Caterine

Peguei o contrato assinado por Megan e fui a uma lan house próxima tirar umas cópias, voltei com uma copia em mãos e entreguei a ela, não queria nenhuma duvida em relação a nada. Ela ainda me olhava atônita sem falar uma palavra, apenas gesticulava com a cabeça.

Me despedi dela e de dona Rita desejando melhoras ao pequeno.

A única frase que Megan conseguiu dizer foi :

- Porque está fazendo isso por nós?

Eu tombei a cabeça de lado perguntando de volta:

 - E por que eu não faria ?? – sorri de lado e segui rumo a empresa, queria resolver os tramites do convenio o mais rápido possível .

No caminho a frase “ E porque eu não faria isso” veio a minha mente e eu sorri, essa foi a frase que mãe Cecilia disse a minha mãe Ana quando se ofereceu para custear meu tratamento. Pela primeira vez senti orgulho de eu mesma.

Chegando a empresa dei entrada na documentação de Megan, foi tudo meio complicado, a parte do convenio não seria liberada tão rápido  e isso me deixou decepcionada . Foi quando tive a ideia, eu mesma iria arcar com os custos médicos sem ninguém saber. Só precisaria da minha funcionaria e fiel escudeira Aline para que ninguém desconfiasse.

Aline entrou em contato com hospital e resolveu toda documentação, Aline era uma das profissionais mais brilhantes que conheci, tinha contatos em todos setores era simplesmente:  A MELHOR!

Confesso que não dormi naquela noite, os últimos dias tinham sido muito intensos e confusos. Sentia algo dentro de mim e não conseguia definir, não tinha explicação, só era algo estranho.

No sábado pela manhã Ben foi transferido para o hospital particular, eu queria muito saber do estado de saúde do garoto, mas não me sentia no direito de me aproximar. E afinal Megan ficou com meu numero se quisesse me dar alguma noticia teria ao menos mandado uma mensagem. Mas eu queria o que depois do papel ridículo que eu fiz? Melhor não pensar nisso, fui para a pequena academia que tenho em minha casa, precisava me exercitar, cansar meu corpo, extravasar ..Fiquei quase duas horas entre academia treino de luta, aquilo me fazia um bem imenso, parecia que meu corpo e alma entravam em equilíbrio.

Fui até a cozinha preparar algo para almoçar, estava faminta, não tinha tomado café da manhã. Quando coloquei meu frango para gratinar escuto a campainha tocando, fui até a porta e quando atendi veio a surpresa...Megan ..

Megan

Eu realmente não queria ir, minha tia praticamente exigiu que eu fosse agradecer pessoalmente o apoio que a minha “amiga” Caterine havia dado . A presença dela me confundia, me assustava . na maioria das vezes ela parecia duas pessoas , a doce e humana que me amparou no carro e a que foi fria no hospital e na empresa. Isso me deixava agoniada , eu nunca sabia com quem iria lidar .

Passei na empresa e Aline gentilmente me informou que Caterine geralmente não trabalha aos sábados , apenda sua sócia Natasha que também estava fora.  Mas me cedeu o endereço de sua casa – pelo jeito Caterine não contou sobre aquele fracasso chamado tentativa de assalto, graças aos céus! – Agradeci Aline e me dirigi a casa de Caterine. Por Deus eu nunca imaginei voltar aquele lugar.

Toquei a campainha rezando pra não ter ninguém em casa, mas logo em seguida a porta foi aberta e que surpresa, Caterine estava usando uma roupa de ginastica colada em seu corpo, não pude não olhar, ela era forte sem deixar de ser feminina , pernas grossas, barriga bem definida, seios médios e ombros largos.. não sei quantos segundos fiquei perdida olhando pra ela, mas ela mesma me trouxe de volta pra realidade.

 - Megan, o que aconteceu ? Você está bem ? Aconteceu algo com seu filho ?

Caterine perguntava de uma vez sem me deixar responder. De novo ela não se parecia nada com a mulher fria que conheci, ve-la preocupada daquela forma mexia comigo e eu não sabia como agir, afinal mal nos conhecíamos.

Em um impulso eu apenas a abracei, ela imediatamente me abraçou de volta passou as mãos em volta da minha cintura. Aquele contato me fez sentir segura , acolhida. Meio sem jeito me afastei do seu abraço e olhando em seus olhos agradeci.

 - Caterine, eu não sei porque fez isso por mim, quer dizer por nós! Eu só queria vir pessoalmente agradecer por ter salvo a vida do meu filho.

Caterine abriu um sorriso imenso , era a primeira vez que a via sorrir de verdade, e por Deus que sorriso lindo. Vi a felicidade sincera em seu rosto.

- Então ele está bem Megan ? – não resisti , sorri ao ver seu sorriso quase infantil.

 - Sim ,Caterine . Ele está estável , a medicação está fazendo efeito e se continuar assim em dois dias ele irá pra casa.

Ela passou seus braços em voltado meu pescoço e abraçou com força, nesse instante pude sentir meu coração bater mais rápido.. .

O que estava acontecendo comigo?!

Fim do capítulo