II
II.
- Dimi, eu não quero casar novamente.
- Eu sei.
- O rei já ordenou?
- Sim.
- E você já sabe com quem?
- Sei.
- É com algum barão cruel?
- Não. É com uma pessoa que já me ajudou numa batalha.
- Então vou ter que casar com um amigo seu.
- O nome dela é Moara.
- Não entendi.
- O rei William determinou que você se case com uma guerreira.
- Irmão e isso é permitido?
- Não pela igreja.
- Então como será este casamento?
- Sem cerimonial.
- Não sei nem como me portar, nunca imaginei que casaria com outra mulher e ela concordou com isso?
- Sim, ela tem preferência por mulheres.
- Oh! Minha nossa, pelos céus, não sei nem no que pensar.
A viagem foi longa, apesar do pânico Lady Dayara estava ansiosa para chegar e com muito receio de Moara, nunca nem mesmo tinha ouvido falar sobre ela.
Quando chegaram, a jovem guerreira já estava a espera deles e junto dela estava seu inseparável corvo. As duas moças admiraram a beleza uma da outra.
Dayara têm longos cachos dourados, olhos verdes piscina e estatura mediana.
Moara têm fios lisos e escuros na altura dos ombros, olhos negros e é alta.
Dimitri sorriu ao notar que elas estavam contemplativas e pareciam ter gostado do que viam. Também pudera, são deslumbrantes, cada qual a seu modo, a sua irmã é mais delicada, já a sua cunhada imponente, carregam belezas distintas e particulares.
- Lord, aguarde, vou conversar com a tua irmã, me acompanhe!
Já na sala, Moara percebeu que a outra tremia e tinha certeza que não era de frio.
- Sente-se. Quer água?
- Agradeço.
- Isso foi um sim ou não? Seja mais clara.
- Não, obrigada.
Moara não quis ser rude, só não é muito boa com as palavras e tem dificuldade para se expressar.
- Não precisa temer, não vou te machucar.
- Obrigada.
- Saiba que não vai te faltar nada, cuidarei de todos os seus bens como cuido do meus, terás a minha proteção e dos meus guerreiros, não somos muitos, mas, temos grandes feitos, juntando as nossas terras teremos ascensão.
E ali se deu por encerrada a conversa inicial. Dimitri despediu-se da irmã e ela ficou com receio de como seria a sua vida com Moara.
- Fique a vontade, vou sair para caçar.
Lady Dayara continuou sentada por longos minutos, sem saber o que fazer.
A maior preocupação dela era de ser maltratada como outrora. Optou por não pensar em coisas ruins e estava cansada da viagem. Levantou, deixou a sala e foi até a cozinha.
- Boa tarde! (Cumprimentou uma senhora que cuidava da louça).
- Venha cá, já sou velha, não enxergo como antes, chegue mais perto (falou secando as mãos).
- Sou a Dayara (explicou e se aproximou).
- Como você é bonita, eu sou a Maria e gosto de abraços (disse já a abraçando).
Ela se sentiu muito bem acolhida por aquela senhora doce e gentil.
- A menina Moara disse que você estaria cansada da viagem, o seu banho já está pronto, vou te levar até o quarto.
Depois de um banho demorado, sentiu a necessidade de dormir e achou o quarto muito aconchegante. Adormeceu rapidamente e só acordou no final da tarde.
Escovou seus longos cabelos e ao terminar seu estômago roncou, deixou o quarto.
Na sala deparou com Moara, que estava de cabelo molhado e era perceptível que tinha acabado de se banhar.
- Maria está terminando o jantar.
- Ele parece ser bravo (comentou apontando para o corvo).
- É ranzinza, como dizem o animal puxa ao dono.
Novamente Moara não quis ser ríspida, apenas lhe faltou tato.
- Sua caçada foi boa?
- Sim, temos carne suficiente para alguns dias.
Logo o jantar foi servido e a comida estava deliciosa.
Fim do capítulo
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