3 - Verdade ou desafio? (Imagem escolhida por Michelle Corrêa)
Michelle sempre foi uma garota muito bem decidida no que queria na vida. Com quatorze anos beijou um garoto, para ela foi horrível, aos quinze beijou uma garota, uma sensação completamente diferente do primeiro beijo, bem ali teve a primeira certeza. Gostava de garotas e estar com garotos nem passava mais pela sua cabeça.
Sua mãe e seu pai são professores, sempre os via falando com emoção do trabalho, apesar de dormirem tarde, ficarem estressados, irritados e até mal-humorados as vezes, nunca citaram uma desistência, aquilo a motivava. Quando fez dezessete já tinha outra certeza na vida, ser professora, deu orgulho aos pais ao passar na Federal do seu Estado para Geografia.
Hoje, com vinte anos e no quarto semestre do curso, ela continua com as certezas de antes, porém uma dúvida, a maior de todas entrou em sua vida, Sandra... Sua Sandra, sua garota, sua menina, meiga, sorridente, provocadora quando quer, companheira de todas as horas, que segura sua mão nos momentos difíceis, sua melhor amiga.
As duas se conhecerem no penúltimo ano do ensino médio, depois dali nunca mais se largaram, uma aconselhava a outra, ajuda a se livrar de garotas e garotos indesejados, fingiam até namorar, apesar de Sandra se dizer hétero, porém Michelle tinha lá suas dúvidas, se prendia a isso, pois não acredita na certeza infinita de uma sexualidade, ela sente que se um dia se apaixonasse por um rapaz, poderia sim ficar com ele, ser feliz com ele.
Mas ela teve a maldita sorte de estar mesmo interessada na sua melhor amiga, e pior, Sandra a provoca, sabe do seu desejo, da maneira predatória que ela a olha, como agora, quando a morena mais nova um ano que Michelle desvia o olhar do livro que lia e sorri ao ver a maior lhe olhar daquela mesma forma de sempre.
— Desse jeito vou achar que você vai me devorar.
— Eu poderia fazer isso, mas seria um devorar prazeroso para nós duas.
E lá estão as provocações novamente. Sandra fecha o seu livro e depois o da amiga, jogando-os em seguida para longe, sem deixar o sorriso safado no rosto. Michelle já sabia o que vinha pela frente. Então senta na cama e se encosta à cabeceira, logo tem a morena sentada em seu colo, segurando firme em seu cabelo da nuca.
— Sandra, Sandra...
— O que? Você não disse que ia me devorar? Está arregando?
Michelle encara intensamente os olhos da amiga que lhe encaram com aquele sorriso provocador, seus lábios estão quase se encostando, mas é sempre assim, elas nunca se beijam, apenas se provocam, ou mais, se sentem, pois aquelas mãos se tocando não pode ser apenas mãos se tocando, elas se aproveitam da situação.
— Vou, eu vou.
Michelle joga o corpo da menor contra o colchão e a prende com os braços acima da sua cabeça, Sandra morde o lábio inferior, sentindo o tronco da maior contra o seu abdômen. A mais velha se abaixa, mais uma vez quase encostando seus lábios aos da melhor amiga. Poderia beijá-la nesse momento, deixar seu desejo falar mais alto, sentir enfim o gosto do beijo de Sandra, mas achava o custo muito alto. Poderia perder a amizade e não ter nada no final. Preferia não arriscar. Até porque a menor sabe que Michele gosta de garotas, se fosse para se beijarem, ela mesma poderia ter alguma atitude.
— Devore-me. _ Sandra sussurra contra os lábios da mais velha, ansiosa para que ela avance.
A garota de cima sorri e então pega o lábio de baixo da outra com os dentes, sentindo Sandra ficar inquieta embaixo dela. Ambas fecham os olhos. As respirações estão quentes, cheias de desejo, aquilo é óbvio para as duas, talvez Michelle esteja agindo com a razão e menos com o coração e chegou a hora disso mudar, mas...
— Michelle, filha... _ A mais nova empurra o corpo da amiga assim que escuta a voz da mãe de Michelle.
— Au. _ A maior reclama, pois foi direto ao chão.
— Está tudo bem aí? _ A mulher diz assim que entra no cômodo e ver a filha no chão e a outra na cama, aparentemente assustada.
— Sim, mãe. A Sandra me empurrou da cama, essa doida. _ A mais velha franze o cenho.
— Ela... Ela queria fazer cócegas em mim, tia, você sabe como odeio cócegas. _ A mãe sorri e então balança a cabeça em negativo.
— Vocês não têm jeito mesmo, nem depois de anos. Vamos. O almoço está pronto. _ A mulher sai, deixando enfim as duas a sós.
— Isso doeu. _ Michelle diz ao ver a amiga se jogar contra o colchão. — Não vai ficar assim.
— Vai se foder, Michele. Sua mãe quase nos pega. _ A maior sorri e mais uma vez vai para cima do corpo da outra, que está contrária a essas provocações agora.
— E estávamos fazendo algo errado? _ A mais velha sussurra.
— Não, Mi, não estávamos. _ Sandra sorri. — Agora vamos, estou morrendo de fome.
Mais uma vez a menor empurra o corpo da outra, dessa vez para o lado vazio da cama. Michele sorri e a ver levantar rapidamente, calçar seus chinelos e sair do quarto, estava nervosa, era evidente. Ela sorri e passa as mãos no rosto.
— Essa garota ainda vai me enlouquecer.
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— Não, Sandra, eu não quero ir. Sabe que odeio essas festas na casa dos seus amigos, eles são chatos.
— São seus amigos também, sua chata.
Michele revira os olhos e então se levanta da cama para ir até o banheiro, estão na casa da menor, que tenta convencer a amiga a irem em uma festa na casa de um dos amigos da faculdade, a mais velha até gosta, porém dessa em especial ela já sabe como vai terminar, pessoas muito bêbadas, alguns até usando drogas e ela carregando Sandra sem noção alguma das coisas para casa, não que reclame disso, mas nesse dia em especial está sem clima.
— Mi, por favor, você sabe que essas festas não têm graça sem você.
— Não sei por que, eu nem bebo tanto quanto seus amigos.
— Eu já disse, são seus amigos também. _ A menor levanta e então vai para perto da amiga, antes que ela entre no banheiro a pressiona contra a parede e aproxima as bocas, sabe como conseguir as coisas da mais velha.
— Para, dessa vez não vai funcionar.
— Parar o que? _ Sandra sussurra.
— É sério, Sandra, para com isso.
— Mas eu não estou fazendo nada.
Sandra entende que ganhou o jogo quando sente o primeiro suspiro da outra contra seus lábios, sorri e então faz como Michelle fez no outro dia, segura seu lábio inferior com os dentes e puxa, não demora a escutar o primeiro gemido da maior.
— Droga...
Mais um gemido sai quando Sandra puxa com força e solta, agora indo com os lábios para seu pescoço, beijando, passando a língua, mordiscando, provocando como só ela sabe fazer e gosta de fazer. Odeia que outras garotas toquem em Michelle, odeia escutar sobre suas aventuras sexuais, odeia que sua melhor amiga não tenha uma atitude, mas se odeia muito mais por não conseguir ir em frente, seria muito mais fácil, porém o medo da rejeição é evidente, ainda mais sabendo que pode perder uma amizade tão bonita e real.
— Sandra...
— Gosto quando fala meu nome assim.
— Você... Você conseguiu, eu vou com você. _ Sandra sorri, mas se sente frustrada, queria que fosse mais difícil e Michelle resistisse mais, assim quem sabe poderia ir além do que aquelas provocações.
— Ótimo. _ Ela se afasta sorrindo e então beija a bochecha da amiga. — Vou só tomar um banho.
Sandra empurra a amiga de perto da porta do banheiro e entra primeiro, fazendo Michelle revirar os olhos. Ela volta para a cama e se deita, deixando os fios castanhos da cabeça se espalharem no travesseiro. Ama o cheiro de Sandra, seja o natural ou a mistura com o creme de pele que ela usa. Suspira, pois cada vez fica mais difícil resistir, estar perto, não a beijar. Sentir sua língua em seu pescoço foi torturante, as coisas estavam começando a ficarem insuportáveis para ela.
Fecha os olhos e fica ali relembrando o toque de Sandra em sua pele, logo escuta a porta do banheiro ser aberta. Nesse momento Sandra sai apenas enrolada na toalha, sorri para a amiga, vai para o guarda roupa e tira sua lingerie preta, então volta para o banheiro, mais uma vez Michelle suspira, mas tinha que piorar, pois agora a amiga volta usando apenas as duas minipeças pretas no corpo, fazendo a mais velha engolir seco.
— O que foi? _ Sandra pergunta, vendo o jeito descarado a que a outra encara seu corpo.
— Vai se foder!
A menor sorri ao ver a amiga colocar o travesseiro em seu rosto. Não vai provocar agora, quer mesmo ir a essa festa, mas foi bom, gostoso vê-la lhe encarando daquela forma. Depois de colocar short preto e uma camiseta também preta, calça uma rasteirinha da mesma cor e vai para frente do espelho fazer uma maquiagem leve. Logo está pronta.
— Vamos? _ Michelle já estava sem o travesseiro cobrindo seu rosto.
— Vamos, sua chata.
Michelle levanta, usa uma calça preta, camiseta azul escuro, por baixo um top preto, para completar seu visual, vai para perto da cômoda, onde Sandra está, se aproxima da garota, a fazendo ofegar aos poucos, as bocas estavam quase coladas, mas então ela pega seu boné e se afasta, colocando a peça, deixando o cabelo castanho solto.
— Agora, sim, vamos.
— Ai, ai.
É tudo que Sandra diz ao sair junto com a amiga e irem para a tal festa do amigo. Os pais dele viajaram e o rapaz resolveu fazer essa social, não eram muitas pessoas, as de sempre, as quais confiavam para beber muito junto. A mais nova gostava desses encontros, ficava à vontade, e melhor... Poderia provocar Michelle muito mais.
Elas chegam à casa em questão que fica próxima da de Sandra. Tanto que foram a pé. Assim que a morena mais nova bate na porta, ela é aberta pelo dono da casa, esse que sorri assim que ver a garota, o que faz Michelle revirar os olhos, era evidente o porquê de ela não gostar dele, pois o rapaz e sua melhor amiga já ficaram e evidentemente ele ainda gosta dela.
— Ei, que bom que vieram.
— Foi muito dificultoso convencer essa aqui, mas eu sempre consigo o que eu quero dela com jeitinho.
— Ah, sei bem, seu jeitinho é sempre bem convincente. _ Ele fala de forma maliciosa.
— Vamos? Aqui está frio. _ Michelle diz, cortando o momento deles, o que fez Sandra sorrir, pois era essa reação que ela esperava mesmo.
Os três caminham para a área da piscina, onde os amigos estavam. Nove no total contando com as duas. Cinco meninas e quatro meninos, duas delas, Michelle e outra eram gays, assim como um dos amigos, Sandra beirava ali o bissexualismo com a vontade louca de beijar a melhor amiga, na verdade ela queria muito mais que beijar.
— Vamos beber, porr*.
Um dos amigos grita, ligando o som alto. Duas meninas estavam sentadas na beirada da piscina com os pés para dentro da água, conversavam e bebiam das garrafinhas de cerveja. Estavam animadas. Michelle sempre desconfiou da outra, talvez sua amiga se dê bem naquela noite.
— Você está bem? _ Sandra sussurra perto do ouvido da melhor amiga.
— Sim, só cansada, eu disse que não queria vir e você me obrigou.
— Eu não te obriguei. _ Lá está o sorriso provocador de Sandra.
— E você nem nega.
A menor olha para o lado, vendo que todos estavam concentrados nas conversas particulares e bebidas, alguns até dançam. Então ela aproxima sua boca do pescoço da mulher, de onde acha que ficou viciada e beija com lentidão e carinho.
— Sandra...
— Eu não te obriguei, eu te convenci.
Então sorri mais alto e se afasta, indo para perto das duas garotas na beirada da piscina. Nesse instante o amigo gay se aproxima de Michelle, também com a garrafinha em mãos, sorrindo pelo olhar que a garota dá para sua melhor amiga.
— Vocês já se pegaram?
— Quem me dera.
— Cara, todo mundo pensa que vocês já se pegaram.
— Mas não. Não passamos de provocações, mas ultimamente... _ Michelle começa a pensar nas últimas vezes que ela e Sandra estiveram a sós.
— Está ficando difícil?
— Difícil sempre foi, Marcos, mas ultimamente... Cara... Eu quero tanto beijá-la.
— Então beije. _ Michelle o olha rapidamente.
— Não, cara! Não posso fazer isso.
— Você que sabe, mas é melhor decidir logo. _ Então eles olham para o anfitrião chegando perto de Sandra e sentando ao seu lado. — Ela é bonita demais para apenas você sentir vontade de beijá-la.
Então ele sai de perto de Michelle, que observa os dois conversando e sorrindo, nesse momento Sandra a olha e seu sorriso morre, pois entende que fazer ciúmes para Michelle não foi uma boa ideia. A mais velha se vira e vai para dentro da casa, onde pega uma garrafa de água na geladeira e bebe.
— Você está bem? _ Mesmo sem se virar reconhece aquela voz e responde.
— Sim. Talvez vá mais cedo para casa.
— Mi...
—Não se preocupe. Você está bem acompanhada.
— Eu não... _ Mas antes que ela termine Marcos entra na cozinha.
— Que tal um “verdade ou desafio?” Estão bêbados o suficiente?
— Eu não...
— Ah, vamos lá, Michelle, descontrair um pouco isso aqui. _ Suspirando ela assente. — Ótimo. Agora sim vai ficar bom. Vamos para a varanda.
As duas garotas apenas se encaram. Michelle passa por Sandra que nada diz. Não gostou da forma que a outra lhe encarou, na verdade odiou. Tinha um pouco de decepção, foi terrível. Seguiu todos que sentaram no chão em uma roda. Michelle e Sandra ficaram de frente. Na primeira rodada a garrafa parou em Marcos e Verônica, seus amigos gays. Claro que o rapaz não perdeu a chance de provocar, ela escolhe verdade e na sua resposta teve que confessar estar sim interessada na amiga, essa que sorri sem graça.
Nas próximas quatro rodadas todos escolhiam verdade, o que estava ficando sem graça. A todo o momento Michelle não parou de beber, tanto que quando a garrafa parou para Marcos de novo, ele olhou diretamente para ela.
— Verdade ou desafio, Michele? _ Quando ele perguntou de forma tão lenta, parece que o álcool subiu na sua cabeça, pois incrivelmente ela não escolheu verdade.
— Desafio!
— Bom, muito bom. Pois eu te desafio a... _ Ele então olha para Sandra, que ansiava por aquilo. — A não tocar em Sandra enquanto ela te faz uma dança sensual.
— O que? _ Michelle quase grita.
— Você escutou bem.
— Não, quer dizer, ela nem quer isso.
— Eu faço. _ Sandra responde rapidamente. O que nem impressionou Marcos.
— Perfeito.
Marcos se levanta e pega uma cadeira de madeira, colocando perto do aparelho de som. Michelle olha uma última vez para Sandra a procura de sua desistência, mas não acontece, na verdade o olhar da menor é cheio de expectativa.
— Ok. _ Michelle levanta e senta na cadeira.
— Uma música toda. Eu vou escolher, não pode tocar nela.
A garota assente e coloca as mãos para trás, então Sandra se aproxima. Michelle respira fundo, aquilo vai levá-la ao limite, nem é preciso começar para saber, apenas o olhar predador de sua melhor amiga lhe diz que ela não vai pegar leve.
Assim que a menor está na sua frente, Marcos coloca a música que escolheu, e claro que veio o clássico, versão de CRAZY IN LOVE da Beyonce para 50 Tons de Cinza. Quando a música começa Michelle não tem mais dúvida, vai ser mais difícil do que ela imaginou.
— Vai lá, minha garota, mostra como se faz.
Marcos diz para Sandra assim que se afasta. Ele estava torcendo para ter aquela chance, pois já tinha aquilo em mente há muito tempo, Sandra agradece, pois cansou daquele joguinho, ela quer Michelle, negar aquilo estava ficando impossível, na verdade nem quer mais esconder seu desejo e sentimento.
— Aproveita.
Sandra sussurra assim que senta no colo de Michelle e começa a se mover lentamente de acordo com a música. Michelle não demora para morder o lábio inferior. As pernas da menor tocam nela, que mesmo usando calça, está loucamente afetada por isso. Para dificultar mais, os seios médios da menor se movem na sua frente, fazendo-a fixar seus olhos naquele lugar.
— Eu vou me excitar com isso. _ A amiga gay diz, mas a verdade é que todos que observam estão da mesma forma.
Sandra então segura no queixo de Michelle e a faz encará-la. A música estava acabando, mas ela queria lhe encarar. Nesse momento elas ficam sérias. Michelle aperta a lateral na madeira, onde suas mãos repousam, ela quer tocar Sandra, quer tê-la, mas sabe que se começar não vai parar, ali não é o momento certo. A menor então se aproxima, continua rebol*ndo em seu colo e sussurra no seu ouvido.
— Eu te quero, te desejo como mulher.
Os olhos de Michelle se arregalam, Sandra sorri, então ela pega o boné da maior e o vira, colocando a aba para trás, os rostos agora estão próximos. A mais velha não consegue mais resistir, suas mãos sobem pelas coxas da outra. Naquele momento era para ter parado a dança, pois evidentemente Michelle perdeu, mas ninguém teve coragem de parar, estavam fascinados pelas duas.
As rebol*das se intensificaram, eram firmes, as mãos de Michelle aproveitam o corpo da menor agora mais para cima, fazendo-a ofegar, os rostos estão próximos, os corpos entregues, os desejos evidentes, as respirações ofegantes, estavam muito próximas de se beijarem, se sentiram, se comprovarem, ambas encaram os lábios opostos, prontas para os saborearem. Mas...
Nesse momento a música acaba e todos aplaudem, fazendo-as se afastarem um pouco. Michelle e Sandra continuam se encarando, sérias, surpreendidas, excitadas, elas estavam completamente excitadas. A menor suspira e então tenta sair do colo da maior, mas antes é segura pelas mãos firmes da outra em suas pernas.
— Vamos embora, por favor, vamos sair daqui.
Sandra sorri instantaneamente assim que escuta essas palavras. Sai do colo da garota e ficam de pé perto dos amigos, inventam uma desculpa esfarrapada para irem embora, mas escutam as piadas de teor sexuais, não ligam, só pensam em voltar para a casa de Sandra e enfim ter o que desejam há tempos, uma a outra.
Elas saem rapidamente, mais rápido ainda sobem a escada do prédio. Assim que chegam comprovam que os pais da menor estão dormindo depois de chegarem da sua viajem, caminham diretamente para o quarto de Sandra. Então sem esperar mais a maior empurra o corpo da outra contra a parede, encara seus olhos, ambas ofegam.
— Não fuja agora, Mi, não fuja.
— Eu não vou, nunca mais.
Então avança contra os lábios da menor, que estava completamente entregue aos toques da outra, que aperta sua pele, suas partes. Sandra tira o boné de Michele, sem deixar de beijá-la, nesse momento a outra segura embaixo das duas pernas e a puxa para cima, fazendo com que a circule pela cintura.
Sandra então segura nos fios castanhos da nuca da mais velha, essa que gem* com o puxão mais forte. Elas saboreiam, literalmente, o beijo, sendo que estavam com tanta vontade desde muito tempo.
— Cama.
Sandra não queria enrolar, nem podiam, afinal estavam na casa dos seus pais. Michelle sem esperar mais a carrega para a cama, onde a deita no colchão. O beijo cessa apenas para elas se encararem, como se pedissem permissão uma para a outra.
— Você tem certeza? _ Michelle é a que pergunta.
— Assim como tenho que estou completamente apaixonada por você.
Nada mais importava para a maior, só estar com Sandra, com sua garota, ela é e sempre será sua garota. O beijo volta a acontecer, então as mãos da menor adentram a camiseta da outra, puxando para cima, sem hesitar a mais velha se move, deixando que ela tire a peça, expondo seu top.
— Tira tudo.
Michelle sussurra. Sandra sorri e puxa o top, depois disso não demorou para estarem completamente nuas. Elas se encaram, mesmo com a menor ainda por baixo, sendo pressionada pelo quadril da outra.
— Você é linda.
— Você já me viu nua. _ Sandra diz ao passar sua mão pelo abdômen de Michelle.
— Sim, mas nunca assim.
— Assim como? _ Então elas se encaram de novo.
— Sendo minha.
— Sim, sua.
Michelle se joga contra o corpo da menor de novo, mais uma vez tomando seus lábios com um beijo intenso. Os corpos se mexendo um contra o outro. Estavam excitadas, prontas para terem mais.
A mais velha pega uma das pernas da outra e eleva, de forma que se coloca entre elas e as intimidades se tocam. Ambas gem*m. Sandra leva suas mãos para o bumbum da maior e a faz se mexer. Michelle se apoia com uma mão de cada lado do corpo da outra, forçando os corpos a se moverem um contra o outro, as intimidades cada vez mais molhadas.
Sandra segura o cabelo castanho nas laterais, deixando seu rosto mais exposto para ela encarar suas feições de prazer, o que a deixou mais excitada e entregue ao momento. Ambas gem*m um pouco mais alto, nesse momento a menor a beija rapidamente.
— Tem que ser baixinho.
Michelle sorri ao ouvir, os seus “tios” estão no quarto ao lado. Continua se movendo, logo ela começa a ofegar com mais força. Sandra sabe bem o que aquilo significa, por isso puxa o rosto da outra para seu pescoço, onde pode escutar com mais exatidão seus gemidos mais retidos.
— Goz* para mim. _ A mais nova diz perto da orelha da outra, o que a faz se mover mais rapidamente, o suor já se fazia presente, demonstrando o esforço.
— Caramba... Sandra, oh, meu Deus, Sandra. _ A mais velha se deixa levar pelo prazer, respira fundo contra o pescoço da menor. Sandra então empurra o corpo da outra para o lado e senta em seu colo.
— Cansou? _ Michelle nega e sorri. — Ótimo. _ Ela começa a se mover, espalmando suas mãos no abdômen da maior. Sem esperar, Michelle leva sua mão para o meio das pernas de Sandra, essa que eleva um pouco o corpo. — Me fode.
Era tudo que Michelle precisava para fazer o que queria há muito tempo, sentir a outra de forma tão íntima. Os dedos da mais velha logo encontram a entrada de Sandra que estremece ao sentir o toque da outra entre suas pernas.
— Tão molhada. _ Sem esperar ela empurra seus dedos para dentro, vendo as expressões de prazer. Sandra começa a quicar rapidamente. Subindo e descendo com força.
— Mais rápido, linda.
Michelle gem*, assim como Sandra que já sente o prazer se fazer presente. Elas se encaram. A mão livre da mais velha vai para o seio da outra, apertando-o com força. Nesse momento a mais nova joga o corpo para trás, deixando que a maior a penetre com mais vontade e profundidade, aquilo foi o seu limite.
— Droga, Mi... Oh, sim, isso.
Sandra se deixa levar pelo orgasmo maravilhoso. Seu corpo tremeu, sua respiração ofegou, seus olhos fecharam, se jogando contra o corpo da maior. Michelle acaricia seu cabelo. Ficam ali por um tempo, aproveitando a sensação.
Estavam pensando no que acabou de acontecer, depois de tanto tempo enfim elas se entregaram ao desejo, à paixão, ao sentimento que cresceu durante todos esses anos de amizade. Sandra acaricia a barriga da maior, que continua com os toques nos fios negros de sua cabeça.
— Linda...
— Sim, Mi.
— E agora?
— E agora o que? _ Sandra pergunta por que gosta de ver a confusão da outra, gosta de ser a pessoa que é adulta, apesar de Michelle ser muito mais “cabeça” das duas.
— Você entendeu. Você disse que é apaixonada por mim, eu também sou louca por você, trans*mos e não sei se conseguirei lidar com você me ignorando, fingindo que é só minha amiga, e...
— Ei. _ Sandra eleva a cabeça. — Por que acha que eu vou fingir alguma coisa?
— Eu não... Não sei. Nos filmes acontece assim.
— Sua boba. _ Sandra a beija com carinho, depois se afasta e acaricia a bochecha da mais velha. — Eu não vou fingir, eu quero você, se me quiser de volta vamos tentar.
— Está falando sério?
— Sim, Mi, eu estou. Michelle Corrêa, você aceita ser minha namorada?
— Sim, Sandra Miranda, eu aceito ser sua melhor amiga e namorada.
Então elas se beijam novamente, deixando transparecer a certeza de que estão fazendo a coisa certa. Podem ainda enfrentar obstáculos, mas foi tanto tempo se privando daquele sentimento que agora só pensam em aproveitar e lutar contra tudo e todos para continuar juntas.
Fim do capítulo
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Monica Bender
Em: 15/08/2020
Raquel esse conto tem que ter continuação,tá frio no sul mas deu um calor aqui que parece verão kkkkkkk
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