Juliana já tinha uma ideia de quem era Renara, somente se deixou levar pela ilusão de ter uma família. Sentia que já estava na hora de se casar novamente e Renara estava sempre ali disposta a aceitar tudo. Morar juntas, logo depois se casar e por fim terem um filho. Mas, antes de dar o passo mais importante precisava saber se de fato Renara lhe traía, se aquela sua intuição era somente coisa de sua cabeça ou se tudo era verdade.  E as provas ali estavam finalmente, um dia antes do tal esperado momento. 

Casamento não tinha mais. Agora o que restava era raiva e decepção. Teve que precisar ser forte ao ouvir da boca de Emme que ela já tinha ficado também com sua ex companheira, mas que só agora se lembrava, logo, a modelo tinha transtorno bipolar, algo muito surpreendente de se saber. 

Ela precisou digerir todas as informações, com isso viu Emme e Cacau partir e assim se ocupou no trabalho. Toda vez que voltava para casa se lembrava de Renara, das vezes que fizeram amor em todos os cômodos. Entrava no quarto e as roupas que ainda restavam da mulher cortava uma por uma. Não lhe dava mais oportunidades de se explicar, não tinha sido somente um beijo, sua ex noiva rolava com várias estudantes nos motéis da cidade. Aquilo lhe magoou tanto que estava decidida a se fechar completamente para o amor.

Algumas semanas se passaram depois do ocorrido. Ligou para Emme, estava com saudades da modelo. 

_Ei Emme... Como anda as coisas? – Perguntou animada. 

_Oi Juliana,  as coisas andam meio a meio, vou ficar algum tempo sem viajar, me chamaram para concorrer o Miss Metropolis, mas com Cacau tudo continua na mesma, infelizmente. Fico feliz por tua ligação. – Emme estava no pequeno galpão que deu para alugar com o dinheiro que sua mãe tinha lhe arrumado. _O que você está fazendo? Tem falado com ela? – Perguntou olhando para sua aliança que permanecia no mesmo dedo.

_Sim, falei com ela mais cedo. E devo dizer qua não é para qualquer uma participar de concursos de beleza não. Está de parabéns, muito linda, sempre educada, meiga também, olha, você tem muitas chances de ganhar e se não ganhar vai continuar sendo linda, estou sendo sincera.

_Ah Juliana, desse jeito você me deixa sem graça. Obrigada? – Ela sorriu. 

_Ah você merece. Eu estou aqui na sala de espera de uma clínica, exame de rotina. Imagino que você esteja no trabalho. 

_Sim, essas semanas que passaram procurei trabalhar mais, ocupar minha mente. Estamos bem, não é?

_É claro. – Disse sorridente. _Essa semana irei em Metropolis, e eu queria muito te ver. Estou com saudades. 

_Claro que sim. Quando você chegar combinamos. 

_Senhora Juliana? – A atendente lhe chamou e ela se levantou. 

_Emme, tenho que desligar. Fico feliz por você está bem, o que acha de ir hoje na casa de Cau? Faça uma surpresa, ela sempre gostou disso. 

_Ela não quer me ver, estou respeitando à vontade dela. – Disse triste. _Até logo. 

_Vocês duas são cabeças duras.

_Ela... Eu ainda uso nossa aliança. 

_Mais tarde te ligo e então te ajudo a conquistar essa mulher de volta. Um beijo.

Após desligar seguiu para a sala da sua ginecologista.

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Ao desembarcar do avião Juliana viu Cacau, a morena sorriu e correu para lhe abraçar. 

_Finalmente...

_Se eu tivesse me casado eu não estaria nem aqui, para de reclamar. Renara ocupava meu tempo todinho. 

_Ah, sou reclamona mesmo. – Voltou a lhe abraçar.

_E esse cheiro de cigarro em? Tem vergonha não? 

_Estou aproveitando um pouco... – Juliana se aproximou mais dela e sentiu seu hálito. 

_Nossa Cau... é melhor eu dirigir – segurou sua mão _ao invés de você cuidar de mim que estou na deprê, eu que tenho que fazer isso? 

_Eu tenho duas gatinhas para te apresentar do vôlei, estão solteiras, você não precisa ficar na deprê.

Cacau sorriu e entregou a chave de seu carro para a mulher. 

_E eu não estou bêbada, ok? 

_E onde está a Laura?

_Na casa do pai dela, me pediu por favor, queria ver a irmã, amanhã ela está de volta e como você está?

_Eu estou bem. E você minha querida?

_Não vê? Estou ótima. Está tendo um churrasco lá em casa, só parei para vim te buscar, ia mandar o motorista, mas eu dei folga pra todo mundo. Dei folga pro jardineiro, para o motorista, para os empregados. A casa é só minha, das bixas e das amigas. Nossa, eu tenho tanto para te contar. 

_E o que você tem para me contar? 

_Eu estou solteira, eu vou fazer 36 anos – sorriu _eu perdi a amizade da Isa, e eu continuo vendo a cara da Larissa sempre que vou a agência e o mel ta em casa. 

_O filho de vocês? 

_Isso. E eu falei que na minha casa tem duas mulheres lindas e maravilhosas?

_Não Cau, estou fora de qualquer tipo de relacionamento. E você devia está fora também, perdoa a Emme, ela está arrependida. 

_Ela me traiu. No dia que ela me pediu em namoro de joelhos e eu aceitei a gente tinha combinado uma coisa Juliana. Foi a única coisa que eu e ela exigimos, era não ter traição e olha o que ela fez? 

_Ela está sofrendo. 

_Está do lado de quem? A caso esqueceu de quem você é amiga? 

_Sou amiga das duas agora. 

_Amiga minha e dela? Sou egoísta, não divido amigas. – Olhou para o celular, falava com Emme por mensagem. _Ela me manda mil mensagens.

_E você manda mil mensagens de volta. – Sorriu. _Estou cansada, quero deitar um pouco. 

_Toma só duas de leve com a gente, o que acha? 

_Não quero beber. Hoje estou muito careta, você me desculpa? Mas eu posso fazer companhia pra vocês deitada na rede, ok?

_Ok!

Ao chegarem, Juliana ficou supresa com a quantidade de pessoas que tinha na casa da mulher, segundo ela tudo pessoas do vôlei. Deu boa tarde para todos, colocou a mala no quarto de hóspedes e ficou a observar todos enquanto se deitava na rede. Aproveitou o momento que viu Cacau fumando perto da piscina e pegou seu celular e abriu as mensagens para ver o que tanto ela conversava com Emme. Em alguns trechos Emme pedia desculpas por tudo, e que não tinha feito por mau, foi mais uma despedida, mas que se pudesse voltar no tempo não beijaria a mais velha. Já Cacau não perdoava, usando o argumento de que ela iria fazer outras vezes. Eram conversas sem fim. Falavam de Renara, do quanto ela era folgada e elogiavam Juliana, mulher trabalhadora que merecia algo melhor. Emme dizia que a amava, Cacau magoada exibia na foto sua mão que estava sem aliança. 

_Aprendeu a ser bisbilhoteira? – Cacau tomou o celular zangada e sentou-se perto dela acedendo outro cigarro. 

_Me dê um também, acho que posso. – Disse e recebeu. _Está magoando a Emme demais, ela já pediu milhares de perdão. Se ela voltar a fazer isso você termina de vez, mas todo mundo precisa de uma segunda chance. Ela não deu nem um beijo de língua Cacau. 

_Isso é o que ela conta. Quem me garante que ela não trepou? Eu não confio...

_Ela não parece que é uma mulher que engana, parece ser sincera em tudo o que diz. Você está acabando com ela aqui. Para de chamar ela de vagabunda. Por Deus, aprendeu a ter rancor assim quando? Isso não se faz. Ela errou, reconheceu, agora chega. Você gosta dela? 

Cacau não respondeu naquele momento. Ficou encarando sua amiga por alguns segundos até uma lágrima invadir. 

_Eu estou com medo. – Disse finalmente. _Ela é nova. Eu sei que não devia ter esses pensamentos, mas não é fácil eu ser completamente apaixonada por um mulher como ela. Emme tem uma vida pública, certo? Vez ou outra vejo ela na televisão, ouço ela dando entrevista no rádio, vejo a imagem dela no shopping, na internet. Eu simplesmente não sei se aguento tudo isso. Ela é desejada, não me assume para o público dela, vive viajando. Vive mostrando o corpo. 

Cacau deitou na rede e a outra lhe abraçou.

_Cau, você está amando, o amor é isso mesmo. A gente vive com medo, mas ele não é sofredor. Emme já provou tantas vezes que quer você. Você foi buscar o mel  e ela te deu flores e você jogou no lixo? Isso não se faz por medo nenhum. Soube que ela até diminuiu nas viagens para cuidar da Emme Store. Então, aproveita e vai viver tua vida com ela. Faz de tudo para vocês se darem bem, para você construir uma relação saudável, equilibrada. Quem sabe morarem juntas daqui um tempo, ter um filho em? 

_Ela tem pavor de morar junto, imagina ter um filho, ainda mais se ela vencer esse concurso que todo mundo está falando. Eu daria tudo pra ter um filho Juliana. Eu amo criança.

_Um filho eu não posso te dar – sorriu _mas quem sabe você não possa ser titia, algum dia em? 

_Seria ótimo. – Recebendo o afago no cabelo, a morena fechou os olhos. _Ah Deus, eu não paro de pensar nela. Eu sou louca pela Emme. Eu até me desconheço, amo o beijo dela, é doce, tem os lábios macios, ah, eu amo aquela boca, aquele corpo, o jeito maluquinho dela. Por causa dela a Fernanda até se afastou de mim.

_É normal. Sabe que sogra sempre vai ficar do lado da filha, não é mesmo? Agora para de falar de beijos, tão cedo eu quero beijar alguém.

_Essa semana eu vejo se falo com ela de novo, vou ver se tenho estruturas para ter que aguentar Bernadete em seu pé.

_Elas duas não tem mais nada Cau, você vai falar com ela e pedir desculpas por todas essas mensagens estupidas. 

_Nossa, como você tá bonita Juliana e cheirosa. – Beijou seu pescoço. A outra sorriu.

_Você devia  parar de beber. 

_Nós estamos bebendo desde ontem, tem certeza que não quer uma cervejinha?

_Eu estou bem, vou ficar aqui te observando. Oi mel. – Pegou o pequeno animalzinho que balançou o rabo. _Tuas mães sempre brigando, isso não é bom. O que a gente vai fazer com elas em?

_Nada... amanhã ela vai vim pegar o meu amor. – Cacau disse se levantando e beijando também o animal. 

_Na verdade ela pediu para eu levar ele e me convidou para passar uma tarde com ela. – Juliana olhou-a. _Tudo bem pra você? 

_Tá, tudo bem. Vou voltar para a piscina. 

_Pega leve com o cigarro Cau. 

_Eu diminui bastante. 

As horas que se seguiram foi Cacau bebendo com os amigos e Juliana ali observando tudo. Ao anoitecer a festa acabou, cansada e bêbada a morena tirou a roupa e caiu na piscina. 

_Minha querida, o que tá acontecendo hoje com você? Não bebeu, está pensativa, passou a tarde deitada. Está doente? 

Juliana se aproximou da piscina e colocou seus pés na água. 

_Estou pensando em tudo o que vem acontecendo em minha vida Cau. – Cacau se aproximou e segurou sua mão. 

_Está triste, posso sentir isso. 

_Estava bem mais, acha que é uma boa eu ficar aqui com você esses dias? E se eu perder meu emprego? 

As duas sorriram. 

_Sabe que não vai perder nada. Você vai ficar aqui comigo o tempo necessário. Quero te ver sempre bem. – Segurou bem sua mão e a puxou para dentro da piscina. 

_Sua louca. Droga Cacau. – Bateu em seu ombro. 

_Você precisa relaxar, tá muito estressada.

_Eu estressada? Você está descontando tudo na bebida. 

_Eu?

_Sim você. – Jogou água em seu rosto. _Tem uma mulher que te ama, e você ai braba com ela por causa de um simples beijo. 

_Se eu tivesse te beijado e ela soubesse duvido se ela iria me perdoar. 

_Claro que te perdoaria. – Saiu da piscina e Cacau a seguiu. _Veste uma roupa, está fazendo frio pode ficar resfriada e vai secar teu cabelo.

_E você sempre mandona – pegou a toalha e se embrulhou _desde sempre tudo foi do teu jeito. 

_Tudo do meu jeito? Quantas vezes eu aguentei você tentando me controlar, teus ciúmes sem motivos Cau? Você parece que se esquece das coisas, de tudo o que eu passei para te tirar daquela vida. 

_Combinamos de não mais falar do passado, o que quer Juliana?

_Eu tô vendo você ai desde quando cheguei beber sem parar, fumando, está banhando nua, não quer saber de nada além ficar remoendo o que aconteceu. Se eu fosse outra estaria da mesma forma que você, eu Cau, eu levei foi horrores de chifres da Renara. A Emme foi só mais uma nas mãos de Renara e eu não tenho raiva dela por causa disso. Eu vi no dia que as duas se encontraram, a Emme sequer esboçou alguma emoção ao ver ela, já Renara, se queimou, ficou desconsertada, eu já devia ter notado dali que tinha algo de errado. Meu Deus, a menina te explicou que foi um beijo de despedida, quantos beijos de despedidas eu e você já não tivemos? 

_É diferente, você era minha mulher. Elas tiveram um passado sujo, Emme foi amante, Emme tem problemas, Emme trepou com tua ex. A Emme é toda louca. E Deus me livre ela viver de despedidas como eu e você. Vivíamos trans*ndo. 

Juliana então sorriu alto.

_Elas não tem essas recaídas pelo que eu vi Cau. Emme ama você de verdade e quem é sã nessa terra meu amor? Está na cara que você quer ela com toda a sua loucura, por que se maltratar desse jeito? Perdoa ela, dê uma chance, se não der certo pelo menos vocês tentaram. Vocês têm uma química incrível e são lindas juntas e eu quero que sejam tias do meu filho, que droga. 

Cacau parou de se enxugar e olhou-a seriamente. 

_Você tá grávida? 

_Posso está, eu fiz a inseminação. 

_Ah meu Deus... – A outra sorriu quando Cacau lhe abraçou e  rodou-a. _Está falando sério? Quando? Como? Meu Deus e eu não estava lá para te apoiar. 

_Mas você está agora, não quero criar expectativas, mas se tudo der certo eu posso está grávida sim. 

_Ah Juliana, que notícia maravilhosa. Meu Deus... Vem, senta. 

_Cau, eu estou bem. Não cria expectativas também não, preciso aguardar mais de um mês. E se não tem homem e se não tem mulher, eu faço sozinha. Já está na hora de eu ter um filho Cau. – Contou feliz. _Agora, vai atrás da Emme, coitada, não merece ler essas besteiras que você escreveu. Ela te bloqueou. Eu também faria isso. 

_Ainda bem que na nossa época não tinha isso. Você iria me bloquear muito.

_É, com certeza eu seria bloqueada. – As duas caíram na risada.

 

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Emme já não sabia o que fazer para ter Cacau em sua vida. Se lembrava bem quando contou à Juliana que tinha se envolvido com Renara, fez o correto mesmo vendo a mulher sofrer por saber de todas as traições. Juliana ficou sem reação de momento.

_Você ficou, mas se lembrou somente agora? – Juliana perguntou. Aquilo era demais para si. 

Emme contou de seu transtorno bipolar e de como lutava diariamente para ter controle de tudo, ela no final das contas pareceu entender. Mas Cacau não, calada estava na conversa e assim permaneceu mesmo estando ao seu lado. 

_Fica no hotel que amanhã a gente volta pra Metropolis. – A morena disse ao entrar no carro. _Vou dormir hoje com a Juliana. 

Outro trajeto em silêncio. Cacau deixou-a no hotel. 

Na ida para Metropolis foi estranho. Ela preferiu sentar sozinha. Ao desembarcarem Fernanda esperava elas, mas a morena ainda sim preferiu ir de táxi para a casa. 

_Eu te ligo mais tarde? 

_A gente se fala quando eu descansar. 

Emme esperou ela descansar. Contou para Fernanda tudo o que tinha acontecido. Sua mãe do seu lado ficou.

_Filha, não deve sair beijando ex e ainda por cima contar para a atual. E você sabe que eu tenho pavor daquela mulher, é casada, eu não consigo compreender.

_Tá mãe, eu errei. Eu devia ter pensado antes de agir, mas não é melhor a verdade? 

_Nesses casos tem que pensar muito. Se foi só um beijo sem significância ela não precisava saber, mas eu te entendo, você gosta de jogar limpo. Agora essa Renara, quem diria em?

_Eu estou com dor de cabeça, amanhã vou ver os estoques... Eu não estou bem. 

Quando Emme dormiu, sua mãe olhou todas as mensagens trocadas com a mulher. Cacau era difícil, usava bons argumentos deixando ela sem nenhuma reação. 

Alguns dias se passaram. Fernanda via a filha triste, mas sempre dedicada aos trabalhos e responsável, tanto nos casting como em sua loja virtual. 

_Se ela não está te fazendo bem deixa ela de lado. Você é linda, maravilhosa, e aposto que tem vários rapazes querendo sair contigo. – Fernanda dizia sempre que tinha oportunidade. Apesar de gostar de Cacau, sua filha era em primeiro lugar. 

_Eu vou em um casting com o Léo. Não demoro. A senhora tem razão, se Cacau não quer entender, o que posso fazer não é verdade? 

Emme se encontrou com o amigo, ele dizia que Cacau logo iria deixar qualquer desentendimento de lado e que logo as duas se resolveriam. 

_Hoje mandei mensagem pra ela, ela quer ver o mel. Disse lá em casa mais tarde. 

_Vamos comprar flores? Você mesma disse que ela gosta de flores e chocolate.

_Será se consigo derreter o coração dela? Estou comendo tampado com ela. Está me fazendo sofrer Léo, nunca que imaginei que ela era tão dura desse jeito.

_Aposto que consegue amiga e eu sempre te falei que ela parecia ser uma mulher séria não é?

Os dois seguiram para a floricultura depois do casting. A tarde, Emme se produziu, usando um top branco e uma saia longa mostrando sua barriga abriu o portão. Mel quando a viu correu balançando o rabo. O coração de Emme doeu. Cacau sempre lhe deixava sem reação, tinha o poder de lhe deixar frágil. 

_Oi. – Ela disse e sorriu. 

_Oi Emme. – Cacau olhou-a. Emme lhe deixava sem reação e sempre se sentia estupida por amar a modelo demais. _Mel, que saudades. Fernanda não atende mais minhas ligações.

_Ela anda trabalhando muito. Entra, quer um café?

_Não, só vim pegar o mel. A Laura viajou, foi ver a irmãzinha dela e o mel é uma boa companhia. 

_Ele ainda é teu filho e ele quer ver as mães juntas novamente. – Sorriu lindamente e beijou o animal no colo da morena. Cacau sentiu seu cheiro.

_É meu lindão. – Também beijou o animal. _Vamos? Eu te mando mensagem qualquer coisa.

_Eu tenho um presente pra você. Fica ai, só um pouquinho. – Disse nervosa e foi até o quarto rapidamente e pegou o buquê de rosas e a caixa de chocolates. 

_Como pedido de desculpas. Eu amo você Cacau. 

Emme lhe entregou e tentou segurar sua mão. Queria ainda a mulher, sentia-se louca por ela e estava morrendo de saudades.

_São lindas, obrigada. – A morena ficou feliz pela receptividade. Amava Emme, mas não via traição com bons olhos. _Eu preciso de mais um tempo Emme. Eu preciso pensar...

_Pensar o que Cacau? A gente tá perdendo tempo brigando, estou aqui de coração aberto te pedindo desculpas.

_Para mim não é perca de tempo, esqueceu que me traiu?  

Emme segurou sua mão.

_Você está me maltratando desse jeito, tudo o que eu quero é fazer as pazes contigo, me aceita de volta? – Tocou em seu rosto. _E então? – Olhou para seus lábios. A mulher usava um batom vermelho propositalmente para lhe provocar. Emme se aproximou para um beijo, a mão na cintura e os lábios se tocaram. _Você é uma boba, eu amo você, não vou fazer mais isso. – Disse depois de um longo abraço.

_Emme... – Continuaram abraçadas, encostadas no sofá.

_Conversei com a Juliana, ela me ligou e estamos bem. Amor... – Voltou a lhe beijar e Cacau correspondeu. 

_Estava morrendo de saudade. Amo teu beijo. – A morena estava disposta a lhe perdoar, vivia dias ruins sem Emme, mas precisava lhe ensinar que aquilo não se fazia, puxou-a mais para si. _Desculpa por ter dito àquelas coisas. Eu fico sem saber como proceder. Por que está usando branco?

Emme sorriu e voltou a lhe beijar dando abraços apertados e salientes. Foram poucos momentos de beijos e declarações, quando a campainha soou forte. 

_É o Léo, vamos para uma festa particular, mas peço para ele passar mais tarde, quero te mostrar uma coisa nova no meu quarto. – Piscou o olho.

_E tua mãe já me odeia? 

Emme sorriu e limpou sua boca.

_Não, qualquer pessoa eu permito te odiar, eu só não permito ela. Espera só uns segundos. Ah saudades, como eu amo essa mulher... – Segurou seu queixo e lhe deu outro beijo, logo depois saiu de encontro à porta, ao abrir era Bernadete.

_Oi. – Ela disse meio sem jeito. _Uau, você está linda Emme, sabe que branco é minha cor favorita.

_Oi, eu estou indo para um luau... – Disse sem jeito evitando de a morena ouvir. _O que quer? 

Cacau ouviu a voz da mulher, viu quando Bernadete lhe abraçou e quando lhe entregou um papel. 

_O que é isso? 

_É a documentação do apartamento, sempre tivemos tanto tempo mais nunca parei para lhe entregar esses daqui, eu sempre achei que eu ia cuidar de ti, mais fico feliz que esteja ainda usando o colar.

_Bernadete, devia ter me ligado.

_Eu te atrapalhei em algo? Desculpa, está tão linda. – Ainda olhou-a apaixonada. Sofria pelas decisões tomada. _Bom, eu estou de saída. – Ela tinha sido educada, não pediu para entrar, tinha apenas lhe cumprimentado com um abraço. 

_Bernadete, obrigada. 

_Não se esqueça de pagar o condomínio, pode virar uma bola de neve. – Sorriu e lhe deu um beijo no rosto indo para o carro. _Ah, e parabéns pelo concurso miss Metropolis, você vai ganhar, tenho certeza. E quem sabe no próximo ano representar o Brasil? 

_Estou caminhando para isso... Obrigada de novo. – Bernadete tinha voltado a ser gentil e amável.

Na mesma medida que a modelo via a mais velha sair, viu também Cacau. 

_Colar, apartamento... mil elogios eu sou mesma uma besta. Luau? Já vai se drogar? – Saiu segurando mel e ligou o carro.

_Ah Deus... eu não sei mais o que faço para te convencer que eu e ela não temos mais nada. 

_Dar um tempo. – E saiu dando de ombro. Emme ao fechar a porta encontrou as rosas e os chocolates no lixo. Ficou sentada por um bom tempo e começou a receber mais mensagens da morena e assim passaram a brigar com xingamentos ofensivos. 

Naquela noite, Emme teve cabeça de ir a uma festa com o amigo. Bebeu e fumou para poder distrair e divulgou seu trabalho para pessoas que ali estavam. 

_Eu não consigo entender tantos ciúmes. Cacau tá em uma fase terrível, estávamos indo bem Leonardo. Estávamos nos beijando sabe, aquelas carícias gostosas e só foi a praga da Bernadete aparecer que ela se transformou. Ela não acredita mais no meu amor, amigo. Mas eu também fui cachorra, fui vagabunda, puta... – Sorriu. _Ela me chamou de puta. Meu Deus, você acha que eu sou? 

_Amiga, ela tá com raiva. Dê uma lição, não responda mais, não vai mais atrás, diga apenas o dia que vai buscar o mel. E não, você não é nada disso. – Tragou e logo jogou a fumaça no ar. _Tome, relaxa. Vamos curtir hoje. E se ela te mandar mensagem só ignora.  

_Eu sou puta na cama. Dou pra ela com gosto, ela está rude. Uma grossa. – E sorriu se divertindo com a situação. _Eu sempre soube que ela era uma grossa, mas já está demais.

_Amiga, da um gelo. Você já se declarou, já pediu perdão, já disse que não tem nada a ver você e Bernadete, já deu aquele buquê caríssimo e deve ser por isso que as pessoas compram mais em velórios, porque é um absurdo de  caro rosas naturais. – Emme sorriu.

_São caras mesmo viu, mas ela sempre me dar tudo do melhor, mereceu. Fiquei zangada que ela jogou no lixo, uma droga. 

_Se eu morrer...

_Ah por Deus, você não vai nunca morrer. Quem vai ouvir minhas reclamações do dia a dia? 

_Amiga, deixa eu concluir. Se eu morrer não precisa me enviar flores, me envia enquanto eu estiver aqui. 

_Você é um bobo Léo, assunto de morte está encerrado, ok?

_Está certa, mas enfim, como eu ia dizendo: Você já disse que ama, então, deixa mesmo o tempo. Se valorize nesse momento. 

_Olha, me mandou outra mensagem. “ Juliana vai ficar comigo esses dias, ela leva o mel, disse que já combinou contigo. Você precisa mudar, não digo tua personalidade, mas o teu jeito de ver as coisas”. O que que ela quer dizer com isso Léo? – Ela então continuou. _ “Se você realmente não gostasse mais da outra iria se desfazer de tudo o que ela já te deu. Não aceitaria mais nada e assumiria a pessoa que tá ao teu lado para tudo.”

_Ela quer que você se assuma, isso é certeza e não gosta desse teu colar. 

Emme sorriu.

_Agora ela está sendo criança. Meu Deus, pra quê assumir? Se eu amo ela isso já basta, eu ainda tenho medo do que as pessoas possam imaginar, eu sou mesmo covarde, não quero nem pensar, ainda mais com esse concurso chegando. Quando eu falava pra Bernadete me assumir, não era pra colocar em uma revista ou em um jornal que éramos gay não. – Léo sorriu. _Era pra ela contar para a família dela e eu contar para minha mãe. Só isso. E enquanto ao colar, ele é caríssimo Léo. Gosto dele porque é único entende, eu gosto de coisas exclusivas e ele é uma homenagem linda do Justino para sua família. Agora o apartamento eu não vou vender, vou colocar pra alugar, pensar grande agora que a Bernadete não tá mais pagando o condomínio. 

_Amiga, isso tudo vocês precisam conversar civilizadamente para entrarem em um acordo, agora ficar trocando farpas vai só desgastar a relação. Conversar é a melhor forma de se chegar a algum lugar. Vai por mim, brigas nunca dão certo. 

_Vou desligar o celular ou melhor vou bloquear ela, não vou aceitar essas ofensas aqui. Se ela quiser voltar vai ter que me pedir perdão por essas ofensas. Amanhã eu vejo o que fazer, você está certíssimo. E outra, ela deveria estar aqui comigo, curtindo sabe?

_Sei sim, mas vem cá, vocês vão se resolver meu amor. – Abraçou a amiga e lhe deu um beijo no rosto. _Vocês são um casal lindo, eu amo vocês.

_E eu nos amo juntas. – Se levantou e passou a dançar convidando o amigo.

Emme lhe bloqueou, curtiu um pouco mais a festa e percebeu que tinha passado da conta na bebida. Léo lhe ajudou a chegar em casa e assim dormiu ao seu lado. 

Acordaram com ressaca, mas tinham trabalhos pelo frente. 

_Se tiver desocupado pode deixar essas encomendas no correio comigo. 

_Amiga, te ajudaria com muito prazer, mas tenho um casting agora. Nos vemos mais tarde? Tenho que enfrentar meus irmãos idiotas. 

_Tá, vai lá. A noite foi boa, mas precisamos parar de fumar e Léo? 

_Oi. 

_Qualquer coisa eu estou aqui viu? Sou amiga nas horas boas, mas também sou nas horas ruins. Se lá na tua casa o climão não tiver bom já sabe para onde fugir.

Ele se despediu agradecendo, sabia que poderia contar com Emme para qualquer coisa. O rapaz vivia sendo chamado de viado pelos próprios irmãos desde quando se assumiu, todo dia uma briga constante devido sua opção sexual. 

A modelo seguiu para seu pequeno escritório que tinha montado. De início iria servir somente como galpão para as mercadorias, mas à medida que ia se passando ela via que montar uma loja ia bem mais além do que ter as mercadorias. Contratou uma pessoa para encaminhar os produtos, outra para resolver problemas de produtos com defeitos e organização e outro para fazer divulgação na internet. Se viu empregando ao todos quatro pessoas que lhe servia de apoio e a tendência era empregar muito mais. 

Indo para o galpão lembrou-se de passar primeiro no apartamento que Bernadete havia lhe dado. O imóvel estava fechado, mas bem conservado. Ficava no terceiro andar. Tinha ido lá poucas vezes, tinha lembranças com a mulher mais velha. Em todos os cômodos já tinha feito amor com ela e desde quando decidiu de fato terminar a relação que não colocava mais os pés ali. O imóvel era bom e grande. Uma luz logo se acendeu ao olhar para a imensa sala, ali seria seu local de trabalho. 

Devido ao concurso miss Metropolis, a mando de Eduardo tinha dado uma pausa nos desfiles. Diariamente fazia propagandas de suas roupas em vídeos disponibilizando na internet e logo tinha planos de aceitar contrato para uma linha de cosméticos.

_Agora valeu a pena ter passado cinco anos com ela. – Disse em voz alta e sentou-se no chão da sala. _Derrubar essas paredes, fazer vários... ah Deus que perfeito. – Pegou o celular e ligou para Juliana. Tinha combinado de se encontrar com a mulher. _Eu posso passar aí agora, quero que você veja algo. 

_Claro, eu tô esperando. 

Emme rapidamente foi de encontro à mulher, a cumprimentou saudosa, em seguida beijou mel. 

_Eiii, está mais linda Juliana. 

_A separação me fez bem. Renara não me merecia. 

_Eu concordo, você merece alguém melhor e apesar de você não ter me contado sei que está vivendo um luto, dispensando qualquer tipo de relação. Isso é muito normal. 

_Acho que você me entende. 

_Passei por isso uma vez, não queria saber de ninguém, eu tive medo de me magoar novamente. Mas aí encontrei à Cacau e enfim, você sabe... Mas eu tenho uma amiga que você vai dar certinho com ela.

_Emme... Vocês duas tentando me arrumar mulher. 

_Eu sei Juliana que você não quer nada agora e ela também está namorando, infelizmente. Mas eu só tenho ela para te apresentar, e acho, eu tenho a impressão na verdade que vocês vão dar certo. Claro, quando ela acabar o relacionamento e quando você estiver pronta para um novo relacionamento. 

Juliana sorriu.

_Você está falando sério? Vai esperar uma amiga sua se separar e aí você vai me apresentar a ela? 

_Isso mesmo, tenho faro pra mulher que presta e essa minha amiga presta tanto que chega a ser boba. – Sorriu alto. Gostava de Juliana, queria ver ela bem. _E conhecendo bem à Cacau, sei que ela tentou te apresentar várias mulheres, Cacau tem o santo forte para gente que não presta e o pior leva qualquer pessoa a perdição.

_Ah, você conhece bem ela. Tentou me apresentar duas.

_É uma safada. Ela ficou com alguém?

_Não, tentou olhar, mas o foco dela estava mesmo era no celular. 

Emme então tirou o sorriso. 

_Temporariamente ela está bloqueada de tudo, mas fico feliz que ela não aprontou. Bom, eu acabo de sair do meu apartamento. Sei que tua área não é essa, mas eu tive uma ideia boa e queria tua opinião.

_No que eu puder ajudar estou aqui, mas antes quero te contar uma novidade.

_Amo uma novidade... 

_Eu fiz a inseminação. – Olhou-a sorrindo. 

_O quê? É sério? Quando? Como? Ah... Parabéns Juliana, que notícia maravilhosa.

_Calma, eu te conto tudo. 

Emme seguiu com ela para o apartamento, enquanto ouvia tudo atentamente. Juliana já era calma, e contando era mais calma ainda.

_Diante disso estou até sem palavras, quanta coragem Juliana. 

_Tenho um bom apartamento, um bom emprego, tenho a Cau que é uma grande amiga e única família praticamente e agora tenho você Emme. Nossa, eu sempre soube que você ia se dar bem com a Cau, você é forte igual a mim, sabe ser dura quando é preciso, agora me conta a sua ideia. – Disse ao chegar no apartamento. Emme ao contar, Juliana concordou. _Olha ai, achei que você tinha somente um rosto bonito. – Brincou e Emme sorriu. _A Cau é ótima em administração Emme, ela pode te dar uma boa consultoria. 

_Ela é ótima, o que estou recebendo está dando para cobrir o aluguel e pagar quatro pessoas. Ainda preciso trabalhar para complementar tudo o que quero e se eu ganhar o miss Metropolis, já vai ser de grande ajuda. Enfim, acha que dar certo?

_Claro. Podemos falar com a Cau, o que acha?

_Não! Eu vou dar o tempo que ela pediu. Não quero forçar nada agora sabe? 

_Ok. 

_Deixa eu só ver aqui o motivo de meu celular tá vibrando tanto, deve ser comentários do meu último trabalho.

A medida que Emme ia passando o dedo na tela do celular ficava cada vez mais nervosa. Juliana se aproximou e amparou a amiga pegando seu aparelho e lendo o que estava escrito.

_Candidata à miss Metropolis, Emme Albuquerque, vive relacionamento homossexual. – E na foto mostrava ela e Cacau aos beijos na praia. _Não acredito que foi a Cau que mandou publicar isso Emme.

_E não foi... Ah Deus... A Larissa é um ser horrível. Tudo o que eu não queria Juliana, tudo o que eu não precisava era isso agora.

Ligações e mensagens chegando no telefone da modelo. Ainda trêmula esqueceu-se de todos os seus afazeres e se desligou da rede indo até o trabalho de sua mãe. 

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Há dias Larissa planejava desestabilizar a vida feliz de Emme, só precisou de um pouco mais de tempo para poder ter Isa ao seus pés e deixar todas suas amizades. 

Pediu favor para um colega que trabalhava em uma revista para publicar a matéria. 

_Emme Albuquerque? Sério que ela é gay?

_E eu tenho provas. 

O rapaz recém formado gostou da ideia, claro. Uma notícia boa, algo que pudesse vender bastante e seu chefe ter orgulho. 

_Mas qualquer coisa foi um paparazzo, ok? Eu não quero que saibam que fui eu. 

_Claro. Acompanho a carreira dela, ela é uma grande modelo, está até com uma loja online. Uau, já pensou se ela ganha o miss Metropolis? Essa matéria vai vender, obrigada Larissa.

Larissa lhe entregou as fotos, a matéria ele poderia escrever o que quisesse. Tudo o que queria era expor a mulher, pensando assim que sua fama iria acabar. 

De volta a casa de sua namorada, deitou na cama e esperou Isa chegar. 

_Larissa? 

_Meu amor, estou no quarto. 

_Não foi pra faculdade? 

_Passei a manhã de cama, estou com dor de cabeça. Vontade de vomitar. Fica comigo? 

_Vou te dar um remédio, devia ter me ligado. 

_Não queria te atrapalhar. – Isa lhe entregou o remédio e deitou ao seu lado acreditando fielmente que a outra estava ruim. _Obrigada por cuidar de mim. 

Isa ligou a televisão. 

_Soube que a Emme foi selecionada para participar do miss Metropolis. 

_Ah por Deus Isa, não quero ouvir. Você sabe que esse povo não gosta de mim.

_Tá, só estou comentando. Ela está famosa, já tem milhares de seguidores.

_Ah Deus... Eu preciso dormir amor, me abraça.

Apesar de ter se distanciado das meninas, Isa sentia falta da presença delas. Mas  amava Larissa e para fazê-la feliz abriu mão de suas amizades. Desligou à televisão e ficou abraça com sua namorada. 

Larissa passou o dia de cama e no dia seguinte do mesmo jeito. Isa não foi ao trabalho para cuidar dela e a tarde fizeram mais programação na cama quando a campainha tocou. Era Emme. Fernanda lhe aconselhou a não fazer nada, logo não tinham provas e poderia ter sido qualquer pessoa a divulgar as fotos, processaria somente o jornal por ter publicado algo sem o consentimento da mesma. O beijo tinha acontecido em público. Mas Emme sabia em seu íntimo que tinha sido a ruiva, por inveja. 

_Foi você, sua vagabunda. Como pôde me expor dessa forma? 

Emme estava sozinha, foi para o quarto onde a ruiva estava deitada. 

_Emme, calma. – Isa dizia. _A Larissa está doente. 

_Doente? Está fingindo. Você é uma maluca. 

_Emme, o que aconteceu? Eu não fiz nada para você, por que não gosta de mim? 

_Sua cobra fingida. – Foi para a cama e puxou seus cabelos lhe dando vario tapas. Isa segurou-a.

_Você está descontrolada, por favor Emme, vai embora. – Isa pediu. 

_Isa para de ser cega, ela te traiu com a Bernadete. 

_Bernadete usou ela. Ela me contou tudo. Você aceitou ser amante dela por cinco anos, a Larissa não quis. 

Emme sorriu alto. Juliana logo entrou no quarto, tinha terminado de falar com Cacau por telefone. 

_Oi... Emme, vamos embora. Você já deu a surra que ela mereceu.

_Emme está totalmente enganada. – Isa defendeu a namorada. _Que surra merecida? 

_Oras, já se ver de cara que ela não está doente. O que ela pretende mandando publicar uma foto? Quer arruinar a vida das minhas amigas? – Juliana perguntou olhando para Isa. _Não conheço vocês duas, mas tenho faro pra gente que não presta assim como a Emme, e você que está deitada não presta mesmo. 

_Não vamos brigar, vamos conversar civilizadamente, respeite minha namorada e não diga que ela não presta sem você conhecer. Quem é mesmo você?

_Não importa quem é ela Isa, não ver que Emme já fez a cabeça dela? – Dizia chorando. _Amor, sabe que nunca faria nada para prejudicar ninguém.

_A única que faz a cabeça aqui é você ruiva falsificada. Sua cretina – Emme novamente foi para cima puxando seu cabelo. Juliana a segurou. 

_Vamos Emme, vamos sair daqui. – E saíram.

_Obrigada Juliana. Minha vontade era de segurar o pescoço daquela vaca e torcer todo. – As duas sorriram.

_Ela ficou vermelha dos tapas. Anda, você precisa descansar. 

Enquanto as duas iam embora, no quarto Isa chamava Emme de louca. A campainha começou a tocar. 

_Se for ela eu não deixo entrar, ok? 

_Tá bom, você viu como ela não gosta de mim não é? – Dizia chorando. 

_Eu sinto muito. 

Isa foi até a porta, quando abriu Cacau entrou rapidamente.

_Onde está Larissa?

_Cacau, não foi a Larissa que divulgou aquelas fotos. Ontem e hoje passamos o dia juntas, ela está doente. 

Cacau foi até o quarto e olhou bem para Larissa. 

_Escuta aqui, esses tapas que a Emme te deu foi pouco para o que você fez com ela. Você é uma pessoa horrível, de má fé que não tem um pouco de bondade nesse teu coração. Esquece contrato com a Brava, e eu vou fazer questão de escrever péssimas recomendações para toda agência que tiver aqui em Metropolis sobre você. Eu tenho tanta pena de você Larissa, uma pessoa interesseira que não ver nada além do seu próprio umbigo. O que você fez é imperdoável e eu sinceramente não sei o que a Isa viu em você, uma pessoa sem graça, ruim de natureza, sem brilho e sem luz. 

_Cacau, ela não fez nada.

_Cala essa boca Isa, você não conhece essa mulher. O que foi que ela te falou da Bernadete?

_Cala essa boca Cacau. – Larissa ordenou e se levantou. _Isa, expulsa ela. 

_Me expulsar? Você vai é me ouvir, eu lá sou mulher de ser expulsa de algum ambiente? – A morena então tirou as fotos de sua bolsa e mostrou a Isa. _Aqui ela se beijando com Bernadete, aqui ela tirando a roupa dentro do carro. Aqui está parecendo que ela tá sendo forcada a alguma coisa? E mais, nesse dia ai foi a inauguração desse teu apartamento, ela disse que estava com dor de cabeça, por isso que foi embora. Dor de cabeça nenhuma, foi trans*r com Bernadete e dar informações de onde Emme estava e ganhou uma boa recompensa por isso. 

_Não acredita nela. Bernadete me usou.

_Bernadete pagou... Larissa recebeu um bom dinheiro. Fica com essas fotos e faz uma análise no teu subconsciente, não é possível que você seja tão lerda e burra para não enxergar o que tá debaixo do teu nariz. Acabou Larissa, se depender de mim emprego você não arruma jamais como modelo. Você é detestável. 

E saiu... Isa olhou-a seriamente.

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Emme desligou seu celular, estava trêmula por ter agredido Larissa. 

_Obrigada Juliana por hoje, eu não sou uma pessoa agressiva, mas ela mereceu.

_Você está bem? 

_Eu vou tentar ficar bem. O Eduardo deve está me procurando, tenho que ir pra casa, preciso me medicar, dormir sabe? Tentar esquecer só por hoje que essa notícia não vazou.

_Fica bem Emme e qualquer coisa me liga. Quer que eu te deixe em casa?

_Não, eu estou bem. Obrigada.

_Olha, a Cacau já está chegando, fica aqui e espera por ela.

_Não, eu não estou no clima agora. 

Se despediram e a modelo foi para sua casa. Ao abrir o portão encontrou Léo sentado no chão da varanda.

_Oi. – Ele disse, estava de olho roxo e boca sangrando. 

_Ah Léo, eu sinto muito. – Emme saiu do carro e o abraçou.

_Eu sinto muito também. Como você está? 

_Diante de você? Meu dia foi quase perfeito, até desliguei o celular, digamos que um dia normal com algumas informações sobre minha vida ter vazado, mas eu já tinha colocado que era bissexual, é que as pessoas querem ter provas sabe? E eu ainda estou processando tudo, mas quer ouvir algo que vai te fazer sorrir?

_Me conta algo para me animar.

_Ainda bem que o beijo não era eu e Bernadete. 

Os dois sorriram. 

_Você ainda consegue achar graça nas coisas, amo você por isso. – Ele se apoiou em seu ombro.

_O que seria a vida se não tivesse uma piada no meio de um assunto sério? Bernadete sempre foi cautelosa com fotos, as que a gente tem juntas está tudo na nossa memória sabe? Agora a Cacau, ela que mandou essas fotos para Larissa na época que as duas eram amigas, mas eu estou bem, eu já iria fazer isso caso eu completasse um ano de namoro com ela, mas o momento é que foi inoportuno, logo agora que eu irei ou ia participar desse concurso. E você meu amigo, me conta como se quebrou desse jeito? Não vai me dizer que tentou saltar sem paraquedas? – Os dois sorriram novamente. 

_Queria muito dizer que tentei fazer isso. 

_Estou triste por você. 

_Que estranho... Ai... o pai me aceita como sou, já meus irmãos não. Hoje eles aproveitaram o pai no trabalho e fizeram isso, sabe que não mato nem barata, até tentei me defender, mais dois contra um é covardia.

Emme sorriu.

_É, já vi você pulando em cima de mim por causa de uma barata. Senta aí, vou pegar uns curativos. As pessoas de dentro podem ser muito piores do que as pessoas das ruas... vou cuidar de você assim como cuidou de mim ontem quando eu estava bêbada.

Fernanda logo viu os dois sentados. 

_Ei vocês, entrem. Você precisa de um banho e se medicar Léo e você Emme do mesmo jeito. 

_Vamos ouvir a patroa em? – Emme o ajudou a se levantar e entraram.

 

 

 

 

 

Fim do capítulo