Na esperança da morena dar de cara com Vitor que Juliana foi ao hospital. Ela queria ver a reação de Cau, Vitor por algum tempo foi um empecilho para as duas não darem certo, queria saber se finalmente ela estava curada do rapaz. Mas ele não se encontrava, justo naquele dia realizava uma cirurgia.

Laura logo foi tratada, Cacau queria cuidar da menina assim que chegassem a Metropolis, ficou aliviada por não ver o rapaz, mas sua filha teve que fazer alguns exames para saber se precisava mesmo de cirurgia, na parte da noite foi sozinha ao hospital em busca dos exames, foi quando na sala de espera o rapaz apareceu, sorria para as enfermeiras, ele era o médico mais cobiçado do hospital e agora exibia uma aliança, invejavam sua noiva. 

Cacau tentou não lhe ver, o hospital era grande, que ironia do destino. Vitor dava boa noite por onde passava, o sorriso branco, os olhos alegres e os cabelos alinhados, continuava o mesmo Vitor de antes, educado, bonito, simpático e não muito forte, Cacau sempre dizia que a beleza não estava nos músculos, logo, ela não gostava de homens musculosos, a única coisa que pediu ao rapaz foi para ele não se dedicar tanto a academia. 

Vitor passando pelos corredores viu a mulher sentada, Cacau era inconfundível, independente de qualquer mulher que estava a sua frente ele reconheceria aquela que um dia foi seu primeiro amor, apesar da vida que levava sempre buscou ser exclusivo da morena, logo, não precisava de mais nada ao tê-la em seus braços.

A olhou, sorriu, ficou de frente a ela. Não falaram mais nada, partiram para um longo abraço. 

_Meu anjo... 

A mesma voz, os braços forte girando-a mostrava o tanto de saudade que sentia dela. Ele um homem, sempre protetor passou a chorar feito uma criança, tinha tanto a agradecer aquela mulher. 

_Espero chorar assim no meu casamento – ele disse e deixou a bolsa cair de seu ombro _meu Deus que saudades. 

Cacau sorriu, também estava emocionada, foram anos sem se verem, foi bom sentir o seu cheiro. 

_Um café? – Ele convidou. _Diga sim, por favor. 

_Tudo bem, vamos sim. 

Ela pegou a bolsa, antes recebeu o exame da filha, colocou em seu carro e seguiu para o carro do rapaz. Ele o ligou, no carro tinha uma foto da namorada do rapaz.

_Linda ela, fiquei surpresa quando recebi o convite. 

_Estamos juntos a dois anos e quero dar um rumo na minha vida. Moça direita, ainda está na faculdade, ajudo ela nos estudos, ajudar o próximo é bom. – Ele sorriu parando no sinal. Pegou a mão de Cacau e um beijo lhe deu. _Minhas mãos estão geladas, isso foi o destino que quis que nos encontrássemos, eu não ia sair tão cedo do hospital, mas meu horário já tinha passado do limite. Eu e Sara ainda não moramos juntos, vamos fazer isso quando nos tornamos um só.

_Ela é da igreja? – Cacau riu da própria pergunta. 

_Não, mas a família dela segue essa tradição. Espero que você confirme o convite. 

_Vitor...

_Não precisa falar nada agora meu anjo. Eu sou paciente assim como o amor, e você, como está? 

_Como te falei por telefone, estou namorando, ela é modelo.

_Eu conheço? Me mostra uma foto. 

Cacau tirou o celular da bolsa e enquanto escolhia a foto ele lhe deu uma boa observada.

_Continua linda, adorei teu cabelo. – ele bagunçou _mas você fica mais linda com ele cumprido. Ela que gosta desse tipo de cabelo? 

_Não, cortei antes de conhecê-la. Ela está louca para ver ele grande.

_Diga para ela se preparar, que vai ter muitos pretendentes ao redor. – Ele parou em um quiosque, lugar mais calmo e reservado. Ao sentarem pediu um café e uns pastéis de camarão para acompanhar.

Cacau mostrou-a, ele ampliou a imagem. 

_Uau, 18 anos? 

_Não, 24. Ela é a minha namorada depois de Juliana, nos conhecemos na agência.

_A que você comprou?

_Isso.

_Muito bonita, acho que já vi ela em algum canto.

_Emme Albuquerque, estamos felizes, e eu amo demais.

Ficaram por alguns segundos se olhando. Ele sorriu timidamente, aquele encontro estava valendo mais que qualquer comparecimento ao seu casamento, tudo o que queria era ver a mulher. 

_Vejo que está feliz Vitor. – Segurou sua mão e passou o dedo em sua aliança devagarinho. Fechou o olho para sentir o vento assanhar seu cabelo. Ver o rapaz era uma sensação de nostalgia, com ele conheceu muitos prazeres. Viveram loucuras que só os dois sabiam. _Quero sempre, sempre Vitor saber que você está bem. Você é um homem bom. Vejo que ama sua namorada, não me olha mais com desejo e sim com admiração. – Tocou no rosto do rapaz, a pele sempre lisa, bem cuidada.

_Eu nunca vou deixar de te amar Cacau Rolim. Passei com você três anos muito feliz, mesmo que a Vitória estivesse lá para nos infernizar. Que mulher louca, ainda bem que eu e você nos saímos dela.

_Ei, não fale de Vitória, ok?Por todo o respeito que eu e você sentimos um pelo outro. Eu fiquei com Vitória quando ela me levou para aquela espelunca dizendo que você estava lá. Acreditei nela, nunca imaginei que tudo o que ela queria era ficar comigo, por meses ela me prendeu, você sabe disso – acariciou sua mão novamente _ela é uma venenosa, eu tola, nova, cai na conversa dela, tudo isso para ela me chantagear para me arrancar dinheiro. 

_Soube que ela está com câncer? Não desejo mal as pessoas Cacau, desejo que ela melhore. 

_E eu também desejo. Eu te agradeço por você pegar aquelas fotos, aquilo eu não vou esquecer, sou grata a você por isso. Juliana nunca pode saber disso, está ouvindo Vitor? Promete que nunca mais vai falar disso? Tem pessoas que nos dão nojo e a Vitória é uma dessas pessoas. Olhe para mim e me prometa. 

_Eu prometo meu anjo, por todo amor que eu sinto por você, isso nunca vai sair daqui. Se eu contar pode expor meus segredos também para a Sara. 

_Ótimo, temos um acordo. Câmera fotográfica e sex* é algo que não se mistura, aprenda isso Vitor de uma vez por toda. 

Ele sorriu. 

_Vai ao meu casamento, por mim Cacau. Vai ser um dia especial. 

_Vou ver direito. Juliana também vai se casar... 

_Sério? Achei que vocês iriam durar por longos anos. 

_Não deu certo, teve um momento que só nos víamos  como amigas, entende? Já não existia aquele entusiasmo quando íamos nos deitar, ela bebia sozinha, não me dava uma taça para eu acompanhar, dizia que eu trabalhava muito, e que fatalmente eu a traía contigo, mas isso nunca aconteceu. Se tornou insegura demais, vivia contando as horas para eu ir para casa. A nossa rotina se tornou estressante, hoje somos melhores amigas.

_Cacau, você só vai se aquietar com uma pessoa quando essa te ensinar a pular de um penhasco bem alto, apesar de você aparentar ser séria tem uma alma de aventureira. Espero que essa moça que você esteja tenha essa alma, só ai para você se aquietar com ela.

Ela calou-se. 

_Se lembra de quando fomos viajar e saímos para patinar e você caiu? Nossa Cacau, teu sorriso foi o melhor, e eu vi que você ficou tão feliz com aquele tombo que eu fiquei com vontade de morar pra sempre no teu abraço. Você tem uma filha de 16 anos, está na hora de você tirar esse ar sério e se divertir mais um pouco. Viver intensamente. Sabe por que eu me apaixonei por Sara? 

_Quero muito saber. 

_Sara é alegre na maior parte do tempo, ela dança, coloca três pão com salsicha na minha boca e me faz cantar. Eu fico vermelho, quase que falto o ar, depois ela me beija e eu faço strip tease pra ela, a gente pula na cama feito duas crianças. Ela grita quando está com raiva, sai pela casa dizendo que o noivado acabou quando esqueço um jantar especial, ela dorme de conchinha comigo e não fica enjoada daquele contato. Tem horas que ela não me quer por perto, fica horas no quarto sozinha e depois me convida para entrar, ela é simples demais, prefere um quiosque desses comigo a está na companhia de vários amigos. Eu amo cada surtada dela e cada carinho, ela me faz sentir medo mais ao mesmo tempo me faz ser a pessoa mais corajosa do mundo. Ela ama a simplicidade, eu sou louco por cada maluquice que ela me faz passar. Ela cuida de mim quando estou doente, e me chama de doido quando entro no mar em dias de frios e eu saio puxando ela para me acompanhar. – Ele deu uma risada gostosa lembrando-se da noiva. 

Cacau pensou em Emme, Emme lhe dava aquelas sensações de medo e felicidade. Emme era intensa. Era simples. Ficou arrepiada ao ouvir o rapaz.

_Obrigada por tudo Vitor. 

_Obrigada você meu anjo. – Abriu a carteira e colocou uma nota sobre a mesa, saíram dali ainda conversando sobre o amor, além de falar era lindo de se sentir. 

Se despediram com um abraço apertado.

_Quando eu estiver em San Caetano de novo eu te ligo, vamos combinar outro papo. – Abraçou-o novamente e saiu do carro. _Até mais. 

_Até mais meu anjo. 

Cacau foi para sua casa louca para ver Emme. Quando a encontrou ela estava em uma roda com sua família, sorriu. 

_Ei, demorou, o que acha de passearmos agora? Vi aqui que tá tendo uma festa na beira da praia. Foge comigo só um pouquinho? Tem fogueira lá, podíamos pular sobre ela. 

_Acabei parando para tomar um café. E Laura será se está bem? 

_Sim, a garganta já desinflamou, está dormindo e então? 

_Você sabe de todos os lugares que tem festa não é?

_Souberam que eu estava aqui e me mandaram a localização, vamos? Tem queijo assado. 

Cacau sorriu e segurou em sua mão.

_Vamos sim minha princesa.

Fim do capítulo