• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Inconstante
  • Capitulo 19 Mania

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Contos para ninar gente grande
    Contos para ninar gente grande
    Por brinamiranda
  • Dayara e Moara
    Dayara e Moara
    Por May Poetisa

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Inconstante por LaiM

Ver comentários: 3

Ver lista de capítulos

Palavras: 4403
Acessos: 1726   |  Postado em: 13/04/2020

Notas iniciais:

 

Os capitulos 19 e 20 foram escritos de uma forma mais detalhada, mostrando um pouco de como uma pessoa com uma doença mental pode mudar de uma hora para a outra sua percepção de realidade. Desejo uma boa leitura a todas.

 

Capitulo 19 Mania

Cacau sentia-se realizada, tinha uma linda mulher ao seu lado e essa lhe comprava presentes, lhe enchia de carinhos também. Viu Emme mais feliz do que antes, não sabia explicar bem sua expressão, tinha uma feição de feliz mais ao mesmo tempo eufórica. Estavam no cinema, Emme não quis comer nada, o filme era de comédia.

_Quer pipoca? 

_Eu já disse que não Cacau, eu jantei, entendeu? – Segurou em sua mão.  

_Por que está irritada? O que fez o dia todo? 

_Limpei o quarto, fui pra academia, depois corri um pouco e depois jantei com a mãe e agora tô aqui com você. Quer que eu anote meu passo a passo do dia-a-dia? – Sorriu. _Quer conversar ou quer ver o filme?  

_Não está cansada?  

_Não, eu tô bem, mas da próxima vez eu pego minha agenda e tiro uma foto pra você ver. 

_Não precisa ser ignorante, estou perguntando por que me preocupo.  

_Não precisa se preocupar, eu tô aqui com você agora. Quer saber mais alguma coisa? Ah meu Deus que cachorro grande. – Emme assustou-se com a tela que estava a sua frente.

_Esse cachorro? É um pequinês, não é grande. É uma graça. – Cacau sorriu.  

_E por que de está tudo dimensional? – Emme abriu mais os olhos. Cacau sorriu novamente.  

_Está normal Emme.  

_Acho que estou precisando de óculos, deixa eu ver o teu.  

Tirou os óculos da mulher e colocou em seus olhos.

_Emme pra quê tanta inquietação? Devolve meus óculos.  

_Uau, você é cega mesma. Toma. – devolveu os óculos. _Eu quero trans*r.  

_Quando chegarmos trans*mos.

_O filme tá chato, vamos embora?  

_Você gastou dinheiro nos ingressos e não quer usar? Jamais, vamos ver o filme. Coloca a cabeça no meu ombro e assiste calada, está falando muito hoje. O que deu em você?

Emme colocou e tentou se concentrar. Passou a bater na ponta dos dedos na outra poltrona que estava vazia o filme inteiro. Cacau não se importou.  

Voltaram para a casa. 

_Gostou do filme? 

_Não muito. Não gostei daquele cachorro, ele era horroroso.  

Desceram do carro.  

_O Eduardo te esperou hoje.  

_Amanhã eu falo com ele.  

Cacau pegou a cesta de chocolates e colocou na geladeira, em seguida pegou a foto e colocou sobre o criado mudo perto de sua cama. Bocejou, estava cansada.  

_Vou banhar, quer vim comigo? – Perguntou tirando já o vestido, Emme não pensou duas vezes, também tirou sua roupa e foram para o chuveiro. A menina dos olhos claros lhe beijou, apertou seus seios. _Calma Emme, você está faminta.

_Se algum dia eu te disser não, vai reclamar porque não estou te desejando, agora que te desejo reclama? 

_Não estou reclamando, estou pedindo calma. Vem cá. – Segurou em sua cintura e lhe beijou. Emme tocou em seu sex*, não queria saber de calma, queria ch*par a mais velha. _Ai meu Deus.  

Emme desceu com a boca para onde queria, passou a língua, em seguida lhe ch*pou. Cacau gostava daquilo, a menina lhe atiçava.

_Te quero na cama, vamos? – Emme pediu. Saíram do banho e Emme voltou e tomar seu corpo. Parecia que não se cansava.

_Hoje tivemos um dia longo, não acha Emme? – Emme subiu beijando sua barriga e depois passou para seus seios. Cacau lhe virou, em seguida abriu suas pernas.  

_Nunca vou me cansar do teu sex* Cacau, ele é maravilhoso. Coloca teus dedos e me beija. – Cacau obedeceu, colocou os dedos dentro dela e lhe beijou. Nos beijos Emme mordeu seu lábio. _Come vai. Toda tua. – A morena desceu com a boca, lhe ch*pou. Sem pedir Emme virou-se e ficou de quatro. – Cacau bateu em sua bunda.  

_Que perfeição.  

_Come... – Cacau lhe penetrou.  

_Ai Emme... que delícia. Te quero tanto. – Deu um beijo em sua bunda e depois a ch*pou. _Ai...   

Emme fechou os olhos para sentir a língua da outra, ela trans*va bem. Queria tê-la sempre, sua sanidade dizia isso. Ao goz*r relaxou o corpo e esperou Cacau lhe abraçar, estava apaixonada por ela. Seu corpo e coração a desejava. Olhou o rosto dela, passou a ponta dos dedos em sua testa descendo para o nariz. A morena sorriu, estava sem jeito.

_Você é linda sabia? – À medida que ia falando passava os dedos macios. _Sobrancelha grossa e bem feita, nariz empinado, você devia ser bem chatinha quando era mais nova.

_Eu não era. – Cacau disse.

_Não acredito. Boca um pouco carnuda, lábios avermelhados, nossa, eu tive uma sorte grande de te conhecer.

_Eu que tenho a sorte grande. – Cacau fechou o olho quando ela tocou novamente em sua bochecha.

_Eu gosto desses teus sinais no rosto. – Beijou-a. _Estou apaixonada por ti.

_Eu também e muito.

Viu sua morena dormir, foi vencida pelo cansaço. Já Emme pegou seu celular, não sentia sono, sua mente pensava em várias coisas ao mesmo tempo, o relógio marcava duas da manhã, pensou em Bernadete, ela apareceu, sorriu, não a queria mais, tinha Eduardo também, ele lhe ligou, queria vê-la, Emme se sentiu pressionada pelo homem. Ele mandou mensagem querendo ver sua modelo preferida, ela pensava também muito em sua academia, queria malhar, sentia uma energia tomar conta de seu corpo. Tirou uma foto de Cacau dormindo, suas pernas eram definidas, tocou-as fazendo carinho e a morena acordou.  

_Ainda está acordada? Insônia? – Cacau se assustou. 

_Acho que sim.  

_Vem cá, deixa eu te abraçar. – Ela lhe abraçou, beijou seu rosto várias vezes e voltou a dormir. Emme tentou dormir, mas não conseguiu. Saiu bem devagar da cama e ligou o notebook da morena, tinha muitas pastas com o nome fábrica Rolim Jeans, ela era organizada. Abriu a câmera de seu notebook e fez um vídeo para ela. O Colocou em uma pasta com o nome de “Para Cacau, de Emme”, porém, colocou uma senha no arquivo.

Quando deu seis da manhã saiu do quarto, havia passado a madrugada vendo vídeos e conversando com outras pessoas. Tomou um bom banho, trocou-se de roupa e saiu deixando um bilhete para a mulher.  

Ao chegar à sua casa Fernanda já estava de pé, logo iria trabalhar. 

_Toma café comigo, acordou cedo, o que houve? – Fernanda perguntou estranhando, ainda estava cedinho.  

_É, eu vou malhar.  

_Teu pai vem hoje, vai almoçar com ele ta bom? Depois do almoço vou ta em casa. 

Tomaram café, Emme esperou sua mãe sair, foi para o quarto e voltou a limpá-lo como fez na noite anterior, ficou um tempo na internet, e em seguida foi para a academia. Correu bastante, dessa vez Adalberto não estava presente, ela banhou e foi para o salão, no salão recebeu a ligação de Cacau, estava preocupada, Emme tinha deixado somente um bilhete.  

“Estou indo pra casa, vou almoçar com o pai.” 

_Achei que íamos tomar café juntas, podia ter me chamado. 

_Estava cedo, não quis te acordar, pareceu cansada.  

_Não dormiu Emme? Está acontecendo alguma coisa?  

_Eu estava sem sono, mas estou bem. Não aconteceu nada. Já está dando a hora de ver o pai, to fazendo a unha da mão, não posso mexer no celular. Beijos. 

_Vou passar mais tarde na tua casa, tudo bem? – Emme suspirou. Teve a sensação de que no salão todos estavam a olhando.

_Está tirando foto minha? – Emme perguntou para a mulher que mexia no celular. _Não autorizei ninguém usar minha imagem.

A mulher disse que não.

_Não gosto que usem minha imagem.

_Emme, ta ai? – Cacau perguntou.  

_Beijos Cacau, eu preciso ir no pai.  

Emme ouvia vozes,

Emme ouvia vozes, estavam todos lhe olhando. Fez a unha e saiu dali o quanto antes, foi encontrar seu pai.

_Meu amor! – Ele lhe abraçou. Sua filha estava linda.

O homem estava gordo, Emme sorriu. Segurou sua barriga.  

_Meu barrigudinho. – Brincou com o homem. Seu nome era Roberto.  

_E então, fez uma boa viagem? O que quer comer?  

_Estou de regime pai, fiz sim uma boa viagem, estava com saudades. 

O homem afastou a cadeira para ela sentar-se, Emme estava magra.

_Precisa se alimentar filha, está muito magra.  

_Sou uma modelo brilhante, preciso está nos conformes pai. Também não estou para voar.  

_Sim, está muito linda.  

_O que quer?  

_Eu quero te ver, é minha filha mais velha... 

_Sou tua única filha. – Emme disse seria. 

O homem não quis entrar naquela conversa ao perceber Emme mudar de humor.  

_Seu aniversario é daqui a alguns dias, o que quer de presente?  

_Veio me dar dinheiro?  

_Não, eu quero lhe dar um presente bom. – Ele tocou em sua mão, Emme tirou-as.  

_Pai, eu tô bem. 

_Está namorando? Vi na tua rede social, me conta dele, é um menino bom?  

Emme o olhou. Sorriu. Confirmou com a cabeça. _Sim, é um menino bom pai.  

_Quero conhecê-lo.  

A comida chegou. O homem tirou uma foto com ela. Sentia falta de Emme. Fazia quatro meses que não se viam, tinha o trabalho, tinha a outra família, filhas gêmeas de oito anos, queria está mais com ela, queria conviver mais com ela.  

_Te amo tanto filha, quero te fazer um convite.  

Emme já estava em outro mundo, teve a sensação novamente das pessoas estarem lhe olhando.  

_Está me ouvindo filha? 

_Sim. O que é? 

_Tuas irmãs querem te ver de novo, esse final de semana é o aniversário delas, posso vim te pegar para você ir comigo? 

_Tá, pode sim. – Ela concordou. Final de semana. Aniversário das irmãs que só tinha visto duas vezes na vida. _Vai ser divertido pai.  

_Sério? – Ele ficou surpreso.  

_Sim, vamos sair daqui?  

_Vamos terminar de almoçar. O que quer fazer a tarde toda? 

_Pai eu quero trocar de carro, pode fazer isso?  

_Eu falei com tua mãe sobre isso. 

_Ah já entendi, então é não. – Se irritou. _Claro que é não, a mãe e suas ideias de faculdades. Eu vou ser empresária pai, não vou precisar ir a faculdade. Estou trabalhando muito em desfiles também. 

_Emme calma, eu falei com tua mãe... Mas a gente ver esse carro em segredo. – Ele piscou o olho.

_É sério? – Ela disse alto. _Ah pai, que maravilha. – Abraçou o homem. Estava feliz.  

Os dois foram passear, para Emme o passeio não demorou. Depois ela se despediu do homem, Eduardo lhe ligou. 

_Oi Eduardo... Tchau pai. – Ele buzinou e saiu.  

_Emme querida estou a dois dias te esperando na agência. 

_Desculpa Eduardo, eu estava ocupada, ainda tenho alguns dias de descanso não é? 

_Sim, mais queria te ver para lhe parabenizar, Cacau está aqui comigo.  

_Está ai? Eu sou tua modelo preferida, posso falar com ela?  

Eduardo passou para ela. 

_Oi Emme... – A morena estava preocupada.

_Oiii, almocei com o pai, ele vai trocar meu carro.  

_Meus parabéns. Você está bem? 

_Estou sozinha, quer vim pra cá?  

_Tentador, mas não posso. Vem aqui na agência. 

_Tá bom, vou sim.  

Desligaram. Sua mãe estava no sofá, Emme lhe deu um beijo e disse que ia na agência. 

_Está tomando seus remédios?  

_Sim mãe, mas não precisa ser minha babá, que saco. Venho jantar com a senhora. 

Ela saiu. Ao sair Bernadete estava ali na porta. Emme baixou o vidro de seu carro. 

_A mãe ta ali dentro, é certeza que a câmera está ligada. O que eu te falei ontem não entrou na cabeça? 

_Sou persistente Emme. Vamos dar uma volta?  

Bernadete desceu de seu carro. Travou-o e entrou no carro da outra. 

_Está indo para onde?  

_Na agência. Vou ver a Cacau.  

_Cacau? Achei que já tinha terminado com ela.  

_Ela me faz bem Bernadete. Eu quero ela na minha vida. – Emme sentia que queria Cacau. Bernadete que estava sendo persistente mesmo.  

_E como a gente faz agora em? Você querendo ela e eu querendo você?  

_Vai viver tua vida com teu marido, esses dias ando ouvindo umas coisas estranhas sabe? Tá tudo girando, não sei bem o que é o certo e o errado, mas eu sei de uma coisa e disso é certeza.

_Que coisa? 

_Que eu não te quero mais. – disse seria, Bernadete não gostou. Emme nunca foi de dizer aquilo. Passavam mais de meses sem se ver, já era para as duas estarem em uma cama se entregando aos desejos carnais, mas Emme insistia em dizer que não lhe queria mais. 

_Teu aniversário está chegando, o que quer de presente? 

Emme bateu a cabeça no volante impacientemente.

_Sai do meu carro B.

 Bernadete pegou o telefone de Emme. Ele tinha senha, mas sabia a senha.

_O que essa mulher tem em?  

_Estou apaixonada por ela, não ver? Eu não te desejo mais Bernadete, é tão fácil de entender. Sai do meu carro.

B não saiu. Estava zangada, não estava entendendo.

_Tira foto dela dormindo? O que fazia acordada quatro horas da manhã? Está há quantos dias sem dormir? Ah meu Deus você está com psicose.

Emme tomou o celular de volta e buzinou várias vezes fazendo com que ela saísse.

_Tua mãe ainda não percebeu essas tuas alterações? Vai acabar se machucando Emme.  

Emme saiu apressada. Precisava malhar. Precisava correr. Mandou mensagem para Cacau, disse que não ia mais a agência, pediu desculpas.

Foi malhar, em seguida foi no shopping. Fez compras, muitas compras, coisas que não precisava. Gritou com o vendedor. Saiu do shopping tarde da noite, foi para a casa. Sua mãe já lhe esperava.  

_Emme, precisamos conversar.

Emme não lhe deu ouvidos, foi para o quarto e trancou-se.  

_Emme, abre a porta. – Ela bateu. Emme tampou os ouvidos. _Emme, por favor. Estava com a Cacau mais cedo, ela está preocupada também com você filha.

Xxxxxxxxxxxxx  

Cacau recebeu a mensagem de Emme, ela novamente disse que não mais a agencia, que precisava malhar.

Mas ela já tinha ido malhar pela manhã, não precisava de tantos exercícios. Ligou para a menina, ela não lhe atendia.

_Eduardo, Emme me mandou uma mensagem, pediu desculpas mais não pode vim hoje de novo. Eu vou para a casa, ok?

Cacau banhou. Ficou a analisar o comportamento dela, será se ela era mesmo bipolar, todos aqueles remédios que ela sempre tomava eram para evitar aquelas mudanças de humor?

Decidiu ligar para Fernanda, a convidaria para um café. 

Fernanda estava trabalhando no computador quando recebeu a ligação de Cacau.

_Fernanda, boa tarde.

_Oi Cacau, tudo bem?  

_Tudo sim. Eu queria falar uma coisa com você sobre a Emme... Eu – Ficou sem jeito de perguntar. _Os remédios que a Emme toma, são exatamente para quê?  

Emme estava falando coisa com coisa, seu humor vivia se alterando, ora estava feliz, depois estava irritada, malhava compulsivamente e não tinha dormindo na noite anterior. Fernanda combinou de conversar com ela pessoalmente, ao abrir o portão de sua casa se encontrou com Bernadete. A mulher não sabia se tocava a campainha ou não. Era um risco que estava correndo, tinha recebido uma intimação para se afastar de sua filha, mas também estava preocupada com Emme, conhecia bem ela, não estava em seu estado normal de lucidez. 

_Oi Fernanda! – Ela disse. _Eu tô aqui fora já tem uma hora decidindo se toco a campainha ou não.

_O que quer? Veio atrás da minha filha? Recebeu a intimação? 

_Recebi sim, obrigada. – Bernadete disse. Sabia também se defender. _Eu conversei com a Emme agora pouco, estou preocupada.

_Sei bem a preocupação que você tem.

_Estou de coração aqui, eu posso entrar no seu carro?  

Fernanda pensou um pouco.  

_Não posso demorar, tenho que encontrar a mulher que a Emme está se relacionando. 

_A Cacau? Conheço ela. – Bernadete entrou. Contou que viu uma alteração em Emme. _Conheço sua filha, ela está com mania. Não sei se percebeu, mas é melhor ela se tratar. Sabe o motivo de ela não está tomando os remédios corretamente? 

_Emme me disse que estava tomando, mas não dar para confiar, chegou dessa viagem assim. Ela deve ter passado por alguma coisa muito triste ou muito feliz. Obrigada.  

Agora olhando por todos os lados Emme não estava bem desde quando voltou de viagem. 

_Não vai demorar muito para ela chegar àquela fase sabe? Ela já deve ter feito muitas coisas impensadas, principalmente dizer que está apaixonada por essa mulher. Tenha uma boa conversa com ela. Sei que não sou a melhor pessoa do mundo, mais eu gosto... 

_Por favor, saia do carro. – Fernanda pediu, não queria ouvir o que ela iria dizer.  

Xxxxxxxxxxxxx  

Cacau se ajeitou, esperou Fernanda ir até sua casa, lhe serviu um café. 

_Ela me disse que te encontraria na agência. 

_Desmarcou. Disse que precisava malhar. Passamos a noite juntas, de madrugada quando acordei ela estava com insônia. Abracei ela, voltei a dormir, quando acordei recebi esse bilhete. Quando eu liguei pra ela estava no salão, parou de falar comigo para brigar com a moça que estava tirando foto dela. 

_Emme está vivendo fora da realidade Cacau, sinto muito te dizer isso. Chegou da viagem assim. 

_Isso tem a ver com a maconha que ela usou? – Foi direta, Fernanda devia saber da história. 

_Não, nenhuma droga faz isso. Emme é infelizmente assim. Seus relacionamentos não são estáveis. – Fernanda lhe olhou, detestava ter que dizer aquilo para ela, a mulher parecia gostar de sua filha.  

_Está dizendo o que? 

_A minha filha é bipolar, está na fase mania. Quando ela tinha quinze anos eu e o pai dela estava se separando, nesse dia ela chegou do colégio, estava arrasada porque gostava de alguém da escola, não foi correspondida, horas depois ela me contou que era por uma menina, eu não sabia como conversar com ela, nunca senti esses desejos por mulher sabe? Mais eu apoiei ela. Não a julguei por isso. Mas a Emme chorava muito por causa disso, foi quando o Roberto apareceu para buscar as malas dele. Emme saiu do quarto descontrolada, pegou um bastão, era do meu trabalho, e quebrou todos os vidros do carro dele. Eu dei um remédio para ela dormir, ela estava totalmente fora de si. No dia seguinte fui conversar com ela e eu perguntei se ela se lembrava de alguma coisa do dia anterior. Sabe o que ela me respondeu? 

_O que? – Cacau estava atenta a toda a conversa. 

_Mãe, eu fui para a escola e quando cheguei fui dormir. Ela não se lembrava de nada, só depois de três dias que ela começou a ficar triste, e começou a se lembrar. Eu observei aquilo tudo, a levei ao psicólogo, mas o psicólogo encaminhou Emme para um psiquiatra, que é a doutora Ivy, ela quem passa todos os remédios, muda a receita, conversa toda semana com ela. Mas naquela época não foi dado o diagnóstico de transtorno bipolar. Foram passados remédios antidepressivos, conheço minha filha, ela nunca foi depressiva. Esses remédios só agravaram o caso dela, ficou dois anos tomando e a gente achando que ela estava melhorando, até que ela voltou a ter essas compulsões, ficava irritada, depois voltava a ficar normal e depois mudava o humor, estava bebendo muito, até que finalmente fez vários exames e foi diagnosticada com transtorno bipolar tipo um. – Fernanda disse chorando. Não aguentava ver a filha daquele jeito, se pudesse trocaria de lugar com Emme.

_Ela tem muitas crises? – Cacau precisava saber, e se de repente Emme não se lembrasse mais daqueles momentos? Seu coração doeu. Sentiu vontade de chorar, queria proteger Emme.  

_Depois dos remédios corretos ela deu infelizmente uma crise, quando viu as irmãs dela pela segunda vez e uma das meninas disse que o pai da Emme não pertencia mais a ela.  

_Ah Deus, Emme tem irmãs? Ela me disse que era filha única. 

_São gêmeas. Roberto tenta aproximar a Emme dessa nova família, mas ela não se sente confortável com essa situação. Vou esperar a Emme chegar, darei a medicação dela. A minha filha gosta muito de você Cacau, mas se você achar que o melhor é você se afastar eu vou entender perfeitamente. Relacionamento em si já é difícil sabe? Ainda mais lidar com algo assim.

_Eu sou apaixonada por tua filha, até o momento que ela me quiser vou está aqui segurando a mão dela.

Fernanda sorriu e voltou a chorar, estava preocupada com Emme. Não estava sentindo coisa boa.  

_A Emme está na fase de exaltação, muita energia, está malhando e limpando o quarto compulsivamente, coisas que no dia a dia ela não faz nem quando eu mando. Deve está gastando todo o dinheiro com roupas também. Ela está vendo tudo ao redor dela com muita intensidade, não é como eu e você aqui que estamos conversando, ela entra em um mundo que nem eu sei bem te explicar. Fica inquieta, fala muito, a cabeça dela fica como um computador processando tudo ao mesmo tempo sabe? Infelizmente são sintomas, isso pode demorar dias, semanas, até meses se não a tratarmos. Emme vai sofrer demais. Eu devo ir agora, não posso deixa-la se afastar de mim. – Disse agoniada. _Muito obrigada por tudo Cacau.

_Quer que eu vá com você?  

_Não, obrigada. Eu te ligo assim que ela chegar.

Fernanda saiu. Cacau chorou. E se aquela paixão que Emme disse sentir fosse somente uma fase mania que ela estava vivendo? Se preocupou.  

Olhava de hora em hora o celular, até que Fernanda ligou novamente.

_Ela chegou e se trancou no quarto.

Cacau desligou, ligou para ela. Emme não atendeu a nenhuma ligação.

Xxxxxxxxxxxxx 

Emme não conseguiu dormir novamente, passou a madrugada no computador, não saiu do quarto ao amanhecer, sabia que sua mãe lhe esperava. Eles estavam lhe tratando como uma pessoa doente. Ela não era doente. Era linda. Bem sucedida. Tinha dinheiro. Não precisava de agência. Não queria mais Cacau. Esperou sua mãe sair, comeu um pacote de biscoito e foi limpar o quarto. Organizou todas as roupas que tinha comprado e toda a coleção de calçado. Já não tinha onde colocar aqueles sapatos. 

_Filha... Quer comer alguma coisa?  

_Não mãe, estou fazendo abdominal. 

_Por que está dentro do quarto? – Disse com a voz carinhosa.  

_Esta me tratando como doente, eu não estou. Estou bem.  

_Então saia do quarto. A Cacau me ligou filha... não quer conversar com ela? 

_Não. Não quero nem mais ela. – Sorriu. _A fase dela passou.  

_Eu entendo. O que quer fazer agora? 

_Ficar no quarto. Vai trabalhar, não vou sair hoje daqui. 

_Me responde uma coisa? 

_Sim, claro.  

_Está há quantos dias sem dormir?  

_Talvez três, por quê?  

_Eu vou sair, ta ok? Você pode atender a doutora Ivy?  

_Não. Bom trabalho mãe. – E se levantou do chão. Colocou o ouvido bem pertinho da porta, outra batida. _Quem é?  

_Oi minha princesa.  

_Oi, o que quer?  

Emme pareceu não está feliz em ouvir sua voz. 

_Pode abrir a porta para mim? Tua mãe saiu.  

_Jura? 

_Confie em mim. 

Emme abriu, deixou-a entrar. Cacau achou-a mais magra. Lhe abraçou.  

_Que saudades.  

_Eles estão me tratando como doente. Eu não sou doente. – Emme disse. Pegou a chave do quarto depois que se trancou. 

_Quem está dizendo que você tá doente?  

_A mãe, a Bernadete.  

_A Bernadete esteve aqui?  

_Vi ela duas vezes. Conversamos, ela conseguiu meu numero estava com ela agora pouco por telefone.  

_Eu entendo. – Disse triste. _Voltaram a se falar?

_Sim, claro. O que você quer?  

_Preciso saber como você tá.

_Bem, não está vendo?  

Cacau lhe olhou. Emme não era mais a Emme de antes, estava toda esquisita queria sua Emme de volta.

_A gente não tá dando mais certo. Eu to ficando com outra pessoa Cacau. Você mesma disse que eu gostava de pessoas indisponível,  me lembro bem, agora que você está disponível para mim não te quero mais. Viu como não estou doente? – Emme sorriu alto. _Preciso que vá embora. Tenho que ajeitar meu guarda roupa.

Cacau lhe abraçou por trás.  

_Emme, por favor, aceita nossa ajuda. 

_Ajuda do que? – Gritou. _A mãe quer me internar, ela já fez isso uma vez. Eu não quero voltar mais pra lá, eu estou bem, se eu sair do quarto eles vão me pegar, você não entende, olha o tanto de coisas que eu preciso fazer. – Cacau olhou ao redor, o quarto da menina estava limpo, mas tinha muitas sacolas de roupas e caixas de sapatos no chão.

_Eu te ajudo.

_Não preciso de tua ajuda, eu sei o que eu to fazendo. – Começou a chorar. _Sai do meu quarto, vai embora. Eu não te quero mais, você tá me sufocando. Saiiiiii. Me esquece ok? Eu não te quero mais. – Cacau chorou. Não sabia mais o que era real e o que não era em Emme. Aquela menina conseguia lhe magoar. _Preciso que saia, ou eu chamo a polícia.  

Emme colocou-a pra fora. Fernanda estava sentada no sofá. Chorava também.  

_O chaveiro já está vindo. A doutora Ivy já está trazendo a equipe dela. Vou internar ela, é a única opção.

Fernanda aguardou o chaveiro, quando ele abriu Emme já não estava mais no quarto.

_Emme? – Ela já tinha pulado a janela. Levou o celular, mas o desligou.  

Xxxxxxxxxxxx 

Emme foi até a agência, Eduardo não estava sabendo o que se passava. Ele lhe ligava todo dia, queria saber o que o homem queria.  

Dina pediu para aguardar, Emme não conversou como das outras vezes, cruzou as pernas impacientemente. 

_Vai viajar Emme? 

_Vou.  

_Para onde?  

_Vou para o Vilarinho, mais não fale para ninguém.  

Ela foi à sala de Eduardo, ele lhe abraçou. 

_Está pronta para voltar a trabalhar?  

_Estou me demitindo Eduardo. Passarei um tempo fora.  

_O quê? Como assim Emme? 

_Sei bem que lucra comigo mais que os outros modelos. Não quero mais isso. Vou seguir com minha carreira sozinha, adeus Eduardo. 

Emme bateu a porta a saiu.  

_Tchau Dina.  

Eduardo recebeu a ligação de Cacau, ainda estava sem acreditar na ousadia da menina. 

_A Emme está aí?  

_Ela acabou de sair, se demitiu.  

_Eduardo, vai atrás dela, por favor. A Emme não está bem.  

Eduardo saiu, quando viu, Emme já estava no táxi.  

_Ela te disse para onde ia Dina? 

_Saiu com uma mala, disse que ia viajar.  

_Pra onde? 

_É urgente? Ela me pediu segredo Eduardo.  

_Diga logo Dina. 

_Vilarinho. 

_O que ela vai fazer em Vilarinho?  

Xxxxxxxxxxxxx  

Emme pegou um táxi e pediu para o homem parar no pet shop, ao passar por ali quando ia à agência viu um cachorrinho todo branquinho, pequeno, cabia na palma de sua mão.  

_Ah meu Deus, que cachorrinha linda. É uma bola. – Emme segurou-a. _Que raça é? 

_Esse é um original Lulu Pomerânia Anão. – O homem sorriu._Aniversariantes do mês ganham 50% de desconto.  

Emme beijou o animalzinho. Tinha sido amor à primeira vista. 

_Quanto é?  

_Seis mil.  

_O quê? 

_Com pedigree dona, filhote, está vacinado, de brinde ganha uma ração e uma casa-cama. Fica por três mil se for aniversariante do mês.

Emme mostrou a identidade, seu aniversário estava próximo. Deu um cartão para ele.

_Não foi autorizado senhora.

Emme lhe entregou mais um. Sua mãe iria lhe matar.  

_Passa em três vezes. Vai se chamar mel, que menina mais linda. De brinde ganha um laço também?  

_Ganha, só escolher.  

Emme colocou um laço rosa em sua cabecinha e ligou o celular. Comprou uma roupa para a cachorra também e uma corrente. 

_Como ele é filhote evita beijar muito e não deixa todo mundo pegar ok? Ainda precisa de cuidados, é um filhote. Aqui está o cartão de vacina, o documento que comprova que é original, e seja feliz. – Devolveu o cartão. _Muito obrigada.  

_Mel, a gente vai viajar por duas horas. Ei moço, ela pode viajar? 

_Tem que ser uma viagem que não seja estressante ok? – O homem lhe deu um remédio e colocou na boca do bichinho. _São vinte e cinco reais.

Emme abriu a carteira e lhe entregou.

_Ele está protegido agora. Boa viagem.  

Entrou no táxi. 

 _Me deixa no aeroporto... Alô, Rodrigo? Tô indo pro aeroporto, to levando minha filhinha também. Transfere o dinheiro pra embarcar ela.  

_filhinha? 

_É, comprei uma Lulu pomerânia conhece?

_Conheço. Tá bom Emme. Estou te esperando.

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 19 - Capitulo 19 Mania:
Lea
Lea

Em: 13/11/2021

É triste vê essa mudança drástica de humor dela, não deve ser fácil,para nenhuma das partes conviver com essa doença!!!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

bicaf
bicaf

Em: 20/04/2020

Ai meu Deus, essa Emme é mesmo  maluquinha. Coitada da Fernanda e da Cacau.


Resposta do autor:

Danado que ela é mesmo :/ 

Grande abraço. <3

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Rose_anne
Rose_anne

Em: 13/04/2020

Eita deu a louca na Emme, esse Rodrigo é o cara das redes sociais?
Resposta do autor:

Ele mesmo! Logo posto o outro.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web