Inconstante por LaiM
Capitulo 39 Revelações
Estar em Vilarinho fazia Emme ter recordações de momentos que ela não gostava, lhe causando arrepios e crise ansiedade.
Se hospedou perto do evento na qual iria participar, ao sair do aeroporto foi para o hotel e logo em seguida seguiu para sua primeira palestra. Tudo o que queria era se concentrar para ter melhor aproveitamento.
Cacau tinha dito que não era uma boa ideia e não ouvindo os conselhos de sua namorada estava ali diante de um público pequeno e selecionado para assistir vários palestrantes.
_Palestras como essas deviam ter públicos maiores minha querida, admiro muito você a vim para cá em busca de conhecimentos maiores, logo aqui onde você teve mais uma de sua crises.
_Bernadete, poucos lugares eu evito de estar quando eu tenho uma crise, um desses lugares é a casa de meu pai você sabe bem disso, mas eu tenho que encarar meus medos, certo? E eu imagino que não foi coincidência você está no mesmo local que eu.
_Não foi. Vim atrás de você mesma.
_Como conseguiu me encontrar?
_Eu também tenho meus contatos. – Sentou ao seu lado e lhe deu um beijo. _Deixa que eu seguro seu caderno, você é tão inteligente que absorve tudo sem precisar de muita anotação.
_Eu pontuo o que acho mais relevante, e depois sozinha...
_Repassa tudo na tua mente. – Emme a olhou e sorriu.
_É, é isso mesmo. Mas o que faz aqui?
_Vim ter uma conversa séria com você, mas eu não quero te atrapalhar, pode assistir tua palestra tranquilamente. – A mais velha olhou para sua mão, estava usando uma aliança. _Bela aliança, não me diga que é folheada.
_Que bom que você não quer me atrapalhar. – Emme se levantou e aplaudiu o primeiro ministrante.
_Ela devia ter te dado algo melhor... você merece...
_O melhor? Ela já é o meu melhor e eu quem dei a ela, estamos hoje comemorando quatro meses de namoro. Quero me casar com ela. – Disse e voltou a se sentar.
_Uau... casamento não é bem assim. O certo é passar pelo menos 3 anos namorando ou mais para conhecer os defeitos dela, se nesse tempo você ver que vai suportar tudo de ruim que ela tem, aí sim vocês se casam.
_Não vem me dizer como eu devo conduzir meu relacionamento Bernadete e fica quieta.
Na medida que o tempo foi passando, Bernadete ficou aqueles momentos olhando a mulher do seu lado, cada traço de seu rosto, seus olhos, seu cabelo que estava grande, seu sorriso. Emme estava radiante.
_Que cadeira desconfortável. – Disse e afastou mais a cadeira aproximando-se da modelo. Depois abriu os braços e tocou no ombro da outra e ficou acariciando seu cabelo. Emme ficou quieta enquanto anotava tudo e recebia aquele carinho em público. _Se lembra quando íamos na roda gigante e eu acariciava teu cabelo e você adorava.
_Dava vontade de dormir. – Bocejou e se afastou tirando a mão da outra. _Cacau sabe me colocar pra dormir sabia?
Bernadete cruzou as penas.
_Ela faz amor igual fazíamos?
_Ah, por favor...
_Que horas que acaba aqui?
_Falta ainda uma hora, melhor você ir embora.
_A Ingrid perguntou por você.
_Manda um beijo para ela. Diga que não vamos nos ver tão cedo. Ah, não diga nada. Só diga que mandei um beijo para ela.
_Podemos recomeçar.
_Bernadete... por favor.
_Emme, eu sei que perdi o jogo, eu estou brincando com você.
Emme à olhou com aquela sua resposta. Ficou por alguns segundos sem prestar atenção ao seu redor fixando-se bem para a mais velha que parecia leve.
_Você nunca soube brincar Bernadete. O que quer?
A mais velha pousou a cabeça em seu ombro, levantaria uma bandeira de paz pela primeira vez em que ambas se separaram.
_Eu sempre vou amar você Emme Albuquerque, mas sei bem que agora você não quer mais nada comigo... Podemos conversar a sós?
A mulher parecia ser sincera. As duas saíram daquele ambiente.
_Alugou um carro?
_Sim, Raul veio comigo, vamos passar o final de semana aqui.
Ela não sentiu-se estranha ao ouvir o nome do homem. Antes, não conseguia nem imaginar a mulher nos braços de seu marido, aquele peso dos ciúmes não sentia mais. Somente sorriu e entrou no carro da outra seguindo assim para um ambiente mais tranquilo. Ao chegar pediram um vinho e alguns petiscos, ainda era cedo.
_Como está se saindo em Vilarinho?
_Não muito bem. Sensações estranhas sabe? Mas estou aqui e pretendo assistir tudo.
_A gente tem que superar nossos medos Emme, tem que começar então a frequentar a casa de teu pai novamente, apesar de lá você não ter boas recordações, mas é sempre bom ver teus familiares, tuas irmãs.
_Meias irmãs. E sim,, você está certa. Tenho que enfrentar meus monstros, minha penúltima recaída foi lá e eu simplesmente não tenho cara para andar em todos os lugares que estive na fase mania. Mas e então, o que quer conversar?
_Bom, esses dias venho pensando muito em nós, de tudo o que já vivemos. Você foi uma pessoa certa, mas que veio na hora errada Emme. – Contou triste. _Fico mal todas às vezes que penso como eu fui egoísta por não deixar você seguir seu rumo, pelas minhas agressividade verbal e não verbal e eu fico triste com todas essas minhas ações porque no fundo eu não sou uma pessoa ruim e você me conhece muito bem ao ponto de saber disso.
Emme segurou em sua mão.
_Eu sei disso e que bom que você reconhece B, eu já não sabia mais o que fazer. Sei que você não é uma pessoa má, eu te perdoo por tudo isso. Eu sou chata, pego no pé, faço loucuras quando amo, e eu fiz tudo isso por você, mas hoje eu entendo que você nunca iria se separar...
_Mas eu realmente te amei Emme.
_E eu acredito no teu amor Bernadete, tanto que já me deu um apartamento. Só uma pessoa que ama mesmo para dar um imóvel tão caro como esse.
_A Cacau sabe?
_Ainda não contei, mas no futuro eu digo a ela, estamos apenas no começo do nosso namoro, quando for a hora eu conto e ela vai entender. Olha, eu só quero que você seja feliz B, que você seja fiel sabe? Que você diga a verdade sobre a Ingrid para Raul, senão você vai acabar em uma emboscada sabe? Eu sempre desejei o melhor para você. – Disse sincera.
Bernadete tocou em seu rosto.
_Como você é linda Emme... teus filhos vão ser lindos sabia? Isso é realmente um adeus?
Ao fazer essa pergunta Emme chorou, chorou porque sim, era um adeus definitivo. Chorou por ter amado loucamente Bernadete, por ter se sujeitado está na posição de amante durante cinco anos. Chorou por está se libertando de uma relação que nunca iria seguir a diante.
Bernadete também chorou. O coração doía. Olhou para o colar que ela ainda usava, aquela colar, tantas recordações. Ela fechou os olhos e se aproximou para um beijo na qual foi correspondido por Emme. O último beijo, o beijo da despedida, um beijo em público que durou poucos segundos, mas o suficiente para saber que não restava mais nenhum tipo de sentimento.
_Adeus, Emme. Se lembra da promessa que eu te fiz de eu nunca te fazer mau? Estou cumprindo ela ao te deixar livre. Meu amor por você apesar de tudo foi o mais sincero possível, seja feliz tá bom? E por favor, guarde meus segredos com muito cuidado e me perdoa por todo o mal que eu tentei te fazer.
Suas últimas palavras Emme não entendeu, mas deixou a mulher sair. Foram horas de conversa, duas garrafas de vinho tomado. Pegou o celular e viu várias ligações de Cacau, retornou.
Emme ficou na ligação por alguns segundos até ver as fotos de B com Larissa. O coração doeu. À morena duvidava ainda de seu amor.
_Eu preciso desligar. – E ao desligar, correu até Bernadete, a mulher seguia para o estacionamento. _Oras, Larissa? Acaso não têm vergonha? Sei de tantas histórias dessa mulher e você ainda se esfrega com ela. – Empurrou-a num impulso.
Bernadete viu as fotos ainda assustada com a abordagem de Emme.
_Eu só me aproximei dela pra saber de você. Como eu te disse me arrependi de tudo, ela não vai te fazer mau Emme.
_Essa mulher aqui é uma cobra, sabe muito bem disso. Você mesma me disse que ela expôs o caso de duas pessoas conhecidas, e agora vem me dizer que ela não vai me fazer mau? Pelo amor de Deus Bernadete, você não vale nada igual a ela. Olha, some da minha vida. – Emme tirou o colar e jogou em sua mão. _Se está arrependida nunca mais venha atrás de mim.
_Emme, você vai ter que me ouvir.
_O que mais Bernadete? Ah Deus, agora que caiu a ficha de tudo. Era ela quem te contava onde eu tava... Inacreditável. Eu sempre te disse que não gostava da Larissa e olha o que você faz. Isso é como uma apunhalada nas costas B.
_Emme, foi a única forma de saber onde você estava. Olha, eu já terminei tudo com ela, não preciso mentir para você. Dei um bom dinheiro para ela nos deixar em paz e assim ela vai fazer. Eu sinto muito por tudo isso, eu tenho culpa admito, mas eu estou sendo sincera com você.
_Coitada da Isa, coitada das pessoas que rodeiam a Larissa, coitada de você Bernadete.
_Eu acabei tudo, vou viajar com Raul e você vai ser feliz com essa mulher. Te desejo felicidade. – Pegou o colar e devolveu à ela dando-lhe um beijo no rosto.
_Emme? – Bernadete olhou para o rapaz que acenou com a mão para a modelo. _Ei...
Emme o olhou, era Rodrigo. Seu corpo todo estremeceu de todas as lembranças que finalmente vieram à tona ao ver o rapaz.
_Pode ir Bernadete, seja feliz.
_Seja feliz, minha querida.
Emme olhou para Rodrigo, o rapaz todo sorridente lhe abraçou.
_Como você tá? Já almoçou? Almoça comigo? Nossa, que bom que você está bem.
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Poucas coisas conversou com Cacau naquele final de semana. Quando se falavam Cacau queria saber de todos os detalhes do encontro com Bernadete. Não contou do beijo. Ainda não tinha entendido bem o motivo dele, foi somente o beijo do adeus. Não chamava aquilo de traição, não sentia mais nada pela mulher e foram poucos segundos.
Sentia-se de consciência pesada por outras loucuras. Ver Rodrigo lhe despertou tantas lembranças, tantas coisas escondidas na memória.
Rodrigo estava bem, ainda solteiro com a piscina de sua casa cheia de mulheres, vivia tranquilo como sempre.
Emme seguiu para Metropolis, disse para Cacau que não queria ir para casa de Juliana, preferindo assim se hospedar em um quarto de hotel.
_Duas da manhã Emme e você procura hotel? O que foi que combinamos?
_Eu não estou bem, que droga Cacau, você não entende nada do que eu digo. Ah me deixa em paz, não precisa vim, peguei um táxi. Amanhã aparece no hotel, te mandei a localização.
_Tá!
_Boa noite. – A morena desligou sem lhe desejar o mesmo. Emme estava estranha, poucas palavras, vivia no seu mundo e não sabia como se achegar. Estava diferente, geralmente ela se abria e contava tudo mesmo que doesse. Mas agora não, estava fechada e não conseguia lhe arrancar nada.
Emme foi para o hotel e ao chegar havia ingerido comprimidos para dormir e se sentir melhor. Tudo o que queria era dormir e acordar sem se lembrar do sex* que teve com Renara no carro.
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As batidas fortes incomodaram até os hóspedes do quarto ao lado. Cacau foi se aquietar quando falou com um responsável para providenciar uma cópia da chave.
_Obrigada. – Disse quando a porta se abriu e viu Emme dormindo com a janela toda fechada. _Obrigada, eu sou nervosa e ela tem o sono pesado. – Agradeceu a ajuda e a moça responsável pela chave saiu. _Emme?
_Me deixa dormir. Eu preciso dormir.
Cacau deitou do seu lado e carinho em seu cabelo fez.
_Fiquei preocupada, a Juliana está preocupada.
_Juliana? Eu sou uma péssima madrinha de casamento. – Sorriu nervosa abraçando a morena. _Estava com saudades. – Envolveu Cacau em um abraço mais apertado ainda.
_O que aconteceu em Vilarinho Emme? Mesmo que doa, me fale a verdade. Não quer mais usar essa aliança é isso?
_Ficou tão linda em você. – Se levantou e foi até ao banheiro, enquanto isso Cacau olhou seu aparelho de celular. Não tinha nada promissor, além dos trabalhos da modelo.
_E então... – Levantou-se e foi até o banheiro lhe olhar. _Está chorando por que?
_Eu fiz uma coisa horrível Cacau. Eu não sei nem por onde começar. – A água molhando seu cabelo, os olhos vermelhos, o choro que saia facilmente.
Cacau logo imaginou traição. Emme era sincera em tudo, demorava a falar, mas sua consciência pesava.
_O que você fez? – Entrou no banheiro, fechou o chuveiro e lhe entregou uma toalha. Emme se aproximou para um abraço, ela se afastou. _Espera Emme, se recompõe e me conta tudo, ok? Vou pedir um café, você tá com aspecto de quem não come há dias.
Emme não disse mais nada. Se vestiu e esperou o café. Tomou em silêncio. Cacau estava calma, parecia esperar o pior.
_Você perdeu a amizade da Isa. – Emme disse finalmente. _Se ela não te procurou esses dias pode ter certeza que Larissa fez a cabeça dela.
_Não quero saber dela agora, quero saber de você. O que você fez com Bernadete?
_A gente se beijou. – Parou de comer e limpou a boca.
_Certo. E o que mais? – Perguntou séria.
_Não foi um beijo de língua, foi menos de 10 segundos.
_Estavam onde?
_Foi em público... pedimos um vinho, ela me contou que ia me deixar em paz e está cumprindo.
_Era isso? – Se levantou. _Esta me ignorando por causa desse beijo? Tem algo mais?
_Senta, por favor.
Ela sentou. Já sentia-se triste. Sua vontade era de gritar com Emme, mas acontecia tanta coisa, tudo ao mesmo tempo. Tratou Emme friamente. Tirou a aliança e colocou sobre a mesa.
_Cacau, foi um beijo sem nenhum significado.
_Sabe o que não tem significado Emme? Essa aliança aqui. Fizemos quatro meses agora e o que você faz? No dia que éramos para estar comemorando você beija aquela mulher. Sabe aquelas provas que tenho contra ela? Que se dane. É isso que você merece, ser amante.
_Cacau, eu amo você. Na hora eu não pensei, a gente disse tanta coisa que...
_Que aconteceu não é? É claro... eu que sou a tola de conversar com pessoas que querem ficar comigo e pela conversa eu não ficar porque na minha mente EU estou namorando. – Gritou. _Imagina eu se tivesse dado um beijo em alguém, qual seria tua reação? Ah, você gritaria, você quebraria minha casa toda, você terminaria. E o que quer Emme? Estamos a menos de um dia para um casamento e você me diz que beijou alguém... ainda mais tua amante.
_Ela não é mais nada minha. Eu te peço perdão, eu fiz isso porque eu precisava saber Cacau, eu não gosto dela, eu nem sei porque fiz isso. – Dizia chorando. _Foi só troca de lábios. Meus beijos contigo sempre foram melhores Cacau.
_O que mais quer me contar Emme? Esse choro não é só por isso, o que mais tem? Devo imaginar, viu o Rodrigo e beijou ele também? É muito bom sair beijando ex e depois dizer que não sentiu nada.
Emme calou-se por alguns instantes. Engoliu a seco o que ela dizia, Cacau estava no direito de ficar brava.
_Se lembra da época que eu tive a crise? Eu encontrei o Rodrigo... – voltou a chorar. _Eu me odeio por ter essa maldita doença Cacau. Se eu pudesse arrancava minha cabeça e colocava outra. Não se engane, todo dia eu sofro ao lembrar que tenho que tomar medicações para estar bem. Eu estou com crise de ansiedade fortíssima, só consegui me concentrar no primeiro dia de palestra pela manhã, somente. Eu não sei nem por onde começar, estou decepcionada comigo mesma.
_Doutora Ivy sempre te contou que isso poderia acontecer. Tuas lembranças voltaram, é isso que quer me dizer?
_Isso.
_Não se atormente com isso Emme, o que passou passou, você não teve culpa, ok?
_Não, não diz isso. Eu tenho culpa sim. Eu sou horrível, a Renara trabalhava naquela faculdade se lembra? Um dia sair para uma festa com o Rodrigo, eu estava tão bêbada Cacau... eu simplesmente olhei para ela... ela é mais velha.
_Ah por Deus Emme.... foi você? Você transou com a Renara?
_Amor, olha, eu não sabia quem era ela.
_Não me chama de amor. Elas vão se casar amanhã Emme, a Juliana, a mulher que tanto me apoia vai se casar com uma canalha que trai ela com qualquer rostinho bonito.
_Nessa época não namorávamos. Não me julga, eu não sabia que ela namorava. Amor...
_Nada de amor Emme. Por que tá me contando isso?
_Eu precisava dizer, eu não vou conseguir olhar pra Juliana sem lhe contar a verdade. Preciso que fique do meu lado. Eu não sabia que a Renara tinha namorada, eu juro. Ela disse que era de Vilarinho, ela me ligou algumas vezes e quando eu resolvi atender eu já estava namorando contigo e preferir não saber o nome dela. Eu te falei dessa ligação, eu nunca menti pra você. Eu amo você. O beijo com a Bernadete foi sem sentindo, foi sem pensar, eu odiei e eu espero que me perdoe. Eu preciso de você do meu lado, o que vamos fazer?
Cacau colocou a aliança de volta no dedo.
_Vou usar porque não quero que saibam agora que estamos dando um tempo.
_Não estamos dando um tempo...
_Sim, estamos dando um tempo sim. Você beijou outra enquanto namorava comigo, ainda mais uma mulher que passou cinco anos contigo e o pior no dia do nosso aniversário de 4 meses. Então, sim estamos dando um tempo. – Disse chateada. _Não sou tua moleca para você simplesmente vim e me pedir perdão e passar uma borracha. Quer contar para Juliana? Eu acho que ela merece ser feliz e não vai ser com uma pessoa que na primeira oportunidade trai. – A partir dali ela não conseguiu olhar mais para Emme. _Juliana merece uma pessoa melhor, se quiser contar conte, vou te dar todo apoio.
Ainda conversando, Cacau não lhe deu sequer um beijo no rosto. Precisava pensar a respeito do beijo que sua namorada deu em outra pessoa. Saíram dali seguindo para o apartamento de Juliana.
_Eu estou nervosa. – Disse e segurou a mão da morena. Cacau soltou-a. _Por Deus Cacau...
Ela ficou em silêncio enquanto dirigia o carro de seu pai. Estava chateada, amava Emme, mas daquele jeito não.
Chegaram no condomínio da mulher, pegaram o elevador.
_Eu já disse que não temos mais conversa Emme. Não quero, acabou. – A afastou com brutalidade quando em outra tentativa Emme segurou sua mão. _Você beijou outra boca, mesmo que você esteja me dizendo que não teve língua, mas tua boca tocou a de outra mulher, e o pior da tua ex amante, acha que eu me sinto como? Não quero mais papo, beijou outra boca a minha você não beija mais, e ponto final.
_Na parada da diversidade quando nós duas fomos você beijou um monte de boca dos meninos.
_Ah, por favor Emme, não foram beijos, sabe o que é selinho? Aquilo que você também deu neles, porque nós duas estávamos juntas. E mesmo que fosse isso não é justificativa para você sair beijando ex, ainda mais amante em público. Foi boa a trans*?
_Eu não vou discutir com você.
_Ela é mais velha em? E você gosta de pessoas assim. Foi onde, no carro?
As lembranças ainda vagavam em sua mente, mas agora reconhecia o rosto da mulher, era Renara.
_Ela de nada me atrai. Eu fui sincera com você porque Juliana merece sim saber a verdade.
_É claro. – Sorriu ironicamente. _Emme, a pessoa que beija ex e diz que não teve língua.
_E não teve.
_Mas beijou. Beijou e trepou com Renara.
_E você foi burra de mostrar as fotos para Larissa.
_A mulher tem uma filha fora do casamento e você ainda defende ela, pensa que sou o que? Aprende a me respeitar, não vou tolerar está com uma mulher que sai aos beijos com outra, enquanto eu faço de tudo para te agradar. Não seja esse tipo de pessoa que somente quer as coisas e não faz por onde merecer. Passei esses dias preocupada com teus sumiços e você simplesmente se escondendo para não me contar a verdade.
_Eu tenho crise de ansiedade, eu não estava bem. – Voltou a chorar. _Pelo amor de Deus Cacau, eu não fiz por mau. Eu nem sabia o que estava fazendo.
_Bom engolir esse choro, Juliana não merece isso. – Saiu do elevador e Emme a seguiu, enquanto iam para o apartamento da mulher ouviram barulhos dela falando alto com Renara, algumas bolsas estavam fora da casa. _O que tá acontecendo aqui?
_Fora da minha casa Renara, esperei até o último momento mais descobrir todas as tuas mentiras. – Disse sentada no sofá com os olhos vermelhos. Fumava um cigarro, coisa que só fazia quando estava muito nervosa. _Olha aqui Cacau, as fotos. Oi Emme... Renara, eu não consigo nem te olhar. Traição eu sempre disse, eu não perdôo, pode fazer o que quiser, mas eu tenho pavor disso. Passei anos com Cacau porque ela sempre se mostrou verdadeira, ela mentia e mente até hoje... mas traição, sempre quando desconfiei ela me provava que tudo era coisa da minha mente. Posso ser tudo, menos fazer papel de trouxa.
_Sobrou para mim. – Disse ao entrar no apartamento.
_Agora você vive falando no telefone, fingindo que o celular estava com memória ruim, dizendo que falava com tua mãe, mentindo para mim? Sorrindo feito uma criança que comeu um docinho. Ai ai, só um tolo para acreditar em você Renara. Até um deslize teu eu perdoaria, mas vários deslizes não. Você tem que se tratar, você mente, trai por prazer. Um monte de aluna, tudo querendo nota boa. – Sorriu. _Que coisa feia, vai, some. Casar? Deus me livre. Esquece casamento, esquece planos de filhos, me esquece.
_Cacau, eu, você me entende, foram só essas duas meninas, e faz muito tempo isso. Desde quando combinamos de nos casar que eu não faço mais isso. Juliana está paranóica com isso. Está ficando louca. – Renara se defendeu aos prantos.
_Mentira... – Juliana apontou o dedo. _Está mentindo. Não adianta fazer a cabeça de Cacau, ela quem contratou uma pessoa ao meu pedido antes que eu fizesse a pior burrice de toda minha vida. Vai embora da minha casa. Anda, agora... Nesse Brasil horrível já é difícil viver sendo homossexual, agora viver com outra mulher que trai é igual viver com macho ruim. Nunca aceitei traição nem de Cau que me sustentou durante anos, não vou aceitar de você que vive sendo folgada nessa casa. Ah, Deus, que decepção. – Juliana pegou um objeto e jogou no chão quebrando-o. Fora de si pegava tudo de Renara e colocava fora do apartamento. Pela primeira vez Emme viu a mulher falar rápido. Estava arrependida por ter beijado Bernadete, conseguiria o perdão da mulher. Cacau era uma mulher boa, apesar de alguns defeitos.
Viu Renara sair, orgulhosa, disse que voltaria para reconquistar o amor de Juliana.
_Vai reconquistar o amor do cão, o meu não. – Fechou a porta grosseiramente e finalmente caiu no choro sendo segurada por Cacau.
Fim do capítulo
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