XII
XII.
É complicado o sentimento de apreensão, a preocupação com o risco de morte, eles não sabiam dela e nem do bebê. A cada segundo sem notícias a inquietação só aumentava.
O percurso foi realizado rapidamente, juntos o trio deixou a muralha e cavalgaram com velocidade até em frente do chalé.
Já sabendo que seria procurada, a sacerdotisa aguardava por eles.
- Dimitri, Myrina e Moara (falou os nomes pausadamente olhando para cada um deles).
- Olá! Sacerdotisa Morgana, primeiro devo lhe agradecer por seu alerta sobre o inimigo.
- Nobre combatente disponha. A tua vitória foi legitima.
- Obrigada.
- Não vou convida-los para entrarmos, sei que no momento estão com pressa.
- Sim, com muita, por gentileza, nos ajude!
- Me entregue (disse estendendo a mão na direção do xale).
Ao tocar no tecido a sacerdotisa fechou os olhos, respirou fundo e ficou ainda mais séria.
- Este tecido tem um grande valor sentimental, foi feito pela avó dela, com muito carinho, mas, quem o arrancou das suas costas não é uma boa pessoa e se aliou com outros da sua laia, sem escrúpulos (comentou ainda de olhos fechados).
Ninguém gostou do relato, piorou quando ela levantou a cabeça, ficou com o olhar distante e voltou a revelar:
- Foram dois desertores preconceituosos, não aceitam duas mulheres juntas, hipócritas e retrógrados! Acreditavam que o inimigo venceria por ser homem, machistas! Antes eram criados do barão, por isso, decidiram capturar Dayara e queriam entrega-la para MacTough ao término da batalha, com intuito de receberem benefícios e recompensas. Tolos, mesquinhos!
Os três ficaram em silêncio, observando e escutando com atenção tudo que ela dizia com eloquência.
- Assistiram a tudo escondidos, entocados como ratos e quando perceberam que o barão estava perdendo, tudo que fizeram foi fugir. Agora já estão bem longe, mas, a morte deles não está distante, como nada possuem tentarão furtos, continuarão prejudicando outras pessoas e pagarão com as próprias vidas por seus atos. É este o futuro que vejo.
O lorde impaciente começou a andar de um lado para o outro.
- Foram os que contaram para o barão que a minha irmã esta grávida? (Dimitri quis saber ao lembrar-se das palavras do barão).
- Sim, não por serem fiéis ao agora falecido, mas, por pura maldade e com o intento de obterem recompensas.
- E a Dayara? Por favor, me diga como posso encontrar a minha esposa?
A sacerdotisa voltou a fechar os olhos, pois, precisava se concentrar, respirou fundo e em seguida comunicou:
- Ela ainda não sabe que não precisa mais temer ao barão, contra a sua vontade foi levada daqui, esta com muito medo de novamente sofrer nas mãos do agora falecido e ex-marido. Vocês precisam encontra-la. Procurem na vila, por lá tem uma senhora que foi aprisionada junto da lady, ela vai saber mostrar para qual direção eles foram (elucidou e entregou o xale para a guerreira).
Os três agradeceram, cavalgaram em disparada e começaram a bater de casa em casa, os moradores também começaram a ajudar.
Ninguém sabia dela, por causa da batalha nenhuma pessoa ousou ficar na rua.
Optaram por ficarem fechados dentro de casa, em isolamento por segurança.
A vila não é pequena, por isso, passaram cerca de uma hora procurando.
- Será que não estamos perdendo tempo por aqui? (Dimitri ponderou).
- A sacerdotisa nunca erra, vamos continuar procurando (afirmou Moara).
- Afinal não temos outra alternativa (ele reclamou e continuaram na busca).
Num casebre, Myrina bateu palmas, chamou por diversas vezes, mas, ninguém atendeu. Forçou a porta e estava trancada. Utilizou da força, chutou a porta até quebrar a madeira que já estava velha e partiu. Assim avistou algo e gritou para avisar. A amazona foi quem acabou encontrando uma senhora toda presa e logo identificou que era ela que a sacerdotisa tinha mencionado. Ela já estava desamarrando a idosa quando os dois entraram correndo.
- A lady foi levada (contou assim que a mordaça foi retirada da sua boca).
- Por favor, conte tudo o que sabe (disse Moara).
- Hoje cedo, dois homens invadiram a minha casa, antes eles trabalhavam para o barão e já sabiam que ele estava a caminho. Planejaram devolver a lady para ele assim que a luta acabasse e queriam gratificação. Quando capturaram a Dayara prenderam ela aqui comigo, mas, não foi por muito tempo não. Eu ouvi eles dizerem que colocariam ela numa carroça para que ela fosse levada para o seu verdadeiro dono ou então caso fosse necessário a largariam no caminho durante a fuga. Ela estava com muito medo de reencontrar o MacTough, chorando copiosamente, fiquei com o coração apertado de ver o desespero dela. Tentamos nos soltar, mas, nos amarraram muito forte.
- Malditos! A senhora sabe para onde levaram a minha irmã?
- Não faço ideia, o que contei é tudo que eu sei.
- Agradeço pela ajuda da senhora e a única coisa que podemos fazer agora é seguir as marcas da carroça (disse Moara).
- Que ódio, não podíamos ter deixado ela sozinha, não me conformo por não ter a encontrado no pomar (Myrina esbravejou).
- É importante se apressarem, ela se debateu muito tentando fugir, quando a arrastaram daqui acho que a bolsa dela rompeu, olhem o chão ainda esta úmido e com o balançar da carroça ela pode até ter entrado em trabalho de parto.
Os três que já estavam preocupados, ficaram ainda mais aflitos com as novas informações, apanharam os seus cavalos, partiram sem tirar os olhos do chão e seguindo os sinais deixados pelo coche.
Fim do capítulo
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Mille
Em: 20/06/2020
Oxi May
Você foi malvada com a Lady, tadinha grávida e sendo carregada.
Esses dois terão uma morte bem lenta e espero que seja pela Moara.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Má... de Mayara rs mas, nem sou malvada não, sou mais, May paz e amor kkk
Mille, obrigada pela tua companhia, por cada leitura e comentário. Tenho um carinho muito especial por ti, pois, já são mais de 4 anos que estamos aqui juntas no Lettera e você foi a primeira a comentar na minha primeira história por aqui. Sou muito grata e fico muito feliz a cada novo relato teu. Feliz semana e se cuida! Beijos, May.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 19/06/2020
Vixe!
Resposta do autor:
Marta, em uma única palavra você resumiu bem este comentário, pois, deu ruim e complicou né beijocas!
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