Beatriz por stela_silva
Capitulo 17
POV Sarah.
Depois que aceitei o convite da Lorena as coisas entre eu e Cecília ficaram estranhas. Ela passou a me ignorar e isso acabou me deixando maluca. Eu estava me sentindo sufocada. A vontade que eu tinha era de correr em sua casa e exigir que ela parasse de me ignorar.
Tentei encontrá-la no sábado, mas ela deu uma desculpa qualquer.
Andei de um lado ao outro passando as mãos na cabeça.
-- Você está me irritando, será que pode ficar quieta? – Renata falou revirando os olhos.
-- Eu não consigo! – falei angustiada – Ela tá me ignorando, Renata! Eu tô quase arrancando meus cabelos.
-- Então vai lá resolver isso – disse como se fosse óbvio.
-- Eu nem sei o que dizer pra ela! – bufei.
-- Fale o que você sente, oras – Renata não parava de ler a maldita revista de fofoca.
-- Eu não posso... Não dá! – falei nervosa e peguei a revista de sua mão – Quem ainda ler revista de fofocas hoje em dia?
-- Eu! Agora me devolve – Renata tentou tomar revista de minha mão, mas acabou desistindo – Tenta pelo menos uma vez, Sarah. Você está quase fazendo um buraco no chão, isso não resolve nada. Para de encher o saco e vai atrás da sua garota! – Renata abriu um pacote de salgadinho e voltou a sentar.
-- Falar é fácil né... – falei mordendo os lábios – Segunda eu converso com ela.
-- Você que sabe – disse tranquila. Ela não tirava os olhos da TV que tinha acabado de ligar – Mas a Bruna tá um passo a sua frente – provocou.
-- Cala essa boca, Renata! – peguei minha bolsa e joguei a revista em seu colo – Não coloque mais besteiras em minha cabeça.
-- Eu não falei nada, meu bem – disse debochada.
-- Aham... Vou terminar de organizar meu apartamento, beijo pra tu – abri a porta e sai.
Passei o resto do sábado arrumando minhas coisas. Fazia pouco tempo que havia me mudado, o apartamento ainda está uma bagunça.
Não conseguir mais falar com a Cecília. Eu estava pirando porque amanhã ela iria se encontrar com a babaca da Bruna. Eu mal consegui dormir. Hoje eu estava péssima. Tive que fazer milagre com a maquiagem.
Lorena veio me pegar exatamente na hora marcada, ela não atrasava. A menina estava linda. Eu também estava “bonitinha” mas nada exagerado.
Encontrei com Denis no churrasco, ele já estava bêbado. Peguei uma cerveja e fiquei conversando com a galera. Lorena grudou em mim. Avistei Bruna um pouco distante, ela conversava animada com uma de suas amigas. Bufei. Definitivamente eu a detestava.
Depois de algum tempo Lorena desgrudou e eu fui pegar um copo de água na cozinha. Para minha infelicidade Bruna também estava lá. Ela tinha acabado de deixar o copo na pia.
A ignorei e abri a geladeira pegando a garrafa de água. Coloquei o líquido no copo de plástico. Bruna observava todo meu movimento. Bebi rapidamente a água e dei alguns passos para sair da cozinha.
-- Espera – Bruna falou rapidamente.
Revirei os olhos e a encarei.
-- O que é? – fui grossa.
Seus olhos brilhantes me diziam que ela queria me provocar e como eu estava por um fio de explodir.
-- Você sabe o que a Bia gosta de comer?
Eu quase gargalhei da sua cara... Bia? Haha... A idiota nem mesmo sabe o nome verdadeiro da minha amiga. Babaca!
-- Não – falei seca e voltando a andar.
-- Depois que sairmos da boate eu irei levá-la até meu apartamento. Provavelmente iremos comer alguma coisa e depois quem sabe fazer algo interessante em meu quarto – disse insinuante - Depois de algumas semanas eu posso pedi-la em namoro. Isso é perfeito não acha?
Se ela fez isso para fazer eu perder o controle, ela com certeza tinha conseguido atingir seu objetivo.
-- Vai a merd*, Bruna! – falei apertando a mandíbula e fechando minhas mãos em punho.
-- Eu sei que você gosta dela – disse séria – Você vai sentir na pele tudo que sentir quando você ficou com Carla – seus olhos me queimavam.
-- Então você não gosta dela? Quer apenas me provocar? – falei irritada.
-- Não – disse sorrindo – Eu gosta dela... Mas além de eu ficar com ela de brinde ainda faço você sofrer por isso.
-- Você não tem esse direito! Você não pode usá-la dessa maneira – dei alguns passos em sua direção.
-- Ela é linda, Sarah. Eu jamais faria mal a Bia – disse sincera – Eu quero ela pra mim.
-- Você nunca a terá!
-- Isso quem decide é ela – falou sarcástica – Hoje ela será apenas minha!
Bruna não me deu tempo para rebater, ela saiu da cozinha, me deixando com a cabeça fervendo.
Cecília não poderia ficar com ela! Não! Não agora que eu a encontrei... Não agora que ela parece tão minha.
Puxei meu cabelo e respirei fundo. Eu tinha perdido todo o meu controle. Eu precisava de coragem. Depois que voltei para o meio da galera eu não parei de beber. Foram muitas doses e eu fiquei tonta. Lorena tentou fazer com que eu parasse de beber, mas eu só queria esquecer que hoje Cecília estaria na companhia de Bruna, que provavelmente as duas se beijariam e... Não quero pensar nisso! Não posso aguentar!
Dispensei a Lorena e acho que ela ficou magoada porque eu disse que amava a Cecília com toda a sinceridade que o álcool conseguia arrancar de mim.
Tentei ligar para Cecília. Bêbado é podre mesmo hein... Rsrs... O celular estava desligado e isso apenas serviu para alimentar meu pensamentos insanos. Nesse momento ela deveria estar na companhia da vaca da Bruna!
Depois de mais uma hora e uma tortura sem tamanho eu pedi para Denis me levar na tal boate. Ele ficou animado. O miserável adorava festas. Eu mal conseguia ficar de pé. As luzes atrapalhavam a minha visão e eu acabava esbarrando nas pessoas. Marcos estava com Denis e me olhava preocupado, o menino não desgrudou de mim.
Procurei Cecília em todos os cantos daquela boate. Comecei a me desesperar ao pensar que ela provavelmente estaria no apartamento com Bruna. Bebi mais alguns drinks e finalmente meus olhos avistaram Bruna. Ela estava agarrada em uma garota loira, minha visão embaçada por causa da bebida não me permitiu reconhecer quem era a garota, mas logo deduzi que era Cecília.
Eu não raciocinei quando caminhei até as duas garotas que estavam atracadas em um beijo profundo. Puxei o cabelo de Bruna e sem pensar acertei um forte tapa em seu rosto.
-- Sua vadia! – gritei.
-- Você pirou, garota?! – Bruna também gritou. Seus olhos fervilhando.
-- Você me provocou e teve o que mereceu! E você... – me virei para encarar a loira e arregalei os olhos surpresa – Putz, tu não é a Cecília – falei confusa.
-- Quem? – a menina loira perguntou perdida.
-- É claro que não é ela sua idiota! – Bruna rosnou e caminhou em minha direção. Algumas pessoas tinha parado para ver a treta.
-- Ela não veio? – falei com um sorriso bobo.
-- Eu vou arrebentar essa sua cara de puta! – Bruna tentou me dar um soco, mas Marcos segurou sua mão.
-- Chega disso! – ele falou sério – O Show terminou - olhou para todas as pessoas e saiu me levando junto.
Marcos nos levou até o carro do meu primo. Sentei no banco do passageiro e ele colocou o meu sinto. Eu sentia meus olhos cheios de lágrimas, eu estava chorando. Marcos sentou ao meu lado e me observou.
-- Como você tá? – perguntou preocupado.
-- Na... Não sei – falei atrapalhada – Feliz talvez – sorri.
Marcos riu do meu jeito bêbado.
-- Ok, para onde você quer ir?
-- Me leva para o amor da minha vida, Marcos – falei suspirando. Eu nem tinha gaguejado.
-- Pra casa da Carla? – disse confuso.
-- Na... Não... Me leva pra Cecília – falei e tenho certeza que meus olhos brilhavam.
-- Que Cecília?
Lembrei que quase ninguém a conhecia pelo nome de batismo.
-- Me leve pra Bia, Marcos... Eu a amo tanto... Sempre amei – uma emoção tomou conta de mim.
Marcos ficou surpreso, mas não disse nada, apenas fez o que eu pedi. Eu dormir durante o percurso e só acordei quando senti um toque delicado em meu rosto.
Eu achava que realmente estava sonhando, assim que abri meus olhos e me deparei com aqueles lindos olhos azuis que me fitavam com preocupação.
Cecília cuidou de mim. Como eu sempre desejei que fizesse. Ela tem uma enorme paciência e é sempre carinhosa. Eu achei que tivesse sonhando o tempo todo e só tive dúvida quando a beijei.
Sim, eu lembrava do beijo! Eu lembrava em todos os detalhes. Nada comparado com meus sonhos loucos... Era melhor! Muito melhor! Senti um frio por todo o meu corpo, uma dorzinha gostosa na barriga, o coração acelerado, as mãos tremendo. Sua boca tinha um gosto diferente de tudo que havia provado e eu já estava viciada em seu sabor.
Depois que meu corpo se acalmou, eu me aconcheguei em seus braços e dormir profundamente. Um sorriso apaixonado estampado em meus lábios. Fazia muito tempo que eu não dormia tão bem.
Quando eu acordei pela manhã e vi que estava ao lado de Cecília, minha ficha finalmente caiu. Não tinha sido um sonho, não mesmo.
Meu rosto pegou fogo e eu senti um frio tomar conta de mim. Eu tinha me declarado para ela! Eu devia ter esquecido disso!
Eu a beijei! Bom, ela correspondeu, mas... Nossa, que vergonha! Eu disse que a amo!
Coloquei as mãos sobre o rosto e neguei... Bêbado é foda mesmo.
Senti minha cabeça doer e observei minha amiga que dormia profundamente. Seus cabelos loiros espalhados pelo travesseiro, sua boca vermelha, seu sorriso fofo... Suspirei... Zeus, como eu amava essa garota! Meu coração estava aquecido apenas por olhá-la.
Fiquei tão feliz quando soube que ela não foi ao encontro da Bruna. Um alívio tomou conta de mim e eu senti uma louca vontade de vê-la. Marcos agora sabia de meu amor por ela e Bruna também. Eu sei que não posso mais esconder esse sentimento, Renata tem razão, eu preciso tentar! Mas nesse momento eu não vou conseguir. Preciso pensar com calma, eu estaria dando um grande passo em nossa relação e eu tinha medo da rejeição. Tenho certeza que será horrível se ela me rejeitar. Meu coração fica apertado apenas por pensar nessa possibilidade.
Fiz carinho em seus cabelos e beijei seu rosto. Levantei e fui procurar minhas coisas. Cecília havia organizado toda a minha roupa em cima de sua mesa de estudo. Meu celular também estava lá. Passava das nove da manhã, eu precisava ir na faculdade levar um trabalho e também precisava me desculpar com Lorena, acho que a magoei.
Me vesti e antes de sair olhei mais uma vez para Cecília. Sorri.
-- Até depois, meu amor. Te amo! – sussurrei e logo depois sair.
Mandei uma mensagem para ela. Não queria deixá-la preocupada, mas também não tinha coragem de olhar em sua cara nesse momento.
Fui primeiro em meu apartamento, tomei banho e troquei de roupa. Peguei o trabalho que já havia feito e coloquei na mochila.
Assim que cheguei na faculdade senti alguns olhares sobre mim, mas ignorei. Acho que Bruna já havia espalhado minha paixão por minha amiga e tinha certeza que alguns estavam rindo de minha cara. Fiquei desconfortável, eu sabia que teria que falar com Cecília, mas imagina o quanto essas pessoas iriam se divertir do meu sofrimento caso Cecília não aceitasse meu amor. Não quero pensar nisso no momento.
Entreguei meu trabalho e estava indo atrás de Lorena para me desculpar.
-- Ei Sarah! – alguém gritou meu nome e logo Marcos apareceu sorrindo.
-- Oi Marcos – falei sorrindo sem graça.
-- Como você tá? – perguntou preocupado.
-- Estou bem, Marcos. Não se preocupe – falei cruzando os braços e fitando meu sapato.
-- Você percebeu alguns olhares estranhos?
Eu o encarei.
-- Bom, acho que sim.
-- A Bruna acabou espalhando tudo que aconteceu ontem. Claro que ela inventou algumas mentiras. Ela disse sobre o fato de você ser apaixonada pela Bia e também falou que você nunca terá chance, Porque Bia estava com ela. Eu sei que tudo isso é mentira, mas foi o bastante para as pessoas terem um motivo para rir de você. Eu sei que não temos uma grande intimidade, Sarah. Mas não deixe essas mentes pequenas a atingirem.
Eu sorri verdadeiramente para Marcos. Acho que eu tinha uma visão errado sobre o garoto. Ele não era um acéfalo feito de músculos. Ele era um homem bom e de caráter.
-- Obrigada, Marcos. Essas pessoas nunca irão me atingir, mas eu não posso falar o mesmo da Cecília – disse cabisbaixa.
Marcos tocou em meu ombro.
-- Acredite em si mesma. Você é linda, inteligente... Um pouco chata, mas seu lado divertido é superior. Pelo pouco que conheço da Bia, vocês nasceram uma para a outra – disse carinhoso – Agora eu preciso ir... Qualquer coisa é só falar comigo – disse afastando, sem esperar que eu o respondesse.
As pessoas às vezes podiam surpreender de uma maneira boa. Marcos havia feito isso.
Dei alguns passos e logo vi Lorena perto de uma árvore. Ela estava falando no celular. Esperei até que ela desligasse para poder me aproximar.
-- Lorena – chamei um pouco tímida.
Ela me encarou séria.
-- Oi Sarah.
-- Eu gostaria de me desculpar por tudo que aconteceu ontem – falei sem enrolação.
-- Tudo bem, eu já entendi tudo. Você deixou claro ontem – disse com mágoa.
-- Eu sinto muito, Lorena. Minha intenção nunca foi magoá-la – falei sincera.
-- Mas magoou! Mas relaxa, eu sei que isso logo vai passar – ela sorriu triste – A Bia é uma mulher de sorte.
-- Eu... É.. É... – estava sem palavras no momento.
-- Tá tranquilo, Sarah... – Lorena tocou em meu braço e sussurrou em meu ouvido – Se ela não quiser... Eu quero... Quero muito!
Eu sorri e neguei com a cabeça. Encarei Lorena, mas ela estava com os olhos fixos em alguma coisa atrás de mim. Como eu sou uma pessoa curiosa me virei para ver o que tanto prendia sua atenção.
Prendi a respiração ao ver aquela loira maravilhosa se aproximando. Meus olhos estavam arregalados e minha respiração irregular. Eu sentia todo meu corpo tremendo e tenho certeza que estava mais pálida do que papel A4. Meu nervosismo era evidente. Cecília estava com os olhos grudados em mim.
Eu quase desmaiei quando escutei a maldita frase sair de sua boca.
-- Precisamos conversar! – disse séria, me olhando profundamente.
Eu estava paralisada. Sem palavras. Não imaginava que Cecília viesse me procurar, eu só queria um pouco mais tempo.
-- Eu preciso ir... Até mais, Sarah – Lorena falou se afastando. Cecília a encarou em desafio, mas logo seus olhos grudaram nos meus novamente.
Suas expressão ficou mais suave. Ela percebeu que eu estava quase tendo um treco e tentou amenizar o clima.
-- Por favor, Sarah... Vamos conversar? – pediu carinhosa.
Respirei fundo e concordei balançando a cabeça.
-- Vem comigo – falei quase sem voz.
Cecília não disse mais nada, apenas me seguiu. Fomos para sala que apenas eu e Denis tínhamos acesso, eu sabia que meu primo não estava na faculdade, então não seríamos atrapalhadas.
Assim que entramos naquela sala eu me senti sufocada. Não sabia o que falar... Não sabia como agir... Eu só queria correr dali. Permaneci de pé, mas de costas para ela, meus olhos fixos no frigobar. Eu sentia cada parte do meu corpo tremer. Como eu conseguiria falar algo? Passei as mãos no rosto e respirei fundo.
-- Sarah, olha pra mim – pediu suavemente.
Suspirei e virei-me com dificuldade. Eu não conseguia manter o contato visual com ela.
-- Você lembra o que aconteceu ontem? – perguntou hesitante.
As palavras fugiram de minha boca. Engoli a seco. E concordei com a cabeça, sem encará-la.
O silêncio dominou a sala por um longo tempo e eu quase levantei a cabeça para fita-la, mas logo escutei seus passos em minha direção. Cecília segurou meu rosto com as duas mãos e me fez encará-la. Seus olhos azuis brilhavam de uma forma que eu nunca tinha visto antes.
Ela respirou fundo e fez carinho em meu rosto.
-- Tudo que você me disse ontem você lembra não é? – ela queria ter certeza e eu concordei sentindo meus olhos encherem de lágrimas – Sarah, se tudo que você me disse ontem for verdade... Se você gosta de mim – disse engolindo em seco – Saiba que eu também sinto o mesmo por você – confessou mordendo os lábios.
Pisquei os olhos várias vezes tentando digerir tudo que ela disse. Eu acho que ela disse que gosta de mim, não é? Foi isso mesmo? Meu Deus!!! Alguém me belisca! isso é um sonho? Foi isso mesmo que ela disse? Eu estava completamente em choque... Aérea...
Acho que fiquei calada por muito tempo, pois Cecília me olhava angustiada.
-- Eu... Você disse mesmo que gosta de mim? – perguntei confusa.
Cecília sorriu... O sorriso mais lindo de todos os sorrisos que ela já me deu.
-- Sim, Sarah. Eu gosto de você... Cara, eu gosto muito de você! – disse com os olhos brilhantes.
-- Oh, Deus! Não é um sonho! Você realmente gosta de mim! – falei nervosa, animada, doida, feliz... Sei lá... Eu estava sentindo tudo ao mesmo tempo – Ah, foda-se!
Segurei em sua cintura e colei nossos lábios. Cecília agarrou em meus cabelos e correspondeu. Eu nunca senti o que estava sentindo em nem um outro beijo em toda minha vida.
Sempre desejei beijá-la. Sempre sonhei com esse momento, mas o sonho não era nada se comparado a realidade.
Cecília tinha um beijo doce e suave. Seus lábios se encaixaram perfeitamente ao meus. Seu gosto era de menta. Era um beijo carinhoso e de conhecimento. Eu a apertei em meus braços e aprofundei ainda mais o beijo que foi ficando cada vez mais exigente. Ela ofereceu sua língua e não esperei nada para ch*pa-la com sofreguidão. Cecília suspirou em meio ao beijo.
Infelizmente o ar se fez necessário e tivemos que nos separar. Permanecemos abraçadas e com testa colada na outra.
Meu coração estava acelerado. Um calor gostoso tinha tomado conta de todo o meu corpo. Eu nunca me senti tão completa como estava sentindo naquele momento. Cecília finalmente era minha. Uma emoção gigantesca me dominou. Eu estava perdida naquele momento... Perdida porque sabia que não havia ninguém nesse mundo capaz de fazer eu sentir tudo que ela era capaz de me fazer sentir. Eu tinha receio, óbvio, porque eu simplesmente era louca por ela, mas eu precisava viver esse momento por completo. Eu desejo isso com toda a força que existe em mim, eu quero não apenas tentar... Eu quero viver isso para sempre, pois não havia dúvida nenhuma que Cecília era o amor de toda a minha vida, e não importar quantas voltas o mundo daria. Eu sempre iria amá-la.
-- Você sente como se seu coração fosse sair pela boca a qualquer momento? – ela sussurrou quebrando o silêncio.
Sorri e encarei.
-- Com toda a certeza – disse fazendo carinho em seu rosto e depositei um selinho em seus lábios – Isso é inacreditável.
-- Não é não... Vamos sentar um pouco – disse fazendo careta e segurou em minha mão.
Sentamos no sofá e não soltamos nossas mãos. Ficamos nós encarando. As palavras não faziam falta no momento, nossos olhos diziam tudo. Depois de vários minutos eu decidi quebrar o silêncio.
-- Por que você não saiu com a Bruna? – perguntei séria.
-- Porque não é dela que eu gosto.. Não é nela que eu penso 24 horas por dia – respondeu sincera.
Abri um sorriso bobo.
-- Você pensa em mim? – falei com cara de pateta.
-- Sempre... Em todos os momentos – ela me olhava intensamente.
Eu não aguentei e a beijei novamente. O beijo não durou muito. Precisávamos conversar. Cecília estava com os lábios vermelhos e saber que foi por causa do meu beijo me deixava eufórica e louca de vontade de beijá-la muito mais.
-- Desde quando você gosta de mim, Sarah?
Apertei os lábios e fiquei sem graça. Eu não costumava falar de meus sentimentos.
-- Acho que desde que eu passei a me sentir atraída pelas pessoas – falei fazendo carinho em sua mão – Eu sempre me senti diferente em relação a você, no início eu não sabia o que era exatamente, mas depois que você ficou com garotos, eu finalmente entendi. Foi difícil, mas eu não queria estragar a amizade, então eu simplesmente não tentei. Eu não poderia esperar que você me desse uma chance, então eu decidi tentar com o Júnior. Eu sempre fui sincera, ele sempre soube que eu não o amava... E por uma ironia da vida eu descobri que você também gostava de meninas, sei que foi da pior maneira possível. Eu me torturei por tanto tempo, pois eu poderia ter tido uma chance, se eu não tivesse sido tão covarde. Eu esperei sua ligação, Cecília, esperei por dois longos anos... – senti as lágrimas descendo – Eu só queria te dar um tempo para se curar de tudo que a Deborah tinha te feito e eu finalmente teria minha chance, a chance de dizer tudo que eu sentia, mas infelizmente você não me procurou e eu apenas recebi aquele envelope e isso me destruiu... Eu chorei e prometi que nunca mais choraria por você, então a Carla apareceu... E eu me apaixonei. Fazia tempo que tinha terminado com o Júnior, foi logo depois que você foi embora. Eu me permitir gostar da Carla e foi tudo maravilhoso nos primeiros anos, mas eu nunca de fato conseguir amá-la da forma como ela merecia e Carla percebeu. Meu casamento fracassou e foi tudo uma grande merd* e depois de tudo isso você reapareceu... E eu só quis me manter distante por mais que você insistisse... Mas eu não conseguir.
Ficamos em silêncio. Eu estava envergonhada e Cecilia estava pensativa.
-- Fomos burras – ela falou fazendo uma careta – Eu gostava de você, antes da Deborah. Só era difícil para mim aceitar que gostava de garotas na época. Você era minha melhor amiga e eu não queria estragar tudo... Covardia, nós duas fomos covardes, mas sei lá, acho que não era para ser, éramos muito jovens... Mas agora... – Cecília apertou minha mão e me encarou com os olhos brilhantes – Vamos tentar, eu quero e não tenho medo e nem dúvidas disso, eu quero ficar com você.
Meu coração acelerou de maneira absurda e eu abri o meu sorriso apaixonado que era somente destinado a ela, sempre foi.
-- Eu também quero muito ficar com você! – falei suspirando.
Cecília tomou a iniciativa de me beijar. Iniciamos um beijo apaixonado, profundo. Ela ch*pava minha língua e eu fazia o mesmo com a dela. Aquela sala ficou muito quente. Ela puxava meu cabelo e eu sentia o corpo arrepiar. Minhas mãos estavam por baixo de sua blusa e faziam carinho em suas costas. Percebendo que estávamos passando do limite, Cecília parou o beijo e se aconchegou em meu colo. A abracei fortemente e fiquei sentindo o cheiro de seus cabelos claros.
Não percebemos a hora passar, estava muito bom sentir a minha garota em meus braços depois de tantos anos, eu não queria que esse momento acabasse nunca, mas infelizmente o celular de Cecília tocou e ela atendeu. Era a Manuela. As duas conversaram um pouco, mas não demoraram. Depois que Cecília desligou, ela se afastou e me encarou.
-- Está com fome?
-- Oh, um pouco – eu nem tinha lembrado que nem havia almoçado ainda.
-- Vem, vamos comer alguma coisa – ela disse levantando e me puxando.
-- Eu esqueci de falar, mas a Bruna espalhou por toda a faculdade que eu gosto de você, portando, não estranhe se você receber alguns olhares.
-- Eu não me importo com esses olhares. Eu só me importo com você – disse segurando em minha mão e entrelaçando nossos dedos.
-- Eu também só importo com você – falei carinhosa e apertando seus dedos.
-- Deixe as pessoas falarem o que quiserem – Cecília falou antes de sair da sala.
Caminhamos de mãos dadas e com um sorriso lindo em nossos rostos. Algumas pessoas nos olhavam surpresas e cochichando, mas a gente ignorava tudo. Eu sentia a segurança que Cecília me passava apenas por segurar a minha mão e eu nunca tinha me sentido tão segura como naquele momento. Eu sabia o quanto Cecília era tímida e detestava chamar a atenção, mas ela estava fazendo esse esforço por mim. Ai gente, como não amá-la?
Eu só esperava que tudo desse certo dessa vez... Eu iria dar tudo de mim para que desse. Eu lutaria até o fim. Não iria desistir de Cecília facilmente, não mesmo... Agora que eu a tinha, eu não iria soltá-la com facilidade.
Fim do capítulo
Meninas, desculpa. Eu esqueci de atualizar hahahaha
Gostaram do capítulo? Eu espero que sim.
Vou falar de três histórias que tenho pra escrever e vocês me falam qual acham que eu devo escrever primeiro, ok?
Vamos começar pela primeira. Essa história foi imaginada há muitos anos
Conta a história da Luana, na qual sua mãe acaba morrendo e seu pai a coloca em um colégio interno na Inglaterra. Lá ela conhece Roxane e Francesca que são irmãs. Roxane é a menina difícil que vive humilhando as pessoa, já Francesca é totalmente o contrário da irmã, mas ao longo da história vemos o desenvolvimento dos personagens e a difícil escolha que Luana tem que fazer que é escolher entre as duas irmãs.
É isso, tem muito mais coisas, mas é isso aí.
Beijos e até o próximo.
Comentar este capítulo:
menteincerta
Em: 27/05/2020
Fofinhas demais essas duas!
Só aguardando o momento que Ricardo, Déborah e Carla vão aparecer pra infernizar, além da Bruna :(
Oh, dona Stelinha, não elogia não que eu acredito hein hahahaha
bjos e até o próximo
Resposta do autor:
Também estou aguardando esse momento!
É pra vc acreditar, pq é a verdade!
Beijos e até o próximo
[Faça o login para poder comentar]
Mille
Em: 26/05/2020
Oi Stelinha
Capítulo fofo e as duas chegando a conversar sobre seus sentimentos.
Ambas perderam tsmpo mais agora é viver o presente.
Espero que nada atrapalhe as duas, mais se quiserem vencer terao sempre que conversar antes de tomar decisão precipitadas.
Bjus e até o próximo capítulo
Ah desculpa usar seu espaço. Mais faz dias que estou querendo perguntar kkkkk
NovaAqui você tem notícias da Vandinha???
Resposta do autor:
Oi Mille!
A conversa é tudo numa relação. Agora vamos ver o que acontece.
Sem problemas, pode usar, o espaço é de vocês também rsrs
Beijos!
[Faça o login para poder comentar]
NovaAqui
Em: 26/05/2020
Que bom que conversaram e se entenderam
Nada como uma bebida: a bebida entra e a verdade sai kkkkk
Gostei muito dessa momento delas. Agora é ver como o entorno vai agir. Muitas pessoas envolvidas que não vão querer ver as duas juntas.
Abraços fraternos procês aí!
Resposta do autor:
Olá senhorita!
Exatamente, a bebida entra a verdade sai.
Tens razão. Muitas pessoas não querem vê-las juntas.
Abraços! Acho que a Mille te perguntou alto no cometário acima.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]