Bom dia meninas, estou de volta depois de uns dias off, espero que gostem do capítulo, abraços...
Capitulo 17 - De volta a 1968
CAPÍTULO 17 - De volta a 1968
Alice, ou Anna para a própria, seguiu rumo ao sítio observando tudo, olhou a paisagem com os olhos de encanto da primeira vez, em um segundo olhar, percebeu muitas semelhanças com o seu "Rio de Janeiro", era tudo tão parecido, mas ao mesmo tempo, era como se fosse uma versão moderna dele, entre outras coisas analisou o volume dos prédios que multiplicavam pelo caminho, assim como os numerosos e modernos carros que circulavam nas vias, também estranhou as roupas, mas, além de tudo o que mais admirava era a moderna tecnologia que a família de companheiros possuía, para Alice o mais esquisito de tudo eram aqueles telefones sem fio que portavam e que chamavam de celular, explicaram que era uma tecnologia avançada, mas, naquela cidade específica era muito comum, Alice ficou muito feliz de saber que o MR-8 estava evoluindo, conseguindo até estar à frente dos militares, também achava as crianças muito maduras para a idade, os dois gêmeos participavam das conversas e até opinavam, enfim, eram boas pessoas com hábitos diferentes apenas, sorriu enquanto pensou que ali poderia ser muito feliz com a namorada.
Por outro lado, tiveram que administrar muitos problemas para Alice não desconfiar do passar dos anos, com a ajuda de Sâmia e de sua família, Bruna e todos do escritório foram avisados da amnésia de Alice, também foram gravadas várias músicas e programas da década de 60 para que nada ficasse desconexo, todas as fotos da família também foram escondidas e tudo o mais que pudesse demostrar que era 2018. A maior complicação de Janine era esconder que estava desencarnada, foi preciso de muita ajuda de seu mentor para não ficar tão exausta, nunca havia ficado tanto tempo na Terra, e mesmo que a família doasse ectoplasma, nunca era suficiente para se materializar por tanto tempo, como Alice não sabia de sua morte, Janine só podia ir ao mundo espiritual recarregar as energias quando a namorada adormecia, por isso estava sempre muito cansada, assim, os dias foram passando muito rápido sem que Alice desse sinal algum de uma mínima lembrança.
O café da manhã e os barulhos que vinham da cozinha despertaram Alice, que olhou ao lado da cama, procurando Janine para dar o um beijo de bom dia, como não a encontrou, tomou um rápido banho e trocou de roupa, saindo em direção da cozinha onde estavam Zefa, Sâmia e as crianças.
- Bom dia companheiros, vocês viram Janine por ai?.
Chocolate viu a dona de longe e veio correndo enquanto balançava o rabo animadamente para logo depois subir em Alice, como fazia sempre que tinha saudade, com a sua alegria pegou a loira desprevenida, que caiu desequilibrada no chão.
- Hahahahah, por favor, alguém tire esse cachorro de cima de mim, ele é enorme e acha que é apenas um filhote, como é o nome dele?.
- Chocolate - Respondeu Sâmia.
- Ok, já chega Chocolate, você está me deixando toda lambida.
Maitê veio e chamou Chocolate e Luran, pelo visto era a deixa para brincarem no jardim. Alice agradeceu e voltou a perguntar da namorada, Zefa olhou para Sâmia sem saber o que responder, dizendo a primeira coisa que veio em sua cabeça.
- Ah, ela pode ter ido a padaria buscar um pão doce, não é Sâmia?, ela gosta tanto. - Afirmou mesmo sabendo que Janine não se alimentava.
- Não acredito que Janine fez isso!, Zefa, não podemos sair do aparelho por um motivo fútil assim, vou atrás dela.
- Não querida, pode deixar que eu vou.
- Não precisa Zefa, a padaria é em paralelo, vou fazer um caminho seguro, vocês sabem onde está a minha arma?, o padeiro é de confiança?.
- O Seu Valdir é o padeiro e dono do estabelecimento, ele é nosso companheiro como você diz, e é de extrema confiança, só não fale nada do que está acontecendo, pode ser perigoso, ninguém sabe se tem alguém espiando, ou se pode aparecer um estranho por lá, não é?, quanto a sua arma, tem que perguntar a Janine, não usamos armas aqui Alice, e outra coisa, pode ser que ele te chame por esse pseudônimo.
- Tudo bem, já acostumei, depois conversamos sobre algo ainda mais importante, Zefa, vocês precisam de treinamento urgente, infelizmente não dá para combater perversos como aqueles crápulas apenas com tecnologia e flores, precisamos treinar vocês em defesa pessoal, uso de arma, fiquem ai que volto já.
Alice saiu se escondendo por entre as árvores que ficavam na rua, fazendo o caminho que julgava ser seguro, a padaria ficava realmente muito próxima ao sítio, no entanto, Alice deu uma volta enorme para chegar. Aproximou-se do estabelecimento desconfiada e perguntou ao padeiro.
- Bom dia companheiro - olhou o bordado na blusa e completou - Seu Valdir, aqui veio uma moça chamada Janine?. - Falou baixando o tom de sua voz.
- Não, não que eu lembre Alice, passa muita gente por aqui querida.
Quando olhou em direção a tv viu que o padeiro estava assistindo um show, infelizmente para Seu Valdir estava em preto em branco, pois tinha que envia-la para o conserto, era Ivete Sangalo, Alice gostou do som, mesmo preferindo música de protesto, achou um estilo bem diferente.
- Quem é essa cantora Seu Valdir?
- É Ivete Sangalo, não conhece?.
- Não, ela veio de algum festival?.
- Sei não, que eu saiba Ivete veio de trio elétrico, de Salvador.
- Diferente, gostei paca dela, sabia?.
- Ela é maneira.
- Maneira?.
- Sim, legal, bacana.
- Entendi, agora tenho que ir, até qualquer hora.
O padeiro achou Alice muito estranha, até mesmo assustadinha, e pensou "tadinha de Alice, tão novinha e já anda meio desequilibrada, deve ter sido depois da morte da avó, o que não entendi foi que ela falou comigo como se nunca tivesse me visto antes, eu hein, a conheço desde pequena".
Alice ia refazer o caminho estranho que fez na ida quando de longe viu Janine acenando do portão, sorriu e correspondeu ao aceno da namorada, o dono da padaria ficou olhando sem entender nada, não tinha ninguém na porta, logo depois Maitê apareceu e a loira ficou tão feliz de ver as duas que até esqueceu de discutir os motivos da namorada ter saído do aparelho por um motivo tão trivial e seguiram juntas, Alice contando da nova cantora que havia descoberto, enquanto Maitê de mãos dadas com as duas seguia encolhendo os pés como se tivesse em um balanço, assim chegaram até a cozinha do sítio.
Chocolate sentou ao ver Alice e delicadamente ofereceu a pata, a loira olhou para Zefa sorrindo.
- Que lindo Zefa, vocês cuidam muito bem dele...
- Ele é um cachorro muito bonzinho, é treinado, não esquece um truque, não é Chocolate?.
Passaram o resto da manhã conversando, enquanto Sâmia tocava violão e Zefa preparava o almoço. Alice e Janine cantavam abraçadas traçando planos para o futuro, enquanto isso todos discretamente tentavam discutir de uma maneira velada o que iam fazer em relação a Alice, na verdade todos sabiam que não iam aguentar a "farsa" durante muito tempo, e que ia chegar uma hora que precisariam dizer a verdade.
- Sâmia, você percebeu que a personagem da novela continua do mesmo jeito, será que não poderiam fazer como aquele filme, onde o rapaz preparava um vídeo que era mostrado todo dia?.
- Acho que não dá vó, imagine, aquela situação do filme é bem diferente...
Já iam almoçar quando viram um carro estacionar na entrada do sítio, era Bruna que apesar de todas as recomendações dos médicos e dos avisos que não seria propicio nenhum tipo de visita, tinha resolvido conferir tudo pessoalmente, estava decidida a encontrar uma solução para a situação de Alice.
- Zefa, tem um carro diferente estacionando ali na frente, onde está minha arma?, acho que talvez seja preciso reagir...
- Não precisa Alice, é uma velha conhecida nossa...
Mal tinha terminado a fala e Bruna já tinha tocado a campainha muitas vezes ao mesmo tempo, assim que entrou cheirou o ar e sorriu, sentindo o cheiro da comida de Zefa.
- Boa tarde Zefinha, vejo que continua cozinhando muito bem, e pelo visto é aquela lasanha deliciosa que eu amo e só você sabe fazer, pode pôr um prato que vou almoçar com vocês, sei que ia me convidar, mas, já estou me adiantando.
Alice, vendo que de fato a moça era conhecida da família estendeu a mão e cumprimentou.
- Prazer, Alice...
Bruna olhou a todos e piscou para Zefa e Sâmia, logo depois empurrou Alice na parede e a beijou com vontade, mesmo com muita resistência foi empurrando forçadamente a língua para dentro da boca da ex, queria sentir novamente o seu gosto, deixar que sua língua macia percorresse tudo que já conhecia tão bem, enquanto isso, suas mãos lutavam contra as de Alice, tentando aumentar o contato dos corpos, e apesar de toda expectativa, tudo o que sentiu foi um empurrão forte, seguido de uma grande bofetada.
- Mas, que situação barra pesada, me respeite que tenho namorada, falou?, já era por hoje, respeite que Janine está ali. Amor, desculpa, não tive culpa, você viu tudo...
Alice apontou para o vazio que Bruna via.
- Ai não, até arrumou uma namorada imaginária?, chega de babaquice, estamos em 2018, você se chama Alice, é minha ex mulher e pertence a uma família onde todas as mulheres são bruxas, aqui é o sítio da sua avó e essas pessoas trabalhavam para Dona Helena, esse ai é Chocolate, o seu cachorro traíra que me custou um vaso Ming super raro.
Alice olhou para todos e soltou uma enorme gargalhada que ecoou na sala inteira.
- Ai gente, onde arrumaram essa atriz?. Hahahahah
Apesar da confusão inicial, Bruna resolveu cooperar, estava almoçando quando subiu os olhos e enxergou Luran, o menino sem dizer nada tinha conquistado o meu amor, sentiu pela primeira vez a sensação de um amor completo, que nunca tinha sentido por mulher nenhuma, ali morreu Bruna, a terrível, e nasceu Bruna a mãe, mas, naquele momento não sabia ainda que tinha conhecido aquele que meses depois adotaria.
E o dia seguiu tranquilo, como Alice dormiu um pouco a tarde, todo o grupo se reuniu na sala para energizar Janine, que seguia cada dia mais exausta, não apenas uma vez tinha percebido que Janine tornava-se opaca quando extremamente cansada e todos ajudavam no processo de energiza-la.
Quando Alice despertou, todos se reuniram em torno na tv, escolheram como programação um festival antigo de músicas, Alice era quem mais vibrava, torcendo animada para "Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando)", e ficou revoltada no final, vaiando bastante quando a música "Sabiá" de Chico Buarque interpretada por Cynara e Cybele saiu vencedora, já que Alice queria que a música de protesto de Vandré fosse a vencedora, o que a ajudaria com a militância.
- Foi marmelada Janine!.
Fim do capítulo
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rhina
Em: 03/08/2020
Cara
Bruna realmente é uma coisa.
Alice ainda não se lembra de nada.
Janine tendo que dá conta de algo maior que suas forças.
Rhina
Resposta do autor:
Olha, Bruna é terrível, mas, a personagem do meu segundo livro consegue até superar a Bruna, a coitada vira pinto perto da Mariana rsrsrs. Janine sofreu tadinha....mas, terá seu final feliz...
brinamiranda Autora da história
Em: 21/07/2020
é Bruna sendo Bruna, não é Marta? hahaha se for pra ser sen noção ela faz com louvor hahahhah
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brinamiranda Autora da história
Em: 21/07/2020
Pois não é? rsrsrs esse livro é cheio de reviravoltas, mas, está tudo dentro do script Marta, seguimos que as poucos vou organizando as pontas e a baguncinha que fiz...
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Marta Andrade dos Santos
Em: 21/07/2020
Confusão da peste e Bruna é sem noção.
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