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Inconstante por LaiM

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Palavras: 6833
Acessos: 1645   |  Postado em: 30/04/2020

24 Família

 

Ainda não tinha caído a ficha de Emme de que ela iria conhecer a família toda de Cacau e que ficaria alguns dias com eles. Começava a se perguntar se não estava agindo por precipitação e impulso do seu novo amor.  

Sentia todo seu corpo se tremer por ela, coisa que antes nunca tinha lhe acontecido nem mesmo com Bernadete. Se pudesse colocaria sempre Cacau em seu bolso para carregá-la por onde quer que andasse. Olhou para sua morena, estavam a dois quarteirões da casa da mulher, pediu para ela parar um pouco. 

_A primeira impressão é a que fica. – Disse colocando maquiagem, a roupa estava boa, o blazer rosa lhe protegia do frio. 

_Quer trocar o short?  

_Não, eu aguento o frio. – Passou um batom e penteou o cabelo. 

_Que mulher linda.  

_E ainda não queria parar dizendo que tudo estava bom.  

_É que de todo jeito você fica linda Emme. 

Ela se ajeitou e seguiram o caminho. 

_Olha, minha mãe é chata demais e a Laura não aceita bem meus relacionamentos com mulher não.  

Emme lhe olhou zangada, agora que ela dizia aquilo? Tiveram tanto tempo na viagem para conversar sobre e a morena sempre dizia: “ Não se preocupe, eles são tranquilos. ” 

_E eles não eram tranquilos Cacau? – Emme se alterou, estava mais nervosa que a morena, ela caiu na risada. 

_Emme, calma... Não se preocupa. 

_Você só diz isso, não se preocupa eles são tranquilos. Tranquilos não é?  

A mulher parou em frente ao portão, buzinou e o porteiro abriu.  

_Boa noite Paulo, noite linda não é mesmo? – Cacau disse para o homem. 

_Noite encantadora. Fez boa viagem?

_Sim, graças a Deus, tudo tranquilo por aqui?

_Sim, tudo como antes.

_Até mais.  

Cacau saiu indo até a casa. Emme olhou a mansão, pois não era somente uma casa, era uma mansão, alto padrão, muito luxuosa. Piscina enorme, quadras de esportes, tudo iluminado. 

_Deixa eu ver se você está com febre? Deixou isso aqui para viver naquela casa humilde de Metropolis? – Disse brincando, sua casa era menor mais era aconchegante, queria que Laura gostasse.  

_Aqui é grande, mas eu vivia sobre pressão, do que adianta eu morar aqui se não tenho a felicidade? – Disse sincera. Olhou para os lados seus sobrinhos brincavam nos carrinhos elétricos.  

_Oi tia.  

Cacau estacionou e os meninos saíram de seus carros e lhe deram um abraço.  

_Cadê a mãe de vocês? 

– Saiu com o papai, a vovó tá cuidando da gente. – Cacau acenou para as duas babás que estavam sentadas e Emme fizera o mesmo.  

_Boa noite dona Cacau. – O empregado disse.  

_Boa noite Diego, pega as malas no porta mala, por favor. O carro está sujo, amanhã você joga uma água.  

_Sim senhora.  

Cacau pegou os doces que sua tia mandou. Dona Odete já lhe esperava, estava na sala conversando com Cícero. Laura se concentrava no seu computador, pedia para que seu avô lê-se umas questões para ela responder, logo mais faria sua última prova e finalmente estaria livre para as férias e para seu aniversário. 

_Minha filha... – O senhor disse e foi abraçar Cacau. _Estávamos esperando você para jantar.  

_Oi pai. – Abraçou o homem, enquanto isso Odete olhava para a mulher que sua filha decidiu apresentar. Não aceitava, mas respeitava. Laura também olhou para Emme, ela era modelo, acompanhava sua carreira, mas no momento que soube que ela se relacionava com sua mãe decidiu tratá-la igual tratava Juliana. Se aproximou de sua mãe e lhe abraçou, disse que estava com saudades.  

_Essa daqui é a Emme. – Ela disse e Emme acenou para eles. Odete se aproximou e lhe abraçou.  

_Seja bem vinda, Cacau nos contou que é modelo. Muito bonita. – Olhou-a e foi sincera. Cacau contou que a mãe de Emme lhe tratava bem e aceitava a relação das duas e apesar de Odete reprovar esse tipo de relação sempre gostava de ouvir que a filha era bem tratada ainda mais por uma mãe.  

_Sim, trabalho com isso. – Contou, não achou a mulher bruxa como a morena descreveu. _Logo mais estarei abrindo uma loja virtual.  

Laura se aproximou de Emme, abraçou a mulher e disse um oi seco e logo se retirou indo para o notebook, mas ficou atenta a toda conversa sobre a loja virtual.  

_Loja virtual? – A mulher quis saber, convidou Emme para se sentar. Cacau sentou também.  

_Sim, é um ramo que anda crescendo e bastante confiável. – O empregado aproximou com uma bandeja com opções de sucos, refrigerante e água, ela aceitou a água. Odete acompanhava cada movimento dela, assim como Laura. Emme sentiu-se observada, teve até medo de a água descer errado. _Nessa minha última viagem comprei algumas coisas e a partir daí vou criar um site e vender divulgando na minha rede social.  

_E dar certo assim?  

_Sim, muito certo. Vocês que tem uma fábrica de Jeans por exemplo, posso colocar os jeans de todos os tamanhos e preços e lá a pessoa escolhe é nós enviamos a mercadoria, dar uma dor de cabeça. – Emme não sabia porque estava contando aquilo, tinha falando somente para a morena e para sua mãe, mas aquele pessoal lhe deixava desconcertada e era ruim ser observada por poucas pessoas, gostava disso quando estava na passarela.  

Laura sequer falou direito com ela. A menina era bonita, aparentava ter mesmo aquela idade, seu cabelo era cacheado e os olhos eram azuis, pele bem branquinha de nada se parecia com sua morena. 

_A Cacau nos contou que é filha de delegados. 

_Sim, moro com minha mãe ela tem um trabalho puxado. 

_Isso é interessante. – Concluiu que a menina tinha bons modos, sabia interagir, se estava desconcertada não demonstrou, era firme em suas respostas e olhava no olho. _Bom, vamos servir logo o jantar, ei menino, leva as malas dela pra cima e mostra onde vai ficar o quarto da mulher aqui. – Odete se levantou e pediu para Emme lhe acompanhar, foram até o segundo andar junto com Cacau. 

_Laura? Vem também. – Cacau chamou e a menina se levantou indo com elas.  

No andar de cima Odete mostrou onde Emme iria ficar hospedada. Imaginou que ficaria junto a sua morena, mas não, ficariam em quartos separados.  

_Você fica aqui, o quarto é bom, tem aquecedor, boa cama. Cacau mandou preparar para você e um pedido de minha filha é uma ordem.  

_Obrigada mãe. Emme eu vou pro meu quarto, toma um bom banho e logo venho e descemos juntas. O meu quarto é no final do corredor. – E mostrou o corredor imenso. A morena se retirou e Laura lhe seguiu. Dona Odete desceu, foi colocar as pizzas no forno.  

Ao entrar no quarto Emme mandou mensagem para sua morena: “Achei que íamos dormir juntinhas. Estou triste. ” E tirou a roupa para poder banhar. O quarto era bem acomodado, olhou a vista pela janela e logo recebeu um bipe pelo celular, era Cacau. 

“Vai por mim minha princesa, é melhor você dormir aí e eu aqui, não se preocupe que quando formos dormir dou uma escapada e te encontro. ”  

Emme sorriu, ligou para sua mãe e depois foi para o banho. 

No outro quarto Cacau também banhava, ao sair sua filha estava sentada. 

_E então Laura, o que há?  

_Nada mamãe, ontem na escola foi puxado, mas tudo deu certo. 

_Quer ajuda nessa última prova?

_Não, está tudo bem. Quero apenas que termine logo.

_E como está indo com aquele rapazinho, o Bruno, não é isso?

_Está tudo bem, estamos nos dando bem a cada dia, gosto muito dele.

_Chama ele para almoçar amanhã conosco, amanhã é domingo vai ser bom passarmos um tempo juntos. 

_Combinei de ir ao cinema com ele, mas vou chamar sim. 

_O que achou da Emme? – Quis saber. Era fundamental sua filha gostar de sua namorada.  

_Nada a comentar por enquanto. – Disse. Emme era modelo, conhecia seu trabalho, mas não imaginava que ela ficava com mulher e o pior foi namorar logo sua mãe. 

_Dar uma chance de conhecer ela em? Por mim, pode fazer isso?  

_Vou tentar mãe.  

_Obrigada Laura. Dezesseis anos, está ficando velhinha em? – Brincou.  

_Mãe, a Emme só gosta de mulher? Ela é tão feminina né?  

_Ah filha, ela gosta da tua mãe e eu gosto dela.  

_O que as pessoas vão achar disso? Já parou pra pensar?  

_A Emme tem personalidade forte, é empoderada, entende? O que os outros vão achar eu não sei, mas ela parece não se importar com as opiniões. Ela ver que a felicidade dela não consiste na aprovação de outras pessoas sabe? Exceto da mãe dela.  

_E o que a mãe dela acha?  

_Aceita, apoia, quer a felicidade dela. Se não quiser ser amiga dela tenta uma boa convivência, eu te peço isso. Igual com Juliana se lembra?  

A menina ficou a pensar. Queria que sua mãe voltasse para seu pai, mas infelizmente o pai já estava noivo e logo teria um irmão, não aceitava também aquela ideia.  

_Vou lá no quarto dela, quer ir comigo?  

A menina disse que não, saiu do quarto e voltou para o computador. 

_Vovó, eu estou com fome. – Disse para a senhora.  

No quarto Cacau abriu a porta, Emme estava ajeitando seu cabelo quando a morena entrou. Ela apertou sua bunda.  

_Que linda.  

_Você que está linda. – Beijou-a. _Tua família parece ser gente boa. – Disse enquanto colocava os brincos. 

_E são.  

_Quem vai me aquecer nesse frio que estamos em dona Cacau?  

_Eu ué.  

_Acha que eles gostaram de mim?  

_Com toda certeza. Vamos descer?  

Ao descerem Emme se deparou com a irmã mais velha de Cacau, estava com o marido, era parecidíssima com a morena, até o modo de falar, seu cabelo era grande, dava para se ter uma ideia de como Cacau ficaria mais bonita de cabelos grandes.  

_Deve ser a Emme. – Abraçou-a toda animada. Gostava de conversar. _Agora entendo o motivo de minha irmã sempre falar de você, é muito bonita mulher.

Emme sorriu simpática, havia se identificado com Mirra, ela continuou. 

_Dizem que a irmã mais velha é mais bonita, a do meio é a mais inteligente, a responsável e eu devo concordar, já o mais novo é o birrento e mimado, concorda que sou mais bonita que Cacau? – Ela parou para ouvir a resposta de Emme.  

_Bom, as duas são bonitas. Mas eu sou apaixonada por essa mulher. – Segurou a mão de Cacau carinhosamente. Mirra sorriu.  

_Pois devo dizer que fez sábia escolha, minha irmã é estressada mais tem um bom coração. – Abraçou Cacau. _Tem irmãos Emme?  

Cacau parou para ouvir sua resposta. 

_Não tenho, filha única.  

Não entendia o porquê dela ignorar seus irmãos por parte de pai.  

_Então deve ser felizarda, não vai precisar ser obrigada a levar a irmã do meio para o cinema enquanto namora o mais gato da escola, não vai precisar levar ela as festas também... – Cacau sorriu daquilo. Quando era mais nova era obrigada a ver sua irmã beijar na boca de algum rapaz, Mirra só podia sair se a morena fosse junto. _Falar em irmãos mais velho, querido vai buscar a Sabrina e o Henrique, eles já estão te esperando.  

_A Mirra foi contemplada com quatro filhos.  

_A mais velha me dar uma dor de cabeça Emme, tentou passar no vestibular para medicina mais infelizmente reprovou, agora anda pelos cantos triste. Já falei para ela, se não conseguiu uma vez tenta outra. Já vai abrir um novo vestibular espero que ela passe. Já tem alguma graduação na vida Emme?  

Ela sempre se voltava com algumas perguntas para a mulher, era uma forma de saber um pouco mais de sua vida. Emme disse que não, que seu foco era a carreira de modelo e se tudo desse certo logo seria empresária, ela não se importava com faculdade, admirava quem passava alguns anos se dedicando a uma coisa, mas faculdade não era para ela e não sentia inveja nenhuma de quem fazia.  

_Vejo que tem uma percepção de vida mais moderno. – Concluiu. _Ôh mamãe, que demora é essa para sair essa pizza? – Mirra gritou, tinha se afeiçoado por Emme, via em seus traços que ela tinha condições, não era como Juliana que sua irmã desde o início a sustentou. _Vamos sentar.

Passaram a conversar por algum tempo, Laura desligou o computador e foi até onde elas, sentou perto de sua mãe e sempre observava Emme. Ela não era bonita somente por foto, tinha presença pessoalmente e era muito estilosa. Estava de botas, uma calça apertada e uma blusa solta longa, fazia muito frio.  

_Quando estava em uma viagem fui fazer um casting quatro horas da manhã e no final não fui aprovada para o trabalho, fiquei muito irritada, mas carreira de modelo é assim tem que correr atrás de trabalho – Sorriu. _ Ah, a Cacau uma vez foi comigo em um trabalho esse horário, era um ensaio para a loja On Shop, acho que aqui tem não é amor? – O amor saiu sem querer, já acostumava a chamar Cacau daquela forma, tinha se empolgado a falar dos trabalhos mais cansativos que um dia fez.  

_É sim, Emme. – A morena sorriu. Não demorou muito para os filhos de Mirra chegarem, também estavam com fome.  

_A vovó demora demais mais o prato sempre vem com excelência. – Laura disse. Como Emme podia chamar sua mãe de amor? Saiu da roda e se juntou aos primos.  

_Pronto, venham para a mesa. – Odete chamou. A mesa já estava posta. Emme sentou ao lado de Cacau. _A melhor pizza você vai provar hoje Emme, eu que ensinei Maurílio a preparar essa massa. – Contou com orgulho. 

_Essa pizza é uma das coisas que mais sai no restaurante de Maurilio. – A morena falou baixinho.  

_Já quero provar, estou faminta. – Lhe olhou apaixonada e segurou em sua mão.  

_Cheguei em um bom momento? – Era Maurilio, veio junto a sua noiva e irmã da noiva.  

_Maurilio... Oi Amanda. – Cacau levantou-se e Emme também. _Emme este é Maurilio, pai de Laura e essa é a Amanda e essa é a irmã dela, Gabriela.  

_Olá, muito prazer. – Ela cumprimentou todos. A mesa estava sem espaço para alocar tanta gente.  

_Viemos para o jantar, dia de pizza nessa casa é sagrado. – Maurílio contou. Olhou para Emme, que mulher bonita parecia atriz de novela.  

_Teu ex-marido janta aqui sempre? – Emme quis saber.  

_Mamãe sempre chama ele quando é dia de pizza e ele traz a esposa e a irmã dela para Laura ter com quem se distrair também.  

_Então essa é a Emme? – Amanda perguntou, estava com a barriga enorme, logo teria o filho.  

_Essa é a Emme... – Cacau disse. 

_Papai, senta aqui do meu lado. – Laura puxou uma cadeira para ele, o homem ficou ao seu lado. As pizzas foram servidas, massa fina e bem recheado, tudo uma maravilha. Era de fato uma das melhores pizzas que Emme havia provado. 

_Falta sabe quem aqui? – Cicero perguntou, gostava de ver a casa cheia. 

_O terrível do Sabrino?  

_Isto mesmo Mirra, teu irmão, que ele venha na santa paz amanhã.  

_Amém. – Os que estavam presente disseram, era uma oração para o rapaz chegar bem.  

Depois do jantar os mais velhos se reuniram próximo à lareira, Emme estava cansada, queria dormir, assim como Cacau. Conversaram sobre a nova abertura da fábrica.  

_Cacau está com esse plano, mas logo ela vai ver que o lugar dela é aqui, agiu por impulso ao comprar aquela casa. – Odete disse, não aprovava a ida da filha e da neta para outra cidade.  

_Mamãe, já conversamos. 

_Pois bem, se em seis meses não começar essa obra trate de vender aquela casa. Sempre lhe aconselhei a não comprar nada, por que não pegou uma de aluguel? Passou meses morando naquele cubículo de hotel.  

_Isso não é hora de falarmos disso. – Cacau alterou sua voz. Agora Emme entendia o porquê das duas não se darem bem, eram muitas cobranças. O assunto foi mudado, começaram a falar de política, depois falaram do aniversário de Laura... 

_Emme? – A irmã de Amanda se aproximou. _Pode vim aqui?  

Ela pediu licença para os mais velhos e seguiu a menina, Cacau apenas observou.  

Gabriela levou-a junto a meninada, estavam jogando xadrez. 

_As conversas ali as vezes são chatas, sabe jogar?  

_Sei sim. Acho que é o único jogo que sei mesmo. – Contou, queria se aproximar de Laura, a menina jogava. Sentou no tapete que estava sobre o chão da sala.  

_Esse cachorro é teu? – Sabrina quis saber, acompanhava Emme, gostava de moda, mas a pedido de Laura não pediu uma foto com a mulher.  

_Deixa Emme em paz, ela não quer ficar na nossa roda. – Laura disse assoviando, era competitiva, no jogo ganhava de Henrique.  

_Sim, esse é o meu mel, meu melhor amigo e na verdade eu quero sim jogar, não entendo de política. – Contou. _O assunto já estava me dando sono.  

_Ganhei. Agora passa os 100 para cá primo.  

A menina deu xeque-mate. O rapaz a contragosto tirou todo seu dinheiro e entregou a ela.  

_Quem vai jogar comigo?  

_Eu. – Emme disse.  

_Hum... O que vamos apostar?  

_Não precisamos apostar, só vamos jogar por diversão.  

_É Laura, deixa de ser chata. – Sabrina disse. 

_O dobro. – Laura se interessou. _E aí?  

_200? Se você ganhar... 

_Que eu vou ganhar. – Cortou-a. Emme sorriu.  

_Ok, mas se perder você vai fazer um blazer para mim com teu melhor material e me entregar até o teu aniversário. Cacau me mostrou esse aqui que você fez e eu gostei muito. – Mostrou para ela qual era.  

_Sério?  

_Seríssimo.  

Laura estendeu a mão, aceitou. Passaram a jogar, partida longa, mas todos atento a cada movimento.  

_Me deve um blazer novo. Xeque mate. – Emme finalizou, se tivesse perdido não teria como dar o dinheiro para a menina naquele momento. Gabriela e Sabrina gritaram. Laura ficou zangada. _Eu esqueci de mencionar que o xadrez foi meu vício em época de escola. – Concluiu. Laura sorriu. Se fosse outra pessoa a deixaria vencer, Emme não, jogou para valer.  

_Não vou me chatear, quer dizer, estou chateada.  

_Quer tirar logo minhas medidas? – Sorriu da menina.  

_Não, amanhã vejo isso. – Sorriu também. _Foi um jogo justo. 

_Me devolve meus cem. – Henrique pediu. Ele só tinha 13 anos.  

_Aposta é aposta Henrique.  

_Estava guardando esse dinheiro para comprar meu jogo. Mamãe já me deu a mesada do mês.  

_Devolve o dinheiro dele Laura. Tua mãe não vai gostar de saber que joga apostado. – Sabrina disse. O menino estava praticamente chorando.  

_Você é muito chorão Henrique. Toma. – Devolveu o dinheiro ao menino.  

_Devo dizer que a noite foi boa, mas preciso dormir, estou cansada. – Emme se levantou.  

_Ah, não vai... – Gabriela pediu, Emme era tão legal. _Vamos jogar mais uma?  

_Crianças, hora de irmos. – Mirra gritou. _Se despeçam, os irmãos de vocês já estão dormindo, amanhã a gente vem de novo.  

Os dois se despediram prometendo voltar amanhã. Amanda se aproximou e chamou sua irmã.  

_Emme, foi um prazer te conhecer, nos vemos em breve. – Ela lhe abraçou sorrindo. _Vamos Gabriela? Até logo Laura. – Deu tchau para a menina e foram embora também.  

Emme bocejou. Cacau se aproximou das duas.  

_Vamos dormir? Estavam jogando?  

_Sim, ganhei um blazer novo.  

_Laura, jogando apostado? Já falei que está proibido isso.  

_Foi um jogo saudável mamãe, e eu perdi, satisfeita? – A menina se levantou e abraçou seu pai. _Até mais papai, boa noite.  

Os pais de Cacau se recolheram, em seguida foram as três. Emme olhou para a morena, não queria dormir sozinha.  

_Boa noite Emme. – Ela disse e lhe deu um beijo no rosto. Ali era Emme, no carro era minha princesa. Não gostou daquilo. _Boa noite minha pequena. Amanhã eu vejo tua revisão, vai dormir. – Beijou sua filha e a menina se recolheu. No quarto Cacau mandou uma mensagem para Emme. “Desculpa por não poder dormir contigo, mas a mamãe é implicante com essas coisas. Pode deixa a porta aberta? ”  

Logo Emme respondeu: “Se eu não posso ser sua princesa para todos não vou ser entre quatro paredes. Vou dormir, boa noite. Porta trancada. ” 

Cacau leu, aquilo doeu. Mandou outra.  

“Você é minha princesa em todos os lugares. Porém respeito a mamãe e o papai que vem de uma época muito diferente da nossa, eles tentam abrir a mente para nos entender, eu espero que você me entenda. ”

Emme entendia a mulher. Respeitava seus pais aquilo era excelente, mandou outra e finalizou a conversa. 

“Pois vamos respeitar seus pais. Estou com tanto frio, mas deixemos para nos abraçar quando estivermos em tua casa ou na minha daqui há mais de quinze dias. Tenha um boa noite. Que frio. Muiiiiiito frio.”  

Sorriu e se deitou. A morena não respondeu mais. Emme dormiu, não demorou muito para ouvir batidas na porta.  

_Quem é? – Perguntou indo até a porta.  

_O aquecedor mais gostoso que você vai ter nessa madrugada.  

Emme abriu e deixou-a entrar. Em seguida voltou para a cama. Cacau envolveu-a com suas pernas e braços e beijou seu pescoço. 

_Que princesa mais dramática, assim está bom? – Perguntou envolvendo-a mais no abraço.  

_Tá ficando gostoso. – Disse com voz manhosa. _Beija meu rosto vai e me abraça bem forte.  

Cacau lhe beijou. Pegou o edredom e embrulhou-as. _Boa noite minha princesa.  

_Boa noite meu amor.  

 

Xxxxxxxxxxxxxxx 

 

Emme acordou feliz, achou que iria encontrar a morena na cama, mas se enganou, ela não estava mais do seu lado.  

Banhou rapidamente, colocou uma roupa de frio e foi até seu quarto, bateu, ao entrar ela estava no computador, trabalhando. Olhou o quarto todo, muito confortável, ela tinha um closet enorme e uma bela coleção de calçados.  

_Ah meu Deus, entrei numa loja de calçados? – Ela disse entrando no closet. _Que salto lindo, Cacau. Quanto você calça?  

Cacau sorriu, Emme provou.  

_Olha que lindeza, o bom de namorar mulheres é poder usar as roupas e calçados dela.  

_Ficou linda! Gosto de saltos.  

Emme se aproximou.  

_Bom dia meu amor. – Beijou sua boca. _O que faz nesse computador? – Ela puxou uma cadeira e juntou-se a ela.  

_Só antecipando uns trabalhos.  

_Hoje é domingo, vai passar o dia antecipando isso?  

Era a intenção. A morena gostava de aproveitar o silêncio de domingo para colocar o trabalho em ordem para a semana toda, não viera infelizmente só a passeio, tinha trabalhos para fazer. Emme sentou em seu colo.  

_Não vou demorar, ainda não tomei café, estava te esperando.  

_Está com uma linha de expressão aqui, já está se estressando?  

Emme passou a mão em seu rosto, tirou os óculos da mulher e olhou-a no olho. Cacau parecia preocupada.  

_Trancou a porta? – Segurou em sua cintura deixando-a firme.  

_Tranquei. – Emme Beijou sua testa, desceu para seu nariz e sorriu. Lhe deu um beijo de esquimó e logo Beijou sua boca, um beijo carinhoso entre risos e selinhos. _Tá melhorando?  

_Tá aliviando. – Sorriu e voltou a lhe beijar apertando sua bunda.

_Me ensina a administrar uma empresa virtual?  

_Vai mesmo criar uma loja? 

_Sim. Decidir e vou prosseguir com isso.  

_Ok, te ajudo no que eu puder.  

Emme beijou todo seu rosto, depois parou em sua sobrancelha, alguns fios cresciam indevidamente.  

_Tem pinça aí?  

_Eu preciso terminar aqui o trabalho, não é hora para isso Emme. – Disse séria. 

_Mal começou o dia e está muito estressada, se acalme minha querida. Hoje é domingo, nada a ver está nessa planilha, tem que reservar sempre um dia para mim, ok?  

Cacau sorriu e lhe entregou a pinça. Emme estava certa, desligou o computador e se deixou levar pela menina mais nova. Domingo era dia de descanso e não de trabalho, ela poderia fazer aquilo outra hora.

_Onde está Laura? Acho que ela gostou de mim, só não quer admitir. 

_Laura é uma graça, me pediu dinheiro para comprar o pano para fazer teu blazer. 

_Ah se eu soubesse que ela faria isso jamais apostaria.  

_Não tem problema, se ela não quisesse fazer ela daria um jeito de me falar, mas ela pediu o pano então algo bom está por vim. Ai, mais devagar.  

_Você é tão delicada. Desculpa.  

_Acabei de deixar ela no shopping com o namorado, mas volta para o almoço.  

_É? E por que não vamos no shopping também ver um filme?  

_Quer ir? Essa semana a gente vai passear em alguns lugares, podemos ir no parque aquático, é muito bom, acho que vai gostar. E também podemos ver alguns animais marinhos, mergulhar e ver eles de pertinho.  

_Ah eu vou adorar, posso colocar na agenda alguns lugares e a gente visita cada um.  

_Eu trouxe a série HIMYM também, quer ver a segunda temporada? Assim a gente nem precisa sair daqui hoje.  

_Não quer sair hoje? Tudo bem, a gente assiste.  

_É que eu chamei a Juliana para almoçar aqui, tudo bem pra você?  

_Tua ex?  

_Amiga agora Emme. Dar uma chance de conhecer ela.  

Emme lhe olhou, Juliana era mulher bonita, tinha silicone nos seios e na bunda, toda produzida. Não gostava de se comparar a outras pessoas, mas as vezes fechava o olho e imaginava sua morena ficando com ela, já deviam ter feito muitas coisas na cama. 

_A Renara vai vim com ela? Se ela vim vai ser melhor.  

_A Mirra logo chega com a turma da alegria, e Sereno é para chegar hoje também. O que há? Está com medo de ficar a sós com Juliana? 

_Não, claro que não. Eu me garanto. – Disse e sorriu. _Teu rosto é tão bonito, eu posso te maquiar no dia do aniversário de Laura? 

Cacau já tinha contratado uma mulher para fazer aquilo.  

_Não precisa, já contratei uma pessoa.  

_Que pena, eu sei maquiar perfeitamente e ia sair 0800. Quer ver algumas modelos que eu já maquiei?  

Emme pegou o celular e mostrou algumas meninas de trabalho que ela tinha feito a maquiagem.  

_Uau, que lindas. Olha ai você tem talento demais, devia fazer um curso de maquiagem.  

_E quem disse que eu não fiz? Ah Cacau você não sabe nada de mim mesmo não. Quando eu tive o meu primeiro surto e quebrei o carro do pai – Emme sorriu. _Eu estou rindo porque isso é sério. O meu primeiro diagnóstico foi depressão, então me passaram um monte de remédios. Ainda bem que eu tenho uma mãe excepcional, minha mãe é o meu tesouro, sabe? Se não fosse por ela acho que até hoje estava tomando os remédios que me deixavam horrível, eu ficava horrível dentro de casa, me sentindo péssima por sentir tudo o que eu estava sentindo, foi uma época difícil, e então para eu melhorar a mãe sempre conversava comigo e procurava saber o que eu gostava.  

_Hum... - Cacau estava de olho fechado mais ouvia a tudo atentamente, Emme continuou.  

_Na escola a gente tinha aula de xadrez na recreação, eles usam o xadrez para termos concentração, planejamento, essas coisas, você sabe disso. E eu não era nerd, mas eu amava o xadrez, e eu também amava me maquiar. Como eu já tinha xadrez e natação na escola minha mãe me colocou em um curso de maquiagem, depois ela me colocou em outro curso de maquiagem de novo para que eu ocupasse minha mente. Minha mãe é perfeita. – Disse com voz chorona. _Ela fazia isso para alguém sempre está de olho em mim, porque pensava que eu tinha depressão. Depois desses cursos ainda na adolescência, ela me colocou na aula de dança e faço dança até hoje na academia, quando eu era criança fazia balé.

_Toda bonequinha. – Cacau sorriu, Emme era muito feminina.  

_Então eu ocupava a minha mente com a dança, natação, academia, aulas de inglês, espanhol também e ai finalmente eu tive outro surto e eles me deram o diagnostico exato que é o transtorno bipolar. A partir de então com a medicação certa eu comecei a melhorar tudo. É incrível como que um remédio pode mudar sua vida, não é? Além dos estabilizadores de humor eu tomo outro para ansiedade e isso tudo me deixa mais forte, me deixa equilibrada e voltando o assunto para as maquiagens sempre gostei dessas coisas, passo horas assistindo tutoriais. Devia dar mais valor a essa sua maquiadora aqui. – E lhe beijou.  

_Tem que dar graças a Deus por você ter condições para se tratar, imagine uma pessoa de baixa renda passar por isso sem ter nenhum tipo de apoio? 

_É verdade, se a pessoa com apoio é assim imagina quem não tem a ajuda necessária. Tem pessoas que tem essa doença e nem sabe que tem, é tratado como louco a vida toda. Tua sobrancelha está ótima agora. – E mostrou-a pela câmera do celular.  

_Então eu deixo você me maquiar.  

_Ah obrigada, depois dessas fotos fake agora sou qualificada para o trabalho? 

_Tá de brincadeira não é?  

_Tô brincando, foi eu mesma quem maquiou sua boba, se a Laura quiser eu também faço, não é problema nenhum. – Voltou a lhe beijar com mais gosto. _Me bateu uma saudade de minha mãe, vou fazer chamada de vídeo.  

_Agora? Fica aqui sentada nas minhas pernas mais um pouquinho. – Cacau lhe puxou para outro beijo, Emme ficou, mas depois se levantou e fez a chamada.

_Não posso falar muito, estou indo para o trabalho, está tudo bem? – Fernanda disse. _Cadê a Cacau? –  Emme mostrou-a.  

_Oi sogrinha.  

Cacau sorriu, depois da chamada desceram para tomar café. Abraçou seu pai que estava na varanda lendo jornal, pediu para que o café fosse servido ali na companhia do homem.  

_Que vista maravilhosa Cacau.  

_Ah, queria que você visse bem cedinho, acordou tarde. Aqui fica um nevoeiro lindo, agora não tá mais. - Contou triste. _Olha a Mirra chegando, vem com a turma da alegria.  

_Gosta de crianças?  

_Amo. – Ficou em silêncio, saber que não podia ter mais filhos lhe doía muito. 

_Tomando café agora? – Mirra perguntou olhando para o relógio. _Está um dia lindo, vamos aproveitar a piscina. 

_Vamos sim. Juliana está vindo também.  

_Ah que ótimo, olha o que eu trouxe. – Mostrou o uísque. _Seus pestinhas vão brincar e se comportem. Hoje as babas estão de folga. Cuidem deles Sabrina e Henrique.  

_Tia cadê a Laura?  

_Saiu foi cedo Sabrina, foi para o cinema como o namorado, mas não vai demorar vem para o almoço.  

Ao tomarem o café fizeram uma roda perto da piscina. Mirra pediu para assar uma carne, queria aproveitar a companhia da irmã e da namorada da irmã. O carro de juliana se aproximou, ela desceu o vidro e sorriu olhando para Emme.  

_Vejo que a história da Cau é verdadeira, finalmente está namorando. – Ela estacionou o carro. Estava usando um body, um short comportado e óculos de sol. Ao descer cumprimentou Mirra, abraçou forte Cacau e em seguida Emme, estava feliz.  

_Emme, bom te rever de novo. Está gostando de San Caetano? - Perguntou sentando ao seu lado. –  Emme tirou seus óculos de sol exibindo os olhos claros, sorriu para ela.  

_Muito bom. Combinei com Cacau de irmos a alguns pontos turísticos.  

_Vou reservar um tempo para fazermos isso.  

_Ah, que legal, vai amar. Vamos combinar um encontro que tal? Eu, você, Cau e Renara? Ela logo chega de Vilarinho, finalmente aquele trabalho acabou.   

_Acho uma boa ideia.  

_Depois do aniversário de Laura, ok? Assim que terminar a prova dela Laura vai ficar no pé direto para que tudo saia como planejado. Amanhã vamos na fábrica, vou ter um dia cheio princesa. Você pode me acompanhar, o que acha?  

_Adoraria conhecer a fábrica.   

_E a banda, deu certo contratar Cau? 

_Sim, está tudo certo, mas você sabe como é Laura, gosta de tudo nos mínimos detalhes, ela quer ver o vestido de novo, disse que talvez não vá usar, ah meu Deus é tanta coisa. Só de pensar minha cabeça já dói.  

_No que eu puder te ajudar vou ajudar Cau.  

_Adoraria que pegasse o bolo. – Tocou em sua mão. _Pode me fazer esse favor?  

Emme olhou aquele gesto. Cau? Era muita intimidade. Sabia que as duas eram amigas mais aquilo era demais.  

_A Emme pode ir comigo? – Juliana perguntou ao ver o olhar dela quando Cau fez aquele gesto sem nenhuma intenção.  

_Claro. Se ela quiser.  

_O que acha Emme?  

_Tá, tudo bem. – E por debaixo da mesa pisou no pé de Cacau. A morena sorriu.  

_Você bebe Emme? – Mirra quis saber, iria lhe servir uma dose.  

_No momento não, obrigada. 

_Sério? Por que?  

_Estou tomando um remédio que se eu ingerir álcool corta o efeito. 

_Ah eu entendo... Aceita Juliana?  

A mulher aceitou e Cacau também. Emme ficou na água de coco e no churrasco.  

_Temos que marcar uma partida de vôlei, o que acha?  

_Acho ótimo. Vamos marcar sim.  

_E então Juliana, com toda tua experiência, acha que Cacau dar conta mesmo de abrir uma fábrica? Seja sincera.  

_Claro, por que não? Verba a fábrica tem para isso e ela já tem o planejamento. Pelos meus cálculos daqui há um ano e meio... 

_Escutem aqui vocês duas, parem de falar de trabalho. Vamos curtir esse domingo maravilhoso, ok?  

_Um ano e meio? - Mirra perguntou perplexa. _Prevejo muitas brigas ainda por causa dessa mudança.  

_Quanta pressão, sabe como mamãe é Mirra, é por essa e outras coisas que minha vida em Metropolis é mais que certa. Acabou o assunto. –Cacau alterou o tom de voz.  

Não era simplesmente chegar, dizer que abriria uma fábrica e abrir. Aquilo exigia tempo, planejamento, estratégia, documentos e capital. Estava certa de que seu plano iria ser concretizado, mas não queria que todos ficassem em seu pé lhe cobrando.  

_Mirra, não entende nada da fábrica, deixe que eu me entendo com mamãe e papai. Sempre sei o que faço. Quando menos você esperar vão ver todas as listas de empregados que eu mesma vou fazer questão de contratar.  

_Ok, não está mais aqui quem falou. Não te disse Emme que a irmã do meio é mais inteligente e responsável?  

_É você estava certa. –  Emme sorriu e lhe deu um beijo no ombro.  

_Vamos dar um mergulho Emme? –  Juliana convidou.  

_Ah não, estou naqueles dias... – Lamentou.  

_Vou com você Juliana. – Mirra se levantou. Juliana tirou o short exibindo seu corpo. Emme lhe olhou e em seguida olhou para Cacau, ao ver que as duas se distanciaram para entrar na piscina lhe deu um tapa na mão.  

_O que há Emme? - Perguntou sorrindo, gostava de provocar pequenos ciúmes na mulher.  

_Tô de olho viu Cacau, tô de olho.  

Cacau abriu a câmera de seu celular e tirou uma foto com a namorada. Emme beijou seu rosto.  

_Alguém está chegando. – Cacau olhou. Achou que era seu irmão, mas não, era sua filha com o namorado, trazia compras.  

_Oi mãe, viemos de taxi. – Laura disse. _Bruno essa é a Emme, uma amiga da mamãe, você já conhece minha tia Mirra e ali é Juliana, acho que vocês já se conhecem, é empregada da fábrica. - Disse e Cacau lhe olhou séria.  

_Bom na verdade a Juliana é uma grande amiga e contadora da Fábrica e a Emme é... 

_Como falei, uma amiga. – Laura mediu olhar com sua mãe. Emme viu a tensão entre as duas, era nítido o preconceito que Laura sentia, o quanto sua mente ainda era fechada para alguns tipos de assuntos. Aquela menina precisava crescer mentalmente.  

_Muito prazer. – Bruno disse estendendo a mão tirando-as daquela tensão. 

_Como foi no shopping Laura? – Mirra perguntou puxando um outro assunto.  

_Filme foi sem graça, viemos logo. Hum, tem carne. – Não se importou com o olhar reprovador de sua mãe. _Senta aí Bruno, vou só ali deixar essas sacolas. 

Laura foi e o rapaz se sentou. Cacau levantou-se e seguiu a filha. 

_Olha mãe nem vem brigar, quer que eu diga o quê? Ah, Bruno, aqui é a namorada da mamãe, ah e olha, ali é a Juliana, ex namorada dela. Faça-me o favor. O que ele e a família dele vão pensar quando souberem que minha mãe é sapatão? – Cacau assustou-se com aquele nome vindo da boca de sua filha.

Laura seguiu para o quarto e jogou as sacolas na cama, em seguida tirou o tênis, a morena lhe acompanhou e fechou a porta.  

_Sapatão? Que termo é esse que anda usando para se referir a sexualidade da tua mãe?  

_Não é isso que você e aquelas duas lá são? 

_Não vou te dar aulas de como respeitar uma pessoa porque você já é muito grandinha para isso, olha só já está até namorando, mas continua sendo uma pirralha, que quando tem oportunidade de magoar as pessoas se aproveita da situação, na verdade isso se chama mau educação e muito preconceito.

_Eu não sou preconceituosa.  

_Ah não? Você tem noção Laura do que acabou de fazer? Tem vergonha de mim por eu estar tentando ser feliz com alguém que eu gosto, e ainda me diz que não está se tornando uma pessoa preconceituosa? Estou tão decepcionada contigo. Está mesmo uma moleca mimada que tem tudo de mão aberta e não faz nada para merecer.  

_Ah mãe, não começa. Se quer saber nem ir para Metropolis eu quero, ficarei aqui com a vovó. – Cacau sorriu daquela situação.  

_Não queria nem rir Laura. – Se aproximou mais da menina _Escuta aqui Laura, escuta bem o que vou te dizer, você não é mais aquela criança de dez anos que as pessoas passam a mão na tua cabeça e aceita tudo que você faz por ser criança, você vai comigo para Metropolis sim, ouviu bem? Ainda é menor, eu sou tua responsável legal e deve ficar comigo até os dezoito anos, quando fizer dezoito vá para onde você se sentir melhor, porque nem eu vou fazer questão de sustentar uma moleca mau criada como você. Mas agora não, está sobre o meu teto e vai seguir todas as minhas regras. Sempre, eu sempre procurei saber dos teus querer, sempre respeitei tuas escolhas, mas eu só te pedi uma única coisa e você vem me dizer que está preocupada com o que a família daquele rapaz vai pensar? Um rapaz que você nem sabe se vai dar certo. Eu te dei tudo sempre do bom e do melhor...  

_A mãe, não venha jogar na minha cara coisas que a senhora tem obrigações.  

_É o que sua moleca? – A mulher lhe olhou zangada, Laura estava insolente.  _Como é que é Laura? Acha que te dou as coisas por obrigação? Me dê teu celular, anda, agora.  

_Eu não, pra quê quer meu celular?  

Cacau o pegou.  

_Eu quem comprei esse celular não foi? Celular bom, o melhor do ano, vai ficar sem ele. Já que tenho a obrigação de te dar é minha obrigação de tomar ele também. Vai ficar sem celular por tempo indeterminado.  

_Não pode fazer isso, o celular é meu. – Alterou seu tom de voz. 

_Baixa esse tom de voz, eu comprei eu tomo ele a hora que eu quiser. Cadê teu notebook? – Procurou e ao achar o pegou também. _Vai ficar sem computador por tempo indeterminado também.  

_Eu preciso estudar.  

_Estude pelos livros. Compro esses livros para isso. Se não aprendeu a tratar os outros bem acho melhor começar a aprender. Vai ficar sem internet, se eu pegar você usando qualquer computador dessa casa eu cancelo tua festa de aniversário. Duvida? Tenta Laura, qualquer computador e celular que eu pegar você usando pode dizer adeus a tua festa. Agora desça, vai falar com aquele rapaz e manda ele pra casa. Almoço cancelado.

_Mamãe, não.

_Mamãe sim, agora aguente. Ele só vai ser recebido aqui de novo quando você contar para ele que você é filha de uma mulher trabalhadora, que faz de tudo para a filha estudar na melhor escola da cidade, que tem tudo do bom e do melhor e que nunca precisou ter que se sujeitar a nada para ter as coisas, pois a mãe, aquela sapatão dar tudo de graça e que o mínimo que pede dar filha é que ela tenha respeito por ela e pelos seus convidados. Quando fizer isso suba e passe o dia aqui no quarto refletindo a merd* que você fez, só vai sair daqui quando eu mandar. Estava tudo bem até você chegar e mostrar esse teu preconceito horroroso, nem a mamãe, ela nunca agiu como você agiu hoje. Isso magoou, jamais vou esquecer do que você disse. A Emme é uma mulher incrível que se você desse a chance de conhece iria gostar bastante dela. A juliana foi uma guerreira mesmo em tuas mãos e até hoje te suporta. Anda, vai fazer o que eu te mandei agora.  

Laura foi para o banheiro lavar o rosto, pois estava vermelho, tentou ao máximo não chorar. Cacau pegou o celular e o notebook da menina e o guardou no quarto, mandou ela esperar para descerem juntas. Chorou claro, mas assim que voltou a ver a menina de novo desceram em silêncio. 

Emme lhe olhou, estava conversando com o rapaz alegre, mas no seu intimo sentia-se triste por Cacau ter uma filha ainda com aqueles pensamentos.  Não ouviu quando a menina a chamou de sapatão, mas se atentou bastante quando Laura apresentou Juliana como uma simples empregada da fábrica e quando reforçou que ela era apenas uma amiga da família. Via no olhar de Cacau que ela havia chorado, o nariz estava vermelho, da mesma forma o de Laura.

_Oi... –  Emme disse. Bruno levantou-se.

_Bruno, deixa eu falar ali contigo.

Cacau sentou-se e o rapaz se retirou.

_Tá tudo bem amor?

_Não. Tive uma briga com Laura, acredita que ela disse que a família desse rapaz não pode saber que a mãe dela é sapatão? – Sorriu. Juliana e Mirra ouvia conversava e lamentavam também.

_Eu sinto muito. Ele parece ser um rapaz bom. – Emme disse. _Não fica assim ta? A Laura precisa amadurecer um pouco mais, venha cá. Quer ir para o quarto?   

_Não, vamos relaxar. Me desculpem por ela. Ela não sabe o que diz.

_Sei bem como é a Laura Cau. – Mirra sorriu.

_É, você já sofreu na mão dela. Mas isso não é motivo para Laura agir como agiu Cacau, deve repreendê-la.

_E fiz. Tirei seu celular e notebook, está de castigo até me pedir desculpas.

 

Laura se aproximou sozinha e encarou todas, não disse mais nada. Passou e foi para o quarto fazer o que sua mãe mandou, ficar de castigo.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 24 - 24 Família :
Lea
Lea

Em: 14/11/2021

A Emme só não pode surtar nesta viagem!!

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Elizaross
Elizaross

Em: 30/04/2020

Toma mimadinha... afff

Ainda foi pouco...

E essa viagem promete...


Resposta do autor:

Concordo com vc! Kkk

Siim, ainda vai rolar umas coisinhas nessa viagem. 

Abraço. 

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