Após deixar Norma em sua casa, Raquel seguiu para a casa de seus pais. Com isso, sentiu uma sensação de desconforto lhe invadindo. Como iria se encontrar com seu irmão sabendo que ele estava com a mulher que ela amava?

Não queria admitir, mas sentia ciúmes ao imaginar Sófia nos braços de Ricardo.

Ao estacionar o carro em frente a grande casa, ela ficou no carro tentando tomar coragem para entrar.

Mesmo tentando voltar a ser como há 5 anos, ela sabia que não pertencia mais a aquele lugar.

Nunca sabia que sua mãe estava sendo sincera ou tentando fazer uma boa imagem diante de seu pai.

Diferente de sua mãe, seu pai demonstrava muita alegria ao te ver. Mostrava sinceridade ao falar que estava feliz por lhe ter de volta em sua vida.

Ao tomar coragem, Raquel desceu do carro. Os seus passos eram tímidos. Queria prolongar o quanto possível a caminhada até a entrada.

Tocou a campainha. Como sempre evitou usar a sua chave. Até havia pensado em usa-la, mas ao senti-la no bolso de trás de sua calça, Raquel sentiu um grande desconforto. Sabia que mesmo insistindo, ela não pertencia mais a aquele lugar.

— Filha, estávamos a sua espera – Rita abriu a porta de casa. A senhora estava muito feliz, com um sorriso contagiante – Por que você não está usando a sua chave?

— É porque sempre me esqueço— Raquel não queria confessar que não se sentia mais sendo dona daquele lugar.

— Se caso tiver sumido, filha, podemos providenciar outra – Rogério que estava na sala conversando com Ricardo, ouviu a conversa e aproximou-se de Raquel, dando-lhe um abraço caloroso.

— Não é preciso, Pai – retribuiu o gesto, afogando um pouco o seu rosto no ombro de seu pai. Diferente de sua mãe, ele demonstrava mais sinceridade com relação aos sentimentos que demonstravam ter por ela.

Um corpo maior se aproximou, era Ricardo, que aparentava sentir um pouco de receio.

— Oi, Raquel – Disse ao ver sua irmã se afastando do pai.

— Oi! – Respondeu timidamente, pois não sabia qual seria a reação do outro.

Ficaram se encarando sob os olhares atento dos seus pais.

— Se abracem – Rogério pediu todo sorridente, pois ele queria muito que seus filhos fizessem as pazes.

Os dois irmãos se encararam. Ricardo mesmo não estando tão chateado com Raquel, ele ainda carregava um pouco de mágoa.

Aproximou-se de Raquel, parecia estar com um pouco de receio.

— Vamos! – Rogério incentivou e Rita o recriminou com o olhar.

Raquel que estava parada diante de Ricardo evitou lhe olhar nos olhos. Estava com vergonha por mais uma vez ter se metido na relação do irmão.

— Deixe nossos filhos a vontade, Rogério.

— Tudo bem, mãe! – Ricardo tomou a iniciativa. Aproximou-se da irmã e deu um abraço que mesmo não tendo muito carinho pela irmã. Ele tentava demonstrar diante dos pais que ele havia esquecido o ocorrido por completo.

— Isso mesmo! – Rogério ficou muito feliz ao ver os filhos abraçados. Isso queria dizer que não havia mais ressentimentos.

 

 

 

— Então, filho, a Sófia já aceitou ao seu pedido? – Rogério perguntou inocentemente enquanto todos tomavam o café.

Ao ouvir aquela pergunta, Raquel percebeu que não conseguiria comer mais nada naquela casa. Um nó se formou em sua garganta. Aquele assunto lhe incomodava demais. Como iria se acostumar com a ideia de Sófia ser a noiva de seu irmão?

Mesmo sendo errado para uma irmã, em seu íntimo ela desejou que Sófia não tivesse aceitado.

— Claro, pai, a Sófia me ama – Ricardo disse todo entusiasmado. Sabia que era errado o que estava fazendo, mas não queria dar o braço a torcer com relação ao término. Achava que seria capaz de convencer Sófia a voltar com ele.

— Fico muito feliz, meu filho – Rita disse toda animada.

— Eu preciso ir – Raquel levantou-se da cadeira. Não queria mais ouvir mais nada. Sófia havia mentido o tempo todo.... lhe enganara. No fundo, nunca havia sentido nada por ela – Ela vai se casar com meu irmão — Pensou.

— Mas está cedo, filha – Rogério comentou.

Todos acharam estranho demais a reação da morena.

Ricardo lhe encarou por alguns instantes. Reparou que a irmã estava muito abatida, mas não quis se meter nisso.

— Não vai me parabenizar? – Ricardo se levantou de onde estava sentado.

Raquel lhe olhou. Mesmo aquilo fazendo o seu coração quebrar em vários pedaços, ela estendeu a sua mão em direção ao irmão— Parabéns! Espero que seja muito feliz ao lado da mulher que ama – a cada palavra dita, ela sentiu o seu coração doer. Estava prestes a chorar, mas sabia que ninguém ali lhe entenderia se caso acontecesse.

— Sim, eu a amo e ela também a mim – tentou não demonstrar as pessoas ali presentes, mas ele queria mostrar a Raquel que ela nunca mais voltaria a acabar com sua felicidade.

***

As exatas 8 horas, Sófia chegou a construtora. Deu graças a Deus por Ricardo não estar ali. Não odiava o seu ex e nem tinha um sentimento ruim por ele, mas sabia que Ricardo estava jogando sujo. Usava suas influências para lhe manter perto dele. Será que achava que assim ele a teria de volta?

Sófia não teve uma resposta concreta com relação a isso, mas suspeitava que essa era a intensão do ex.

Como de costume, Sófia aproveitou o pouco movimento dos corredores para ficar um tempo na sala de Raquel.

Por conta das suas várias idas até lá, o lugar não tinha mais o mesmo cheiro de antes, entretanto, lhe trazia uma sensação de paz.

Se sentou na cadeira e passou a se lembrar da noite anterior. De como havia encontrado a sua amada naquela cama.

Seu coração doeu ao pensar que Raquel naquela manhã pudesse não estar se sentindo bem.

— Quando voltaremos a nos encontrar? – pensou, pois parecia que isso nunca mais iria acontecer novamente.

Pensar nessa possibilidade, entristecia demais Sófia. Queria ter uma oportunidade de se explicar, mas isso parecia que nunca iria acontecer.

Fechou os seus olhos. Lembrou-se do momento em que havia beijado os lábios de Raquel. Foi apenas um selinho, mas de alguma forma amenizava a saudade que estava sentindo.

Com tantas lembranças dos momentos com sua amada, Sófia acomodou-se melhor na cadeira e adormeceu.

***

Raquel chegou na construtora e ao passar pela recepção, tentou não olhar para Eleonora que lhe direcionava olhares curiosos.

Mesmo tentando se controlar, a vontade de chorar era maior do que tudo. Poderia não ter ido ao trabalho naquele dia, mas já havia faltado demais. Não queria dar motivos para os seus pais pensarem que ela não sabia assumir as suas responsabilidades.

Como estava se sentindo emocionalmente abalada, Raquel fazia de tudo para chegar o mais rápido possível em sua sala.

Naquela manhã tudo havia se confirmado. Sófia lhe enganara.

— Ela nunca me amou – Raquel falou ao abrir a s porta de sua sala e se deparar com algo que não esperava. Sófia estava dormindo na cadeira.

Mesmo tentando odiar aquela mulher. Naquele momento, Raquel não conseguia. Parecia que o amor que sentia por ela era maior do que tudo.

Raquel respirou fundo e fechou a porta logo atrás de si. O que iria fazer?

Não esperava ter que conversar com Sófia assim tão cedo.

— Ela é tão linda— Pensou e se recriminou mentalmente. Agora ela era a noiva de seu irmão, não poderia mais vê-la de outra forma.

Aproximou-se devagar. Queria entender o que estava acontecendo. Por que Sófia estava em sua sala? Não soube como responder a está pergunta.

Ao se ver perto de Sófia, o seu coração passou a bater de uma forma diferente. Eram batimentos rápidos... isso demonstrava que Sófia ainda mexia muito com ela.

Raquel não teve coragem de acordar Sófia. Poderia ter simplesmente saído por aquela porta e se esquecido de que havia lhe visto ali, contudo, se sentou na ponta da mesa e passou a encarar Sófia que dormia tranquilamente.

Mesmo se recriminando a todo momento por estar se colocando naquela situação, Raquel começou a reparar em cada detalhe do corpo da loira.

Sófia estava usando uma camisa um pouco decotada. Isso fez Raquel estremecer ao se lembrar dos momentos que as duas haviam passado juntas.

Sendo dominada pela emoção do momento, Raquel levou uma de suas mãos para a face de Sófia, mas antes de alcança-la, a loira acordou.

— Raquel –Sófia falou   com a voz um pouco rouca.

— Oi! – Tentou recolher a sua mão, mas a loira a segurou, levando para os seus lábios em seguida — Não faça isso – Mesmo estando chateada com a loira. Ela não alterou o seu tom de voz. Parecia que não conseguia maltratar a mulher a sua frente.

— Por que não? – Os olhos de Sófia buscaram os de Raquel de forma intensa.

— Sófia— Raquel recolheu a sua mão e balançou a sua cabeça várias vezes. Aquela mulher só podia estar querendo lhe confundir – Você é noiva de meu irmão— Levantou-se e começou a andar em direção a porta. Precisava ficar longe daquela mulher, pois sabia que não teria forças para controlar a vontade que tinha de senti-la.

— Eu terminei tudo com ele —Sófia disse calma ao olhar para Raquel que estava de costas, evitando lhe olhar.

— Mentira! – elevou o seu tom de voz – Você está mentindo para mim.

Sófia respirou fundo. Não havia planejado ter aquela conversar naquele dia.

— Eu não mentiria para você.

— Despois de todas as mentiras, você ainda tem a coragem de falar que nunca mentiria para mim? – virou-se para encarar a loira.

— Eu menti, pois tive medo... eu nunca amei o seu irmão... estive com ele porque eu era grata pelo que havia feito por meu pai – disse olhando diretamente nos olhos da morena. Queria que ela não tivesse dúvidas com relação aos seus sentimentos – Eu te amo!

Em um movimento impensado, Raquel segurou   Sófia pelos braços e a empurrou, a pressionando contra a mesa.

— Nunca mais fale isso! — O seu olhar era intimidador.

— Por que não? – Sófia não pareceu se incomodar com a forma com a mulher lhe olhava.

— Porque é mentira – Raquel tentou se afastar, mas Sófia a impediu segurando firmemente em sua cintura.

— Nunca foi mentira... e nunca será... eu te amo! – Disse olhando diretamente nos olhos de Raquel.

Com isso, Raquel não conseguiu se distanciar. Amava aquela mulher... amava mais do que tudo.

— Sófia!

A partir daí as duas não disseram mais nada a outra, pois a loira puxou Raquel para um beijo que desde o seu início foi intenso. Demonstrava toda a saudade que uma estava sentindo pela a outra.

Raquel fez Sófia se sentar sobre a mesa e abriu as suas pernas para ficar entre elas. Estava com muita vontade de sentir a loira. Parecia não estar mais se importando com nada.

Enquanto mantinha os seus lábios unidos aos de Sófia, ela tentava com dificuldade abrir os botões da camisa da loira.

Naquele momento, ela se esqueceu de tudo que havia feito elas se distanciarem.

Quando conseguiu abrir todos os botões, Raquel direcionou os seus beijos para os seios da loira.

Sófia gemia baixo e pressionava a cabeça de Raquel contra os bicos de seus seios que passaram a ficar expostos.

— Raquel— A loira repetia esse nome várias vezes. O que incentiva Raquel a continuar.

As mãos apressadas de Raquel passaram a desabotoar a calça de Sófia. Queria senti-la... queria ama-la... sentia urgência para fazer isso.

Quando finalmente conseguiu o que desejava, Raquel deslizou os seus dedos para dentro da calcinha e ao senti-la tão molhada, gem*u bem baixinho.

Enquanto acariciava o íntimo de Sófia, Raquel a olhou nos olhos. Demonstrando que também a amava e que estava morrendo de saudade.

Sófia desceu de onde estava sentada e ficou de pé, envolvendo o pescoço de Raquel com seus braços.

Enquanto sentia os lábios de Sófia deslizando pela pele de seu rosto, Raquel abaixou a calça da loira e começou a penetra-la lentamente.

Não queria que aquele momento acabasse... queria poder ter aquela mulher para sempre em seus braços.

Ao sentir os dedos lhe invadindo, Sófia passou a gem*r baixo perto do ouvido da engenheira.

Mesmo não querendo muita conversa, Raquel teve que ouvir Sófia lhe dizendo várias coisas perto de seu ouvido.

Naquele momento, ela sentiu que o amor entre elas era muito real.

— Eu te amo, Sófia! – Pensou enquanto sentia o corpo de sua amada estremecer entre os seus braços.

Sófia após goz*r, sentiu o seu corpo voltando a ser empurrado contra a mesa. Raquel segurou a sua face com as duas mãos e a beijou intensamente demonstrando toda a saudade que sentia.

— Fica comigo – Sófia pediu quando se abraçaram para dar uma acalmada em seus corações que batiam forte em seus peitos.

Raquel não soube o que responder, pois não sabia o que fazer. Amava aquela mulher, mas havia algo que impedia que elas ficassem juntas e isso estava no porta-retratos sobre sua mesa.

— Eu não posso, Sófia – Se afastou bruscamente – Eu não posso...

— Por que não?

— Você é a noiva de meu irmão— Sentiu as lágrimas começando a escorrer pelo seu rosto. O seu coração pareceu doer naquele momento.

— Quantas vezes eu vou ter que te dizer que terminei com ele?

— Não minta, por favor— Pediu baixinho.

Sófia saiu de onde estava e ajeitou as suas roupas.

— Eu não estou mentindo – Parou diante de Raquel— Eu não tenho mais nada com ele.

— Não foi isso que ele me disse hoje – Respirou fundo.

— Como assim? – Sófia ficou muito confusa, pois fazia alguns dias que havia terminado com Ricardo. Teria que averiguar isso com seu ex-namorado depois.

— Ele me disse, Sófia – Levou as suas mãos até a face – Por favor, saia!

Sófia respirou fundo. Percebeu que não valeria a pena discutir naquele momento. Raquel não iria lhe escutar.

— Vou te provar que não estou mentindo – Sófia disse antes de sair da sala de Raquel.

 

 

Fim do capítulo