Capitulo 3

 

 

 

 

-Puta que pariu! Puta que pariu! Dani sai falando pelo corredor.

 

 

-O que aconteceu? Perguntou Fred, que estava saindo do banho e ouviu a irmã xingando. Dani entrou no quarto do irmão e falou:

 

-Cara, estou com vontade de bater na Marília. Fred dá um sorriso, sem que a irmã visse e pergunta:

 

-Mas porquê? O que que ela fez de mais? Perguntou como se já não imaginasse o que seria.

 

-Ela estava se pegando com a prostituta. Só isso que ela fez! A loira falou irritada.

 

-Dani, era óbvio! Aquelas duas estavam quase se pegando lá na piscina.

 

-Pensei que a prostituta não ficasse com mulher.

 

-Dani, ela tem nome. Não a chame assim.

 

-Ué! Mas não é isso que ela é?!

 

-Dá um tempo. O que aconteceu tem seus lados bons... a Mari não ficou babando na Katia.

 

-E tem seu lado ruim: a Mari pode se apaixonar por ela.

 

-Olha, não acho que ela vai se apaixonar, e também a Vivi não vai se envolver com a Mari... ela só estava fazendo o trabalho dela: fazer a Mari esquecer a Katia, pelo menos neste final de semana.

 

-Sei não! Dani estava mais calma, mas Frederico a conhecia bem pra saber que ela iria puxar a orelha da irmã e iria dar um sabão na morena.

 

 

Vivi

 

 

 

Não vou negar que estava me divertindo com aquela ruiva me comendo com os olhos. Bebi uns dois copos de moranguinho. Um drink que estavam servindo. O álcool subiu e eu fiquei pior do que normalmente sou em serviço. Se sóbria, eu sou boa em seduzir... imagina meio alta. Estava adorando provocar. Mas tem um ditado que é bem verdadeiro: quem brinca com fogo, acaba queimado. E acabei queimando mesmo, quando a Daniela chegou no quarto, eu não sei se queria esganar ela por ter atrapalhado ou se agradecia. Dei graças a deus por ela ter chegado... evitou um desastre. Dani saiu do quarto irada. Eu entrei no banheiro pra tomar um banho gelado. Levei o celular comigo e ele tocou

 

 

-Oi. Sim, estou bem. Era um cliente, o meu melhor cliente, por isso atendi.

 

-...

 

-Tá, amanhã à tarde estou aí.

 

-...

 

-Tá, não se preocupe. Beijos!

 

Depois de tomar outro banho e me vestir, o Fred aparece no quarto:

 

-Ei, tudo bem? Ele perguntou tímido.

 

-Sim, tudo.

 

-Desculpe entrar assim... eu chamei, mas você não respondeu.

 

-Tudo bem. Quer alguma coisa? Perguntei ao ver que ele parecia que veio a recado.

 

-Na verdade, sim. Nós vamos num bar que tem lá no centro. As meninas pediram pra te chamar. Aff! Era só o que me faltava. Pensei.

 

-Beleza! Vou me arrumar e já desço.

 

 

 

Mari

 

 

 

Você tá doida? Perguntou minha irmã, assim que ficamos sozinhas.

 

-Não começa. Falei logo, pra ela não encher minha mente.

 

-Sim, eu vou começar sim. Que merd*! Sai de uma fossa pra cair em outra?

 

-Do que você está falando? Eu não estou em fossa nenhuma. Não viaja!

 

-Estou falando em você se envolver emocionalmente com a Vivi.

 

-Não viaja, tá? Não há sentimento... seria só sex* e você fez questão de atrapalhar. Olhei brava pra ela.

 

-Certeza? Me olhou de forma carinhosa. Eu sabia que ela estava preocupada comigo, por isso não brigava com ela. Ela me abraçou e eu a abracei.

 

-Sim. Falei.

 

-Também quero abraço. Fred chegou abraçando nós duas. Ele tinha ido lá em cima chamar a Vivi, desceu e estava lá fora junto com o pessoal. Como nós três não saímos, ele veio ver se ela já havia descido e saber porque estávamos demorando tanto.

 

-Até que enfim, né? Disse Dani pra uma Vivi muito linda. Ela estava de calça jeans clara, uma blusa de alcinha preta de cetim com um belo decote, sandália de salto, maquiada e cabelos soltos, como sempre. Simplesmente linda e sedutora.

 

Achei estranho ela nem olhar na minha cara, estávamos se pegando instantes atrás, agora ela nem olhava na minha cara. Fomos para o bar. Era um lugar bonito, aconchegante, bem sofisticado, tinha uma área de dança, um palco onde tinha uma banda tocando... tudo muito fino. Depois de algum tempo, precisei ir ao banheiro. Quando estava saindo de banheiro, me deparo com a Katia. Ela tinha bebido e foi pra cima de mim, não sabia qual era a intenção dela.

 

-Desde quando você namora piriguete?

 

-Você não perde a mania de julgar as pessoas.

 

-Você não acha que ela é muito vulgar, não?

 

-A vulgar seria eu? Vivi chegou e Katia ficou sem saber o que dizer.

 

-Com licença. Foi o que disse e saiu.

 

Viviane foi ao banheiro e eu fiquei esperando. Ela saiu e foi lavar as mãos. Eu me posicionei atrás dela e segurei em sua cintura.

 

-O que você está fazendo? Ela falou quando colei meu corpo no dela.

 

-Jura que não sabe? Falei sussurrando bem próximo do seu ouvido.

 

-Eu não faço com mulheres, será que você não foi comunicada? Ela estava séria.

 

-É? Mas você estava bem animada, quando a gente estava se pegando lá no quarto. Falei beijando seu pescoço e sentindo o corpo dela arrepiar.

 

-Você não sabe que sou profissional nisso? Falou virando de frente pra mim, mas ela não conseguiu manter o foco dela nos meus olhos e olhou pra minha boca. Pronto, lá estava nós duas se pegando de novo.

 

-Então estava fingindo? Perguntei de forma abusada. Intercalando a fala com beijos e mordidinhas nos lábios.

 

-Sou experiente nisso. Faço as pessoas acreditarem que estou no clima. Enquanto ela falava, a empurrei para umas das cabines do banheiro e pressionando seu corpo, enfiei minha mão por baixo da blusa dela, que pra minha surpresa: estava sem nada. Ela estava sem sutiã. Tive que segurar o gemido que veio na garganta. Senti contrações no meu sex*. Estava completamente molhada.

 

-Me mostre toda a sua experiencia. Falei puxando a alça da blusa dela e deixando parte do seio dela à mostra. Quando ia cair de boca, ela inverte as posições e fala olhando nos meus olhos:

 

-Transar com você não está incluso no pacote acertado comigo, quando me contrataram. Disse olhando nos meus olhos e pressionando meu corpo.

 

-Eu pago! Disse decidida.

 

-Cobro o dobro com mulher!

 

-Eu pago até o triplo. Meus lábios foram tomados de forma até violenta, tamanho era o desejo de possuir uma a outra. Ela até podia negar que não curtia mulheres, mas o corpo dela estava dizendo o contrário.

 

 

-Ei porr*, aqui não é motel não! Ouvimos uma voz gritando do lado de fora da cabine.

 

-Acho que temos que sair daqui. Eu disse muito a contra gosto.

 

Quando abri a porta, minha prima Bruna, estava se pocando de tanto rir. Ela e o Lucas, irmã dela. Olhei com cara feia para os dois e saí puxando a mão da Vivi. Quando chegamos na mesa, estava uma confusão danada. Dani estava sendo segurada por Davi, namorado dela e o Fred com a mão na boca. Caramba... Era sangue?!

 

-O que que aconteceu aqui? Perguntei desesperada vendo meu irmão com o lábio pocado.

 

-Uma idiota com ciúmes da namorada galinha dele, veio pra cima do Fred. Respondeu Dani. Olhei ao redor pra ver se via quem foi, mas algo fez com que todos acalmassem os ânimos:

 

-Vamos pegar alguma coisa pra saturar e desinfectar essa ferida. Viviane com toda a paciência do mundo, pegou na mão do Fred e saiu com ele de dentro do bar. Óbvio que fomos atrás pra prestar socorro ao meu irmão. Davi pagou a conta e entramos no carro pra voltar pra casa da minha avó.

 

-Ei, não vamos fazer barulho, pra não acordar o pessoal. Todos para os quartos. falou minha irmã de forma mandona e sensata. Vivi puxou meu irmão pro banheiro e óbvio que eu e Dani fomos vê-la cuidando do meu irmão. Eu estava admirando a forma que ela cuidava do Fred. Nem percebi que deveria estar fazendo uma cara de idiota.

 

-Puta que pariu! Ouço minha esbravejar e me puxar pra longe das vistas deles.

 

-O que aconteceu? Perguntei assustada com o rompante dela.

 

-Merda! Olha a sua cara... você tá com cara de boba olhando pra ela. Apontou em direção ao banheiro.

 

-Claro que não! Neguei.

 

-Marilia, eu te conheço muito bem e conheço esse seu olhar. Pelo o amor de Deus, não faz isso.

 

-Para! Não viaja. Não estou olhando de forma diferente, só estou admirando o jeito que ela cuida do Fred. Eles saíram do banheiro e nós encerramos o assunto. Fomos os quatro pra sala de TV; fizemos pipoca, abrimos uma garrafa de vinho e deitamos num tapete felpudo, que tinha lá com umas almofadas e umas mantas para se cobrir. Passamos o resto de noite ali.

 

No domingo, tivemos que inventar uma desculpa para minha avó. Falamos que eu dançando, acabei batendo o braço no rosto do Fred e o machucou. Às quatorze horas resolvemos descer do sítio; normalmente tem muito trânsito e não estávamos afim de enfrentar trânsito. Eu queria pegar o contato da Vivi, mas pensei que conseguiria pegar quando estivéssemos voltando, mas não consegui. Minha irmã inventou tanta carona, que a Vivi nem voltou comigo... ela voltou pra Vitória com a Dani. Eu sabia que a minha irmã fez de propósito, fiquei irritada com ela, mas não falei nada.

 

Passaram-se alguns dias... eu estava até esquecendo toda aquela loucura, quando acordo toda suada e muito excitada. Tive um sonho erótico com a morena. Olhei à hora e eram três da manhã. Fui tomar um banho pra apagar aquele fogo, e não consegui dormir mais. Pela manhã eu até digitei uma mensagem pedindo o contato dela ao Fred, mas não tive coragem de enviar e apaguei. À tarde, eu estava na empresa, arrumando minhas coisas pra ir embora, recebo uma ligação da minha mãe:

 

 

-Meu bebê, vamos ao shopping comigo amanhã?

 

-Ei, mãe. Vamos sim... o que a senhora vai fazer lá?

 

-Vou comprar uns produtos, alguns cremes.

 

-Tudo bem. Marcamos a hora e nos despedimos.

 

No outro dia, saí mais cedo da empresa, pra ver se dava tempo de almoçar com minha mãe. Estava esperando ela, quando ela me liga:

 

-Amorzinho, estou no trânsito. Vou demorar uma pouquinho, mas vou chegar, tá? Não vai embora.

 

-Mãe, que horas você saiu de casa? Ela já deveria estar no shopping.

 

-Ah, passei no salão pra dar um trato no cabelo.

 

-Mãe, eu tenho que voltar para a empresa. Queria almoçar com você.

 

-Mari, não fique brava, final de semana eu faço almoço pra você, você e seus irmãos. Faz tempo que não almoçamos juntos... pode ser?

 

-Tá, mãe. Vou almoçar sozinha.

 

-Não faz show, Marilia. Eu me atrasei um pouquinho.

 

-Tudo bem, estou te esperando.

 

 Quando estou indo em direção a praça de alimentação, vejo uns moleques pesando uma garota.

 

-Qual o problema de vocês? Deixem a garota em paz. Falei me intrometendo na briga deles.

 

-Qual é cabelo de fogo? O negócio aqui e com a Maria João aí. Apontou pra garota. Bem, ela estava vestida meio menininho, a única coisa feminina nela era o short jeans. Blusão preta com estampa de desenho infantil, boné aba reta, all star.

 

-Qual o medo de vocês? Ah, já sei!

 

-Eu não tenho medo não! Respondeu o mais atrevido. Qual seria meu medo?

 

-Medo que ela pega mais mulher que vocês.

 

-Qual é tia? Cara odiava adolescente irritante. Ia responder aquele pirralho quando ouço a voz da garota:

 

-Vamos embora, não adianta discutir com quem não sabe pensar. E discutir com pessoas ignorantes, só nos torna ignorantes também, porque descemos ao nível delas. Não adianta. A garota pegou em minha mão e saiu puxando. Ri daquela situação.

 

-Espera, você é anã? Não. Usa cremes de rejuvenescimento? Me diz qual, preciso comprar. Estava zuando ela. Ela riu e parou olhando pra minha cara.

 

-Não, eu não sou anã. Não uso creme pra rejuvenescimento. Só aprendi com minha irmã que não vale a pena conversar com aquele tipo de pessoas. Se eu dou trela ou discuto, me igualo à eles... não vale a pena!

 

-Uau!!! Sua irmã está coberta de razão. Não vale mesmo a pena. Prazer: Marília.

 

-Clara. Clarinha para os íntimos. Me diz uma coisa: pego mais mulher que aqueles idiotas mesmo, você acha isso?

 

-Sim, pega a mulher que você quiser! Vi um sorrisinho atrevido naquela face e tratei de esclarecer: principalmente as de sua idade.

 

Ela fingiu uma carinha de decepção e eu ri. Acabou que ela também riu e demos uma boa risada daquilo. O celular dela tocou e acho que era a pessoa que estava com ela.

 

-Sim Camila, estou aqui já. Na entrada, estou te vendo. Ela fez sinal pra alguém e instintivamente eu olhei... não acreditando naquilo. Quando nossos olhares se cruzaram, eu senti meu coração bater bem rápido.

 

Fim do capítulo