Capitulo 60 - 8760
Um ano havia se passado desde o primeiro rendezvous que envolveu escalada e fuga no meio da madrugada na casa de Thaísa.
Foram doze meses de encontros secretos, trocas de olhares nos corredores da faculdade, viagens a cidades próximas, sem demonstração pública de afeto, sem mãos dadas, sem selinhos para se cumprimentarem na biblioteca.
Quatro estações depois, e Helena se encontrava ainda no quarto daquela casa enorme, que no momento estava repleta de cartazes e propagandas sobre a reeleição do tio-avô de Thaísa, cuja votação se daria no mês seguinte.
Após um longo cochilo, como de costume, já era hora de Helena sair. Já sabendo o procedimento, a garota adquiriu habilidades suficientes para sair o mais tarde possível e poder aproveitar o tempo com a amada, nem que esse tempo fosse gasto apenas para cochilar e sentir o calor da pele de Thaísa ao abraçá-la.
“Até amanhã.” Helena sussurra e beija Thaísa antes de sair do quarto.
“Ai, eu esqueci... amanhã não vou poder, tem um evento do comitê do partido aqui em casa...” Thaísa coça o pescoço, um pouco frustrada.
“Não vou nem comentar.” Helena revira os olhos. “A gente se vê na faculdade então?”
“Acho que sim, até segunda-feira, então.” Thaísa dá outro beijo em Helena, dessa vez mais curto. “Ah, feliz primeiro ano!” Thaísa sorri.
“Quê?”
“Hoje faz um ano que você vem escondida aqui em casa para trans*rmos...” A estudante do 4º semestre de Medicina dá risada.
“Aé? Caramba, um ano já... feliz aniversário para nós! Amo você.” Helena dá um selinho.
“Também amo você...” Thaísa não se contém de felicidade e, a contragosto, deixa a amada ir embora.
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O ano também foi bem proveitoso para Lívia e Dante. O garoto aproveitou para fazer parte da série de procedimentos cirúrgicos da redesignação sexual, iniciando pela histerectomia laparoscópica com anexectomia bilateral, sendo sucedida pela escrotoplastia e faloplastia com duplo retalho tubular, retirando pele e vasos do antebraço e da coxa – o que lhe gerou cicatrizes, cobertas posteriormente por tatuagens. A última cirurgia, bem mais simples, foi para uma correção estética da glande e, por fim, colocação da haste peniana para ereç*o.
Sendo liberado no pós operatório, Dante chegou em casa a base de fortes analgésicos, e foi direto para sua cama descansar.
“Não vejo a hora de você melhorar para fazermos um test drive na nova função do seu amiguinho...” Lívia se deita ao lado do namorado e brinca de percorrer o dedo indicador na região inguinal do garoto.
“Também não vejo a hora...” Dante aproxima a garota de si e beija sua testa, antes de cair no sono pelo efeito do remédio.
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Na manhã seguinte, Helena levantou cedo e preparou seu café da manhã, o de Anna Júlia e a mamadeira de Érin, que já andava por toda a casa e falava ou exclamava várias palavras e frases.
“Que roupa social é essa logo de manhã?” Anna pergunta, pegando a mamadeira e testando a temperatura para dá-la a Érin.
“Vou a um evento do partido do tio-avô de Thaísa.” Helena conta.
“Mas começa agora de manhã?” Anna pega a filha no colo, coloca na cadeirinha de alimentação e lhe entrega a mamadeira.
“Fiquei sabendo que seria na hora do almoço, mas eu estava experimentando essa roupa para ver se ficaria confortável.”
“Mas a Thaísa está okay em levar você para o evento? Aliás, tem certeza que você está okay para ir nesse evento?!” Anna coloca a mão na testa da amiga.
“Eu não estou com febre!” Helena ri. “E ela não me convidou, eu vou aparecer lá de surpresa.”
“Por que raios você quer aparecer de surpresa em um evento cujo partido vai contra absolutamente todos os seus princípios, valores e opiniões?”
“Tenho vontade de ver como são proto fascistas em sua versão nua e crua.” Helena dá de ombros.
“Helena, não vai arranjar encrenca em um ambiente que não é favorável, hein...” Anna coloca uma das mãos na cintura, enquanto a outra aponta o dedo para a amiga.
“Não vou arranjar brigas, mãe...” Helena brinca.
“Ma-mãe!” Érin exclama, e Anna já sabe que é hora de sair da cadeirinha.
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Lívia apareceu no quarto com uma bandeja de café da manhã para o namorado e a deixou do lado da cama, enquanto o namorado dormia relaxadamente. Ligou a televisão e colocou em um volume bem baixo enquanto trocava de roupa, mas o garoto acabou acordando de qualquer maneira.
“Eita, que garota gostosa é essa se despindo na minha frente?” O rapaz comenta, ainda meio sonolento.
“Bobinho...” Lívia ri. “Eu tenho que ir para o plantão de pediatria do internato hoje, você acha que vai ficar bem passando o dia sozinho aí?”
“Uhm? Vou sim.” Dante come os biscoitos recheados no prato que estava na bandeja.
“Pensando melhor, não vai não. Vou ligar para sua irmã vir lhe buscar, aí você passa o dia na casa dela, pode ser?”
“Pode...” Dante responde com a voz letárgica, lutando para não bocejar a cada cinco segundos.
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Helena apareceu na casa de Thaísa sendo recepcionada pelo próprio pai da garota, que guiava os visitantes até o quintal, onde ficava a mesa do buffet e os demais integrantes do comitê do partido daquela região.
Thaísa demorou para se arrumar, e ao descer para o quintal, seu rosto empalideceu em questão de segundos ao ver sua amada em meio a integrantes do grupo da juventude do partido.
“Oi, pessoal...” Thaísa se aproxima do grupo, tentando esconder seu nervosismo e confusão.
“Thaísa!” Um dos integrantes a cumprimenta. “Estávamos conversando aqui com Helena, ela disse que você fez um ótimo trabalho na faculdade ao promover a juventude do partido!”
“Pois é, foi isso que me incentivou a vir e conhecer!” Helena mente, olhando diretamente para Thaísa.
“Ah...” Thaísa força um sorriso. “Pois é, eu promovi o partido na faculdade... Ahm...ér... Helena, tinha um livro que você queria sobre a história do partido, quer vir comigo ali para pegá-lo?”
“Claro! Eu estava ansiosa por esse livro.” Helena sorri e acompanha a garota.
As meninas subiram as escadas e, ao chegar no quarto, rapidamente Thaísa o fechou. Com segundas intenções, Helena a segurou pela cintura para beijá-la sem hesitação.
“Woah, woah, espera! Vai manchar meu batom, Helena!” Thaísa franze a testa.
“Eu achei que você tivesse me chamado aqui em cima para nos beijarmos!” Helena se afasta e cruza os braços.
“Não! Eu lhe chamei para perguntar o que raios você está fazendo aqui! Aliás, como conseguiu chegar até aqui?!”
“Pela porta da frente, oras!”
“E por que você veio, afinal?! Você nem gosta do meu partido!”
“Ah...” Helena se senta na cama. “Na realidade, eu queria ver como era sua outra versão.”
“Minha outra versão...?”
“Sim. Porque, veja bem, quando eu lhe conheci, você era aquela garota que adorava fazer cyberbullying com minorias. Essa garota não existe mais. Porém há uma versão de você que não conheço, uma versão que consegue conciliar a visão de mundo desse pessoal e a tolerância ao outro. Gostaria de conhecer essa versão.” Helena confessa.
“Então mesmo depois de um ano você acha que não me conhece de verdade?” Thaísa se senta ao lado de Helena.
“Não foi isso que eu quis dizer! Eu só queria conhecer você por inteiro, e não só a Thaísa que dorme comigo todo fim de semana.”
“Ai, Helena...” Thaísa suspira e entrelaça seus dedos com os da garota. “Só prometa que não vai arranjar briga se escutar algo que contradiz o que você pensa.”
“Por que todo mundo acha que eu vou brigar?” Helena fica séria, mas sua raiva é passageira ao ver Thaísa rindo da situação.
“E antes que eu me esqueça...” Thaísa entrega um livro a Helena.
“Por quê?” A garota fica confusa.
“Dissemos a eles que você veio pegar um livro emprestado, não?”
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Dante chegou na casa de sua irmã e se recostou no sofá, cercado de travesseiros para deixá-lo mais confortável. Na mesa de café, Dante colocou seu estojo com os comprimidos.
“Tio Dante chegou!” Caio Fernando, já com seis anos, pula em seu tio, que dá um grito de dor.
“Caio!!!” Ingrid corre para a sala e puxa o menino. “Seu tio está se recuperando, não pode pular nele!”
“Está recuperando de quê, tio?”
“De uma cirurgia, Caio, o tio teve que fazer e depois fica um pouco dodói, mas logo passa e a gente pode brincar de pular de novo.” Dante explica.
“Agora vai lá com seu pai ver se o almoço está saindo, Caio.” A mãe ordena e a criança obedece. “E aí, como está? Já estreou com a Lívia o negócio que você colocou para ficar ereto? Ela aprovou?” A irmã pergunta, na intenção de envergonhar o irmão.
“Ingrid!” Dante fica vermelho, quase roxo. “O negócio se chama prótese, é um implante que coloca por dentro do p*nis para ficar ereto. Não usei ainda, está um pouco dolorido, mas o médico disse que é normal ficar assim por alguns dias.”
“Ah, então é esse o nome! O Vicente me perguntou esses dias e eu não sabia. É o mesmo processo no caso de ter impotência sexual também, né?”
“Isso, mesmo procedimento para o cara broxa.” Dante ri. “Espera, o Vicente...?”
“Não! Não, não...” Ingrid também ri. “Ele não é broxa. Muito pelo contrário... porém o colega de trabalho dele, um outro professor do mesmo departamento estava confidenciando para ele e disse que pensou em fazer essa cirurgia aí.”
“Pois fale para o Vicente aconselhá-lo a fazer sim. Não costuma ser tão dolorido o pós operatório, é que no meu caso, tiveram que acertar a glande mais por motivos estéticos mesmo, e eu tive uma inflamação na uretra decorrente da faloplastia, mas essa cirurgia em si é simples.” Dante explica.
“Você falando esses termos médicos aí fica a cara do Ricardo, impressionante.” Ingrid não se conforma.
“Tu não podes falar nada porque és a cara dele também, Ingrid, somos cópias de nosso progenitor. Mas onde tu vistes o papai falando sobre Medicina?”
“Em um vídeo na internet, uma vez ele deu uma entrevista, acho.” Ingrid explana.
“Ah, lembrei, foi há alguns anos.” Dante comenta. “Aliás, esqueci de te dizer, contei para ele que tu e eu temos amizade.”
“Dante! Eu falei para você não comentar, não queria que ele soubesse! Poxa, guardamos esse segredo por um ano!” Ingrid dá bronca. “Mas afinal, o que foi que ele disse?”
“Pediu para tentar te convencer a falar com ele, que ele quer recuperar o tempo perdido.” O garoto responde enquanto pega seus comprimidos e a garrafa térmica de água colocada no chão.
“Isso ele pode esquecer.” A irmã mais velha, mesmo após tanto tempo, continua irredutível.
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Helena pegou um copo de refrigerante e se reuniu com Thaísa e mais três pessoas que faziam parte da juventude partidarista da vertente de seu tio-avô. A estudante do último semestre do ciclo clínico escutou as conversas com atenção, principalmente quando era Thaísa que começava a discursar.
“Mas então, pessoal, a gente tem que ver isso certinho, porque agora a principal concorrência dele é o ex-ministro e parte do nosso partido debandou para lá, sabe?” Thaísa inicia a oratória. “Mas o trabalho de base que a gente fez vai garantir uma boa porcentagem, aquele comício que o vice promoveu, que levou meu tio naquele palanque lá em Brasília, fiquei sabendo que foi um sucesso, as pesquisas aumentaram bastante depois do discurso.”
“Você diz que a principal concorrência é o ex ministro, mas e o presidente da gestão anterior, o sindicalista?” Helena se intromete.
“Aquele canalha já está acabado perante a opinião pública, Helena.” Thaísa dá um leve sorriso sarcástico. “Além de estúpido, agora é odiado pela nação.”
“Odiado pela nação?” Helena arqueia uma sobrancelha. “Até semana passada ele estava quinze pontos à frente dos outros dois principais candidatos.”
“Não é o que algumas pesquisas mostram. E você sabe que a mídia é parcial.”
“Então do mesmo modo que uma parte da mídia pode ser parcial às pesquisas, outra parte pode ser parcial a esse suposto sucesso depois do discurso em Brasília.” Helena retruca.
“Por acaso você quer que o sindicalista ganhe então, Helena?” Thaísa a coloca contra a parede no meio do grupo.
“Por que você não pergunta isso para a pessoa que você está quase namorando?” Helena devolve com outra pergunta.
“Você está saindo com alguém, amiga?!” O garoto ao lado dela, de lenço amarrado no pescoço, pergunta. “Por que não me contou?!”
“É bobagem, amigo, a Helena adora encher meu saco.” Thaísa deflete e as duas se encaram de uma maneira que mistura tensão sexual com vontade de discutir.
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Ao final do evento, Thaísa esperou todos do seu grupo irem embora para ficar a sós com Helena e levá-la ao quarto.
“Precisava me provocar daquele jeito?” Thaísa tranca a porta atrás de si e então cruza os braços na frente de Helena.
“Foi você que começou, tentando me expor para os seus amigos.” Helena dá de ombros.
“E era você que queria se infiltrar, não era? Não aguentou uma pressãozinha? Que espiã fraquinha...” Thaísa se aproxima da garota, que, ao dar passos para trás, encosta-se na parede.
“Quem não aguentou a pressão e ficou toda nervosinha foi você quando seu amigo começou a perguntar com quem você estava saindo...” Helena entra no jogo, puxando Thaísa pela cintura e colando-a contra seu próprio corpo.
“Thaísa? Filha?” Escutam-se batidas da porta. “Está aí?”
“M-mãe?” Thaísa engole seco. “Vai para debaixo da cama.” A garota sussurra.
“Por quê?! Ela sabe que estou na festa!” Helena sussurra de volta.
“Ela vai estranhar a porta trancada, confie em mim, esconda-se!” Thaísa ordena novamente e dessa vez Helena obedece.
“Filha, tem um moço educado que estava aqui no evento hoje mais cedo, ele voltou e diz que precisa falar com você.” A mãe tenta abrir a porta. “Você trancou por quê?! Tem alguém aí?”
“Espera, mãe...” Thaísa rapidamente destranca. “Eu estava... eu estava trocando de sutiã, a abertura arrebentou e tive que vir aqui trocar...erm.. É o Élvis que está lá fora? O que ele quer?”
“Acho que é isso, um moço educado, bonitinho, de lenço no pescoço, ele disse que é seu amigo e deixou os óculos de sol com você e acabou esquecendo.”
“Ah... o Élvis não é meu amigo, é só um garoto que faz parte da juventude do partido.” Thaísa explica. “Mas sim, ele deixou os óculos comigo, acho que deixei na sala. Vou lá pegar e já volto aqui para o quarto...” Thaísa altera a tonalidade da voz ao explicar a última parte da fala para que Helena capture a mensagem.
“Filha, voltar para o quarto por quê? Você não conseguiu trocar o sutiã?”
“Ah... eu consegui sim, é que..bem... digo, estou indo.” Thaísa corta o assunto e sai andando rápido para poder voltar logo, enquanto Helena lhe aguarda debaixo da cama.
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Thaísa encontrou os óculos escuros do colega de partido e foi entregá-lo, não escondendo sua pressa.
“Obrigado, amiga, eu não sei o que faria se tivesse perdido!” O garoto coloca os óculos na abertura da camisa.
“De nada, agora eu preciso resolver uma coisa e-”
“Amiga, espera!” Élvis vai atrás da garota. “Sei que nunca fomos próximos, mas podemos conversar?”
“Élvis, eu realmente preciso ir agora...” Thaísa claramente demonstra impaciência.
“Thaísa eu sei que você é lésbica.” Élvis solta na lata, fazendo a garota ficar estática.
“O quê?!” Thaísa pergunta, suando frio.
“Ah, qual é, eu conheço você há anos, desde quando você tinha idade para entrar na juventude do partido, e eu também conheci a famigerada Manoela.” Élvis revela.
“Oi? Q-quê? Como? Digo, que Manoela?” Thaísa começa a ficar vermelha.
“Manoela, sua ex que foi para o Chile. Eu sei desde a época que vocês estavam juntas. E agora, vendo a tensão sexual que você estava com aquela garota do seu curso...”
“E o que você quer? Por acaso quer me chantagear?” Thaísa sussurra, já irritada.
“Não! Lógico que não, sua boba!” Élvis ri. “Eu só estou cansado de ser isolado por ser homossexual e afeminado. Todos do grupo da juventude do partido sabem, apesar de eu nunca ter confessado abertamente. Mas você eles respeitam, mesmo apesar dos rumores. Eu só quero isso. Respeito.”
“Que rumores?! Ah, quer saber, deixa para lá. A gente pode conversar sobre isso mais tarde? Eu realmente tenho que subir agora.”
“A Helena está lá em cima?” Élvis arqueia uma sobrancelha e coloca a mão na cintura.
“Não adianta eu mentir, né?” Thaísa revira os olhos.
“Então vou com você, aproveito e converso com ela também.”
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“Helena, pode sair. O Élvis está aqui, ele já sabe.” Thaísa se abaixa e ajuda a puxar a amada para fora do esconderijo.
“Okay, o que está acontecendo?” Helena pergunta, preocupada. “Por acaso você quer nos expor? É dinheiro que você quer?”
“Não, eu já disse para a Thaísa que não quero nada de vocês. Eu só iria fazer uma proposta com a Thaísa e gostaria que você ouvisse para ver se você concorda.” Élvis respira fundo. “Eu estou saindo com um garoto, e eu acho que pela primeira vez na minha vida vai sair algo sério. Porém eu tenho a impressão que isso pode me prejudicar no comitê do partido. E também sei que a família de Thaísa não pode descobrir sobre vocês. Eu iria pedir para forjar com a Thaísa um relacionamento, estritamente para colocarmos nas redes sociais, enfim, não haveria nenhum contato físico, apenas fotos e status.” O rapaz explica.
“Mas nós já escondemos esse relacionamento há um ano.” Helena contrapõe.
“E o Élvis descobriu, o que garante que mais gente não vai descobrir, Helena?” Thaísa questiona, ponderando. “A ideia não é ruim, seria a resolução de todos os meus problemas.”
“Tem certeza disso?” Helena torce o lábio.
“Meninas, vejam bem, vocês vão ter mais liberdade depois que os pais da Thaísa descobrirem que ela está namorando um garoto.” Élvis argumenta.
“Pelo menos você não vai mais precisar subir pela janela de noite, Helena, eu vou poder passar a noite na sua casa e dizer que vou na casa do Élvis.”
“E do jeito que seu pai é conservador, você acha que ele vai lhe deixar dormir na casa do namorado?!”
“A gente vai dar um jeito, mas com certeza meu pai vai parar de pegar no meu pé.” Thaísa afirma. “Eu acho que vou aceitar essa proposta, Élvis. Vou avisar meus pais que você me chamou para sair, e acertamos os detalhes.”
“E eu?” Helena pergunta, um pouco entristecida.
“Você sai pela porta dos fundos, Élvis e eu vamos lhe encontrar naquela lanchonete na entrada do bairro.”
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Lívia foi buscar o namorado na casa da cunhada, mas o menino já estava completamente apagado de sono. A garota, com ajuda de Vicente e Ingrid, colocou seu amado no banco de trás da SUV do rapaz.
“Hmm.. está balançando...” Dante acorda, enquanto Lívia dirige.
“Você está no carro amor, estou levando você para casa.”
“Meu estômago dói...”
“Você tomou muito analgésico e pelo que a Ingrid me contou, você não comeu nada, não é?”
“Acho que sim...” Dante boceja novamente.
“Você não acha que está tomando analgésicos demais não? Esses que você toma são fortes, Dante.”
“É normal, Liv, papai falou que é norm-...” Dante pega no sono antes de completar a frase.
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Helena acabou chegando primeiro na lanchonete porque o pai de Thaísa resolveu saber melhor sobre esse tal Élvis. Ao convencê-lo de que o garoto estava dentro dos padrões exigidos pela família Bragança, Nicolau os deixou saírem.
A garota, aguardando na lanchonete, sentia algo desagradável dentro de si. Percorreu as redes sociais e viu uma foto de Thaísa e Élvis saindo de casa. Sabia que por um lado, seria útil que Thaísa forjasse um relacionamento heterossexual, porém ter que viver as escondidas já era algo difícil, então não queria ter que somar o testemunho de um relacionamento não existente.
“Helena!” Thaísa saiu do carro do rapaz e foi ao encontro da amada. “Você não vai acreditar, meus pais compraram completamente a história de que comecei a sair com o Élvis! Ele já pediu permissão para eu passar o próximo feriado inteiro fora, inventando que os pais dele vão viajar, então vou poder ficar na sua casa ou qualquer outro lugar, sem me preocupar!”
“Sério?!” Helena fica empolgada, mas segundos depois pensa melhor. “E se eles pedirem para vocês mandarem fotos? E se sua mãe ligar para você e pedir para falar algo com o Élvis?”
“Ai, amor, não complica. Isso a gente vê depois. O importante é que a gente vai ter dois dias só para nós, finalmente! Pensei em viajarmos para a cidade daquele hotel da rede do seu pai, o que acha?”
“Bem...” Helena começa a lembrar dos momentos maravilhosos no hotel e abre um sorriso. “Gostei da ideia, mas tenho uma ainda melhor...”
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
nany cristina
Em: 23/02/2020
bom dia autora
a Helena deve gostar de verdade da Thaísa Já faz um ano que elas duas estão juntas eu acho que esse plano da Tthaisa não vai dar certo
Ana Júlia sumiu da história tô sentindo falta dela
Tomara que seja no próximo capítulo que livia estreia a prótese com o Dante
bjs😘
Resposta do autor:
Spoiler: teve estreia sim! hauhauahuhaa já está postado o capítulo seguinte, beijão querida!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 20/02/2020
Eita mentira tem perna curta.
Resposta do autor:
Pois é!! kkkkkkkkk
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