• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Inconstante
  • Capitulo 12 - Cacau, parte 1

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • As Lobas Bruxas
    As Lobas Bruxas
    Por Bel Nobre
  • A VINHA E O GIRASSOL
    A VINHA E O GIRASSOL
    Por Marcya Peres

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Inconstante por LaiM

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 6281
Acessos: 2054   |  Postado em: 24/03/2020

Capitulo 12 - Cacau, parte 1

Cacau apertou o elevador indo para o sétimo andar, ao entrar no quarto deparou-se com sua ex-mulher, estava sentada, usando um blusão seu com o notebook ligado concentrada no que fazia. O quarto estava bagunçado, e sobre uma mesa havia pratos e talheres usado por ela.

_Ao menos liga para a cozinha para pegarem esses pratos, o quarto está fedendo Juliana. 

 Cacau disse já pegando o aparelho telefônico.   

_Boa noite Cau, onde esteve o dia todo?   

_Passei à tarde na praia. – Disse rindo. _Por favor, mande alguém no quarto setecentos e três para pegar umas louças. Obrigada. – E desligou.   

_Estive trabalhando o dia todo no computador, acabei por esquecer essas louças. Venha cá e me dê um beijo, o que é ai nessa sacola? – Perguntou se levantando para abraçar sua ex-amada. Cacau entregou para ela.

_Estive com Emme a tarde toda. Isso é um espetinho lá do calçadão, é uma praça enorme que tem perto da casa dela. 

_E é bom? – Abriu, estava com cheiro bom. _Hum, muito gostoso mesmo. 

_Nunca vi taurino não gostar de comida. É uma mulher que faz com seu marido, lotado lá.

_Espetinho de beira de esquina é? Já vi que a garota é pobre. Mas é muito bom mesmo.

_Ora, não fala besteira. E se for pobre qual o problema? Não se esqueça de quem lhe ajudou a subir na vida. 

_Então não é pobre? – Perguntou não se importando para o que a outra dizia.

_A menina é filha de delegados, modelo super talentosa, bons estudos, bem educada. – E abriu as mensagens, Emme lhe enviara as fotos do dia. _Tem algo de bom aí pra mim nesse computador? Ou passou o dia só enrolando e usufruindo do quarto? Uma diária aqui é absurda. 

_Tão absurda que não sente no bolso né? Deixa eu ver ai a foto da garota. – Cacau lhe mostrou. _Nossa, que olhos em... Bem passiva. – Sorriu. _ Tem quantos anos? Dezoito? Pegou ela pra criar foi? Não basta a Laura... 

_Sabes que jamais me envolveria com alguém de dezoito anos. Já já ela vai ligar.   

_Mandou ela te ligar?   

_Não! Disse apenas que queria antes de dormir ouvir um boa noite dela. Se ela tiver gostado mesmo de mim vai captar o que eu disse. 

_Se acha muito inteligente não é?   

_Não é inteligência, é experiência ... Espere para ver. Ela queria vim dormir aqui, pensei em te ligar pra você sair, mas resolvi adiar, nossa primeira vez vai ser especial, assim espero. Ela tem medo de se envolver sabe?   

_Meninas como ela não querem nada sério com ninguém não Cau. O que espera dela?   

_O que eu esperei de você e você não me deu, amor. Sei que ela vai me dar isso, basta eu ter paciência. 

_Quantos anos?  

_Vinte e três, mas é uma gracinha de tão linda, ah se eu pudesse...

_Quiser eu posso sair e você liga pra ela vim... Já faz quanto tempo que não trans*? Um ano?   

Um ano e dois meses, desde que se separara de Juliana que não encontrou mulher alguma que havia mexido com ela completamente. Não via a hora de ter Emme em seus braços para amar loucamente, mas tudo era uma questão de tempo. 

_Estou conquistando... Vou com calma. 

_Deve está desesperada, um ano é muito tempo, praticamente voltou a ser virgem. 

_Não sou como você que mal termina e já vai se assanhar pelas ruas. 

_Tenho necessidades, é diferente. – Defendeu-se.

Cacau tirou a blusa e o short ficando somente de calcinha e sutiã. Juliana se aproximou dela.

_Se quiser posso apagar teu fogo enquanto ela não faz isso. – E tentou morder suas costas, Cacau se afastou rapidamente.

_Está louca? Jamais farei novamente com você. Terminamos, não temos mais nada, aqui só usa quando tem vez. 

Disse gabando-se de seu corpo. 

_Saudade de beijar essa tatuagem. Que pele linda Cacau. 

_Linda e suja, preciso de um banho. Se afaste de mim, a partir do momento que comecei a ficar com a Emme quero só ela, entendeu?   

_Ela é mó passivona, vai ficar com fome. 

_Não me importo. – Disse rindo e indo para o banho. _E, por favor, me mostre logo esse balanço da empresa. Me mostra que valeu a pena cada prato caro que está sobre aquela mesa. – Disse brincando e se trancou. 

Quando Cacau saiu do banho a outra já estava com o notebook virado para ela. 

_A empresa teve uma grande margem de lucro, sua mãe vai ficar orgulhosa de você. 

_Acha que em quanto tempo conseguimos abrir uma Rolim Jeans aqui?   

_Não vai demorar muito, precisa somente fechar essas dividas aqui minha querida.

Cacau segurou a outra é lhe rodou.

_É por isso que a gente dar certo Juliana, só confio em ti para isso.   

E saiu daquele abraço indo para a varanda. Pegou um cigarro e o ascendeu e como previsto Emme lhe ligou. 

_Boa noite princesa. – Ela disse, percebeu a voz de Emme um pouco triste. _Aconteceu algo?   

_Não, é só cansaço mesmo. Você disse que antes de dormir esperaria um boa noite meu, resolvi te ligar. Acabei de sair do banho, tá fazendo o que?   

_Bom, eu tô na varanda, de roupão, olhando a vista do apartamento e acendi um cigarro. 

_Cigarro né? Vamos ter que conversar muito sobre isso viu. Recebeu as fotos?   

_Estão lindas, dignas de serem reveladas. - Espirrou duas vezes. _Desculpa.   

Cacau olhou para Juliana, ela estava deitada na cama observando toda a conversa. 

_Vou aproveitar que o pai desmarcou o compromisso comigo e ir à academia cedinho. Acho que to comendo demais sabe?   

_Eu sei... Na verdade eu vou procurar algum clube de esportes para fazer algo no fim da tarde, e eu amo vôlei. 

_Uma boa ideia... Eu gostei muito de hoje, conversar contigo, te beijar... 

_Pra quem disse que não iria ficar comigo, vejo que estamos nos dando muito bem. 

_Eu queria ter ficado bem mais tempo contigo, vou passar alguns dias fora... Enfim, queria poder ter ficado mais a sós.

Cacau relaxou o corpo na cadeira e acendeu outro cigarro.  Queria Emme em sua vida, sentia-se apaixonada por ela. 

_Eu tenho algo pra ti falar... – Emme disse, estava deitada, não sabia se era uma boa ideia dizer que beijou Bruna. As duas estavam só ficando, dizia isso para si, que era só um fica e nada mais e Bruna depois de muito conversarem havia entendido, então concluiu que era algo que não valia a pena falar.

_O que é?   

_Nada demais... só que vou sentir saudades desde já.   

_Eu também princesa, como eu disse vou ficar aqui te esperando. 

Como podia já sentir aquilo tudo por Emme? Mas precisava ir com calma, não queria agir por impulso como fez com Juliana. 

Depois de fumar Cacau foi para a cama ainda com Emme no telefone. Juliana assistia algo na televisão e sempre que olhava para sua ex ela estava sorrindo, aquele sorriso ela conhecia bem, era como ela sorria na época em que estavam juntas.   

_Aproveitar essa sua viagem e vou mandar ajeitar a porta da agencia, vou atrás dos moveis da casa, contratei um rapaz que vai limpar o jardim e a piscina... - Emme havia ficado em silencio _Emme, ainda tá ai...? Ela dormiu. - Concluiu e desligou o aparelho. 

_Ah saudades desse teu sorriso para minha pessoa. - Disse Juliana. _Mas me conte, como conheceu ela?   

_Ela é modelo da agencia... 

_Ah meu Deus tá se envolvendo com uma pessoa que trabalha para você?   

Cacau lhe deu um tapa de leve no ombro.   

_Tira meu blusão, não trouxe roupa?  

_Que grosseira. Ou eu fico com esse blusão ou fico pelada. – Passou a mão no cabelo da outra.  _Sinto tanto que a gente não deu certo Cau. Ainda penso nos teus beijos... 

Cacau virou-se para o outro lado e seus pensamentos vagaram para quando decidiu sair de sua cidade San Caetano para Metropolis.

Estava com sua mãe na sala, tinham tido uma briga por conta de Maurílio, a mulher insistia que sua filha deixasse o casinho com Juliana para que ela voltasse para seu marido.

_Já não estou com Juliana há meses mamãe, e eu não amo mais o Maurílio.

_Aproveite que está sem essa mulher e vai atrás do seu esposo.

_Ex-marido mãe. Tenho pensado bastante, vou mudar-se daqui com Laura.

_E vai para onde? E como vai ficar a fabrica?  

Estava fazendo dezoito graus, Cacau pegou uma bebida quente e entregou para sua mãe e outra para ela.

_Cansei de brigas mãe, lhe respeito, lhe admiro demais, só que a gente não se entende de jeito nenhum, eu tô para explodir. Todo santo dia chego daquela fábrica e a gente tem a mesma discussão, todo santo dia. –O pai de Cacau ouvindo o barulho saiu de seu quarto para ver o que acontecia.

_Sua filha quer ir embora com nossa neta, não irei permitir Cícero.

_Todo santo dia pai, ouço que preciso voltar com Maurílio, que preciso reconstituir minha família, que preciso de um homem... É homem pra lá, é homem para cá.

_O que as pessoas pensam quando ver você com uma mulher?  

_Eu sou independente mãe, para, por favor, o que as pessoas pensam não me interessa, eu não preciso de aprovações delas.

_Odete, Cacau sabe o que faz da vida. Acaso está louca? Maurílio já está construindo sua vida com outra pessoa.

_Mulher... Outra mulher, ele não trocou de lado como fez Cacau. É um homem respeitado, dono de restaurantes sofisticados, rico, filho de gente boa e sempre foi bom marido e bom pai.

_Ah que se dane... – Cacau amarrou seu cabelo e subiu para o quarto. _Me mudo dessa casa essa semana, a fábrica vou continuar sendo responsável mesmo de longe, mas nessa casa eu não fico mais.

Ainda aquela noite recebeu uma ligação de seu primo distante, Eduardo lhe oferecia uma parte da agencia que ele havia construído com tanto esforço e estava a precisar de uma boa quantia de dinheiro, e sabia que Cacau poderia lhe ajudar.

_Eu controlo uma fabrica de Jeans Eduardo, o que vou fazer com uma agencia? - Disse rindo e nervosa. _Sou formada em administração, o que é preciso para ser um agenciador?  

_Ter contatos minha querida e você tem uma fabrica de Jeans, os grandes empresários precisam de seus jeans e a gente precisa deles. Sei que conhece muitas pessoas do mundo da moda, e essa proposta que estou lhe fazendo é única.

_Me mudar para Metropolis é uma boa. - Disse por fim. _O clima ai sei bem que não é tão frio, mas sei que tem muito arvoredo, devo ir logo para me adaptar, se eu gostar comprarei uma casa para Laura e eu. 

_Então você aceita?  

_Mais é claro, lhe ajudarei meu primo. Amanhã já mando Juliana, minha contadora bater contrato.  Faz muito tempo que não lhe vejo, mas acho que essa parceria vai funcionar. Até logo.  

Cacau comunicou à família que iria se mudar, queria uma nova vida longe de pessoas que lhe mandava o que fazer.

_Pretendo abrir uma nova fábrica em Metropolis, vou amanhã ver um terreno que está para vender, tenho que ir logo, pois é um terreno que será partilhado em seis irmãos por ordem judicial, então o preço está muito bom. Vou aproveitar essa minha viagem e comprar uma parte da agencia do meu primo, o Eduardo mãe, lhe mandou lembranças.

_O que quer com uma agencia?  

_Administrarei essa agencia enquanto não começamos a obra da fábrica. Juliana vai me mantendo a par de tudo o que está acontecendo e eu vou está sempre indo e vindo.

_Como vai administrar uma empresa de longe? O Sereno está estudando fora do Brasil, não pode nos ajudar e sua irmã de nada entende da fábrica. 

_Já lhe falei, a Juliana vai nos ajudar, nosso braço direito mãe, não coloque o lado pessoal no nosso trabalho. A senhora e o pai são os donos, estão lá todo santo dia. Isso vai funcionar. Eu preciso de um tempo para mim, descansar minha mente, isso é mais que merecedor, espero que me entendam.

_Se quiser ir, vá filha. Não se preocupe que sua parte da fabrica sempre vai cair na sua conta todo mês.

_Obrigada, pai. Preciso falar com Laura a sós. Vou jantar na casa do Maurílio e amanhã cedo já sigo para Metropolis. - Disse com orgulho de si.

No dia seguinte cedinho partiu de viagem, sozinha. Foi de carro, passaria um dia e meio viajando sem parar.

Hospedou-se em um hotel, iria encontrar Eduardo à noite para poderem conversar.

_Minha querida prima, como foi de viagem? - Eduardo perguntou lhe abraçando e entregou a ela um buquê de flores.

_Ah obrigada. Saudades meu primo. Nossa que calor que estou sentindo. 

_Vai adorar as praias daqui, pegar um bronzeado. Não me recordava de você tão linda. - Ele disse sincero. _Como anda a tia Odete?  

_Estressada como sempre. Estou varada de fome, e então, como é a agencia?  

_Amanhã você irá conhecer, a Brava é uma das agencias mais procurada no mercado. Não vai se arrepender de ter comprado. Sei que tem contatos e para uma agencia funcionar é disso que precisamos.

_Me dei à liberdade de procurar saber mais sobre a agencia, devo dizer que está de parabéns.

Eduardo estava nervoso, queria lhe causar boa impressão para que sua prima não desistisse. Na noite anterior tinha pedido a uma de suas agenciadas para fingir ser namorado de seu namorado. Era uma loucura, mas era preciso, não conhecia bem sua prima, não sabia se era preconceituosa e tinha medo de que sua sexualidade atrapalhasse seus negócios. Para ele o dinheiro acima de tudo.

_E então, me conta, seus modelos, algum já se destacou?  

_Mas é claro... Tenho modelos excelentes, vou te dar o exemplo de uma, Emme Cristian Albuquerque, a garota é linda, trabalhava muito como acompanhante...

_Acompanhante, tipo, garota de programa? - Assustou-se. Seu primo sorriu.

_Não. Vou te dar um exemplo, às vezes quando há uma reunião de trabalho e o cliente não tem uma pessoa a caráter, beleza, sabe? Ele procura na agencia uma para ele poder expor e se ele gostar do perfil ele a contrata. Essa menina especifica que estou falando os clientes contratam muito ela. Na verdade contratava, ela deixou de fazer esses trabalhos, pois passou a ser procurada para ser fotografada, fazer desfile, ter viagens fora do Brasil. É um trabalho que nunca para, para ela. Se a perdermos perderemos muito lucro.

_Emme o nome dela?  

_Sim, garota linda, alta, se destaca por sua pele não muito branca mais também não muito morena, e tem lindos olhos claros. O sorriso é admirável. Nossa melhor modelo atualmente.

_Interessante...  

E assim passaram a conversar e a se conhecer melhor. Cacau estava cansada, recusou o pedido do primo de se hospedar em sua casa preferindo ficar mesmo no hotel.  

_Seja bem-vinda acionista. Amanhã já te espero na agencia. - Eduardo lhe abraçou e  foi embora. Cacau foi para quarto, admirou a vista do hotel, logo iria dormir, pois ansiedade não lhe cabia no peito.

 

Xxxxxxxxxxx 

 

Ela tomou um bom banho, lavou os cabelos e antes que começasse uma chuva de espirros secou os cabelos. Tinha rinite, e ela lhe atacava até quando o cabelo ficava molhado.

_E quando eu fumo não me faz mal não é rinite nojenta? - E espirrou mais uma vez e logo terminou de secar.

Foi uma luta para escolher uma roupa adequada, não queria causar uma má impressão no seu primeiro dia. Decidiu usar um vestido apertado ao seu corpo para marcar suas curvas, o cabelo que já estava cortado lhe deixava um pouco masculina, mas logo iria crescer. Pegou a bolsa e colocou no celular o endereço da agencia para que não errasse o local.

Ao chegar estacionou o carro, viu um carro taxi parando e de dentro saindo uma mulher com o cabelo abaixo da cintura. Cacau colocou os óculos escuros e desceu do carro, pegou o celular e foi de encontro à porta, fez menção de abri-la e sem querer tocou na mão da mulher que também insistia em abrir a porta. Ouviu um desculpa da mulher e logo tiraram a mão e se olharam.

_Ainda está fechado aqui? - Cacau perguntou sem lhe olhar direito. Colocou o celular na bolsa.

_Não, essa porta é que sempre trava. - A mulher insistia para que a porta abrisse, foi quando Cacau tirou os óculos e lhe olhou dos pés a cabeça. 

_Modelo? - Sabia que era, dava para ver pelo seu porte, mas perguntou enquanto alguém chegava para abrir a porta.

_Sim, e você? Ta sendo contratada agora? Nunca te vi aqui. Sou Emme e você? - E estendeu a mão para que ela recebesse.

Então ela era a Emme? Que coincidência. 

De fato, uma mulher linda, parecia ter dezoito anos, mas Eduardo havia lhe dito que ela tinha vinte e três e era bem procurada para trabalhar. Emme não era somente a descrição que Eduardo havia lhe dado, ela era linda, de uma beleza rara podia se dizer.

_Cacau. - E recebeu a mão da outra.

Emme passou a falar da porta que vivia travando, ouviu também algo sobre Eduardo ser mão fechado, mas ficou séria, não prestava bem atenção ao que ela falava, pois sem reação ficara ao vê-la. Num ato impensado olhou para seus lábios, eles eram tão... Tão chamativos.  

_Bom dia Dina, tenho uma reunião com o Eduardo. Essa daqui é a Cacau. 

Cacau a cumprimentou com o olhar. 

_Também quero falar com o Eduardo. 

_Ok! Ele tá na sala super nervoso. É hoje que aquela chefe vai vim. – Dina falou baixinho no ouvido de Emme e conseguiu ouvir. _Dizem que ela acordou de mau humor, só porque não tinha o chá matinal no hotel. – Cacau queria sorrir daquele exagero. Viu Emme entrar e admirou-se com tamanha beleza. Ficou ali sentada esperando que a mulher lhe atendesse.

Dina atendeu ao telefone de Eduardo, ficara de boca aberta ao saber que a mulher que estava ali também era sua nova chefe. Dina lhe deu boas vindas e lhe direcionou até a sala de Eduardo.

_Obrigada Dina. - Cacau ouviu um seja bem vindos de Eduardo e de alguns modelos que estavam presentes. Tímida ficou. Não esperava por aquilo e não precisava de algo tão grandioso. Agradeceu a todos, olhou em volta e parou numa pessoa, em Emme, que estava abraçada com um rapaz, pareciam ter a mesma idade. Seriam eles namorados? _Eu sou a Cacau Rolim, espero que a gente se dê bem, afinal de contas somos uma equipe. Eduardo ontem me passou todas as informações necessárias e aqui estou para contribuir com minhas experiências, assim como na fábrica da minha família a gente precisa de uma grande equipe para o trabalho funcionar e assim vai ser com vocês. Eu espero de coração contribuir para o crescimento de todos enquanto eu estiver aqui. Contem comigo para o que precisar, minha sala vai está sempre aberta. Eu só não sei ainda onde é – E ouviu risos dos outros.

_Já vamos resolver isso agora. 

_Bom, obrigada pelas boas vindas.  

Cacau conheceu sua sala, aconchegante. Familiarizou-se com o ambiente e agradeceu a Eduardo.

_Quero que você conheça um pouco mais a Emme e o Leonardo.

_Aqueles modelos?  

_Sim, os irmãos J entraram em contato e gostaram dos dois para um desfile, eles querem conhecer a Emme e o Léo hoje à noite, que tal um drink, todos nós?  

_Eles namoram?  

_Namoram. - Eduardo sorriu. _Eu pego você às oito da noite no hotel, combinado?  

_Sim, claro.  

Ao chegar ao hotel Cacau abriu seu notebook e ligou para sua filha.

_Diga mamãe...  

_Laura, me passa aquela conta da rede social que você criou para mim. Não consigo lembrar onde coloquei.

_Ah mãe, eu só criei, também não me lembro. Espera ai, vou procurar aqui.

_Obrigada filha, está tudo bem?  

_Tá mamãe. Estava ocupada. Anota ai...  

_Obrigada filha, vá dormir cedo. Beijo.  

Cacau procurou o perfil de Emme ainda aquela noite, aquela menina era interessante, não era de se enganar com alguém. Ao encontrar procurou por tudo seu, estava em um relacionamento com Leonardo Morim somente há um dia, denominava-se bissexual, achou bem ousado ela colocar aquela informação para o público. Aquilo era curioso, então seu palpite estava certo, ela se relacionava com mulheres. Olhou algumas fotos, trabalhos excelentes como modelo, alguns vídeos, muitas curtidas, seguidores e cantadas dos dois gêneros, Emme pouco respondia os comentários. De fato, era uma mulher desejada que parecia não dar muita bola para isso. Achou algo curioso, ela amava os animais. Será se tinha algum bicho de estimação?  

Saiu daquela rede social tendo uma boa impressão daquela menina. Eduardo já lhe esperava para irem ao bar. Aquilo era trabalho e estava gostando. Cumprimentou os irmãos J, estavam animados com a nova coleção de roupas intimas que iriam lançar.

_Os dois formam um casal maravilhoso. - Um dos irmãos falou.

_Sim, é verdade.

Os quatros estavam sentados, esperavam pelos modelos. Quando Emme chegou Cacau não lhe tirou os olhos, ela sentou-se do seu lado. Aquele menino era um pouco afeminado, poderia ser bissexual também, mas logo percebeu o olhar que Eduardo lançou para ele, um olhar meigo. 

O garçom se aproximou e a menina dos olhos claros pediu uma bebida quente, um uísque.

_Não parece que bebe uísque. - Cacau comentou quebrando o silencio.

_Eu faço tanta coisa que não parece.

_Tão juntos há quanto tempo?  

_Um dia de namoro, mas já ficamos há um bom tempo. - Disse e sorriu.

_Tem um belo sorriso.

_Ah obrigada. Gostei do teu cabelo.

_Obrigada.  

Os irmãos J logo passaram a falar. O desfile seria em dois dias, queria responsabilidade e comprometimento dos dois, pois eles iriam abrir e fechar o desfile.  

Conversaram por um bom tempo, até que o cansaço bateu. 

_Eu dirigir por quase dois dias seguidos, ainda estou muito cansada, amanhã encontro vocês na agencia. - Se despediu. E no dia seguinte não encontrou Emme, a garota tinha sumido completamente.

_O desfile é amanhã, para que tanta emergência? - Cacau perguntou a Eduardo.

_Esqueci de dizer que ela precisava se bronzear hoje, para amanhã mostrar as marquinhas.  

_Liga para ela então...

_Desligado. Já mandei alguém ir a casa dela, não há ninguém. Emme de veneta. E o desfile é amanhã, ah meu Deus eu vou surtar. - Eduardo jogou-se no colo da prima. _Ela vai sumir o dia todo, como que eu vou dizer pra ela? 

_Manda o Leonardo, ele não é o namorado da menina? 

Leonardo não obteve sucesso ao contatar Emme e Cacau tivera que mergulhar em seu computador para trabalhar, ligou para algumas imobiliárias, procuraria uma casa em metropolis para morar. Ali era bom, apesar de fazer calor sentiu uma vibração boa, só precisava falar com Laura, a garota iria surtar.

 

XXXXXXXXX 

No dia do desfile Cacau estava animada, seria a primeira vez que participaria de um desfile trabalhando, ainda estava um pouco perdida, não sabia como conduzir aquele lugar.

Eduardo estava estressado, andava de um lado para o outro ocupando Dina dos demais afazeres.

Ela passava ali pela agencia quando viu Emme tentar abrir a porta, apesar do tempo está um pouco quente Emme estava com uma blusa de manga, que cobria todo seu corpo, mas sua pele estava bronzeada.

Abriu a porta para ela entrar, Emme estava certa, ali corria grande perigo de assalto.

_Ontem, o Eduardo e o Léo tentaram te contatar, onde estava? - Ajeitou os óculos e olhou-a curiosa.

_Sabe tá tão quente aqui e não resistir e fui para a praia. Acho que o Eduardo vai me matar.

_Será se mata? - sorriu gentil. _Tô indo na sala dele agora, vamos lá comigo, se ele tentar te matar eu posso intervir, não é? 

Cacau deu passagem para ela ir à frente, olhou para a mão dela e viu que estava machucada, preocupou-se. _O que aconteceu com sua mão? Elas tão um pouco marcada. 

Viu a outra desconversar meio sem jeito.

_Não precisa me explicar, mas é bom passar uma maquiagem.

Cacau se sentou, sabia que o primo não iria brigar com ela, Emme tinha feito exatamente o que ele queria, ficar bronzeada, a menina tinha muita sorte.  

_você ainda não falou com seu namorado?  

Aquele namoro era muito estranho. Os dois não tinham tanto contato e Eduardo olhava para Léo diferente.

_Cacau saiu do hotel sem comer, por que não tomam café juntas? 

_Não tô com muita fome... – Emme disse rapidamente.

_ Bom, eu adoraria uma companhia, vamos? Não demoramos. 

Cacau se levantou. 

_Tem como dizer não? 

_Só se tiver com medo de mim. – Olhou-a nos olhos. 

Ela saiu para pegar sua bolsa e logo depois voltou. Gostava da companhia de Emme. Foram à padaria, estava com fome, mas se pudesse voltar no tempo jamais teria ido, pois começou a dizer a Emme que de todas as modelos ela era a mais simpática.

Emme sorriu, não lhe dava brecha para o que ela falava. Onde estava com a cabeça? Deixou-se dominar por suas emoções. Emme mexia com ela. Era inevitável.  

_E você sabe que é minha chefe e que namoro o Léo, entre nós, eu e você só vamos ter essa relação. A conta, por favor. 

_Ei, calma... – Emme era zangada, mas pra quê tanta zanga por causa de alguns elogios? Cacau se arrependeu do que havia feito e logo se desculpou. 

_Só desculpo se parar com esses elogios. Não é simplesmente olhar no facebook meus interesses por homens e mulheres que pode chegar e dizer que sou especial. Posso ser especial, mas não pra você. 

Cacau estava com vergonha daquela cena toda, Emme era muito direta, mas nunca que imaginou que alguém tão nova iria mexer com ela.

Depois que entrou no carro ela quebrou o silencio se desculpando novamente, precisava ir com calma, deixou Emme na agência e teve que voltar ao hotel para se arrumar para o desfile. Quando foi a noite estava no local junto a Eduardo que segurou sua mão, gostava do primo, ele lhe apresentou a algumas pessoas. 

_Aqui é o Raul e Bernadete, eles são da Top model’s, confiaram Emme a mim.  

Cacau olhou para os dois, casal bonito, elegante, já tinham seus cinquentas anos. 

_Muito prazer. – Cumprimentou os dois.

_A Emme trabalhou para nós por dois anos seguidos. A menina tem talento. – Raul disse.  

Bernadete olhou para Cacau, era bonita. Estava ali para ver Emme, queria tê-la ainda aquele noite novamente.  

Os dois saíram indo sentarem-se à frente onde as cadeiras estavam marcadas com seus nomes. 

_Podre de ricos. – Eduardo comentou. _Ela é uma dondoca e são donos de fazenda.

_E por que Emme saiu da agência?  

_Bom... isso até hoje não entendi, mas um dia Bernadete foi até a agência e me entregou o booker dela e disse que se eu a recusasse estaria sendo burro. 

_Que estranho... 

_Também achei, mas feliz fiquei.

_No caso ela se sentiu burra por te entregar primo. Algo aconteceu.  

Cacau ficou observando aquele Casal, estavam de mãos dadas quando o desfile começou, Emme entrou e rapidamente viu a mulher tirar a mão de seu marido para aplaudir Emme de pé.

Emme era encantadora, que corpo que ela tinha, que curvas. 

_Te falei que ela era talentosa.

_Sabe desfilar e tudo. Aquele olhar sério. – Cacau sorriu. _Ela é uma caixinha de surpresa.

Depois de Emme desfilar outros modelos também entraram na passarela, assistiu a cada um. Bernadete não estava mais perto de seu esposo. Emme finalizou o desfile ao lado de Leonardo. Cacau aplaudiu, eles formavam um casal bonito. Saiu de perto de Eduardo e foi ao banheiro, em seguida ouviu duas pessoas conversando baixinho, no local onde realizava as trocas de roupas, já estava vazio, a festa se concentrava no salão.

_Não B, aqui é perigoso, o Léo tá aqui. – Cacau ouviu aquela conversa e conheceu bem a voz, surpresa e decepcionada estava. 

_Aquele franguinho lá da passarela? – Ouviu beijos das duas. Emme era sua amante?

_Vamos fazer assim, depois que terminar tudo a gente se encontra, pode ser? – Emme sairia com ela ainda aquela noite. Aquela mulher tinha idade para ser sua mãe, era casada e na certa tinha filhos.  

Tirando as duas daquele momento de prazer e agonia para Cacau empurrou umas roupas fazendo-as se assustarem. Saiu dali apressada voltando para o salão, Emme em seguida chegou arrumando sua roupa.

_Beijo na boca? Tipo, um beijo mesmo? – Emme perguntou para o fotógrafo, não parecia animada em beijar o namorado, mas beijou. Aquele namoro era de fachada, claro. Cacau olhou para Bernadete, estava contente, seu olhar era de admiração por Emme, logo as duas iriam sair juntas. Dormir juntas. Transar. Não queria imaginar aquela cena.

Já estava cansada, mas queria ver como que as duas iriam fazer. Surpresa ficou quando viu Emme sair dali rápido, como se fugisse. Ligou o carro e foi embora sem se despedir. Bernadete ficou com seu marido e saiu com ele.

Cacau foi para o hotel em seguida, descansou, pela manhã falou com Laura por vídeo, sua filha tinha faltado aula por causa de um resfriado, dona Odete, mãe de Cacau que cuidava da neta.

_O papai veio aqui, comprou uns remédios, já estou melhorando mamãe.

Ficaram conversando por muito tempo, a tarde foi até a agência, Eduardo lhe avisou que iria viajar e lhe entregou dois convites para a festa dos irmãos J. 

_Festa reservada, não poderei ir querida, a Emme irá com você. Você liga e comunica a ela. 

_E o Léo, não vai a essa festa? 

_Léo vai visitar a mãe esse final de semana.

Cacau imaginou que os dois passariam o final de semana juntos. Emme chegou à agência, Cacau não queria lhe olhar, não a elogiou pelo trabalho e saiu deixando seu primo e ela sozinhos.

Saber que Emme se envolvia com pessoa casada era desanimador, triste e decepcionante. Se esqueceu de comunicar a ela que iriam juntas a festa dos irmãos J, aproveitou que estava na agência e lhe telefonou, pedindo que a mesma fosse à agência logo cedo. Tinha um contrato que Emme também precisava assinar.

No dia seguinte abriu a agência e foi para sua sala, estava sozinha, Dina estava de folga, aproveitou aquele momento a sós e procurou terreno para comprar, não ia ser uma tarefa fácil, os bons terrenos estava um absurdo e havia prometido para os pais que abriria uma fábrica ali, era sua única forma de se manter naquela cidade.  

Ouviu batidas, era Emme. Entrou suada, usando um top exibindo sua barriga.  

_sempre faz caminhada?  

Emme disse que sim, Cacau não lhe olhou mais. Precisava tirar aquela menina da cabeça, mas era algo impossível. Lhe entregou o contrato e procurou saber mais o motivo de ela ter saído da agência de Bernadete. Emme não entrou nos detalhes, disse apenas que o contrato tinha acabado e que não renovou mais, assim indo para a Brava, agência de Eduardo.  Combinou com ela que lhe pegaria a noite para a festa dos irmãos J, ela concordou e as duas saíram juntas indo para lados diferentes.  

A morena aproveitou aquele dia de descanso e ligou a televisão no noticiário, acendeu seu cigarro e passou a pensar em Emme. Com certeza ela iria linda, iria caprichar. Cacau fez parecer que ela não lhe interessava mais, não lhe deu mais atenção e sequer passou a lhe elogiar.

Laura lhe tirou daqueles pensamentos, a filha estava passando mau, estava com uma infecção, qualquer coisa que comia colocava para fora.  

_A mamãe já te encontra amanhã filha, já vou comprar aqui uma passagem. 

Sua filha era em primeiro lugar. Laura não era de ficar doente por qualquer coisa.  Só encontrou passagem na parte da noite do dia seguinte, sua mãe nessas horas era boa, cuidava de Laura como uma filha, lhe mimava de todas as maneiras possíveis, assim ficou menos preocupada e como combinado passou noves horas na casa de Emme, caprichou no decote, usava um vestido e um salto alto. Quando viu Emme ficou sem reação, teve medo de não acertar sua casa, mas encontrou facilmente, a casa era grande, muro alto com cerca elétrica, arames farpados e câmera de segurança. Sua família tinha condições. Quando Emme entrou seu perfume exalou todo o carro, caprichou no vestido solto, cabelo bem feito, unha bem pintada, não a elogiou fazendo Emme se chatear, ela gostava de ser notada, Cacau fez o oposto.  Ligou o carro e seguiu o trajeto obedecendo o GPS.  

_Muito longe a casa? – Emme perguntou.  

_Não. – Pouca coisa conversou. 

_Você está bem?  

_Sim. – E olhou para o pescoço de Emme, usava uma joia linda que sabia bem o seu destino, era um colar Justino. Caro e exclusivo, tinha somente cinco  em todo o mundo, sabia disso, pois sua filha gostava de coisas exclusivas, desde o brinco que usava até o esmalte que pintava os pés. Laura insistiu, fez apelos, disse que se comportaria o ano todo caso sua mãe comprasse aquele colar o seu era o número zero quatro. Não comentou nada sobre aquela joia, ficou a pensar se tinha sido seus pais que lhe presenteou, ela mesma que havia comprado por conta própria ou Bernadete, a mulher era rica. Percebeu o olhar de Emme em seu corpo assim que saíram do carro, ao entrar na casa onde acontecia o evento foi recebidas pelos irmãos J, tiraram uma foto e viu Bernadete se aproximar lhe dando dois beijos e em Emme lhe abraçou carinhosamente.  Não gostava da mulher. O jeito como ela olhava para Emme, aquilo lhe corroia por dentro. Emme precisava de alguém solteira em sua vida, Emme precisa da Cacau. Solteira, independente, nunca que iria lhe esconder. Cacau saiu de perto das duas, aquilo era demais para si, deu uma volta por toda a casa, aceitou a água gaseificada que o garçom servia e logo se sentou.

_Água com gás? Difícil alguém aqui não beber álcool. – Disse uma mulher ruiva, sentou-se do seu lado toda sorridente. _Muito prazer, Larissa Castanho. 

Cacau estendeu a mão para ela.

_Muito prazer, Cacau Rolim. Hoje eu não quero abusar do álcool.

_Festa boa essa não é? Poucos convidados, nada aglomerado. 

_Sim, é verdade. Modelo?  

_Sim. Infelizmente não pude participar desse desfile, estava doente, mas aqui estou para prestigiar o talento dos irmãos J. Nossa, que cabelo bonito você tem. – Larissa tocou em seu cabelo.

_Obrigada. . – Disse e bebeu um pouco da água. Larissa também era muito bonita, bebia um drink, colocou o conteúdo em sua boca deixando a marca vermelha de seu batom na taça.

_Nunca te vi por aqui. De onde é? Tem um sotaque diferente.

_Sou de San Caetano, conhece? Estou ainda me adaptando a essa cidade.

_San Caetano é lindo, tive a sorte de passar uma semana naquele clima maravilhoso, além do lugar as mulheres de lá são lindas também.

Aquilo foi uma cantada? Larissa era muito elegante, só a achou muito magra. Não gostava de mulheres tão magras como ela. 

_Sim, lá tem muita gente bonita.

_Espero que essa gente seja mais mulher. – E sorriu. _Veio a passeio? 

_Não! Sou dona da agência Brava, entrei lá tem pouco tempo, logo compro uma casa aqui. 

_Olha que maravilha. Tem uma pele bonita sabia?  

Definitivamente aquilo era uma cantada. Larissa olhou para seus lábios, deixou Cacau um tanto tímida.

Estavam conversando quando viu Emme se aproximar, passou os dedos no cabelo de Larissa a elogiando. Não gostava daquele jogo de usar uma para ver o que Emme iria pensar, mas queria saber se mexia com ela.

_Nossa, como você é linda... Oi Emme, gostando da festa?  

_Sim... – Emme lhe olhou e sorriu para Larissa. 

_Você estava ali conversando tão entretida com Bernadete que eu não quis atrapalhar, ah, essa daqui é a Larissa. 

_A gente já se conhece.

Emme cumprimentou ela e se juntou, em seguida veio Bernadete. Aquela mulher parecia um cão farejador. Aonde Emme ia ela ia atrás. 

__Pelo visto aqui só tem mulher bonita. – Foi Bernadete quem disse por trás da menina dos olhos claros e Emme bebeu um pouco mais de sua bebida. _Ah querida tenho que ir embora, amanhã tenho um compromisso cedo. A gente se ver em breve, não exagera no uísque. Mas se quiser posso te deixar em casa. 

_Ela veio comigo... – Cacau num impulso disse. Não ia de forma alguma com a cara de Bernadete.  

A mulher mais velha saiu, Emme continuou ali e Cacau não lhe deu atenção, deu atenção para Larissa, tocou em sua perna e viu que Emme lhe observava.  

_Eu vou pegar um táxi, estou um pouco tonta.  

_Se eu trouxe você eu te levo.  

_Não precisa se incomodar Cacau. Não quero te atrapalhar.  

Cacau se levantou. Estava cansada, iria deixar Emme, a menina estava um pouco alcoolizada.  

Entregou um cartão para Larissa antes de sair.  

_Foi um prazer querida, me liga.  

E em seguida saiu, ouvir Emme repetir o que ela disse para Larissa foi a parte mais engraçada.  

Colocou-a no carro e entrou em seguida, antes de ligar aproximou seu corpo ao dela para colocar seu cinto de segurança. Olhou para a mulher que estava vulnerável, estava ela com crises de ciúmes?  

_Emme você está bem? – Emme com a cabeça disse não, tinha passado da conta. _Tudo bem, já já chegamos.  

_Você tem um sorriso lindo, sabia?   

Ouvir aquele elogio de Emme era surpreendente.   

_Sem querer me aparecer, mas eu sei sim.  

_Que atrevida, não sabe nem fingir surpresa. Já foi casada?  

Cacau lhe olhou, preferia não responder, mas Emme insistiu então falou que sim. Ficaram ali conversando mais, vez ou outra Emme tocava no nome de Larissa.

Cacau aproveitou que estavam tendo uma conversa franca e falou de Léo, de como observou tudo e a todos, Leonardo não era seu namorado, era namorado de seu primo, percebeu que Emme havia ficado surpresa com aquilo.  

Quando Cacau parou o carro foi inevitável olhar para seus lábios, como queria beija-la, Emme trabalhava para a agência, mas jamais iria interferir em seu trabalho, sabia conciliar o pessoal com o profissional, sentiu que Emme lhe olhou também, ela queria lhe beijar depois daquela conversa franca que tiveram, mas tinha Bernadete, era Bernadete o empecilho e Emme estava bêbada, talvez não se lembraria daquele beijo que queria dar de amor.  

_Está entregue. Se divertiu? – Passou delicadamente a mão no braço de Emme e se aproximou mais. 

_Me divertindo mais agora... – Emme queria lhe beijar, a garota que na padaria tinha lhe atacado com sete pedras agora estava ali rendida, talvez por causa bebida. Viu Emme se aproximar mais de seu colo, mas tinha Bernadete. 

_Eu não posso... – E se afastou, deixando Emme um tanto frustrada e confusa. _Tenha uma boa noite Emme...

Emme saiu inconformada, claro. Esperou que ela entrasse e saiu para o hotel. Emme deixava seu corpo em brasas, foi difícil fazer o que fez, era preciso. Não queria somente um fica com ela, queria trazê-la para sua vida. Lhe desejava. Seu corpo ardia pedindo o corpo da garota dos olhos claros. Ainda naquela noite ajeitou uma pequena bolsa de roupa e no dia seguinte viajou, indo encontra-se com sua filha no hospital.  

Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 12 - Capitulo 12 - Cacau, parte 1:
alineyung
alineyung

Em: 24/03/2020

Adorando a história 

Parabens autora !


Resposta do autor:

Ah que bom, obrigada.

Espero te ver por aqui mais vezes. 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web