Capitulo 24
Já se passava das 22:00 horas quando Raquel chegou em frente ao seu prédio e se deparou com Norma na entrada, a sua espera, toda impaciente.
— Que saída demorada foi essa? – A ruiva foi até a janela do carro da morena.
— Eu estava na praia. Eu te disse – Tentou se explicar e a sua amiga passou a lhe olhar desconfiada.
— Raquel, você realmente quer me matar do coração. Te liguei várias vezes e você não atendeu. O que custava?
— Eu não vi – Raquel pegou o seu celular e viu as várias ligações perdidas de sua amiga – Entre, podemos conversar em casa. Vou te explicar o que houve.
Norma entrou no carro da morena e ficou em total silêncio. Parecia que estava muito irritada.
Raquel até pensou que a ruiva diria mais alguma coisa, no entanto, ficou em silêncio até chegar no apartamento.
Após destrancar a porta, Raquel foi surpreendia por um abraço de Nino e vários latidos.
— Até Nino se preocupou com esse seu sumiço— Norma passou por Raquel e se sentou no sofá toda impaciente. Parecia que estava se segurando para não falar poucas e boas para sua amiga.
Enquanto se mantinha abraçada por Nino, Raquel olhou para a sua amiga e sentiu vontade de rir do jeito preocupado dela.
— Estava com uma mulher – confessou e Norma a olhou surpresa.
— Como assim uma mulher?
Raquel se desfez do abraço e fechou a porta do apartamento. Sabia que sua amiga iria começar a pensar um monte de besteiras.
— Não é nada do que você está pensando. Eu a conheci na praia e ficamos conversando.
— Hum...
Norma ficou um tempo em silêncio. Era muito estranho Raquel ficar conversando com uma desconhecida.
— Não vai dizer nada? – Raquel perguntou desconfiada.
— Não. Venha cá! – Chamou a sua amiga para se sentar ao seu lado – Como está se sentindo? – perguntou ao sentir a cabeça de sua amiga pousando sobre suas pernas.
— Eu não sei, Norma, só sei que dói muito – Voltou a ficar triste.
— Raquel, por que você não conversa com a Sófia? – sugeriu, pois já que elas se amavam, não podiam ficar naquela situação.
— Eu não quero falar com ela. Não quero ouvir o que já sei.
— E o que você acha que sabe? – Perguntou e notou que Raquel não queria falar – Por que até agora você não tem certeza de nada. Só suposições.
— Droga! Norma, ela me usou. É difícil para você entender isso? – sentou-se ao alterar o seu tom de voz.
Norma nada disse. Não iria discutir com sua amiga com ela neste estado.
— Desculpa – Raquel percebeu que estava sendo rude com a pessoa que sempre esteve ao seu lado.
— Raquel, eu te amo – Norma disse ao encarar aqueles olhos verdes – Eu nunca te pediria para fazer algo que pudesse de alguma forma te machucar. Se peço para você falar com a Sófia, é porque acho que ela precisa se explicar para você. Contar o motivo de não ter lhe dito que tinha alguém.
— Você andou conversando com ela? – Perguntou, pois sua amiga estava insistindo demais nisso.
— Sim!
Raquel olhou para sua amiga por alguns instantes. Queria saber o que elas tanto haviam conversado, mas ela não queria. Não podia mais uma vez enganar o seu irmão.
Voltou a deitar com a cabeça sobre o colo de sua amiga.
— Dorme comigo? – pediu.
— Está querendo fugir do assunto? – Norma começou a acariciar os fios negros de sua amiga.
— Eu não posso, Norma, não posso repetir a mesma história – Raquel passou a sentir as lágrimas escorrendo pelo seu rosto – Você sabe o quanto doeu para mim ser julgada por quem eu tanto amo. Não aguentaria ter que lidar com isso novamente.
— Eu entendo – Norma se deu conta que era difícil demais para Raquel lidar com tudo isso novamente – Mas e o que você sente por Sófia?
Ao ouvir aquela pergunta, Raquel fechou os seus olhos por alguns instantes. Precisava acalmar o seu coração que doía demais por amar alguém que não podia ser sua.
— Eu a amo, mas tentarei evita-la – disse decidida.
Norma até pensou em dizer algo, mas respeitava a decisão de sua amiga.
Diante do silêncio de sua amiga, Raquel começou a pensar em sua vida. Havia voltado para tentar recomeçar a sua vida. Queria ser aceita por sua família... Queria voltar a ser amada como antes. No entanto, como poderia acontecer isso agora, tendo novamente se envolvido com uma namorada de seu irmão?
Fechou os seus olhos... Seu coração parecia ter se quebrado em pedaços.
Tantas incertezas começaram a surgir em sua mente.
Se entregar ao amor e ser desprezada pela sua família novamente ou viver infeliz vendo a sua amada ao lado de seu irmão?
Adormeceu e foi despertada por Norma que estava tentando lhe levar para o quarto.
Ao chegar no quarto, Raquel deitou na cama quase que mecanicamente.
Norma se deitou ao seu lado e em seguida sentiu uma cabeça pressionando um de seus peitos.
— Novamente nos duas repetindo um fato do passado – Raquel disse em um fio de voz.
— Isso irá se repetir todas às vezes que você precisar de mim, amor – Norma voltou a acariciar os cabelos de sua amiga.
— Tudo seria tão mais fácil se eu gostasse de você— Raquel comentou séria ao olhar para o rosto da ruiva.
— Você tá de brincadeira, né? – As duas começaram a rir alto, pois isso era algo impossível. Mesmo Norma tendo se envolvido com homens que não valeram a pena, ela não tinha interesse algum por mulheres.
— Sim – Se remexeu um pouco sobre o corpo de sua amiga – eu sei que isso é impossível.
— Muito – Norma falou e uma dúvida surgiu em sua mente – Quem é essa mulher que você conheceu?
— Laura... eu estava sentada pensando na vida e ela apareceu – pensou em como aquela mulher havia surgido em sua vida. Havia a visto no quiosque, com certeza ela lhe viu saindo e foi atrás querendo uma aproximação. Laura parecia uma mulher muito decidida... sabia o que quer.
— Estranho você ter ficado tanto tempo com essa desconhecida— Falou enquanto deslizava seus dedos pelos cabelos de Raquel.
— Eu precisava de alguém para desabafar— Falou e sentiu um tapinha em suas costas – Norma! — Queixou-se.
— Que história é essa de que você precisava de alguém para desabafar? – Perguntou séria — E eu?
Raquel sorriu – Eu tenho você para desabafar, mas eu precisava de alguém de fora para me ouvir... acho que já estou te enchendo muito com tudo isso.
— Amor, pare com isso. Eu sempre vou estar aqui para você e não vou me cansar.
— obrigada, Norma, você é uma amiga maravilhosa— Raquel já quase pegando no sono.
Norma lhe acariciava as costas. A ruiva amava demais a sua amiga... doía vê-la daquela forma.
No outro dia, Raquel acordou e se viu sozinha na cama.
Norma já havia levantado com certeza estava fazendo algo na cozinha, pois do quarto dava sentir o cheiro de algo que estava sendo preparado.
— Panquecas – pensou e ficou a observar o ambiente a sua volta.
Uma pequena frecha de luz estava ultrapassando as cortinas, já devia ser bem tarde e ela não iria se levantar daquela cama para ir trabalhar.
Não havia desistido de retomar o seu trabalho na construtora de seus pais, mas agora precisava tirar um tempo para ela... quanto iria durar esse tempo ela não sabia.
Remexeu-se na cama e deitou de lado. Seu peito esquerdo parecia dor bastante, não era uma dor física, era algo bem maior do que isso.
Sentia-se mal por amar aquela mulher que pra ela devia ser proibida. Era a namorada ou noiva de Ricardo... Raquel nem sabia dizer o que Sófia tinha com seu irmão.
Fixando o seu olhar em uma das paredes do quarto, ela começou a se lembrar de tudo que havia acontecido ali entre ela e Sófia. Nisso uma lágrima solitária começou a escorrer pelo seu rosto.
Ela não podia amar aquela mulher, todavia, o que podia fazer, já que o que sentia por Sófia era algo tão forte que ela jamais havia sentindo por outra mulher?
As paredes daquele quarto eram testemunhas da noite de amor das duas... ali elas haviam se amado... falaram que pertenciam a outra.
— Droga! – Num rompante, Raquel se sentou na cama e se lembrou de algo.
O seu olhar foi direcionado para a cômoda. Havia uma gaveta ali que chamou mais a sua atenção.
Levantou-se da cama e caminhou até ela.
De forma cautelosa, Raquel abriu a gaveta e se deparou com uma foto no meio de alguns pertences pessoais.
Era uma foto de sua família reunida...
Respirou fundo tentando conter as emoções que começavam a tomar conta de seu ser.
Voltou a se sentar na cama com a imagem em mãos.
Começou a analisar a fisionomia de todos ali presentes.
Seus pais, Ricardo e ela estavam muito felizes. Era a mesma foto que tinha em sua sala, mas por alguma razão a mantinha sempre bem guardada, já que doía saber que aquele momento nunca iria se repetir, ainda mais agora.
— Bela adormecida, cheguei! – Norma empurrou a porta com um de seus pés, já que carregava uma bandeja com o café da manhã de Raquel. Sabia que sua amiga estava precisando disso, se alimentar direito.
— Oi – Raquel disse sem ânimo enquanto escondia a foto entre os lençóis.
A ruiva observou atentamente os movimentos da amiga. Sabia muito bem que Raquel estava escondendo algo que mexia muito com ela... Amigos de verdade sempre sabem o que está se passando com o outro.
— Trouxe um café para você... sei que está precisando— Colocou a bandeja sobre a cama e tentou ver o que Raquel havia escondido.
— É a foto que tirei com minha família quando tinha 20 anos – Sabia que sua amiga iria saber de qualquer forma.
— Por que você gosta de se machucar dessa forma? — sentou-se ao lado da morena.
Raquel ficou com o olhar distante por alguns segundos.
— Eu só quero ser aceita, Norma, eu quero ser aceita por eles – Fixou o seu olhar no de sua amiga e demonstrou toda a sua dor – E como posso ser, amando a noiva de meu irmão?
Fim do capítulo
Olá,
O que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado!
Ahh... quem quiser seguir a autora no instagram é @autoravanrodrigues.
Lá faço publicações para marcar as namoradas kkkkkkkkkkkkkkkk Esse meu lado romântico descobri ano passado. kkkkkkkkkkk
Posto áudios cantando quando tenho vontade.
Tem algumas músicas que fiz, pois é, eu canto e componho também. kkkk
Faço um monte de coisa por lá. kkkkkkk
Beijinhos^^
Van^^
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