Inconstante por LaiM
Capitulo 32 Meu anjo
Os dias que se seguiram as duas estavam mais conectadas, Emme, sorria boba e apaixonada e sabia que podia confiar em Cacau agora mais do que nunca e que seus segredos ela também sabia além de Juliana.
Cacau parecia ter tirado um peso de suas costas, apesar de tudo o que aconteceu, Emme não a condenou.
Estavam mais leve, passeavam, andavam de bicicletas, comiam guloseimas das mais diversas e ficavam sentadas por horas sobre uma árvore um pouco escura do parque vendo as pessoas passarem. Curtiam os momentos, aproveitando a companhia uma da outra.
Cacau deu a Juliana o tempo que ela pediu, conhecia a mulher, uma vez foi a fábrica para lhe ver, ela sequer a olhou, disse que estava ocupada e pediu para ela se retirar, e assim seguiu indo por três vezes seguidas, quando finalmente deu permissão para ela entrar.
_Estou bem com a Emme, anda, vamos fazer as pazes? Tenho tanto para te contar.
Juliana se levantou, sentia falta da amiga, mas Cacau precisava de uma lição.
_Não quero ir embora com você zangada comigo, eu já disse que vou te contar toda a verdade.
_Pois começa.
Foram horas de conversas, Juliana atenta a todos seus gestos, olhou para seus lábios, para os olhos, para cada movimento que ela fazia, ela não riu cinicamente. Cacau explicou sua relação passada, disse que na época não contou porque não fazia mais sentido e não queria reviver aquilo, contou dos maltrato da ex companheira e do que passou em suas mãos, viveu um relacionamento abusivo.
_Eu não imaginava Cau. Eu sinto muito. Eu conheço essa Paula Fonseca?
_Não.
_Fico aliviada por saber que não foi Vitória – sorriu nervosa _aquela mulher nunca foi boa peça, tenho pena de todos os garotos e garotas que passaram na mão dela. Vem cá, me dar um abraço Cau.
Fizeram as pazes, Juliana sentia-se aliviada.
_Não vamos falar mais de passado, ok? Ainda bem que a Emme agora sabe do Vitor, sabe de onde você me encontrou, sabe da nossa história Cau, sabe do centro, isso que importa. – Contou feliz.
_Eu não disse nomes para ela. Ela não sabe do João Vitor, sabe apenas que eu me apeguei a um, ok? Por favor, vamos deixar nomes no passado.
_Qual é Cau, esse homem vez ou outra te assombra, e se ele aparecer assim de repente, o que vai dizer para ela?
_Ele não vai aparecer, ele nunca apareceu.
_Está contando com a sorte, ainda tem três dias aqui, nunca se sabe se vai dar de cara com esse rapaz, queria poder ter a chance de quando vocês se verem eu ver tua reação – contou rindo.
_Você gosta de me ver em maus bocados, isso sim. Acho que ele continua igual, o mesmo sorriso, o mesmo cabelo. Águas passadas Juliana, vamos focar? Esses dias andei de bicicleta com a Emme, segurei em sua mão, passeamos de barco, namoramos no parque e demos mergulhos no mar – contou apaixonada.
_Isso é ótimo, e vocês fotografam esses momentos?
_Todos Juliana.
_E ela posta algo com vocês juntas?
_Nada, até prefiro assim. Emme não pode se expor tanto, eu já acho muito ela dizer que é bissexual.
_Vai me dizer que não se importa com aqueles comentários de deusa de todo o universo, de gostosa ou aqueles de se eu pegava levava para minha casa?
Cacau pensou por alguns segundos, engoliu a seco aquelas perguntas, tinha vontade de responder um a um e Juliana sabia que ela era ciumenta.
_E se ela publicasse uma foto nossa? Diriam que é sapatão e a mandariam procurar um macho ou então diriam que é porque ela nunca pegou um macho de verdade, ataques virtuais Juliana, isto não soa bem. Queria poder permanecer na época que não existia redes sócias, apesar de ser um pouco mais difícil, mas tínhamos telefones, era mais preferível ligar e convidar o amigo para sair. De hoje em dia basta um clique e se esquecem até de se ver alimentando-se de inúmeras palavras, dizem que estão com saudades, mas nunca marcam um encontro e quando marcam vivem pregados no celular como alienados. Eu tenho menos de cem amigos, e não consigo dar conta deles, imagine Emme que qualquer publicação sua da N de curtidas e comentários e infelizmente ataques virtuais estão na moda.
_Você está certa, não pensei por esse lado, e vocês estão em algo sério não é verdade, tanto que ela postou que estava em um. Não vejo ela respondendo nenhum comentário. Sabe quem segue ela também?
_Quem?
_Tenta adivinhar.
_O Sereno?
_A Renara, fiquei até surpresa quando vi.
_Isso é bobagem, Emme tem perfil público, quanto mais seguidor ela tiver melhor, esses dias olhei o celular dela, uma marca de bolsas querendo contrata-la, isso graças a esses números que ela tem.
_E pela beleza Cau.
Cacau novamente a olhou.
_Emme é linda Cau, acho que você sabe disso. Ela é um espécie de ímã, atrai atenção.
_Sim, ela é linda – e sorriu _mas, você acha que eu não vou aguentar tanta fama?
_Se a amar terá que se adaptar, vida de pessoas assim não é tão fácil, tem viagens, trabalhos, além do mais ela é modelo. Vai aguentar ficar meses sem ver ela?
_Vamos dar um jeito, tudo vai dar certo.
_Só não se esqueça de você, ok? Vai hoje lá em casa com ela, vou preparar algo leve para nós quatro e eu quero ser amiga dela, combinado? Espero vocês às oito, vai ter joguinho de casal.
_Adoro.
_Se prepara que tem jogo da verdade também.
_Eu e ela não temos mais segredos, assim como eu e você. Obrigada por tudo viu?
_Te amo Cau, se cuida.
Depois de mais conversas despediram-se com um abraço apertado.
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A noite Emme se arrumou, aceitou ir a casa de Juliana, daria uma chance de vê-la como boa amiga de sua namorada, tentaria não ter ciúmes daquela amizade. Usando uma saia longa e uma blusa curta foi até o quarto de Cacau, ela ainda iria se arrumar.
_É sério isso? Você disse que íamos sair às oito e ainda nem banhou?
_Não vou demorar, uau, você está linda.
_Obrigada, mas eu gosto de pontualidade Cacau, mesmo que seja visitar amigos.
_Não vou demorar Emme. – Tirou a roupa e foi para o banho. Emme puxou a cadeira e ficou a olhando. _Vai ficar aí me olhando mesmo?
_O que mais eu tenho pra fazer? E eu gosto de olhar essa tatuagem que você tem.
Ficaram em silêncio por alguns minutos, os olhos de Emme percorreram todo seu corpo, admirando cada traço.
_Emme...?
_Oi meu amor.
_Gosto quando me chama de meu amor. Temos fotos não muito íntimas, não temos? A gente foi na casa de chocolate e tem um foto bem amigável, eu postei ela, você viu?
Cacau saiu do banho e enrolou-se na toalha.
_Está muito bonita, fez bem em postar.
_Vi que você tem uma foto com alguns amigos da última viagem que fez, inclusive uma com aquele rapaz chamado Daniel.
_Sim, a noiva dele começou a me seguir, achei uma graça. Mau sabe que o rapaz aprontou na viagem.
_Traiu ela?
_Com um modelo, mas o que tem?
_Você nunca postou nada nosso, Bernadete deduziu que estava comigo?
Emme por um momento calou-se.
_Eu disse para ela em uma das mensagens que trocamos e eu disse para você que te assumiria quando fizéssemos um ano de namoro, se lembra?
_Sim, mas somos amigas também, você tem fotos com Léo.
_Tenho porque foi um trabalho que fizemos juntos, a única foto de mulher que tenho é com minha mãe e se eu postar uma foto só nossa eles vão chegar até você, ah não sei Cacau, ainda não estou pronta para expor sabe? E também não quero dar marketing para esse povo, gosto da minha vida assim sossegada com você.
_Tá certo.
_Mas se quiser eu posto uma nossa, se vai se sentir bem com isso.
_Não, deixa como estar.
_Cacau, eu namoro você, a minha mãe te aceita e gosta muito de você, tua família sabe, teus amigos sabem, quem perguntar eu vou dizer que namoro uma mulher linda, pra quê se expor tanto?
_Você está certa, e um ano passa rápido não é mesmo?
_É... Agora se veste – ela se levantou e lhe deu um beijo _eu estou contigo meu amor, e isso vale muito mais do que qualquer foto postada. Confia em mim?
_Sim, está certo. – Voltaram a se beijar. _Emme...
_Eu vou descer, te espero lá em baixo, vai ser melhor.
E saiu indo para o carro. Odete se aproximou da menina, sorriu.
_Vão para onde? – Quis saber, pediu a Diego uma cadeira e o rapaz prontamente lhe atendeu.
_Á casa de Juliana.
_Sente-se comigo, venha. – Emme saiu do carro e pegou uma cadeira. _E então, como você está? Gostando de San Caetano?
_Estou bem, San Caetano é uma cidade linda, a cada lugar que visito me encanto.
_Meus filhos foram criados nessa casa, como sabe Mirra é uma médica obstetra, Sereno estuda no exterior, a Cacau sempre gostou da área de administração. Ela te contou que eu perdi um rapaz? Era para eu ter quatro filhos.
_Ah eu sinto muito, eu não sabia.
_Tudo bem, isso foi há muito tempo. E você quer ter filhos?
_Pretendo, não agora, mas sim.
_Filhos são presentes de Deus, tem que escolher a pessoa certa para fazer isso.
_Sim, é verdade.
_E como pretende fazer? – Odete viu a menina calar-se. _Oh, desculpa, cada mulher tem seu tempo. Só digo para não demorar muito, se aventurar com minha filha é uma coisa, mas ela não pode te dar filhos.
Emme suspirou.
_Não gosta de ver sua filha amando uma mulher não é mesmo?
_Eu não disse isso, estou apenas dizendo que quanto mais o tempo passar mais você perde a chance de conhecer alguém que vai lhe dar uma família, digo, que faça filhos.
_Um homem?
_Isso. Você é bonita, por que se aventurar com uma mulher quando se pode se aventurar com um homem, casar, ter filhos e constituir uma família?
_É claro, você está certa, mas esqueceu-se de uma coisa.
_Do que?
_Casamento homossexual é permitido, adoção de filhos é permitido e clinica de fertilização é permitido, não sei se a presença de um homem é necessariamente obrigatório. Posso fazer tudo isto com sua filha, se nossa relação dê certo.
Odete lhe olhou, quanta aberração aquela moça falava. Aquilo jamais aconteceria.
_Ora, isso não se faz.
_Não se faz o que mamãe? Está alugando os ouvidos de Emme?
_Nada, estávamos conversando filha.
Odete sorriu amigavelmente para as duas, desejou um bom passeio e despediu-se. No carro Emme lhe olhou.
_Estou ansiosa para voltarmos a Metropolis, tenho saudades da mãe e do mel.
_Vamos embora daqui há três dias, o que minha mãe falou para você? Se ela te ofendeu peço desculpas.
_Consigo compreender os motivos de você não se dar com ela, mas ela é tua mãe temos que respeitar sua opinião, ela não gosta de ver você me namorando, mas ela respeita.
_A mãe já foi bem pior Emme, peço novamente desculpa, até imagino o que ela falou, mas falta três dias, logo a gente vai embora e tão cedo pretendo voltar.
Foram conversando o trajeto todo sobre a mulher, Emme não via a hora de poder ir embora, de ficar um tempo em sua casa na companhia agradável de sua mãe, que era tão diferente de Odete.
Chegaram no apartamento de Juliana ansiosa, Renara quem abriu a porta.
_Ei, depois de muita briga finalmente vocês se entenderam. Querida, você e Juliana podem brigar cem vezes, mas sei que nas cem vezes vocês irão se entender. – Renara disse abraçando-a. Ela estava de bom humor.
_E a mão melhorou? – Emme quis saber assim que a cumprimentou também.
_Ah, está pronta para outra. Entrem, Juliana está no quarto, logo vem.
Ao entrarem, a mesa estava organizada e tinha jogos. Emme pediu licença e disse que colocaria os vinhos na cozinha.
_Eu te ajudo Emme. – Renara a conduziu até a cozinha, ajudou-a e sorriu. _Fiquei feliz por saber que Juliana fez as pazes com sua namorada, vou abrir uma garrafa de champanhe, pega ali, por favor, o abridor para o vinho.
_Champanhe? Não iria ser vinho?
_Hoje vamos comemorar. – Ela disse, Renara estava diferente, não tinha mais lhe olhado como na festa de Laura, quando à secou. _E a noite é uma criança Emme, ainda é cedo. Qualquer coisa vocês dormem aqui. Ali tem um quarto vazio excelente que Juliana fez questão de preparar para vocês.
Emme sorriu, não pretendia dormir na casa da mulher, ela pegou o abridor e as duas foram de encontro a Cacau. Não demorou muito para Juliana sair do quarto, ao encontrar Emme lhe deu um abraço demorado, em seguida abraçou Cacau.
_Quero fazer um brinde. – Renara disse.
_Hoje a Renara acordou animada, não sei o que aconteceu. – Juliana sussurrou no ouvido de Emme.
_Qual o brinde? – Cacau perguntou com a taça na mão.
_A essa mulher maravilhosa que eu tenho a sorte de dormir e acordar ao lado , ao meu grande amor, a você Juliana, eu te amo. – Uma cena bem clichê, tirou de dentro do bolso uma caixinha, logo se ajoelhou a sua frente e abriu-a. _Quer se casar comigo?
Emme e Cacau se olharam. Juliana era adulta, sabia o que queria, mas com tantas desconfianças elas acharam difícil a outra aceitar. O olhar de cumplicidade que uma lançou para outra é como se já soubesse a resposta da mulher da voz lenta, mas logo se olharam surpresa quando ela disse sim.
_Aêhhhh... – O que Emme podia fazer era comemorar, Cacau em seguida desejou felicidades.
_Estava a dias tentando esconder essa aliança dela, não via a hora de vocês fazerem as pazes, Juliana sempre me disse que você era especial para ela e eu queria fazer esse pedido com você ao lado Cacau – Renara disse abraçando Juliana e lhe dando um beijo _eu amo essa mulher, não consigo viver sem ela.
_Eu estou surpresa até agora – Juliana disse olhando para o anel _é lindo Renara.
_Desejo felicidades. – Todas se sentaram, e quando Renara saiu por um breve momento para atender o celular Cacau a olhou. _Está mesmo feliz?
_Sim, claro. Até hoje nada descobri, e Renara é uma ótima companheira, a gente se dar bem e nos completamos de algum jeito.
_De algum jeito? Não entendi... ou vocês se completam ou não se completam, é simples.
_Está sendo falsa? Então você não apoia esse noivado Cau?
_Não coloca palavras em minha boca, você adora inverter uma conversa, eu perguntei apenas se você está feliz. Aceitar um noivado assim tem que ser com alguém que você confia, que você acredita que vai dar certo de fato com aquela pessoa.
_Então está dizendo que não tenho certeza do que eu quero? Você quer que eu a peça em casamento para eu ter certeza que é isso que eu quero? Não, porque se eu fosse esperar para você me pedir em casamento eu estaria até hoje trabalhando naquele bar.
_Ah por Deus Juliana, tudo enquanto você se volta a mim como se eu fosse a pior pessoa do mundo. Quero apenas saber se você está confortável com essa situação, casamento tem que ser algo concreto, de coração aberto para amar o outro até nos piores momentos, você desconfia que essa mulher te trai, onde está a confiança?
_Ah, agora vem falar de como é estar em um casamento? Enquanto eu estava contigo vivia todo dia com um entalo na garganta pensando que continuava a me trair, você foi uma pessoa que se casou duas vezes e nas duas vezes falhou.
Cacau levantou-se.
_Fiquei com Maurílio por cinco anos, fui fiel...
_Fiel indo ao centro?
_Está invertendo de novo a conversa, sabe muito bem que eu e ele não tínhamos mais nada, e você não é santa, enquanto me paquerava sei bem que tinha outra na tua cola. Me enrolou por meses em conversinha dizendo que queria uma única pessoa e te peguei aos beijos com outra.
_E como que eu ia confiar em uma pessoa que vivia sustentando um rapaz com matérias caros, meu anjo, ah por Deus. Ah, o meu anjo é maravilhoso, meu anjo me tirou das drogas, meu anjo quer exclusividade, o meu anjo comprou um livro de cinco mil, meu anjo pra lá... meu anjo anjo pra cá, bem que desconfiei que de anjo não tinha nada... – Juliana também se levantou. _Nunca te traí.
_Eu também não.
_Por isso que ainda te quero como amiga. – Finalmente se recompôs. _Essa conversa não está nos levando a nada Cau, eu amo a Renara, e estou feliz, por favor vamos se sentar, não quero mais passar um dia sequer brigada contigo. – Sorriu para Emme. _Desculpa Emme, a gente é assim mesmo, logo você se acostuma. – Juliana segurou a mão das duas. _Eu já amo você Emme e confio em você, o que vou dizer aqui é muito pessoal. Eu sou uma mulher que já tenho 32 anos, está na hora de eu refazer minha vida, Renara é honesta, trabalhadora e quer ficar ao meu lado, chega uma hora na nossa vida que a gente só quer se aquietar com alguém do lado. E eu quero ficar com ela, a gente se dar super bem e eu quero fazer uma família. Vocês duas querem ser madrinhas?
_Tá, tudo bem. Se é isso que quer, eu só posso te apoiar – Cacau abraçou a amiga _mas qualquer coisa eu estou aqui.
_Desejo felicidades, vou adorar ser tua madrinha.
Quando Renara chegou viu as três se abraçando, entrou para o abraço e sentou-se.
Passaram a jogar conversa fora, teve jogos, brincadeiras aleatórias e bebidas. Em um determinado momento, depois de muito tempo Renara disse que iria dormir, pediu desculpas por estar sendo inconveniente, mas reforçou a ideia de que teria que acordar cedo, iria visitar a família.
_Amor, amanhã eu não vou poder ir a casa de tua mãe, mas manda um beijo para ela.
_E você quer que eu conte a novidade assim, sem você?
_Espera só um pouquinho então, faz assim, cê vai e a noite eu encontro vocês e ai nós duas contamos. Amanhã a tarde vou ter que trabalhar.
_Está certo. – Beijou seus lábios e deu boa noite para as visitas. _Está muito tarde, acho bom vocês dormirem aqui.
Ela foi para o quarto.
_Você não bebe Emme?
_No momento não estou podendo beber muito. – As duas viram Cacau bocejar, estava com muito sono.
_Vamos dormir todas, ok? Eu ajeitei um quarto para vocês.
Juliana abraçou as duas, a morena segurou a mão de Emme e a conduziu para o quarto. Se jogou na cama e logo dormiu. Emme tentou por várias vezes fechar o olho e esperar o sono vim, mas teve sede, saiu do quarto lentamente e foi até a cozinha, ao sair se encontrou com Juliana, ela mexia no notebook.
_Oi.
_Que susto Emme. – Emme se aproximou. _Achei que dormia.
_Estou sem sono. – Olhou para seu notebook. _O que está fazendo?
_Nada. – Saiu da tela. Emme sorriu e se aproximou.
_Minha visão é boa, você está procurando a Paula Fonseca não é?
Juliana retornou à página.
_Aqui tem várias mulheres com esse nome, eu quero ao menos saber o seu rosto, você me entende?
Emme puxou a cadeira, o assunto era de seu interesse.
_Ôh se entendo, estou tão curiosa tanto quanto você. Se na época ela era cinco anos mais velha, hoje ela tem 40 anos e Cacau me contou que ela estudava direito e que terminou os estudos.
Juliana passou a olhar a idade das mulheres com todos os nomes.
_Tem essa daqui que cursou direito, ah mas não fez aqui em San Caetano. – Contou triste.
_Essa daí não faz o tipo de Cacau, coloca Paula Fonseca San Caetano Juliana.
Juliana digitou.
_Nada. Vamos ter que procurar mesmo pela idade. Qual o tipo de mulher da Cacau? Nós duas somos brancas, aparentamos ser mais novas. Ou você acha que eu aparento ter mais de 32 anos?
Emme lhe olhou analisando.
_É, te dou uns 27. – Disse sincera.
_Perguntei brincando contigo, mas obrigada. – Retornaram a buscar a mulher. _Olha, essa daqui é interessante, estudou direito. – As duas se olharam. _Será?
_Ver a idade, mas ela tem filhos.
_Deve ser bissexual Emme, você é não é?
_Sou, você não?
_Não, gosto mesmo só de mulher. Ela é bonitona viu.
Emme estava bebendo a água.
_O que acha da mãe da Cacau?
_Venenosa, já falei muito pra Cau isso. Ela começou a te infernizar? Se prepara que vai ser só o começo.
_Disse para eu procurar um rapaz para eu construir minha família, como você se entendeu com ela?
_Na época ela me engolia, vai aos poucos se adaptar com você, o pai de Cacau que é maravilhoso, pense num homem bom. Quando ela falar essas coisas você apenas diz: Eu e Cacau nos entendemos, e só isso basta – Juliana riu _ah, isso mata ela.
_Juliana...
_Diga Emme?
_Na hora da pequena discursão de vocês eu vi que você falou de um rapaz que chamava a Cacau de meu anjo. A Cacau me contou que tinha se apegado a um, foi apego a esse rapaz? – Juliana parou de procurar e lhe olhou. _Ok, eu entendi só com esse teu olhar, mas qual o nome dele?
_Emme, é coisa da Cacau, você entende não é?
_Ela já me contou quase tudo, o que custa agora me dizer o nome? Ah Juliana, eu sou uma pessoa muito curiosa.
_Vejo que vocês duas quando se juntam é pra falar sobre mim. Emme, senti tua falta ao meu lado. – A morena trajava apenas uma calcinha e um blusão, Juliana ainda tinha alguns seus, apoiou o cotovelo na parede levando a mão ao cabelo que começava a crescer, se aproximou, a tela do computador já não tinha mais nada. _Estão falando do que? – Abraçou Emme por trás e beijou seu pescoço.
_Estava sem sono, vi Juliana aqui e começamos a falar da vida.
_Agora vou dormir de verdade, estou morrendo de sono, me façam companhia no café? A Renara vai sair cedo.
Elas voltaram a se deitar, Cacau ouviu quando Emme tinha feito a pergunta para a mulher.
_Agora você não vai me deixar em paz não é?
_Do que está falando? – Emme sorriu. _Juliana é fiel à você. Não me contou nada.
_Quer saber o nome dele é isso? Ele vai se casar Emme, me mandou um convite, eu não vou. Ele está feliz, eu estou feliz, ele foi alguém que precisava de ajuda, não sou bom samaritano, mas eu podia ajudar ele e assim fiz.
_Sei... mas para você ajudar tanto ele, ele devia ser muito especial. – Contou com ciúmes. _Eu prefiro não saber o nome. O que importa é que quem está deitando ao teu lado sou eu, e quem te satisfaz sou eu. – Emme beijou-a tirando seu blusão.
_Que mulher acesa. Transamos de manhã, já quer de novo?
_Se não quiser não tem problema, eu me toco sozinha.
_Sua safada, venha cá. – Virou-a e sorriam. _Você é minha princesa.
Depois de algumas horas caíram no sono, ao acordarem Juliana tinha preparado o café e feito salgados, os preferidos de Cacau, quando viu aquela mesa farta logo sorriu.
_Meu Deus, que saudade desse teu pão. Melhor do que de padaria. – Ela se sentou. _Emme, você tem que aprender a fazer esse salgado.
_Bobagem Cau, cada um tem seus segredos, Emme com certeza sabe fazer um prato maravilhoso também.
_Sei sim.
_Eu já fiz a Carbonara pra ela, princesa você ainda não me mostrou seus dotes culinários.
Emme olhou para Cacau que enchia a boca, faltava não respirar.
_Cuidado que se comer desse jeito vai acabar engordando. Simplesmente temos pouco tempo de namoro, quando chegarmos eu posso preparar algo pra você.
_De preferência massas, por favor.
_A Cacau é apaixonada por massas Emme, posso te passar essa receita.
Juliana além de muito gentil, alegre, calma e bonita era prendada. A mulher sábia fazer de tudo um pouco, gostava de agradar em tudo, colocava as roupas de Renara para lavar, fazia sua comida, seu apartamento era organizado e contava apenas com uma mulher que dava uma geral uma vez por semana. Emme achava a mulher perfeita. Já ela, por outro lado sabia apenas pousar para a câmera, para desfilar e ser fotografada. De nada entendia de casa. Uma vez tentou fazer um bolo para Bernadete, quando Fernanda perguntou para quem era ela mentiu dizendo que era para um amigo de trabalho, não ajudou, Emme disse que se virava. Quando Bernadete repartiu o bolo ele estava duro. E sua mãe gostava de fazer comida, nada mais justo deixar essa responsabilidade com ela.
_Eu sei fazer um bolo maravilhoso.
_Ah eu amo fazer bolo Emme, infelizmente não tenho tanto tempo. Podemos trocar receita em?
_Acho ótimo, depois mando para você.
O telefone de Cacau tocou, era Maurílio.
_A Laura?
Maurílio contava que a filha estava com bastante dor na garganta e remédio nenhum melhorava, a levaria no hospital mais próximo de sua casa e Cacau brigou, disse que o hospital não era tão bom.
_Estou a caminho, como não é bom Cacau? Hospital é hospital.
_Tem hospitais melhores do que esse.
_A Laura tá com febre e reclamando de dor. Não demora Cacau, o quanto mais rápido ela ser atendida melhor.
O homem desligou. Cacau queria dar ordens até onde ele devia levar a menina, não era para tanto, o hospital era excelente.
_O Maurílio tá levando a Laura para o hospital de San Caetano. – Olhou para Juliana, a mulher sorriu.
_Não acredito. A Laura está bem?
_Amígdalas inflamadas, ela vai ter que tirar mesmo, evitei levar ela de todo jeito para poder resolver isso lá em Metropolis.
_Pois vamos. – Juliana pegou a bolsa.
_Mas você tem trabalho, fica, obrigada, não precisa ir. Eu te mando notícias.
_Ah não Cau, falo depois com Renara ela vai entender se eu chegar uma hora a mais lá.
Cacau a olhou. Juliana estava preocupada com Laura, mas sabia que com uma pequena cirurgia poderia ser resolvido, estava torcendo mesmo era para o rapaz está de trabalho naquele horário e torcia mais ainda para João Vitor atender a menina.
Fim do capítulo
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