Inconstante por LaiM
Capitulo 14 Cacau, parte 3
Cacau pegou o voo para Metropolis chegando à cidade cinco da tarde, Eduardo lhe pegou no aeroporto. Passou duas semanas sem falar com Emme, tentou ligar uma única vez, mas seu telefone estava desligado.
_Ela trocou de número. – Eduardo comunicou. _Emme está tendo um dia cheio. Apareceu um trabalho de urgência, escolheram ela para substituir uma garota que teve um contratempo, ainda tá no Studio de gravação, é para um comercial.
_E ela foi que horas pra esse trabalho?
_Duas da tarde, o cliente foi bem exigente, mas Emme conseguiu chegar a tempo.
_Ela deve está cansada. Se importa? – Perguntou acedendo um cigarro.
_Não!
_Me passa o número dela, por favor. Quero contar que amanhã almoçaremos com o Carson, será se ela conhece?
_Sim, conhece. Já falei dele pra ela uma vez. Que bom que conseguiu esse desfile.
_Muito obrigada Eduardo, vou tirar um bom descanso agora. Amanhã nos vemos na agência. – Agradeceu e tirou a pequena mala do carro.
Ao chegar no quarto dormiu por um tempo, ao acordar o relógio marcava oito da noite, não sabia ao certo se ligava para Emme ou não. Estava tarde e Eduardo lhe contou do dia que ela teve, mas além de querer contar a ela sobre a grife Carson queria ouvir sua voz. Antes que se arrependesse discou seu novo número e surpresa ficou quando ela atendeu.
_Oi, que surpresa Cacau.
Emme tinha conhecido sua voz. Cacau conversou um pouco, disse que tinha tido também um dia puxado.
_...pensei em juntar nossos cansaços para nos vermos... Que tal um jantar leve?
Emme ficou em silêncio por alguns segundos, mas logo depois respondeu a convidando para ir até sua casa comer uma janta que a mãe estava preparando.
Cacau não pensou duas vezes. Banhou rapidamente, colocou uma boa roupa, um bom perfume e saiu. Perguntou se poderia comprar algum vinho, mas Emme disse que não precisaria se preocupar com nada, a companhia dela era o suficiente.
Ao sair do elevador viu uma criança com o urso na mão, menino pentelho, jogava o urso bastante peludo para cima sem se importar com os demais, seus pais não estavam por perto. O garoto jogou o urso acertando em seu rosto.
_Lucas... Anda para cá, eu sinto muito. – Disse a babá do menino.
_Tudo bem.
Cacau saiu dali antes que o garoto voltasse a aprontar, ao entrar no carro começou uns espirros chatos. Não poderia ir à casa de Emme daquele jeito. Voltou a hotel e na recepção perguntou onde tinha uma farmácia perto. A moça explicou o caminho, não era longe dali. Cacau não queria ser a pessoa que ligava marcando e ligava desmarcando, foi até a farmácia e comprou o remédio.
Ela tocou a campainha e o portão foi aberto no automático, ao entrar Emme estava na porta, já lhe aguardava.
_Ei... Achei que não iria mais te ver. Fez boa viagem? – Emme perguntou e lhe abraçou. Estava cheirosa, usava um short de casa e havaianas, o cabelo estava solto.
_Resolvi tudo. Vou ficar por aqui um bom tempo. Me dá um copo com água, por favor. – E espirrou na frente da menina. O nariz vermelho estava. Na pressa de não demorar a chegar à casa de Emme se esqueceu de comprar a água na farmácia. A fila estava enorme.
Emme deixou-a entrar.
_Mãe, essa é a Cacau, ela agora trabalha com o Eduardo. – Emme saiu para pegar a água.
_Tudo bem querida? – Fernanda lhe deu um abraço caloroso. A mulher era bonita, seu porte era magro, já tinha seus quarenta e poucos anos, era um pouco musculosa, mas nada exagerado.
Cacau deu uma olhada na casa da mulher, era bonita, espaçosa e poucos móveis, na parede alguns quadros da família. Recebeu a água que Emme lhe entregou e depois de tomar o remédio explicou que tinha rinite, até o lavar de seu cabelo era prejudicial. Ela estava nervosa, ansiava por ver Emme. A garota como sempre linda e apesar de o dia dela ter sido puxado não estava com aspecto de cansada. Mostrou a mise in place que tinha organizado.
_Bem organizado a mesa.
_Gostou mesmo? – Perguntou pegando umas taças de um armário que tinha ali perto. Cacau ajudou-a.
Fernanda foi para a cozinhar terminar de preparar a comida.
Conversaram sobre a viagem, sobre filhos. Emme surpreendeu-se ao saber que sua filha já tinha quinze anos.
_Se eu pudesse, teria mais dois.
Cacau ainda tinha vontade de ser mãe, mas não podia mais engravidar devido às complicações que teve com Laura na gestação. Mas sua filha valia por três e isso de algum modo lhe confortava.
Ela chamou Emme para ir amanhã ver umas casas. Emme aceitou ir com ela.
_Mas eu não entendo muito não, quer mesmo minha companhia?
_claro. – Falou sem pensar duas vezes.
_Então tudo bem, amanhã eu vou para a academia cedo caminhando mesmo, é pertinho daqui e ai você me pega, tudo bem?
_Combinado.
O jantar foi servido, estava muito bom e bem leve mesmo.
_Olha mãe, a nutricionista vai ficar bem orgulhosa da gente hoje. – Emme disse. Gostava de manter aquela dieta, mas tinha hora que dava uma fome que aquela comida ali não a enchia.
O jantar foi finalizado com a sobremesa. Mãe e filha se davam bem. Fernanda retirou a mesa e apesar de não ter experiência na cozinha Cacau ofereceu-se para lavar as louças, o que foi negado pela mulher. Agradeceu o jantar e a receptividade, e apesar de não querer ir embora já era hora.
_...Se a gente tivesse começado com uma conversa franca teria sido bem melhor. – Emme falou depois que sua mãe foi para a cozinha.
_Eu te liguei assim, arriscando se você aceitaria ou não. E eu sou sim um amor de pessoa. – Cacau brincou, percebeu que a outra também tinha gostado daquele momento.
_Te falei no carro que você é convencida, e volto a repetir. – Viu Emme olhar as horas, já estava tarde, mas se assustou quando ela gritou para sua mãe _ Eu vou ali no calçadão. Vem comigo Cacau.
Aquela praça foi o início de tudo para Cacau. Emme não estava bêbada e ela também não. Foram para o calçadão a pé mesmo, conversando, falando sobre a vida. A menina contou de toda sua infância até seus primeiros namoros, conheceu Dona Antônia a senhora do espetinho, mulher humilde, ganhava a vida naquele ponto. Ouvia Emme em tudo e contou um pouco de sua vida, só a parte que ela achou melhor contar, sua vida de mulherenga tinha ficado no passado, não valia a pena contar, era uma nova mulher desde quando conheceu Juliana, nunca mais tinha andando novamente no centro, excerto há uma semana quando colocou um garoto no carro e passeou com ele se recordando de seu passado horrendo. Mas não fez nada com o menino, não sentia vontade, tinha deixado aquela vida, agora desejava Emme. Como será que era seu beijo?
Emme contou que gostava de receber flores, de receber poemas, ganhar chocolates, como Juliana um dia lhe ensinara. Às vezes as pessoas só precisavam de um toque e Cacau novamente caiu na real, tinha se esquecido de novo de como conquistar uma mulher e Emme havia lhe lembrado daquilo.
Mulheres eram assim, mulheres precisavam ser cantadas, até ela gostava de ser seduzida.
Cacau contou que havia amado sua mulher em cada momento que ficaram juntas, e aquilo era verdade. Traição nenhuma fez, assim como Maurílio, jamais tinha passado em sua cabeça de traí-lo. Respeitava seus parceiros e exigia respeito. Juliana também não lhe traiu, por isso que a amizade ainda perpetuava.
Já estava tarde, Emme deixou o espetinho na conta, ela poderia ter pago, mas a menina não quis de forma alguma. Emme era independente também, Cacau observou bem aquilo.
_Espetinho gostoso esse, da próxima vez é por minha conta, ok?
_A gente se entende. Não se preocupa. – Emme disse. Estavam indo de volta para a casa.
_Tive uma noite agradável com você Emme, mas eu já sabia que não iria ser diferente. – Disse sincera e lhe beijou o rosto, ali tinha sido o primeiro momento que ambas tinham tido uma conversa boa, não era o momento certo para um beijo. Ela então foi para o carro e o ligou, esperou Emme entrar, mas a garota se voltou para ela com uma pergunta, lhe deixou surpresa.
_Por que naquela semana quando estávamos no teu carro não me beijou?
Cacau então lhe falou a verdade, Emme era comprometida e não era com Leonardo, viu a outra ficar sem reação, estava surpresa por saber que Cacau sabia de Bernadete. Elas eram discretas, mas Cacau era mesmo observadora.
_Eu vi vocês nos desfile dos irmãos J. Aquele barulho fui eu que fiz.
Emme perguntou se ela iria lhe julgar. Ora, Cacau tinha cometido erros no passado, se duvidar muito piores do que está em um relacionamento com alguém casado. Não era Deus para julgar, mas se Bernadete estava há cinco anos em segredo com ela, dificilmente iria lhe assumir. Juliana era a prova disso. Cacau tentou mantê-la em segredo, mas Juliana a fez se separar de seu garoto preferido, a fez coloca-la em um apartamento para morarem juntas, isso em menos de um ano. Juliana depois passou mais alguns meses brigando para ela apresentar a sua família como esposa e fez isso porque não aguentava mais brigas. Era uma pressão grande. Bernadete era uma guerreira, Emme era brava, deu para ver no dia da padaria quando tiveram uma pequena discussão. Com certeza Emme brigava para ela terminar o casamento, mas B parecia ser dura, sabia como conduzir a menina.
_Terminou? – O olho de Cacau brilhou. Emme tinha dito que tinha dado um fim na relação com Bernadete, mas sabia que ela poderia ter uma recaída. Recaída em términos não era novidade.
_Terminei, mas eu não acredito mais no amor. Para mim ele só existe agora em contos de fadas. Quero aproveitar essa minha liberdade e curtir um pouco, sabe?
Cacau nem se importou em ouvir que ela queria aproveitar a liberdade, a partir dali decidiu usar uma nova tática, se ela gostava de receber flores lhe daria flores, se gostava de receber cartões, cartões lhe daria. Gostava de Emme. Sentia que as duas dariam certo.
_Eu sei. Tenha uma boa noite Emme. Entra. – Bocejou, já estava bem cansada.
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Cacau pensava em Emme direto, tinha a curiosidade de saber seu beijo, seu toque. A garota era toda feminina, sempre unha feita, cabelo impecável, boas roupas, e gostava de andar sempre de saltinho. Tinha combinado de passar em sua academia, mas antes passou na agência, Eduardo queria conversar algo.
_A Emme já tem três anos com a gente, e quando ela trabalhava na agência de Bernadete ela sempre manteve o cabelo grande. – o homem mostrou um photoshop que mostrava uma base de como o cabelo iria ficar quando cortasse.
_O cabelo da menina é lindo Eduardo, mas você que sabe. Entende dessa profissão melhor que eu.
_E ela vai ficar maravilhosa, eu tenho faro, conheço quando um negócio é bom e pode ser melhorado, foi dessa forma que eu te ofereci uma parceria.
_Me ofereceu uma parceria porque precisava de dinheiro.
_Também, mas te ofereci principalmente pelos teus contatos. – O homem era também sincero.
_Vamos fazer assim, todas as decisões que envolver o nome de Emme você toma, ok? Prefiro não me envolver quando se tratar dela. Quer cortar corte, quer mandar para longe manda, você é o booker dela, ela confia muito em você.
_Fico agradecido.
_Será se ela corta?
_Não tenho dúvidas. – Disse confiante.
_Bom, eu tenho que ver umas casas agora, já combinei o almoço com Carson, avisei já a Emme.
_Fico feliz que resolveu permanecer.
_Me deseje sorte para encontrar uma casa, passarei o dia todo nisso.
_Boa sorte, prima!
Cacau saiu. Se encontraria com Emme na academia, esperou um pouco até que ela saiu, estava banhada, cabelo solto, aquele cabelo era lindo, uma maldade de Eduardo, mas entendia seu amigo. Faltou ar para descrever tanta beleza em Emme. A menina tinha que ser modelo mesmo, ou estava exagerando em sua beleza?
Quando amava exagerava. Será se estava amando? Só tinha uma certeza, queria Emme. A menina entrou no carro exalando seu perfume.
_Bom dia, dormiu bem?
_Dormir muito bem e melhor agora depois de fazer esses exercícios, e você Cacau?
Cacau respondeu que sim e ligou o carro, olhou para ela e sorriu.
_Que sorriso é esse em...?
Cacau estava boba, não sabia que ia ficar assim ao vê-la. Ficou um pouco calada tentando absorver sua reação, quando ouviu Emme questionar: Ficou calada por quê?
_Meu sorriso normal, vamos.
Emme prendeu os cabelos, mostrando seu pescoço fino e delicado.
_Almoça comigo hoje? – Cacau perguntou tentando se recompor. Se ela aceitasse não diria que Carson as esperariam para conhecê-la, faria essa surpresa, mas se não aceitasse contaria a ela ali no carro sobre Carson. Emme não pensou duas vezes em aceitar o convite.
_Eu só vou fazer uma ligação, depois o meu tempo é todo teu... – E ligou para Bruna. Emme explicava que não poderia sair com ela, tinha compromisso no final de semana, depois que encerrou a ligação e desligou o aparelho. Queria saber quem era Bruna, mas não perguntou.
Quando saíram, em um momento Cacau percebeu a menina dos olhos claros dispersa, ela tinha visto um carro e sua face tinha mudado de expressão, ficando espantada. Emme estava diferente, não estava mais alegre como na noite anterior.
_Você está bem? – Preocupou-se. _Se quiser eu te deixo em casa.
Emme sorriu, e disse que sim, que estava tudo bem. Começou a falar da academia, que o dono tinha lhe oferecido um acordo. Cacau ficou feliz.
_A mensalidade parece ser cara, isso é uma boa.
_É um pouco, mas compensa. Ai tem tudo e o atendimento é excelente.
_Imagino.
Seguiram o trajeto tranquilamente. Emme tinha novamente mudado seu humor, do nada. A primeira casa que visitou não gostou tanto, Emme também lhe dava opiniões sinceras. Visitaram uma segunda casa, não era tão grande como imaginava e depois visitaram a terceira. A casa precisava somente de uma pintura, tudo estava bom. Emme disse que amava rosas e saiu para pegar uma daquele jardim e colocou atrás da orelha.
_Que achou?
_Maravilhosa. – Emme sorriu, se referia a casa. _Sim, claro... A casa é boa. Gostei, a casa é boa. – Disse ainda olhando para a menina, sem querer ela era sedutora. _Se eu ficar aqui a Laura vai gostar bastante. Vamos almoçar?
Carson era um homem que não tinha muito tempo, precisava ser pontual, deixou para ver as outras casas na parte da tarde. Agradeceu ao corretor e combinou um novo horário. Foram para o carro e Emme tirou a rosa e colocou no nariz da outra para ela cheirar.
_Cheirosíssima, olha ai!
Era muito cheirosa. Emme contou que tinha gostado da casa e desejou boas vibrações para ela caso escolhesse aquela ou outra. No trajeto para o restaurante Cacau queria chamá-la para o cinema, para ficarem a sós, ficar de mãos dadas, comerem pipoca, fazia um tempo que não fazia isso com alguém que estava gostando. Não queria que Emme aceitasse só por ela está lhe apresentando Carson, tinha medo de Emme se aproximar também por interesse. Então, antes de chegarem ao restaurante perguntou o que ela iria fazer amanhã na parte noite.
_Amanhã? Acho que nada. Por quê? – Viu Emme abrir a agenda e depois fechar._Quer fazer alguma coisa? – Ela perguntou, Cacau havia ficado surpresa.
_Que tal um cinema?
_Um cinema é bom. Pode ser. Depois a gente pode ir à praça comer aquele espeto com uma cerveja, o que acha?
_Claro, vou adorar. Ainda não conheço o cinema daqui.
_Eu já fui muito com a... ah esquece o que eu falei. Droga.
Ela iria falar que já tinha ido muito Bernadete, claro, Bernadete ainda estava ali no seu coração, era nítido.
Ela parou no restaurante, ao entrarem Carson já às esperava, tomava uma água.
_Cacau Rolim, quantas saudades, a cada ano que se passa fica mais jovem. – O homem que já tinha se aventurado com Cacau um tempo atrás sorriu e lhe abraçou. Cacau sempre linda e direta. Não fazia rodeios quando era pra ser sincera. Apresentou Emme, o homem já tinha visto seu book, tinha gostado.
_...Deveria rever quem faz sua seleção de modelos, pois Emme é a que mais está se destacando e infelizmente é a que não foi chamada por vocês.
Deixou Carson pensativo, já estavam almoçando. Planejaram como iriam acontecer, Emme não precisaria fazer o casting e nenhuma outra seleção, viajaria para a semana de moda.
O homem teve que se despedir, Emme então lhe abraçou forte, estava feliz.
_O que eu mais preciso é de uma viagem agora.- Ela disse. _Viu que homem gato.
_Você achou? Acho ele comum. – Carson já foi mais bonito, estava agora um pouco cansado depois da separação.
As duas tinham que ir à agência, Eduardo contaria para Emme sobre o corte do cabelo.
_Vou ali no Eduardo, o nosso cinema ta combinado ok? – Emme disse e foi para a sala do homem.
Cacau fez menção de ir para sua sala, mas logo que Viu Emme ir à sala de Eduardo deu meia volta e foi à floricultura. Era perto dali. Escolheu o buquê e escreveu um bilhete.
_Quero que faça essa entrega daqui a meia hora, será se isso é possível?
_Claro senhora.
_É aqui pertinho, então não vai ter erro.
Começaria ali a conquista por Emme. Ela voltou à agência, quando viu Larissa estava ali a sua frente. A menina do cabelo ruivo era muito bonita, um mulherão, só a achava muito magra.
_Larissa, quanto tempo!
Larissa já tinha telefonado para Cacau uma vez, Cacau lhe ofereceu um contrato na brava, estava ali para fazer seu book.
_E então, como foi de viagem? Aproveitou a filhota?
_Sim, muito. Vem comigo. – Cacau a levou para um corredor perto de sua sala, lá ficava um computador para fazer o contrato. Ela puxou a cadeira para Larissa se sentar e logo também se sentou e abriu uma página para pegar seus dados.
_Eu dei uma emagrecida, preciso fazer outro book, Eduardo disse que aqui vocês já fazem isso.
_Sim. Você já deve saber como é, mas me conta, vai ficar aqui só com a gente ou vai colocar teu book em outro lugar?
_Depende...
_Podemos fazer um contrato de seis meses com você, se aceitar ser exclusiva nossa.
_É...? – Larissa lhe olhou nos olhos, Cacau sorriu. _Bom, eu posso passar seis meses sim, sendo exclusiva. O que acha de tomarmos um café mais tarde? – Ela perguntou e tentou com as pontas dos dedos segurar sua mão. Cacau logo tirou sorrindo, nervosa.
Gostava de conquistar a mulher. Aquilo com Larissa não iria funcionar.
Emme chegou com ar de curiosa, olhou para as duas.
_Oi... – Ela disse tomando a atenção de ambas, o celular estava na orelha _Desculpa, não quero atrapalhar a conversa de vocês. – Disse, ela estava nervosa. _Alô, mãe? – E saiu.
_O que deu nela? – Larissa perguntou.
_Eu não sei, mas o nosso café não vai dar hoje, estou olhando uma casa para comprar.
_Ah que bom que vai permanecer aqui.
_Sim.
_A gente marca outro dia?
_Sim, claro. Me dá um minuto? Vou te apresentar o Flávio, ele é o fotógrafo. Você começa com as fotos e eu volto logo pra tirar tuas medidas, tá bom? – Ela então chamou o fotógrafo, ele estava desocupado, levou Larissa para o Studio de fotos.
Cacau foi até onde Emme, ela estava sentada, arrasada, contou que Eduardo propôs um corte novo.
_... Vou cortar o cabelo. – estava triste, mas confiava em Eduardo. Cacau também disse que um corte novo iria cair bem. Ela perguntou o que Larissa fazia ali. As duas ouviram batidas na porta de vidro, era Léo, o rapaz chegou com uma bolsa pesada e estava suado, o menino era bonito, ele lhe lembrava de alguns garotos do passado. Léo sorriu e beijou Emme sem se importar com Cacau.
_Léo, isso são modos? Não precisa ficar me beijando sempre que tem oportunidade.
_Vamos fazer um mês de namoro, por que que não posso te beijar?
Emme disse mais algumas coisas, parecia mesmo que estava chateada com ele.
_Te beijo mesmo porque te beijar é muito bom. – Ele voltou a beijar Emme, lhe dando vários selinhos. Cacau se levantou, não queria ver aquilo, estava com ciúmes. Foi até a sala de Eduardo.
_O Léo chegou... – Cacau disse. _Ele gosta mesmo da Emme não é?
_Bom eu não sei... – O homem voltou à atenção para ela. Se Eduardo contasse que os dois tinham um caso tudo seria mais fácil, mais o homem não abria o jogo. _Por que diz isso?
_Está lá fora aos beijos com Emme... Como permite isso aqui?
_Eles são adultos. A Emme beijou ele?
_Mandou se afastar, mas é bom evitar esses beijos aqui, não acha?
_Sim, claro. – Não se importou. Se Léo estava beijando-a motivo teria.
Ouviu batidas na porta, Léo entrou na sala e Cacau se retirou ainda olhando para o rapaz e foi para o Studio onde estava Larissa, tiraria suas medidas.
Meio sem jeito com a fita métrica começou a medi-la. Larissa passava a mão em seu cabelo e lhe elogiava, dizia que estava cheiroso, que seu cabelo era bonito, que sua pele era linda. Quando olhou viu Emme passar, na certa estava indo cortar o cabelo.
Não demorou muito para um rapaz chegar pedindo licença perguntando onde que encontrava Emme Albuquerque, ele segurava um buquê de rosas.
_Que violetas linda. – Larissa comentou.
_São para a senhorita Emme, onde eu encontro ela?
_Ela tá ali naquela sala ao lado esquerdo, é só bater... – Cacau disse, ele agradeceu e saiu.
_Que sortuda, receber flores a essa hora do dia. O Léo é um namorado fofo.
_É verdade Larissa.
Cacau queria vê-la de corte novo, esperaria ansiosamente pelo cinema. Foi ver mais duas casas naquela tarde, não gostou de nenhuma, estava decidida a ficar com a terceira casa, a casa era linda e espaçosa, por dentro era toda no espelho. Voltou para o hotel, conversou um pouco com Laura e recebeu uma mensagem de Emme, sorriu ao ler. “Obrigada pelas flores, elas são lindas como você. Nosso cinema está confirmado.”
Cacau pensou em responder, mas não o fez.
Ao acordar foi para a agência, usava seu bom e velho óculos de grau. Deu bom dia para Dina, bom dia para Eduardo e até para Léo. Foi até sua sala.
Uma cliente estava lhe esperando, Eduardo começava a lhe dar tarefas.
_Aqui é a Júlia e a mãe dela, Júlia tem quinze anos e participou do concurso mirim aqui de Metropolis, ficou em primeiro lugar. – Ele disse. _Ela quer ser contratada.
_Parabéns, Julia.
_Depois você pode tirar as medidas da Emme? Por favor. Tenho que dar uma saída, mas eu volto logo. Ela está linda de cabelo repicado.
_Tá ok, pode deixar.
Cacau atendeu aquela nova agenciada. Sua mãe era responsável pela menor, concordou com todos os termos, estava apoiando a carreira da filha, ao terminar pediu licença, pegou uma fita métrica, uma prancheta para anotar as medidas de Emme e foi até o Studio onde ela estava. Tentou ser ao máximo profissional, mas a garota estava de calcinha e sutiã.
_Oi, vamos tirar as medidas? – Tentou disfarçar seu encantamento. _Adorei teu cabelo, ficou muito bonita.
Sentia um desejo louco por Emme, como queria tê-la. Tinha pensamentos muito sacanas com a menina, será se ela aguentaria seu jeito na cama? Emme agradeceu o elogio e perguntou se de fato ela tinha gostado.
_Sim, combinou bastante. Fico feliz que confie em Eduardo.
_Ele é maluquinho, mas sabe o que faz.
_Sobe na balança, pra colocar aqui no teu book.
Emme pesou-se. Em seguida Cacau passou a tirar suas medidas. Nada na garota era exagerado. Tinha seios proporcionais ao corpo, bunda média, sua barriga era definida, como gostaria de passar sua língua naquela barriga.
Cacau sorriu baixo, odiava ter aqueles pensamentos.
_Que foi?
_Nada!
_Me achou alta?
Não! Estava rindo de seus pensamentos maldosos, mas deixou a garota acreditar que era por sua altura, ela era só um pouquinho mais alta, mas aquilo não interferia em nada.
_Ah... Isso te incomoda? – Emme estava preocupada se sua altura incomodava.
_De jeito nenhum, eu gosto.
Cacau mediu-a com muita atenção, percebeu também que estava sendo observada. Emme lhe olhava a todo instante. Perguntou se já tinha feito plástica no nariz.
_Não, tudo é meu! Nada é comprado e você?
_Até hoje não,Tenho vontade de colocar silicone nos seios.
_São normais. Se vale de conselho naturais é bem melhor. – E resolveu irrita-la um pouquinho a mais. _É adequado para tua altura.
Emme então lhe olhou.
_Agora danou-se com minha altura.
_Impressão tua. Vira de costa.
Emme tinha dado uma afinada na cintura. A menina malhava não era para menos. Ela não era exageradamente magra, tinha carne, tinha onde pegar de jeito. Gostava de mulher daquele jeito. Olhou as costas da menina, sua pele era macia e cheirosa. Gostaria de conhecer cada parte de seu corpo. Mas tudo exigia paciência.
Cacau viu a menina se vestir depois das medidas, disse que tinha um compromisso sério, lhe deu um beijo no rosto e saiu.
Quando foi a tarde foi novamente ver a terceira casa para ter certeza de que aquela era a certa. Falou com a dona da casa, a mulher já era uma senhora.
_A tubulação foi toda trocada depois que saímos. Seu único trabalho aqui vai ser fazer essa pintura da área externa. Decidimos não pintar, pois não sabíamos quanto tempo a casa iria ficar parada. E as chuvas acabam deixando a pintura um tanto feia depois de um tempo.
_Sim, vejo que tudo está em ordem. A senhora contratava algum jardineiro? – Cacau perguntou. O jardim precisava também de uma mão de obra.
_Tenho um jardineiro excelente, ele também limpa piscina. Vou lhe passar o contato. Você paga ele duas vezes na semana que ele deixa tudo impecável.
_Ah que maravilha. Pois acordo fechado.
_Espero que seja muito feliz aqui como eu fui com minha família. Aqui você pouco vai ver os vizinhos, são muitos discretos. Meus filhos faziam festa aqui na piscina e no dia seguinte era mesmo que não ter tido festa nenhuma, aqui o povo não dar conta de tua vida.
Cacau sorriu. Aquilo era melhor ainda.
Foi para o hotel feliz. Iria banhar, se encontraria com Emme para irem ao cinema, mas logo estranhou quando ligou para ela e a menina não lhe atendeu. Decidiu ligar de novo, já estava arrumada e precisava saber se ela também estava.
Quem atendeu foi Fernanda. Estranhou novamente. Fernanda pediu desculpa, mas a filha não passava bem, estava com dores fortes na cabeça.
Pela manhã a menina estava normal, que estranho aquilo. Estranho mais ainda foi no dia seguinte Emme ligar para a agência e desmarcar todos os castings.
_Ela esta gripada. – Dina comunicou aos dois. _Desmarcou todos os casting e ficou apenas com os trabalhos que ela já tinha acertado.
_De cinco trabalhos que a Emme faz Cacau, quatro ela é aprovada. – Eduardo falou, não ficou contente com aquela doença e Cacau não acreditava naquela gripe repentina, mas respeitou seu momento. Emme queria esconder algo, mas o que?
Teve uma ideia para animar a menina, comprou uma rosa, um chocolate que a própria gostava e escreveu um bilhete. Deixou na caixa dos correios e ligou para ela. Percebeu que Emme tinha ficado feliz com sua ligação.
_Está fazendo falta essa semana na agência.
Eduardo ficou zangado com Emme, mas respeitava também a menina, se Emme tivesse feito os castings e tivesse passado receberia um bom dinheiro com ela.
Cacau contou sobre a casa, e Emme contou que já estava melhorando e que gostava de conversar com a mesma, antes de desligar para não tomar o tempo da menina dos olhos claros Cacau contou que tinha uma surpresa para ela na caixa de correios e logo desligou. Esperava que ela gostasse.
Emme ligou novamente.
__Obrigada, isso me alegrou. Devia ter tocado a campainha viu.
A intenção era ela gostar sem abusar demais.
_Gostou mesmo? Eu não queria te atrapalhar.
_Jamais vai me atrapalhar. Agora se o amor fosse mesmo doce como o chocolate não haveria tantas desilusões. – Emme estava triste. Sua voz era manhosa, precisava de alguém para lhe amar.
_Mas se for amor mesmo ele vai ser leve, mesmo que tenha briga sempre vai ser leve. Ele não é sofredor e nem maltrata Emme. – Era assim que se sentia quando esteve com Juliana. As duas brigavam mais logo depois ficavam em paz. Ficaram em paz até no dia em que terminaram tudo.
Cacau de longe ouviu um som, parecia à campainha da outra sendo tocada e foi confirmada por ela em seguida, disse que precisava desligar, mas iria gostar muito de saber desse tal amor.
Ainda naquela tarde recebeu a ligação de Larissa, ela lhe convidou para lancharem.
_Quer vim aqui no hotel? Eles servem um café da tarde maravilhoso. – Cacau perguntou, não iria fazer nada mesmo. Disse qual era o hotel e a menina aceitou.
Larissa chegou com uma bolsa de lado, estava bonita. Seu cabelo ruivo combinava com algumas sardas que ela tinha no rosto, era ruiva por natureza.
Cacau recebeu-a na área de lazer, levou consigo seu cigarro e colocou sobre a mesa em que ambas se sentaram.
_Fico feliz que tenha aceitado meu convite. – Disse Larissa.
O café foi servido para as duas. Cacau ainda não tinha uma opinião formada sobre Larissa, sabia apenas que ela era uma pessoa legal.
Larissa contou um pouco de sua vida, tinha morado um ano fora do Brasil por conta do trabalho. Logo depois voltou e preferiu não se fixar em nenhuma agência, agora fazia faculdade de engenharia, o que foi uma surpresa, de nada tinha a ver com sua carreira de modelo.
_Eu gosto sempre de experimentar o novo. Sei bem que carreira de modelo é difícil.
_Que interessante. – Cacau ficou a observar ela. Larissa era interessante. _Você aceita? – Pegou um cigarro, queria fumar. Cruzou as pernas e lhe entregou um, Larissa fumava.
Ficaram ali conversando por algumas horas, ela não se jogou para cima quando fez a última vez. Ela estava bem comportada.
_Ah vou fazer meu aniversário, está convidada, pode levar um amigo ou uma amiga. Vai ser na boate zen.
_Ok. – E lhe olhou. A companhia da garota era boa.
Larissa se despediu e todos os dias passou a vê-la na agência, conversavam um pouco e em seguida ia embora.
Eduardo contou que Emme estava melhor, iria fazer umas fotos mais que logo chegaria, queria ter uma conversa seria com a garota, lhe entregaria as passagens. A viagem finalmente tinha chegado, sabia que podia contar com a menina dos olhos claros, Emme nunca faltava um compromisso quando este estava selado.
_Dina, quando ela chegar manda direto para minha sala. – Ele disse. Naquele dia aconteceria o aniversário de Larissa.
O telefone de Cacau tocou, era Juliana, tinha acabado de chegar de San Caetano, tinha dito a ela que lhe pegaria no aeroporto.
_Juliana, pega um táxi, mil desculpas, mas eu tô muito ocupada agora. Vai pro hotel, eles vão te entregar uma chave. Fica a vontade. – E desligou. Pediu para sua ex vim, precisaria ver com urgência o terreno para a construção da fábrica, já tinha mandando Maurílio fazer o cheque para a compra da casa.
Cacau sabia que Emme chegaria, aproveitou um passeio no shopping para lhe comprar um presente e comprou o de Larissa também.
_Dina, quando ela for à minha sala me telefona avisando, por favor.
_Pode deixar...
Conversou ainda um pouco com Larissa em sua sala, a menina estava ansiosa para sua festa.
_Eu nunca fui numa boate daqui, acho que vai ser bom. – Ela disse. Cacau não gostava muito de boate, era cheio de gente. Quando aprontava no passado não era dançando não.
_Chegando lá é só dar teu nome, vai levar alguém?
_Talvez uma amiga.
_Ok! Nos vemos mais tarde.
_Até logo.
Ficou na sala por alguns minutos conversando com Juliana, a mulher tinha chegado ao hotel e estava cansada, iria dormir.
_Não se esqueça do balanço da fábrica.
_Sabe que não fujo de minhas responsabilidades, vim aqui para te ajudar Cau. Quer fazer amor comigo? – A outra perguntou brincando.
_Adoraria, mas sabe que nesse tempo que estamos separadas de fato só estou pensando em fazer amor com uma pessoa e não é mais você.
_Fazer amor é? Espero que esteja falando de alguém com mais de vinte anos.
_Oras... Passar bem. – E desligou o telefone. Às vezes tinha vontade de esganar Juliana.
Dina logo lhe ligou. Cacau pegou o urso e colocou sobre o rosto quando ouviu batidas na porta. Era Emme, finalmente.
_Ei... Para mim? Você sempre me surpreende viu. – Ver Emme era felicidade. A menina estava bem. Recebeu um beijo no rosto e devolveu com outro deixando sua marca. Sentia falta dela e esperava que Emme estivesse sentido a sua.
Deu o nome do urso de Cacau. Cacau sorriu.
_Não me esqueci do nosso cinema. Que tal hoje à noite? - perguntou fazendo carinho no urso.
Lembrou-se da festa de Larissa. Lamentou, mas disse que hoje não dava, já tinha um compromisso, mas combinaram de ir no dia seguinte.
_Obrigada pela rosa, comi o chocolate no mesmo instante, muito bom.
_É o meu bombom favorito.
_Por que tua mãe colocou teu nome de Cacau?
O que gostava em Emme eram aquelas conversas, quando pensava que iria conversar o óbvio, ela vinha com perguntas improváveis. Sempre tinha um novo assunto na ponta da língua.
_Já tentei perguntar a mamãe, mas pelo menos não é Mirra.
_Eu nunca provei Cacau, é bom? – Aquelas perguntas... Fazia um tempo que Cacau não comia a fruta, mas sabia onde encontrar.
_É muito bom, gostoso na verdade.
_Quero um dia comer Cacau... A fruta.
_Quem sabe um dia eu não trago pra você. – Ficaram se olhando. Cacau se aproximou e pegou um lenço, a menina estava suja de batom. Inclinou o corpo para limpar deixando um pouco seu decote exibir. Emme olhou. Viu-a olhando. Ao limpar, jogou o lenço no lixo e voltou ao seu lugar.
Emme então lhe contou que não estava doente, mas já sabia, ela pediu desculpa, mas Emme não precisava se desculpar. Entendia muito bem que a outra queria um tempo pra si e aproveitou que estavam falando à verdade resolveu contar que iria a festa de Larissa. Emme mudou sua feição, passou a bater sobre a mesa com a ponta dos dedos, fazendo uma zoada um tanto chata.
_Desde a semana passada que ela me convidou... – Tentou explicar, mas Emme ficou com um ponto de interrogação enorme na face. O que poderia fazer? Larissa estava se tornando uma amiga.
Emme se levantou e disse apenas um: Boa festa então.
A partir dali não viu mais ela. Saiu da agência e foi para o hotel, lá abraçou Juliana.
_Você entendeu o que eu disse? Ela simplesmente se levantou e disse: boa festa então.
_Acho que ela gosta de você. – Juliana foi sincera. A menina das argolas grandes na orelha fazia uma massagem em Cacau. Ela estava tão tensa.
_Passei semanas chamando ela pra sair e aí ela sumiu, entende? Justamente no dia que ela pode eu não posso.
_E por que não chamou ela pra ir no aniversário da outra lá?
_Sei lá, a Larissa não convidou ela, acho que as duas não se dão bem... eu ia te levar, mas aí você vem com a maior estupidez.
_Eu não falei aquilo de idade pra te ofender, falei porque eu tava irritada porque não foi me pegar no aeroporto.
_Quer ir comigo?
_Eu quero é descansar. Desejo a você boa festa. Não vai atrás dela, se ela gostar de você, ela vem atrás. Quando você gostava de mim não ia ao bar todo dia me ver?
_É...
_E também porque queria me comer.
_É verdade. – Cacau confirmou.
_Será se ela quer te comer Cau ou quer ser comida? É modelo, bem feminina, é passiva. – Disse sorrindo e parou a massagem. _Boa festa Cau.
_Não quer mesmo ir comigo?
_Não, vou descansar. Amanhã passarei o dia no notebook.
_Eu não vou demorar, só fico se a festa tiver boa. Senão volto para cá.
Cacau então se arrumou ainda pensando na atitude de Emme. Queria Emme, disso ela já tinha certeza. Mas não poderia ficar sempre disponível, se ficasse não seria interessante.
_Esse preto combina com você Cau. Continua muito bonita, apesar do tempo. – Disse Juliana ao vê-la de vestido.
_Eu sei... você também sempre foi bonita, não precisava colocar silicone nos seios e nem na bunda.
_Eu quis gastar um pouquinho mais do teu dinheiro e vai me dizer que um peitinho durinho e gostosinho você não gostou?
_Sua besta.
As duas sorriram e ela então foi para a festa, encontraria Eduardo lá. Ao chegar entregou o presente para a aniversariante, Larissa agradeceu e lhe abraçou.
_O Eduardo já chegou. Ele ta ali olha, pega um drink ali no bar.
Larissa foi receber alguns amigos. A boate zen era grande, estavam na área vip. Lá serviam alguns petiscos também, pediu um Dry Martini. Abraçou o primo e ficaram conversando. Em seguida sentaram-se.
Larissa apresentou alguns de seus amigos a Cacau.
_Está muito bonita Cacau. – Ela disse bem pertinho de sua boca.
_Obrigada, e você também.
A música rolava ao som de um DJ. Viu Eduardo se distanciar e logo depois ele voltou falando algo em seu ouvido.
_Eu vou aqui a baixo buscar o Léo. Volto logo. O nome dele não ta na lista.
_O que ele faz aqui? – Cacau perguntou. Ali seria o momento perfeito para Eduardo contar de seu namoro, mas ele fez-se de desentendido e saiu. Larissa também saiu para conversar com mais alguns amigos.
Quando Eduardo voltou levou um susto ao encontrar Emme ali, estava toda linda, maquiada, com aquela saia longa e a blusa curta mostrando a barriga. Será se aquilo tudo era pra ela? Emme foi ao bar primeiro antes de sentar-se ao seu lado.
_Cacau, achei que ia no aniversário de Larissa. – Não, Emme estava ali de propósito, não era coincidência. Mas fez-se de desentendida também.
_O aniversário dela é aqui. – Lhe abraçou e sentiu seu cheiro. Sua pele arrepiou.
Emme contou uma história um tanto nada a ver. Cacau fingiu que acreditou naquela conversa, mas na verdade Emme foi ali para lhe ver. Sabia daquilo. O garçom lhe entregou a bebida, mojito.
Em seguida Larissa chegou, tratou os dois com ironia.
_Dou uma saidinha e quando volto encontro duas pessoas de trabalho? – Ela disse. Emme se aproximou para lhe parabenizar, nem presente trouxe.
_Léo me convidou, mas se eu soubesse que era tua festa eu nem teria vindo amiga, acho que devo me retirar. – Ouvindo aquilo Cacau logo pediu para ela ficar. Já que Emme estava ali, ali ela ficaria.
Larissa sentou ao lado de Cacau e permitiu que a outra lhe contasse algo no ouvido. Emme observava aquela cena.
_O que acha de depois daqui a gente ir para outro lugar? – Larissa lhe propôs. Cacau sorriu.
_Eu vou ali ao banheiro e volto logo. – Cacau se levantou, a mão de Larissa tocou a sua, Esperaria que Emme fosse atrás dela. Emme tinha que ir atrás. Queria sair dali, queria ficar a sós com a menina.
Contou ansiosa os minutos, quando finalmente a viu seu coração ficou feliz. Tiveram uma conversa rápida, a mais nova lhe propôs:_Vamos para um lugar mais tranquilo? Um barzinho que não seja tão movimentado do que aqui?
Cacau sorriu, era o que queria ouvir. Pediu a ela alguns minutos, precisava voltar para falar com Larissa.
_Eu agradeço a oferta mais é que eu já gosto de outra pessoa Larissa, você me entende?
_Não se preocupa, essa pessoa deve ser muito sortuda. Mas não vamos agir diferente, podemos ser só amigas, ok? – Era o que poderia fazer. Cacau nunca parecia está a fim.
_Obrigada Larissa, você é um amor de pessoa. – Abraçou Larissa e lhe deu um beijo no rosto, em seguida foi até Eduardo, se despediu do amigo lhe abraçando, e disse algo em seu ouvido: _Você e o Léo fazem um belo casal primo.
Ele somente lhe olhou e não falou mais nada. Ela saiu com Emme indo para um barzinho gay.
Foi uma das melhores noites que teve. Conversaram de tudo um pouco, até sobre signos. Beberam, se cheiraram e se tocaram. Teve um momento que Cacau falou abertamente que não era mulher de relacionamento aberto, não mais, que estava à procura de algo sério, Emme pareceu não acreditar em suas palavras. A garota demonstrava que queria somente sex*, que por ela ser mais velha devia ter experiência no que fazia. Foi quando disse que só tinha tido duas mulheres na vida. Era verdade. Mas sabia que aquilo não significava inexperiência, mas colocou medo na menina fazendo-a acreditar que não tinha experiência com mulheres.
_Sabe o que eu acho? Que você já está se apegando a mim.
Emme voltou a se aconchegar em seus braços, Ficaram naquele bar até três da manhã sem darem na boca um único beijo. Era difícil se controlar, mas lutou com todas as forças, ainda mais que já estava a mais de um ano sem sex*.
Emme se lembrou de que tinha um trabalho para fazer e acabou por indo com a menina, aquilo era de fato uma aventura. Admirou o corpo da outra quando ela disse que a lingerie que estava usando era pra ela. Se Emme soubesse de seus pensamentos ocultos, se soubesse o que queria fazer talvez ela não fosse assim tão solta. Ao chegar ao lugar que aconteceria às fotos tinha uma mulher que passava servindo café, aquilo foi sua salvação para não dormir e ver um trabalho incrível de Emme. A garota era incrível. Ainda tentou um beijo, mas Cacau já tinha dispensado todos os beijos que tentou dar, o que fez Emme também lhe dispensar. Ao término do trabalho Emme estava muito exausta, convidou cacau para dormir em sua casa, sequer pensou em dizer não, queria dormir tanto quanto ela. Tirou o salto e deitou já fechando os olhos e Emme fizera o mesmo se aninhando ao seu corpo.
_Teu cheiro é bom Cacau e teu colo também. – Emme se aproximou mais.
_Eu gosto de você Emme... – Disse com medo do que ela iria dizer.
_Eu também gosto. – Emme levantou seu pescoço e lhe deu um selinho molhado e demorado. Cacau sorriu, as duas dormiram.
Quando acordou, estava com dor de cabeça. Olhou para a menina do seu lado, Emme estava toda bagunçada, colocou o edredom no seu corpo e saiu sem fazer barulho. Ouviu barulho vindo da sala e deu graças a Deus que Fernanda estava acordada.
_Bom dia. – Ela disse sem graça.
_Oi Cacau, bom dia. – A mulher se levantou para lhe cumprimentar. _Dormiu bem com a minha filha?
Cacau não sabia o que responder. Fernanda era muito tranquila.
_Eu já tô indo embora, só pegar a chave do carro...
_Não, espere. Fiz uma vitamina de abacate, você quer?
_Não, obrigada. Eu vou tomar café no hotel.
_Ah eu faço questão. Se senta, vou pegar.
Fernanda lhe serviu um copo e passou a beber também.
_Está muito boa.
_Obrigada, e então, já ficou com meninas da idade da Emme? Você sabe que ela só tem vinte e três anos não é?
Cacau não sabia nem onde enfiar seu rosto. A mulher chegou assim, do nada lhe fazendo essa pergunta. Estava Preocupada com Emme, ela já tinha problemas demais e não queria que a filha sofresse.
_Bom, eu gosto muito da sua filha...
_É completamente solteira ou tem alguém no teu pé?
_Completamente. Só penso na tua filha. Temos uma pequena diferença de idade, mas não é para tanto.
_Doze anos. Você tem uma filha de quinze não é verdade?
_Sim. Mas Emme não tem idade para ser minha filha. Pretendo um relacionamento sério com ela. Não estou brincando com seus sentimentos.
Fernanda lhe olhou. Cacau aparentava ser uma boa mulher.
_Me conta um pouco de você. Aceita um biscoito?
_Não, obrigada, já estou cheia. – E Cacau sem medo contou de onde veio, com o que trabalhava, disse que já tinha se casado duas vezes.
_Com meu primeiro marido me casei na igreja, separação de bens, ainda hoje ele me deve a divisão do apartamento que ele mora com a atual esposa. A minha segunda parceira foi uma mulher, não nos casamos de fato no papel, o casamento ainda não era permitido, e de hoje em dia agora que está sendo aprovado aqui no Brasil, mas usei uma aliança, ainda tem a marca, olha... – E mostrou o dedo. Aquilo foi uma graça. _Assim como você meus pais sabem que fico com mulheres e se minha relação com Emme der certo a primeira coisa que vou fazer é apresentá-la a eles.
_E sua filha, sabe?
_Totalmente. Nunca, jamais me passou pela cabeça de brincar com Emme... – Disse por fim e estava sendo sincera.
_Vamos almoçar hoje na praia?
_Claro!
_Estou com vontade de comer um peixe a delícia, já provou os daqui?
_Ainda não fui nem na praia. Eu preciso ir somente no hotel e na agência.
_É o tempo que minha filha acorda.
Cacau saiu. No carro riu de nervosa. Primeira vez que era colocada contra parede daquela forma por uma mãe.
Foi para o hotel, Juliana já estava no computador e com uns papéis sobre a mesa.
_Vejo que a noite foi boa.
_Maravilhosa! – Disse deitando na cama. _A Emme é maravilhosa, aquela menina ta mexendo comigo.
_Então se encontrou com ela.
E Cacau contou tudo.
_Ela foi lá para te encontrar. – Concluiu.
_Vou na agência, primeiro preciso de um banho, depois vou voltar a me encontrar com ela.
E assim fez. Conversou com Eduardo, o rapaz estava feliz por saber que ela não lhe julgou. Amava Léo, mas sua agência vinha em primeiro lugar. Entregou um envelope para ela entregar a Emme, depois saiu da agência e retornou à casa da menina. Foram para a praia, lá almoçaram tarde, depois do almoço Fernanda se retirou e as duas aproveitaram os momentos, finalmente com muitos beijos e abraços naquela praia maravilhosa. Mas logo viu Emme se desestabilizar com os cumprimentos de um rapaz, Tadeu, filho de Bernadete. Soube na mesma hora que Bernadete ainda estava em seu coração, mas logo tiraria ela dali de dentro e se colocaria para dar o amor que Emme merecia de fato. Emme demonstrou medo, disse que tinha medo de lhe magoar e se magoar, ainda disse que não era merecedora da mulher mais velha e que não estava apta para um novo relacionamento. Cacau compreendia aquilo tudo, tranquilizou-a e voltou ao normal depois de um tempo, lhe beijou no carro. Queria tirar Bernadete até dos beijos. Procurou ser ao máximo carinhosa, não segurou em seus peitos, como imaginou que faria. Segurava em sua cintura com força lhe mostrando pegada, desejo e sentimentos. Emme era dona de um maravilhoso beijo, suas bocas se encaixavam perfeitamente. Na praia tirou uma foto linda com ela, guardaria aquela foto de recordação.
Depois de um tempo foram ao calçadão, falou com Dona Antônia, pediram espetinhos e mais cerveja. – Essa cerveja é mais gelada do que da praia. – Comentou e ficaram conversando falando sobre vícios, sobre manias e família. Já estava tarde, era hora de ir embora.
_... Se quiser pode dormir comigo. – Emme estava mal intencionada, percebeu em seu tom de voz. Queria fazer sex*.
Cacau desconversou.
_Eu preciso de um banho princesa.
Como gostaria de dormir com Emme. De deitar sobre seu corpo e lhe tomar provando de seus sabores. Mas era melhor não. Tinham acabado de conhecer seus beijos e Cacau quando começava a fazer sex* não parava até esta satisfeita e não sabia ainda como era o ritmo de Emme na cama.
Deu um alivio quando Fernanda apareceu na porta a mandando entrar.
_Minha deixa de ir embora... – Fernanda entrou e Cacau pela última vez tomou seus lábios. Logo depois entrou e com mais um selinho molhado de Emme saiu dali.
Voltou para o hotel, estava cheia de areia e sentia-se cansada. Juliana continuava no computador.
_Passei o dia na praia... – Contou para Juliana, estava feliz. Mostrou uma foto da garota para ela assim que Emme lhe enviou.
_Ela é nova Cau. É bonita, admito.
_Vinte e três anos já é mulherão. Prometi que não pegaria ninguém de dezoito, então, por que não ficar com uma de vinte e três?
_Já faz quanto tempo que não trans*? Um ano?
Cacau sorriu. Para quem um dia não passava uma semana sem trans*r um ano tinha sido seu tempo recorde. Mas precisava se guardar, deixar de lado aquela vida com meninos mais novos. Queria alguém para amar igual quando amou Juliana. Não poderia mais pagar por sex*, não queria voltar para aquela vida.
Cacau tirou a roupa ficando de sutiã e calcinha, Juliana veio com uma brincadeira sem graça novamente. Sabiam que nada rolaria mais entre as duas.
_Se quiser posso apagar teu fogo enquanto ela não faz isso. – E tentou morder suas costas olhando para sua tatuagem. Logo depois sorriu.
_Você é uma péssima ex-mulher Juliana. – Disse depois de se afastar. Cacau foi para o banheiro, esperaria uma ligação de Emme ainda aquela noite. Como previsto ela ligou. Ficou na varanda, acendeu seu cigarro e passou a conversar com ela. Era gostoso de ouvi-la. Passou aquele tempo toda juntas e não se cansavam uma da outra. Depois de um tempo na ligação viu que a outra tinha dormido, desligou o aparelho e virou para o lado. Juliana fizera o mesmo usando seu blusão. Estava somente de calcinha.
Cacau havia colocado o despertador cedo, tinha muita tarefa para fazer. Uma delas era receber um senhor na casa que tinha comprado, ele iria pintar todo o muro. Outra tarefa, levar Emme no aeroporto, queria se despedir da menina, teria também que procurar terrenos com Juliana, já tinha combinado de ir com o corretor.
_Vou pedir um café para nós aqui no quarto. – Cacau disse antes de ir para o banho.
_Tava pensando aqui Cau, a Emme não sabe que eu estou aqui não é?
_Ainda não contei, mas acha que é uma boa ideia ela saber que minha ex dorme comigo na mesma cama sem rolar nada e ainda por cima usando meu blusão e estando de calcinha fio dental?
_Se ela confia em você ela vai acreditar.
_Se fosse com você, você acreditaria? – Cacau parou um pouco a conversa para falar com o pessoal da cozinha, mandou que fosse servido o café ali mesmo no quarto. _Muito obrigada.
_Vai banhar então, depois eu vou. Ou você quer que eu vá contigo?
_Palhaça, vou lavar meu cabelo. – Disse e entrou no banho. Juliana viu uma mensagem vindo do celular de Cacau.
_Cacau, a Emme mandou uma mensagem. – Abriu a porta do banheiro. Juliana abriu a mensagem e leu: Bom dia, desculpa ter dormido quando a gente conversava, estava muito cansada. Saudades já, to saindo da academia, e você?
_Manda pra ela assim, Juliana: Bom dia princesa, saber que dormiu ouvindo minha voz é um privilégio. – Juliana sorriu e Cacau continuou: Estou no hotel ainda. Mas logo a gente se ver para eu lhe deixar no aeroporto. Mandou?
_Mandei.
_Fecha essa porta e me deixa banhar em paz. Obrigada.
Juliana fechou. Ficou olhando a paisagem do hotel, era uma vista linda. Colocou uma música na televisão. O quarto estava um pouco sujo, roupas jogadas e algumas cinzas de cigarro. Ouviu a campainha tocar. Era finalmente o café e Cacau ainda tomava banho, não se importou em está de blusão, ao abrir surpresa ficou.
_Oi! – A menina olhou para o número do apartamento, será se tinha errado?
_Oi. – Juliana disse e sorriu. Emme era mesmo uma gracinha. Usava blusa preta de seda com um decote V, um short preto e uma sandália preta de saltinho, tudo era preto, exceto pela bolsa de lado, na outra mão uma rosa para Cacau.
_Eu acho que errei de quarto. – Disse olhando para a mulher bem sexy, de cabelo longo que usava um blusão mostrando suas pernas malhadas.
Fim do capítulo
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