua bolsa, saindo em seguida do prédio depois de se despedir de Pedro. Antes que entre em seu carro, escuta o celular tocando, pelo horário já imagina quem seja.
“Linda, onde você está? Se estiver ocupada desculpe, mas gostaria muito de ter um tempo com você”.
Samanta sorri, pois adora o jeito carinhoso que “Ela” a trata. Conheceu Cindy há quase sete meses por um aplicativo de namoro. Claro que sempre desconfiou dessas coisas, mas resolveu experimentar. Porém não teve coragem de colocar uma foto sua. Não que se ache a mais feia, longe disso, ela só é... Diferente.
Dona de uma beleza bem natural, pele negra, cabelo cacheado, corpo atlético e forte, é uma linda mulher de trinta e dois anos, porém tem aquele ar de nerd, o que em sua opinião, afasta para longe todas as mulheres da sua vida, assim como sempre foi. Usa óculos grandes, estilo “fundo de garrafa”, gosta de roupas mais largas, não é fã de maquiagem e prefere sempre estar em sua casa, aproveitando sua solidão.
Mas então surgiu ela, Cindy. As informações que tem é que ela é dançarina, tem vinte e oito anos, mora em Minas também. Se as fotos forem verdadeiras, é morena, cabelos curtos, negros, da mesma altura que ela, linda também.
Cindy vive cobrando fotos suas, mas Samanta ainda não se sente à vontade de mostrar sua verdadeira face, no final das contas acredita estar apaixonada pela dançarina, esse é seu medo, pois acha que se mostrar como é de verdade, uma mulher maravilhosa como aquela nunca vai querer algo como uma igual a ela.
“Estou indo para casa, falo com você daqui a pouco”.
Responde à sua “mulher” e entra no carro. O caminho para casa foi rápido devido o horário. Já se acostumou com isso, assim como os porteiros do seu prédio que sabem que toda sexta-feira ela costuma chegar tarde.
Samanta estaciona o carro em sua vaga e então vai para seu apartamento, lá pega o aparelho celular e logo olha a mensagem da outra.
“Trabalhando até tarde de novo, linda? Tudo bem, fico esperando, não dorme sem falar comigo antes”.
Vai para o seu quarto e resolve tomar um banho rápido. Depois que o faz ela veste apenas calcinha e camiseta e se deita, logo pega o celular, porém faz mais que responder sua mensagem, ela liga para Cindy.
— Linda, pensei que tivesse dormido. _ Samanta suspira, pois ama a voz grave da morena.
— Não, nunca te deixaria esperando.
— Ah, que linda. Você comeu alguma coisa?
— Sim, comi um sanduiche na revista.
— Só isso? Não é jantar, Sam.
— Eu sei, mas sabe como são minhas sextas-feiras. _ A mais nova suspira, nem adianta reclamar, ela sabe mesmo. — Eu estou bem. Mas como foi o show?
— Foi ótimo, sabe como são. Ainda bem que hoje foi só um.
Cindy é dançarina de uma banda local do Estado, mas eles viajam muito para outras regiões do Brasil, como agora, que estão em São Paulo, porém seu sonho é abrir uma escola de dança e enfim deixar essa vida de viagens, quer formar sua família e se aquietar. Por isso gosta tanto de Samanta, apesar de não saber como é seu rosto. Ela gosta da forma que a mulher pensa, das suas ambições tão simples, casar-se, ter uma família, amar e ser amada, tudo que a morena pensa em ter ultimamente.
— Isso é bom. _ Elas ficam em silêncio um pouco, apenas escutando suas respirações, Cindy sabe que a qualquer momento a outra vai adormecer, é sempre assim nas sextas.
— Quando vou poder ver seu rosto?
— Isso é muito importante?
— Vamos ter essa conversa de novo?
— Desculpa.
— Linda, eu gosto de você olhando para esse Avatar Atraente há quase sete meses, o que acha que pode mudar?
Samanta não sabe o que responder, de alguma forma ela acredita nas palavras de Cindy, mas ela é linda demais para correr o risco, se não a ter como mulher, vai tê-la como amiga, confidente, apesar de não conseguir nem pensar na possibilidade da morena com outra pessoa.
— Eu só tenho medo, não sou tão bonita quanto você. _ Samanta fala baixo, logo escuta o suspiro da mais nova.
— Não vou insistir, mas acho que já deveria confiar em mim como eu confio em você. Já me desnudei completamente para ti. Quero te encontrar, quero estar com você. No outro mês estou voltando para Minas, só preciso de um okay seu e estarei ao seu lado. Prefere que eu descubra como você é fisicamente quando nos vermos pessoalmente?
A pergunta pegou a mais velha de surpresa. Claro que um dia quer encontrar Cindy, isso só ainda não aconteceu por conta da turnê da morena, essa que termina no próximo mês. Não terá mais para onde correr. Está completamente apaixonada pela dançarina, seja para serem amigas, ou para se entregar como mulher, terão que se ver pessoalmente em algum momento.
— Eu não...
— Sam, tudo bem. _ É evidente o desapontamento da morena. — Vai dormir, linda, sei que está cansada.
— Cindy...
— Tudo bem, meu amor. _ A voz da mais nova fica fraca. — Eu adoro seu Avatar atraente, apesar de querer muito mais que fosse você, mas entendo. Boa noite, linda.
— Desculpe, boa noite, flor.
Elas desligam a ligação. Samanta respira fundo e fica olhando a foto de Cindy. A morena com seu sorriso forte, os dentes brancos e tatuagens no braço direito a conquistou. Não tem como uma mulher daquelas gostar de alguém como ela, nerd, desarrumada, que usa óculos e gosta de ficar em casa assistindo documentários, só nos seus sonhos mais esperançosos que isso ia acontecer. Pensando assim acabou pegando no sono.
....................**********....................
Cindy gosta de pensar que está fazendo a coisa certa, que pode esperar, sim, sente que está apaixonada por Samanta, mas sua falta de confiança a machuca. Gosta do seu jeito, do seu caráter, sabe das suas manias, de como ela adora o trabalho, apesar da chefa demônia, como ela mesma diz, sorri ao lembrar disso.
— Falando com a Sam? _ Ela olha para o lado e Anderson, o cantor da banda, a olha.
— Sim, mas está ficando cada vez mais complicado.
— Não se preocupe, a turnê acaba no outro mês. Depois teremos cinco meses livres, mais shows locais e caso viajemos, é coisa de dois dias.
— Ah, se fosse só isso. _ Ela suspira, falam baixo para não acordar os amigos.
— Namoros a distância são assim mesmo, Cindy, ainda mais se for algo de internet, mas se vocês se gostam de verdade vai dar tudo certo.
— Espero que esteja certo, Anderson, espero de verdade.
Com isso a garota também pega no sono. Não quer pensar nisso agora, só quer que aquele mês passe e ela enfim possa encontrar Sam, sua Samanta, a garota que vem lhe tirando os melhores e mais reais sorrisos.
....................**********....................
Uma semana se passou desde que Samanta teve aquela conversa com Cindy, algo não saía da sua cabeça. O fato de que a dançarina estará em Minas em breve e assim não terão mais desculpas para não se encontrarem, porém, a mulata ainda não se sente pronta.
Naquele Domingo ela foi até Thiago, o amigo do TI. Estão na casa do rapaz que a ajudou com a bonequinha, que na sua visão foi exagerada demais, porém o que ela não sabe é que o aplicativo que ele usou tira as características da pessoa e lhe dá um resultado parecido com o real.
— Tá bom, o que está acontecendo?
— Como assim?
— É a milésima vez que você suspira nos últimos dez minutos.
Samanta revira os olhos e então faz o coque costumeiro em seus cachos para prendê-los. Senta-se no sofá e encara o amigo.
— Cindy não fala comigo desde ontem à noite. Vinte e quatro horas, isso só aconteceu... Nunca, nunca ficamos tantas horas sem ao menos um “Eu tô viva”.
— Você está exagerando.
— Não é, Thiago, eu estou preocupada. _ O rapaz analisa a amiga e passa a mão no queixo, ele já conhece bem aquela história.
— Fala a verdade.
— O que?
— Fala a verdade, o que aconteceu?
Samanta suspira e começa a falar tudo que aconteceu na outra noite, sem esconder seu medo de Cindy perder o interesse assim que a ver de verdade. Thiago não entende como sua amiga pode ser tão cega.
— Certo, vem aqui. _ Ele levanta. — Rápido, vem aqui. _ Mesmo sem entender nada, Samanta levanta e é levada até o quarto do rapaz.
— Agora fiquei com medo.
— Vem bem aqui. _ Samanta então para em frente ao rapaz, esse que tira sua camiseta, o que a faz travar no mesmo momento. — Calma, confie em mim.
— Se você não fosse gay eu já estaria correndo.
— Idiota.
Ele então pega um pregador de cabelo, depois solta o coque que Samanta fez antes e arruma seu cabelo, ficando com o penteado bem parecido com o que estava no seu Avatar. Assim que termina, tira os óculos da mulher e arruma a calça moletom preta que ela usa. Analisa por alguns instantes, depois pega o lápis de olho, passa na mulata junto do batom também escuro.
— Pronto.
— O que você está fazendo, Thiago?
— Eu quero te mostrar uma coisa. _ Ele pega o celular e abre a imagem do Avatar, depois vira Samanta para frente, onde tem um grande espelho. Então vai para o lado da garota que está impressionada com o que ver. — O que está vendo?
— Eu... Eu estou...
— Sim, você está linda. Agora veja isso. _ Ele mostra o celular para ela. — Quem esse Avatar parece?
— Oh, fuck.
— E ainda xinga em inglês. Isso, fode meu psicológico, me faz ser hétero. _ O rapaz sorri. — Ela é você, Samanta, apenas você.
— Não...
— Sim, ela é. Apenas está maquiada, sem óculos fundo de garrafa, um penteado simples, deixou sua barriga linda de fora, sexy, você só é mais contida, Samanta, pode não ser tão atrevida, pode não usar essas roupas, pode não gostar de se mostrar dessa forma, mas ainda assim é você. Linda, maravilhosa, atraente, sedutora, até esse seu jeito calado, meigo, simples, até isso em você é atraente, e acredite, se aquela mulher linda te deseja mesmo sem te ver, ela vai ficar muito mais louca por você quando te encontrar pessoalmente.
Samanta está com os olhos lacrimejados. Nunca tinha tido aquele choque de realidade tão evidente na sua frente, talvez todos estejam certos, mesmo que não estejam, ela tem que se valorizar, Cindy vai gostar dela pelo que ela é, pelo que ela gosta de ser, aquela nerd que as vezes fica atraente com um pouco de maquiagem.
— Eu sou linda.
— Sim, meu amor, você é. Na verdade você é maravilhosa. E olha que escutar isso de um viado é algo importante. _ Ambos gargalham, então Samanta abraça o amigo.
— Obrigada por sua ajuda, hoje e sempre.
— Eu sempre vou estar aqui para chutar a bunda de quem te fizer mal, inclusive a Cindy se for necessário.
Samanta entendeu as coisas bem naquela noite, a partir dali tomou sua decisão, vai encontrar Cindy, se for para ficarem juntas e aquele amor se desenvolver vai acontecer da forma certa e sem pressa.
....................**********....................
Mais duas semanas se passam. As coisas voltaram ao normal entre elas, apesar de Cindy se sentir muito ansiosa para estar junto da sua garota, não tão garota assim, mas espera que seja sua. O plano é voltar em uma semana e marcar o encontro com Samanta, mas as coisas mudarão de forma significativa.
— Cindy, recebemos um convite para uma entrevista em uma revista em Minas.
— Cara, isso é muito legal.
— Sim, mas é daqui há dois dias. Como os dos últimos shows serão menores, pensamos em voltar agora para casa e retornar apenas no dia, sem vocês. _ O sorriso de Cindy, assim como das outras dançarinas, se alarga.
— Estão adiantando nossas férias?
— Sim. _ Anderson diz. – Depois da entrevista estarão livres da gente por um mês, depois só uns cinco ou sete shows por mês até começar a loucura de novo.
— Ah, cara, valeu.
— Então vocês aceitam?
— Claro que aceitamos.
As quatro dançarinas dizem juntas, felizes por aquela semana adiantada. Estavam exaustas e mal podem esperar para dormirem uma noite completa.
....................**********....................
— O que vai ter aqui hoje? Parece que estão todos nervosos.
— Você não sabe? _ Patrícia pergunta e Samanta nega. — Vão entrevistar uma banda hoje, ela está fazendo muito sucesso ultimamente, sou fã deles, ainda mais daqueles dançarinos. Até as mulheres são lindas.
— Não sabia que você tinha um lado colorido. _ A mulata brinca.
— Nem eu, até ver as dançarinas deles. Você deveria ver.
— Pelo jeito eu vou ver, não é? Já que estão todos esperando por eles.
— Ah, sim, eles vão chegar daqui a pouco.
A mulher loira se afasta e Samanta dá de ombros, indo para perto da cafeteira, nesse momento Thiago aparece, olhando-a seriamente, o que deixa a mulata desconfiada.
— O que?
— Você está sabendo?
— Que vem uma banda para ser entrevistada hoje? Sim, estou. _ Ela volta ao seu trabalho de preparar seu café, tão concentrada que não percebe quando oito pessoas entram pela porta. Thiago resolve não intervir, afinal, viado não se mete em coisa de sapatão.
Cindy entra no prédio da revista ainda mexendo no seu celular. Escuta os elogios de sempre aos seus trabalhos no geral, músicos, cantores, dançarinos, equipe técnica, todos são elogiados. Porém, assim que eleva o olhar, ele vai direto para duas pessoas paradas perto de uma janela. O rapaz a encara, mas o que lhe chama atenção é a mulher.
Ela sorria ao conversar com ele, vestia calça jeans e uma blusa larga de moletom, seus cachos presos em um coque, os óculos grandes combinavam com seu sorriso, sem contar a pele negra que dava perfeição à sua beleza. Estava tão distraída com a xícara de café que nem percebeu o olhar da morena nela. Não era apenas sua beleza, tinha algo familiar, algo que Cindy não conseguia explicar, mas a hipnotizada.
— Quem é ela? _ Pergunta, o que faz Patrícia olhar para o lado.
— É a Samanta.
— O que? _ O coração da morena dispara.
— É a Samanta, nossa chefe de redação, uma gênia da edição, se não fosse esse seu jeito...
— Maravilhosa.
— O que? Não, ela é toda desastrada, gagueja, antissocial, mas isso não vem ao caso, vou encaminhar vocês para a sala onde farei a entrevista.
Cindy mal pode acreditar que encontrou sua garota tão coincidentemente. Claro que esperava uma beleza particular de Samanta, mas isso? A bailarina não conseguia conter a emoção, a vontade de ir falar com ela, mas tem outros planos, vai fazer uma surpresa.
Para ter certeza do que estava vendo, pega o celular e manda uma mensagem. No mesmo instante olha para frente, onde a mulata pega o seu aparelho e sorri assim que olha a tela, o que não passava de apenas um “Oi, linda”. Mas aquele sorriso que Cindy viu não pode ser mentira, ela quer aquela mulher, agora não apenas como uma aventura, uma possibilidade, ela quer ser real, muito mais que antes, não pode ser hipócrita, quer tocá-la, além de ser inteligente, como sempre pensou que era, Samanta é linda.
Depois daquilo vai para sua entrevista. Não sem antes admirar uma última vez Samanta, ao olhar para o rapaz recebe uma piscada, entendendo que ele sabe toda a situação, ela induz que esse seja o tão famoso Thiago.
....................**********....................
Samanta termina mais um dia de trabalho, agradece por toda a loucura da tal banda ter acabado, não teve curiosidade de entrar e ir ver quem eram, até porque sabe que todo aquele material vai estar em sua mesa no dia seguinte, afinal, tudo que vai ser colocado como notícia passa por suas mãos.
Espreguiça-se e fecha o notebook. Pega sua bolsa e então sai da sala, Thiago ainda estava lá, mas diz que vai ficar mais um pouco. Ela assente, então pega seu celular e manda uma mensagem para Cindy antes de sair do prédio.
“Estou saindo, cansada, teve uma entrevista hoje aqui, foi tudo corrido, falo contigo daqui a pouco”.
Como se a outra estivesse esperando a mensagem, e estava mesmo, ela responde rapidamente, não dando tempo para a mulata bloquear a tela.
“Gostaria de uma massagem? Posso te ajudar a relaxar”.
Samanta sorri, gosta daquele jogo de sedução que elas têm, já tiveram um pouco de sex* por telefone, apesar de achar que ela foi péssima, gozou junto com Cindy, então prefere acreditar que fez o que podia.
“Vou adorar uma massagem, quem sabe possamos ter mais”.
Cindy sorri da mensagem da mulher, quer que ela fique assim, mais solta, mais leve, mais íntima com ela.
“Vou fazer, linda, vou fazer tudo que você quiser”.
O coração da mulata dispara. Nesse momento ela sai do prédio, já ia se encaminhando para o seu carro, mas ainda conversava com a morena, de repente ela para, não por estar em frente ao seu carro, mas pela mensagem que acabou de receber.
“Você fica linda de moletom”.
A mulata começa a olhar para os lados, nervosa, ansiosa e preocupada. Como Cindy pode saber que ela está de moletom? É o que Samanta pensa.
“Você está aqui?”
Porém a resposta não vem rápida como as outras. Ela reenvia, mas nada de uma explicação, então abre a porta do carro, agora ficou amedrontada, mas antes que entre, sente que tem alguém atrás, está com medo de virar-se, qualquer uma das possibilidades é aterrorizante, sendo Cindy ou não, ela está morrendo de medo de encarar a outra pessoa.
— Oi, linda.
— Ah, meu Deus.
Com cautela ela se vira, os olhos arregalados ao ver a maravilhosa mulher na sua frente, mais que isso, ela segura um lindo buquê de rosas vermelhas, o que deixa o momento mais que intenso.
— Você... Você...
— Sim, eu... _ Cindy sorri. — São para você.
— Obri... Obrigada. _ Samanta recebe o buquê, emocionada e surpresa. — Como...
— Você é uma mulher muito inteligente, mas em momento algum passou pela sua cabeça em perguntar qual era a banda que iria ser entrevistada?
— Oh, caramba, eu... Eu não... Droga. _ Samanta abaixa o olhar, mas Cindy se aproxima e segura em seu queixo.
— Não, não me prive de olhar mais para você. É tão... Linda.
— Eu não sou...
— Shiii. _ Cindy fica séria e coloca dois dedos sobre os lábios da outra, impedindo que ela continue a falar. — Agora entendo porque você não me deixou te ver antes...
— Eu não sou atraen...
— Porque se eu visse, eu ficaria louca por você, mais do que já era. _ O coração da mais velha está acelerado. — Você é linda, Sam, não só por dentro, mas por fora também. Meu Deus, eu... _ Cindy se aproxima. — Eu quero te beijar, essa é a hora de me parar.
— Cindy...
— Linda, falar meu nome assim não é a melhor forma de me parar. _ A morena sorri. — Eu vou te beijar, Sam, eu juro que vou.
Samanta já tinha os olhos fechados, o corpo próximo da outra estava deixando-a nervosa. Achava Cindy linda nas fotos, tanto nas que ela mandou, quanto nas que pesquisou na internet, até achou que era outra pessoa usando sua imagem, mas lá estava ela, tão próxima dos seus lábios, era real, elas iriam mesmo se beijar.
Não puderam se conter. Os lábios logo se encontraram com força, com saudade, com ansiedade, com reconhecimento. Aquele primeiro encontro está sendo maravilhoso, não apenas pela necessidade que ambas tinham em se encontrar enfim, mas por serem mais do que almejavam, se apaixonaram pelo que são internamente, a beleza externa está sendo um brinde.
Cindy leva sua mão para a nuca da mulher e segura em seus cachos. Tira as flores das mãos da mulher e as coloca no capô do carro, sem parar o beijo. Agora podem sentir os corpos próximos. A maior, porém, não mais velha, empurra os corpos, ela não conseguiu se conter, quis aquilo por tanto tempo e recebe o mesmo em troca, pois as mãos de Samanta apertam sua cintura por cima da camiseta preta que ela usa.
As línguas enfim se encontram, o que resulta em um gemido da mais velha, Cindy poderia perder o controle assim que o escuta, por isso afasta as bocas, mas não os corpos. Quando encara a mulata, pode ver que ela está envergonhada.
— Nossa, você ficou mais linda.
— Eu não acredito que você está aqui.
— Sim, linda, eu estou, estou aqui por um mês, depois tenho alguns shows, mas nada de sete meses, se tudo der certo como espero que dê, pretendo estar aqui por um bom tempo.
Samanta sorri, não se contém e a beija de novo, recebendo um sorriso contra os lábios. Cindy está maravilhosamente atraída pela mulata. Pressiona seu corpo mais uma vez, agora com mais delicadeza, porém ainda arrancando outro gemido.
— Se você gem*r mais uma vez não me responsabilizo pelas minhas próximas ações. _ Samanta sorri e se afasta. Agora é sua vez de admirar a beleza da outra, Cindy é linda.
— Você é... Perfeita.
— Você já se olhou no espelho? _ A mais nova diz. — Sam, você é... Inexplicável. Estou... Tão encantada com você. _ Ela não consegue parar de olhar para a menor.
A mulata mal podia falar, nunca tinha recebido elogios tão intensos quanto aqueles. Nunca alguém tinha a admirado daquela forma, agora era real, estava lá, dessa vez não vai deixar escapar.
— Quer ir para a minha casa? _ Cindy se surpreende com a pregunta.
— Tem certeza disso?
— Absolutamente.
— Sim, linda, eu quero ir para a sua casa.
Aquela era a prova de confiança que Cindy precisava para se entregar para a mulata. Mesmo que não falasse em voz alta, estava sim, agora mais que antes, perdidamente apaixonada pela jornalista, não pode negar que a beleza de Samanta ajudou nessa certeza.
....................**********....................
Samanta tenta abrir a porta do apartamento completamente desajeitada, a chave não entrava, suas mãos estavam tremendo, nervosismo era o mínimo que poderia dizer que sentia. Cindy percebendo isso, se aproxima e fica atrás dela, deixando que seu corpo maior se encoste ao da outra, pega a chave da sua mão e com lentidão abre a porta, mas elas não se movem inicialmente.
— Você é tão cheirosa.
O corpo todo de Samanta estremece tanto pela voz que ela vem escutando e se maravilhando por um tempo tão perto de si, quanto por de fato Cindy estar perto, está usando-a e não é da forma que normalmente faz, é daquela outra forma boa, prazerosa.
— Vamos entrar, linda.
Cindy empurra a porta, deixando que Samanta entre segurando seu buquê. Assim que estão na sala, a maior analisa o ambiente, constatando que é exatamente como pensou, da forma que a mulata descreveu. A mais velha olha a outra encarando seu apartamento, é pequeno, mas é dela, falta um ano para terminar de pagar e sente orgulho disso.
— É lindo.
— É pequeno, mas... _ A menor não tem tempo de responder, logo é parada pela proximidade de Cindy mais uma vez.
— É lindo. _ A maior repete e sorri. — Vou te beijar de novo.
— Beije-me.
Cindy quer aproveitar cada segundo que tem com a mulher, espera ter muito mais, conseguir e apreciar muito mais, por isso trata de segurar o corpo da outra com força, fazendo-a estremecer mais uma vez. É simples, mas ao mesmo tempo delas, íntimo, confiável.
— Esperei tanto por isso, você não imagina. _ Cindy diz assim que afastam as bocas e ela encosta as testas.
— Eu também.
É tudo que Samanta consegue falar tamanha é sua entrega, sua submissão por aquela mulher. Cindy é única, nem é por sua beleza, mas pelas palavras que diz, pelas ações, pelo cuidado, esse que em apenas uma hora Samanta já sabe que são todos reais.
— Você já jantou?
— Não.
— Posso pedir algo? Não gosto que fique sem jantar, sabe disso.
— Eu sei. _ Samanta sorri. — Você pode... Pode pedir, vou... _ Ela engole seco. — Vou tomar banho enquanto isso.
— Eu poderia pedir para fazer isso com você. _ Os olhos da mais velha se arregalam. — Mas devido a sua reação, que eu já esperava, vou me comportar e sentar aqui no sofá e pedir nosso jantar.
— Eu não... _ Mais uma vez ela é calada pelos lábios macios e carinhosos de Cindy que junto disso, segura em sua cintura, fazendo os corpos ficarem mais colados.
— Sim, você sim. E está certa, não seria você mesma se aceitasse que eu tomasse banho com você tão rapidamente. Eu te conheço há mais de sete meses, linda, acredite, mais do que muitos que convive com você diariamente, porque eu conheço sua verdadeira face, assim como você conhece a minha. _ A morena lhe beija novamente. — E eu adoro o que eu conheço, tudo, até esses óculos enormes. _ Samanta acaba sorrindo. — Agora vai lá, prometo ficar quietinha aqui.
— Tudo bem, obrigada.
Cindy lhe beija novamente, então vai para o sofá e ver a mulher entrar no corredor, sumindo em seguida. Ainda não consegue acreditar que Samanta é tão maravilhosa, mais do que esperava, claro que sabia disso, porém ela é muito mais, tudo que sonhou, tudo que mostrou ser não é uma máscara para lhe agradar, para lhe conquistar, aquilo é maravilhoso.
Samanta se sente da mesma forma. Ao entrar no quarto encosta-se à porta e respira fundo, ainda tentando cair a ficha de que Cindy está em sua sala. A mulher por quem se apaixonou perdidamente nos últimos meses está na sua casa e é tudo que sempre sonhou, mais, na verdade, ela é muito mais. Tem todo aquele carinho, sorriso bobo, mas ao mesmo tempo firme, é mais linda do que pensou, ela é tudo que a mulata sempre desejou.
— Ah, meu Deus.
Passa a mão pela testa, mas logo resolve fazer o que disse que ia. Foi o banho mais rápido de toda a sua vida, depois abre o guarda roupa e pensa no que usar, mas foi parada ali em frente às suas vestimentas, pensando no encontro delas, em como Cindy a tratou tão bem, que ela teve certeza que não precisa ser outra pessoa, vai agir naturalmente, por isso pega um short moletom não tão curto e sua camisa larga, vestindo apenas um top por baixo, perfeito, os cachos foram secos, dando o volume costumeiro que tanto ama.
Olha-se no espelho e pega os óculos, já pensou em usar lentes, mas nunca se importou com isso, os coloca e sai, encontra Cindy mexendo no celular, mas assim que escuta os passos olha para cima, brilhantes e emocionados.
— Uau...
— Você está exagerando. _ Cindy não se controla, vai até ela e a beija novamente.
— Eu adoro seu jeito simples, já deveria saber disso. Você é linda, Sam, tão... Nossa, você é linda.
— Não mais que você.
— Você está errada, princesa, eu posso ser... Sexy, atraente, confesso, eu sou, até minha profissão exige isso, mas você, meu Deus, sua beleza é única, maravilhosa, é tão hipnotizante que acho que vou te prender aqui para não correr o risco de te olharem e se apaixonarem, assim como eu estou.
— Cindy...
— Não faz isso comigo, linda, não faz.
Elas voltam a se beijar, dessa vez com mais vontade, desejo, tesão. Cindy segura nas pernas da outra e as puxa para cima, fazendo circular em sua cintura. Então caminha para o sofá, onde a deita, ficando por cima, isso tudo sem desgrudar as bocas do beijo excitante que davam. A maior segura a perna da jornalista, apertando a pele, enquanto as mãos nervosas de Samanta adentram sua camisa larga e acariciam sua barriga.
— Eu não vou parar. _ A mais nova sussurra.
— Não para.
Elas não queriam parar, porque era exatamente o que queriam fazer desde que se viram pela primeira vez. Cindy a encara e então tira seus óculos, colocando ao lado. Samanta não reclama, seria estranho trans*r com aquela coisa enorme no rosto.
— Continua linda.
Samanta sorri sem graça. A dançarina então fica ereta e leva as mãos da mulata para a barra da sua camisa, incentivando para que a tire, a menor engole seco, mas obedece, quando ver o abdômen da outra nu, suspira, passa a mão por todo ele, vendo Cindy morder o lábio inferior tamanho era seu tesão, apenas aquele toque a estava deixando excitada.
— Você me deixa louca, linda, completamente entregue a você.
A mais nova diz assim que volta a beijar a outra, dessa vez é ela que puxa a camisa larga da menor para cima, expondo sua pele negra suave. As mãos de Cindy tocam o lugar e logo estão no cós do short, puxando para baixo. Samanta não ousa hesitar, na verdade ela quer mais. Quando a jornalista está apenas de calcinha, a maior sai do sofá e se ajoelha no chão, olhando para cima, como se pedisse permissão. Puxa agora a peça íntima para fora, o suspiro de Samanta deixa a dançarina mais excitada, sem pudor algum olha para o meio das pernas da outra, vendo e comprovando o quanto ela estava molhada.
— Ah, linda, eu vou te devorar.
A mais velha sabia exatamente o que aquilo significava, tanto que instantaneamente abre um pouco mais as pernas. Cindy sorri e então pega as pernas da outra e coloca em seu ombro, assopra devagar o sex* da menor, essa que gem*.
— Vou devorar todinha.
Sem esperar mais leva sua boca para o centro da mulata. Samanta deixa o corpo encostar-se ao sofá, estremecendo ao sentir alguém lhe tocar assim tão intimamente. Fazia um bom tempo que não era tocada dessa forma, exatos oito meses, um pouco antes de conhecer Cindy. A morena trabalha freneticamente, dando o prazer que a jornalista quer, precisa, pede, seu corpo diz isso, diz que sua mulher está gostando do que ela está fazendo.
Inevitavelmente as mãos de Samanta vão para o cabelo de Cindy, essa que intensifica os movimentos, levando a outra cada vez mais ao limite. A jornalista não poderia descrever o prazer que estava sentindo, pelo menos nenhuma outra poderia ser comparada, não havia comparação, era único, era perfeito, tanto que seus espasmos logo vieram.
— Oh, Cindy, Cindy...
A mais nova não conseguiu se controlar, levou dois dedos para a entrada da mulata e penetrou no mesmo instante em que ela estava goz*ndo, o que prolongou mais o seu prazer. As pernas de Samanta tremiam no ombro da mulher, que sorria satisfeita do que proporcionou, aquele era só o começo. Passa sua língua devagar pelo nervo, ao mesmo tempo em que se retira de dentro da mulata, também sentiu como se nada pudesse ser melhor que aquilo, que a certeza de dar prazer à sua mulher.
Levanta-se e deita em cima da menor, sentindo sua respiração forte. Então beija seus lábios, fazendo com que a jornalista prove seu sabor. Ambas gem*m com a sensação. Quando as mãos da mulata vão para a calça jeans da maior, a campainha toca, fazendo-as suspirar.
— Deve ser nossa comida.
— Sim, deve ser. _ Sam diz, desapontada.
— Não se se preocupe, linda, agora que te provei estou viciada, nunca mais vou sair de perto de você.
Cindy sorri ao dizer, então se levanta, indo para a porta. O entregador do italiano olha para o seu abdômen descoberto e engole seco, ela usa apenas sutiã, Samanta sorri da forma que o rapaz a encara, ela paga e agradece, então fecha a porta.
— Vamos jantar, linda. Odeio te ver sem comer, precisa estar forte para a noite que teremos pela frente.
A promessa fez o corpo da menor estremecer, expectativa passou a fazer parte da sua noite, porque se Cindy era boa daquele jeito com a boca, está louca para saber o que ela pode fazer com o resto do corpo.
Samanta pega sua calcinha e veste, junto da camiseta, deixando o short de lado, a dançarina nem se importou de colocar sua camisa, ficou lá, admirando a jornalista comer, dando leves garfadas, mas não consegue parar de olhar para a mais velha.
— Porque está me olhando assim? _ Sam fica sem jeito.
— Estou muito zangada com você. _ A mulata fica séria no mesmo instante. — Como você teve coragem de me privar de apreciar sua beleza por tanto tempo?
— Oh... Eu... Você está exagerando, Cindy, eu sou... Normal!
— Linda, se você é normal, passei a odiar o diferente a partir de hoje. Você é... Eu nem sei explicar. _ Os olhos da morena brilham. — Linda. Aquele Avatar atraente nem chega perto da sua beleza.
— Avatar atraente... _ Samanta repete o apelido que a morena deu e sorri.
— Gostou? Eu acertei, não é? Sempre soube que você não seria menos que isso, atraente, magnífica... Pode apostar, sua aparência é maravilhosa, mas eu me apaixonei pelo que você é, desde esse tempo que nos falamos, eu me entreguei para você, Sam. _ A mulher segura a mão da mulata por cima da mesa. — Farei tudo para te provar isso a cada dia.
— Eu sei, você é tudo que eu imaginei também, na verdade é muito mais.
Cindy sorri e beija a mão da outra, incentivando ela a comer, falou sério, não gosta quando Samanta vai dormir sem comer depois de ficar até tarde na revista, não gosta quando ela come um monte de besteira por falta de tempo, não gosta quando ela tem apenas quatro horas de sono por noite, já sentiu na pele o quanto aquilo é terrível.
Depois do jantar elas se sentaram mais uma vez no sofá, não demoraram para estarem se beijando, tirando a roupa mais uma vez, deixando o desejo tomar conta.
— Vamos para o quarto. _ A mulata sussurra.
— Por favor, linda, te quero completamente nua.
Cindy se levanta e ergue a menor junto, carrega-a pelo corredor, mas antes de entrar no cômodo pressiona o corpo da outra contra a parede, escutando seu gemido, as bocas se devorando, se reconhecendo agora. Não demoram a estarem na cama, se entregando, se amando, era amor, não podia ser diferente, os gemidos, os toques hora sensíveis, outrora firmes, tudo levava para o infinito.
Depois do prazer, da satisfação tantas horas da noite, estavam completamente nuas, com Samanta tendo a cabeça repousada em cima do peito da maior, que faz carinho nos seus cachos, fios esses que Cindy passou a amar.
— Não é um sonho, não é?
— Não, meu amor, não é. É nossa realidade, estou aqui.
— Estará aqui amanhã? _ Cindy sorri da voz sonolenta da menor, beija seus cachos e a puxa para mais perto do seu corpo.
— Sim, linda, estarei e quantas manhãs mais você me permitir.
— Então serão muitas. _ Samanta boceja, fazendo a maior suspirar. — Boa noite, Cindy, eu te amo. _ O coração da outra acelera os batimentos, se Sam não estivesse quase dormindo notaria, mas isso não a impediu de escutar sua resposta.
— Boa noite, princesa, eu também te amo.
E era só o começo daquele amor. E olha que tudo começou com um Avatar Atraente em um aplicativo de relacionamentos.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
kasvattaja Forty-Nine
Em: 06/08/2020
Olá! Tudo bem?
É uma penas você deixar o ''Lettera'', mas vida que segue.
Enquanto você estiver por aqui, acompanharei-a. Depois no ''Wattpad'', com certeza.
Agora, o ''Dreame'', meu Deus, que horror. Não consegui abrir nenhuma das três histórias lá disponíveis, mesmo mudando de navegador - usei até o argh! Edge -, então... Sei lá...
Mas, boa sorte, você é grande.
É isso!
Resposta do autor:
Bom dia, linda. É um pena, tenho consciencia dos problemas do site, eles são novos no Brasil, por esse motivo estão atrás de escritores no país, para assim desenvolver um APP em português. Porém, se sua dificildade, além do idioma, assim como eu tenho, for apenas de encontrar o meu perfil, aqui está o meu link https://m.dreame.com/user?channel=dreamewap-24
https://m.dreame.com/bookShelf?channel=dreamewap-24
Esses são os links, obg pelo carinho, lindona, nos vemos por aí. Bjussss
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]