Emme fugiu dali antes que Bernadete pudesse lhe cercar novamente. Foi para sua casa e ao chegar se deitou. Ela gostou do beijo. Léo beijava bem. Sorriu sozinha. Preferiu não pensar mais. Ele era namorado de seu chefe, e de confusões bastava Bernadete.

Ao acordar foi caminhar, depois que chegou sua mãe já estava de pé para o trabalho, ela preparava um café e sorriu para a filha.

_Aquele beijo tá na internet, tá namorando esse rapazinho sério?

_Não mãe...  – Desabafou _Já lhe contei a história, por que não foi me ver?

_Tentei, mas tava ocupada com trabalho, você estava linda, como sempre filha.  Ah meus tempos de menina nova.

_Fala assim como se fosse velha em Dona Fernanda. – Emme disse sorrindo e olhando para o celular.  _Cadê os namorados em? Uma mulher linda como à senhora, certeza que tem alguém do seu trabalho que gosta da senhora.

_Falar em trabalho preciso ir. – Beijou sua filha _Namorados não, ok? Tem que ser no singular Dona Emme.

_Sempre o trabalho mãe. Próxima vez lhe quero ver na primeira fila do desfile.

_Sim senhora, eu prometo.

_Tá mãe! Vou pro quarto, depois a gente conversa.

_Não vai hoje na agencia?

_Só de tarde pegar o dinheiro do desfile, hoje não tem trabalho graças a Deus.

_Aproveita então e limpa teu quarto. A Ana não veio essa semana fazer a faxina e teu quarto tá uma bagunça.

Apesar de não terem empregados, sempre ia uma moça toda semana dar um geral na casa. 

_Tá bom. – E saiu levando um café e bolo para comer no quarto.

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À tarde Emme foi na agência. Léo estava com Cacau e Eduardo.

_Emme, entre querida. – Eduardo disse e sorriu.

_Boa tarde... Precisamos conversar não é Eduardo?

_Não temos nada que conversar, ontem foi maravilhoso e aquele beijo entre vocês, nossa, sem comentários. Um belo casal não é Cacau?

_Sim... Eu vou ali pra minha sala, depois conversamos. – Cacau se retirou. Não olhou para Emme e sequer esboçou algum tipo de admiração pelo desfile.

_O Léo me beijou e você diz que foi maravilhoso? O que vocês realmente são?

_O Eduardo disse para eu te beijar quando pedissem e foi isso que eu fiz.

_Hum... – Só o que Emme conseguiu falar.

Aquilo era um acordo que os três fizeram, não tinha como voltar atrás.

_Aqui está o dinheiro do desfile. Você realmente foi maravilhosa Emme, parabéns.

_Obrigada Eduardo.

_Eu e o Léo vamos fazer uma viagem amanhã cedo, estamos muito distante não é Léo?

_Sim Eduardo.

_Aproveita seu final de semana para descansar... Até segunda querida.

_Bom final de semana pra vocês.

Emme saiu da sala e sentou-se na sala de espera para mexer no celular, respondia mensagens de Bernadete que queria lhe encontrar a todo custo, logo em seguida foi para sua casa, e ao chegar sua mãe estava deitada no sofá vendo algum programa de televisão.

Seu telefone começou a tocar. Era Léo. Na certa queria algum favor.

_Mal chego e já me ligam. – Não atendeu. Foi para a cozinhar preparar um sanduiche. O telefone tocou novamente, só que não era Léo, era da agência. Provavelmente era Léo usando o telefone da agência. Teria que atender, poderia ser Dina ou Eduardo.

_Alô?

Emme ouviu uma voz doce, gostosa de ser ouvida.

_Cacau? Oi.

_Boa noite Emme, bom, liguei pra perguntar se amanhã pode vim aqui na agencia? O Eduardo esqueceu de falar umas coisas pra você e como ele vai viajar cedo ficou comigo a responsabilidade e tem que ser amanhã.

_Tá bom, estarei ai.

_Ok...

Ficaram em silencio.

_Boa Noite Emme, até amanhã.

_Boa noite Cacau, até.

Depois que desligou, a campainha começou a tocar, enquanto Emme continuava a fazer os sanduiches sua mãe foi atender. Quando Emme viu, Léo estava ali a sua frente.

_Oi.

Emme se assustou. O que aquele menino estava fazendo ali?

_O que você quer?

_Bom... Eu vim te visitar.

Emme saiu da cozinha e foi muito mal educada não o convidando para se sentar _Vamos conversar ali fora. O rapaz a seguiu, num impulso Emme sentou-se no chão da varanda e o chamou para sentar ali também. Dava para ouvir alguns carros passando pela rua.

_Você tá linda _Me desculpa pelo beijo de ontem.

_Foi o Eduardo que mandou você vim aqui me pedi desculpas?

_Não, claro que não Emme, eu vim porque sentir que devia vim. Te beijei ali sem saber se você queria, mas foi preciso.

_E eu não queria, fui praticamente forçada.

 _Você não foi forçada, foi pega de surpresa.

_Eu não gostei...

Léo sorriu e se aproximou dela.

_Eu gostei Emme e muito. Eu não paro de pensar.

_Léo, você é gay.

_Sou como você Emme, posso ser gay mais eu nunca fiquei com uma menina que beija como você. Me desculpa a sinceridade, confesso que já tinha uns dois anos que não beijava uma mulher, mais te beijar foi tão bom.

_Veio aqui para me falar isso? Não quero me complicar com o Eduardo, se for preciso te beijar eu vou te beijar, o acordo foi esse. E você nem devia tá aqui Léo. Vai embora vai. – Ela se levantou.

_Eu sei que você gostou. Nunca tinha te olhado de tão perto, mas você é muito linda, nossa, eu to encantado.

Emme sorriu simpática e desconversou _Você não é lá essas coisas mais é um pouco atraente, vai viajar amanhã, tem que ir embora.

_Vamos esquecer só por hoje que existe o amanhã, quero ficar contigo agora.

Emme assustou-se com tamanha ousadia. Não iria se envolver novamente com alguém comprometido. Mandou Léo ir embora no mesmo instante.

_Seu louco, maluco da cabeça. Vai embora...

Abriu o portão para o rapaz.

_Me desculpa Emme, eu sinto muito. Eu só estou confuso depois de ontem.

_Depois a gente conversa Léo, boa noite.

 Ela já tinha consciência pesada por ser amante de Bernadete agora tinha Léo que queria seus beijos. Tinha muito azar por se sentir atraída por pessoas comprometidas.

Léo foi embora. Emme não conseguiu nem jantar. Foi para o quarto, dormiu.

Quando acordou ela foi correr. A corrida era sua rotina diária. Ainda precisava passar na agência, Cacau queria sua presença mesmo Eduardo ter lhe liberado, por fim, depois que terminou a caminhada foi até lá. Não tinha ninguém, nem mesmo Dina, mas Cacau lhe esperava. Era sábado.

Emme entrou, ela tava suada, pegou um copo d’água e bateu na sala de Cacau, ela sorriu e mandou-a entrar. Na mesa de trabalho tinha vários papeis.

_Bom dia Emme, dormiu bem?

_Bem e você?

Emme se sentou de frente para ela, suspirou fundo, estava cansada.

_Sempre faz caminhada? – Perguntou sem responder se havia dormido bem ou não.

_Sempre, caminhada ou academia. Preciso me manter centrada em um desses dois.

_Isso é bom, faz bem para a saúde, bom, eu estava olhando aqui seu currículo, por que saiu da agencia de Bernadete e Raul?

_Bom, comecei lá com dezoito anos, dois anos depois eu sair porque a B, me conduziu para o Eduardo.

Disse somente isso. Suas respostas eram vagas demais.

_Quem é B?

_A Bernadete, todos a chamam assim.

_Ah, entendo... A agencia deles é muito boa, tem uma grande reputação no mercado.

Cacau não a olhou mais como olhava, na certa já tinha perdido o interesse depois que foi grossa na padaria.

_Vi aqui também que assina contratos de ano em ano e só falta dois meses para acabar esse contrato aqui... – Cacau abriu uma pasta e pegou um novo contrato de um ano, depois uma caneta e entregou para ela.

_Hum... Um ano também? – Perguntou segurando os papeis, deixando a caneta sobre a mesa.

_Exatamente.

_Ok. Eu vou levar para minha mãe ler. Só por segurança – E sorriu lindamente. _Na segunda eu os devolvo.

_Tudo bem.

_Era só isso?

Emme lhe olhou. Achou que era um assunto mais sério. Poderia ser facilmente resolvido na segunda. Por que ela lhe chamou tão cedo?

_Na verdade tem mais uma coisa, fomos convidadas para ir há um evento dos irmãos J e J, na verdade você e o Eduardo.

Emme recebeu o convite, o evento seria a partir das nove horas da noite.

_Vou com você é isso?

_Sim, tenho que está no lugar de Eduardo, passo na tua casa as nove da noite. Tenha um bom dia. – Cacau se levantou junto com Emme. Pegou a bolsa, procurou a chave do carro e ambas saíram para lados diferentes.

Fim do capítulo