Eita, é fogo no parquinho e três aperreios....
Capitulo 16 - Olha amor, são violetas na janela
CAPÍTULO 16 - olha amor, são violetas na janela...
Após ter conseguido interceptar Irina e seu bando no sítio de Helena, Janine mantinha um cuidado redobrado, mantendo várias equipes vigilantes tanto em torno do sítio quanto do hospital onde o corpo de Alice repousava, continuavam conversando pelo caderno, com a sutil diferença que desde o comecinho da semana, a loira foi devagarinho ouvindo as vozes dos que a visitavam no hospital, sentiu que aos poucos estava retornando por alguma razão desconhecida. Dentro do seu mundo silencioso ouvia tudo, as palavras de amor de Janine, as de incentivo da sua médica, as besteiras de Bruna e suas cantadas baratas nas outras médicas e enfermeiras, pois é, a ex continuava sem noção, também ouvia Zefa, Sâmia e Maitê rezando e pedindo que voltasse, e chegou até mesmo a ouvir sua mãe Patrícia que passou igual um raio, dizendo que voltaria quando Alice melhorasse pois sua presença ali não fazia muita diferença, falou em pensamento, mas, jamais externaria isso, na verdade, apenas comentou com Zefa que não aguentava ver a filha nesse estado, vivendo de forma tão artificial, falou brevemente e logo depois foi embora entrando no carro do novo namorado.
Era uma noite de lua cheia, a mais forte de todas para as bruxas, era a lua de sangue, que com os seus raios fortes iluminavam todo quarto, inclusive um vaso de violetas que florescia na janela. Alguns estavam reunidos no quarto de Alice, muitos outros estavam do lado de fora inclusive Annick que estava fazendo sentinela na porta quando passou um rapaz recém desencanado que piscou para ela perguntando "nós não nos conhecemos, linda?", Annick riu e viu o rapaz sendo levando por seu guia. A spirit doll estava revezando a porta com outros amigos que guardavam a loira e sua família em total segurança. Janine também estava do lado de fora, enquanto Melissa e um grupo de bruxas circundavam o hospital cantando e derramando um pouco de água com flores e chá das fadas em toda a extensão.
Irina observava tudo de longe, rindo debochadamente, "o que essas ridículas pensam que estão fazendo?, nossa que medo dessa mistura de água, com flores e chá". Irina se mantinha ereta, olhava a cena de forma divertida, e por isso, não deixou ninguém avançar para o ataque, pretendia destruir o corpo de Alice, mas, não tinha pressa, os outros podiam se divertir com os demais, desde que não machucassem Maitê, Irina torcia as mãos, queria proporcionar uma morte bem lenta a Alice, para isso tinha trazido o filho, ele estava com a chave criptografada dentro de si, ou parte dela, a outra tinha colocado em Maitê durante o sono, sim, Janine tinha falhado dessa vez. Irina continuava de mãos dadas com Luran, tinha prometido ao menino que enfim ele conheceria a irmã, por isso estava ali, ao seu lado estavam três companheiros do bando, alguns desencarnados ávidos por destruírem tudo que estivesse ligado ao bem, estes eram revoltados, outros dois nem sabiam porque estavam lutando, mas, acharam que Irina era poderosa e resolveram seguir com uma devoção inexplicável.
O bando observou quando as bruxas terminaram o trabalho, voltando rapidamente ao hospital, Irina aspirou sentindo o cheiro doce que impregnava o ar, olhou a lua brilhante no céu e observou o líquido iridescente e luminoso que brilhava muito forte no chão, rindo alto, "mas, como são simplórias", por fim, deu todos os seus comandos e ordens por pensamento, estava de mãos dadas com Luran que parou para perguntar:
- Mãe, se vamos só conhecer a Maitê, porque trouxe eles?.
- Para nos proteger querido, só para isso...
- Vamos?
- Sim...
Seguiu firme em direção a entrada do hospital, olhou se tinha mais alguém para ajudar na invasão, não tinha, e investiu contra a luz brilhante muito segura de si, foi quando percebeu que algo a queimava fortemente, começando pelo seu pé, subindo de sua perna até o corpo.
- Droga, isso é água benta, desde quando bruxas usam isso, que golpe baixo...
Após a fala, Irina e seu bando sumiram como fumaça, parecia que haviam explodido de dentro para fora, enquanto isso, os raivosos foram embora reclamando, mas, no fundo estavam com muito medo. Só restou dois espíritos e Luran.
- Que foi isso Garnisé?.
- Sei não, sei nada, parece coisa mandada daqueles de branco que vão atrás da gente falando do bem, vamos é embora, antes que a Irina volte, vai que a gente explode também uai.
Luran riu dos dois e se encaminhou até a entrada do hospital. Assim que chegou a porta do quarto, olhou Janine e calmamente falou:
- Sou Luran, eu trouxe a chave psicografada.
- Onde ela está Luran?.
O menino soprou forte em sua mão, de forma que apareceu uma pequena peça redonda, metálica e com ranhuras que subiu de dentro da pele para fora.
- Não temos muito tempo, você sabe, minha mãe, ela pode voltar...
O menino entrou sozinho, todos olharam para ele sem nada entender, também não perceberam quando o seu rosto foi mudando, larvas negras cairam do seu corpo, dissolvendo no chão, e quando tudo finalizou, perceberam que era gêmeo de Maitê, Luran era uma versão masculina da menina, sorriu, pediu a mão da irmã e soprou muito forte.
- Confia em mim, sou teu irmão, Luran, vou te proteger o resto da minha vida.
Maitê balançou a cabeça, e juntou a peça de sua mão com a de Luran, levando até Alice,a luz forte que resplandecia iluminava a todos, inclusive Zefa que nesse minuto rezava e se benzia abraçada com Sâmia, pela primeira vez viram uma manifestação.
As crianças levaram a bolha de luz que saia de suas mãos até Alice, Luran em um único movimento fez aparecer no peito da loira um espaço oco, de onde saia um som baixinho, rapidamente encaixou a luz no espaço, olhou para todos e disse "está feito!".
Alice sentiu como se algo a puxasse de dentro da sua própria consciência para fora, e foi num grito que retornou.
- Alice minha querida, que bom que está por aqui - Falou Zefa enquanto abraçava a loira com todo carinho, minha querida, estávamos todos com muita saudade.
Todos se abraçavam e olhavam sorridentes para Alice que respirava forte e ofegava assustada com tantas pessoas ao seu redor, buscava se acalmar e encontrar uma explicação plausível para o que estava acontecendo. Olhou cada um deles até que chegou a uma conclusão.
- Vocês, foram os militares que trouxeram todos vocês aqui, não foi?, eles querem que pensem que estou louca, quem são vocês e porque me chamam de Alice, meu nome é Anna, viu?, Anna.
Ao ouvir a voz da namorada, Janine entrou no quarto correndo e a abraçou, olhou para todos que estavam ao seu redor e embalou calmamente a amada nos braços.
- Psiuuuu, calma amorzinho, estou aqui com você.
- Janine, porque todos estão me chamando de Alice?. Vamos voltar para o aparelho, eu nem podia ter dado entrada nesse hospital.
Janine coçou a cabeça e seguiu até Maitê abaixando para olhar nos olhos da menina.
- Maitê, todos que estão no quarto estão me vendo?.
- Sim, o Luran disse que era um efeito...co co co...como é mesmo irmão?.
- Efeito colateral.
- Isso...
Janine reuniu a todos avisando que Alice estava presa nas lembranças da vida que levou em sua encarnação nos anos 60, quando era Anna e que precisavam mantê-la naquela realidade até que fosse descoberto o tratamento a ser feito. Todos concordaram e Janine seguiu até Alice.
- Anna meu amor, esses são nossos companheiros, eles estão do nosso lado, Alice é o seu pseudônimo, ok?. Dirfaça aos médicos, já vamos poder ir ao nosso aparelho.
- E Camilla, Roger e os demais?.
- Psiuuuu, estão bem, escondidos.
- Ah, tá, entendi...
- Vamos para o sítio dessa família, todos nós, está tudo bem, os militares não vão te pegar amor, confia em mim.
- Claro Janine, eu confio...olha amor, são violetas na janela...
Fim do capítulo
e ai meninas, gostaram do desenlace?...
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brinamiranda Autora da história
Em: 17/07/2020
Kkkkkk as reviravoltas que o livro dá, em uma hora qualquer tudo de ajeita...tadinha de Janine não está fácil pra ninguém
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