Capitulo 2

 

 

 

 

Ouvir os três discutindo estava me deixando irritada. Aquela mulher parecia ser mimada, patricinha... do tipo que tem todos aos seus pés; e me teria também já que eu fui contratada para ser a namorada dela. Nunca fiquei com mulher e nem tinha curiosidade. Não sou daquelas heteros que tem curiosidade de saber como é ficar com mulher.

 

Quando os irmãos da Marília me contrataram, eu deixei bem claro que não ficava com mulheres quando me disseram que era pra ela... iria até em recusar, mas eles me disseram que não iriamos ter nada além de um falso namoro.

 

 

-Marília, da pra parar de fazer show? Quer ficar se lamentando o final de semana todo? Beleza! Falou Dani já irritada.

 

-Não acredito que você está brava! Eu quem deveria estar! Falou a ruiva. Confesso que a imaginei de outro jeito... o rapaz era moreno, muito bonito por sinal; iria adorar prestar serviços pra ele. A Dani era morena com mexas loiras, a Marília era ruiva e parecia ser natural.

 

-Tá bom! Parem de brigar! Falou Frederico um pouco mais alto. Vamos fazer o seguinte: você leva a Viviane e tenta relaxar. A Viviane não faz esses é... serviços com mulher, então não teremos problemas, certo? Olhou pra cara da ruiva.

 

-Estamos atrasados! Dani disse se encaminhando para a porta. Ela parou e falou: a Vivi vai com você. Percebi ali que quem mandava era ela. Marília fez uma cara de desespero, mas não teve como retrucar, já que a irmã havia saído. Acho que chegou minha vez de falar.

 

-Você vai ou eu posso ir embora? Perguntei meio irritada. Não entendi porque estava irritada com ela, mas ouvi-la me chamando de prostituta, me incomodou. Era de fato o que eu era, mas ela falando me incomodou muito.

 

-Se você for embora, meus irmãos me matam. Vamos ver no que vai dar. Ela abriu a porta e esperou que eu passasse. Fomos para a garagem e imaginava que eles fossem sim muito ricos e pensei que o carro dela fosse um carrão, não que eu olhasse pra isso, mas pela cara dela eu a imaginei uma patricinha mimada; eu estava completamente enganada! mais pra frente fui descobrir que ela é totalmente o oposto daquilo. Olho pro carro dela e vi que não tinha tanta coisa assim, era sim um carrão, mas não era nenhum Land Rover, era um Corolla prata 2019, muito lindo, mas pela cara dela, achei que fosse um carro fodão.

 

Ela destrancou o carro e abriu o porta malas pra que eu colocasse minhas coisas lá. Entramos no carro e ali eu prestei a atenção no perfume que ela usava; era doce, mas nada de enjoativo. Bem gostoso o perfume.

 

Ela ligou o som e colocou uma musica bem baixinha. Depois do silêncio predominar e ficar um clima chato, ela resolveu puxar assunto:

 

-Você já veio a Marechal Floriano? Ela queria conversar, eu só queria fazer o meu trabalho bem rápido e ir embora. Eu estava irritada com ela, por ela ter me chamado de prostituta. Era o que eu era, mas não gostei de ouvir isso dela. Não me pergunte o porquê... eu não saberia responder.

 

-Olha, nós vamos ficar um fim de semana inteiro fingindo ser um casal, acho melhor nós ensaiarmos. Ela ficou vermelha. Depois que eu entendi porque ela ficou sem graça. Tive que ser clara: não é desse ensaio aí; eu preciso te conhecer, saber como nos conhecemos.

 

-Ué, pensei que você já soubesse o que fazer! Ela falou num tom estranho.

 

-Olha, eu sou PROSTITUTA, não atriz! Falei brava. De sex* eu entendo... afinal, sou uma profissional do sex*. Olhei pra cara dela. Ela percebendo que eu estava brava por ela ter me chamado de prostituta, ela parou o carro e falou:

 

-Me desculpa ter te chamado de prostituta, é que isso é novo pra mim... não sei como lidar. Pode me explicar? Nossa! Ela era doce, fofinha... deu vontade de pegar pra mim.

 

-Tudo bem. Mas não acho necessário falar de mim. Preciso saber de você.

 

Ela falou algumas coisas sobre ela, sobre o que fazia. Me disse que era a irmã do meio e que o mais velho era o Fred. Me falou que ela foi a única que puxou a mãe. Chegando na casa da avó dela, ela estacionou o carro, pegamos as nossas coisas e entramos. Os irmãos dela ainda estavam na sala quando entramos.

 

-Ai vó! Ela veio. Falou Dani quando entramos.

 

-E veio acompanhada. Tudo bem minha cabelo de fogo? A vó dela veio cumprimentar ela com um beijo e abraço. E essa daqui, quem é? Perguntou me puxando pra um abraço.

 

-Ela é a Viviane, minha namorada. Mari falou um pouco insegura.

 

-É namorada ou não é? Perguntou dona Antônia.

 

-Sim, vó. A Vivi é minha namorada. Neste momento a tia dela apareceu na sala.

 

-Oi, minha nenê. Foi toda carinhosa pro lado da ruiva. Ela ficou vermelha. Achei graça. Percebi que ela era a queridinha da família.

 

-Tia, essa é Viviane, minha namorada. Ela disse mais segura.

 

-Qual suas intensões com minha bebê? Eu fiquei sem saber o que falar. Sorte minha que a Dani interveio e disse:

 

-Tia, não faz isso! Ela tá tímida.

 

-Não estou fazendo nada de mais, só quero saber o que ela quer com minha sobrinha, só isso.

 

-Para, Sandra. Vai mostrar o quarto pra sua namorada. A vó da Mari falou com ela. Subimos e a tia também, juntamente com os irmãos e o cunhado da Mari. Parece que fomos os primeiros a chegar. Mari foi se direcionando pra um quarto, quando a tia dela falou:

 

-Ei, você vai ficar nesse quarto aqui. Não vai dormir numa cama de solteiro com sua namorada. Os irmãos dela se olharam e eu não entendi muito bem aqueles olhares, mas os três se comunicavam só com os olhos isso eu já havia percebido. Entramos no quarto e o quarto era pequeno, mas bem organizado.

 

-É... você pode se ficar a vontade. Te dou o direito de escolher o que quer. Ela sorriu. Nossa! Que sorriso bonito, dentes branquinhos. Eu estava começando a ver a patricinha como uma não patricinha.

 

-Beleza, eu durmo na cama. Ela concordou e foi tomar banho. Mandei mensagem para a Karina perguntei se estava tudo bem, ela disse que estava e me perguntou como estava o programa.

 

-E ai, como esta o trampo? Já deu pra sapata?

 

-Deixa de ser ridícula, não vou trans*r com ela. Esqueceu que não faço com mulher?

 

-Ah, manda foto, quero saber se ela tem pegada.

 

-Não vou tirar foto dela.

 

-Quero saber se é gostosa, se dá pra pegar. Riu de um jeito safado.

 

-Toma jeito! Ri e vi que a Mari estava saindo do banheiro: ela estava de saia jeans no meio da coxa, uma blusa básica branca, com o cabelo preso num coque desajeitado; aproveitei pra tirar uma foto e mandei uma foto pra ela... que arrependimento!

 

-Caralh*!!! Que ruiva gostosa!!! Sério que você não vai dar pra ela?! amiga, é sua chance de experimentar o seu lado gay e com um mulherão desses! Meu deus do céu, eu daria com certeza!

 

-Para, não curto mulher e você sabe muito bem disso.

 

-Muito gata, só pra constar... Eu pegaria.

 

-Tá, não vou ficar com ela. tchau, eu vou tomar banho e ser uma namorada pra “ruiva gostosa”.

 

-Tchau. Se eu fosse você, eu pegaria. rsrsrs

 

-Tá, sabe que não vou pegar ninguém. Tchau. Fui tomar banho e percebi que a ruiva era bem organizada. Escolhi um vestido bem justo no corpo e com um decote não muito vulgar, mas vulgar.

 

-É, você não tem uma roupa mais decente? É, que tem meus tios, primos, cunhado...

 

-O que tem minha roupa? Me desculpe, mas não trouxe outra melhor não. Percebi que ela ficou um pouco inquieta com meu corpo. Eu não estava acreditando que ela deu uma secada nos meus seios e quando foi pega, ficou vermelha. De um jeito estranho, eu gostei daquilo.

 

-Tudo bem. Quando descemos, a tal ex dela estava lá. Era uma mulher bem bonita e a noiva dela não era aquelas coisas, mas era bonita. Percebi que a Mari ficou super tensa.

 

-Ei, Mari. A ex a cumprimentou com beijo e abraço.

 

-Ei. Esta é Viviane, minha namorada. Ela foi tão insegura, que nem eu acreditaria naquilo.

 

-Ei, prazer! Ela me cumprimentou. Sentamos e a Mari foi ajudar a tia na cozinha. Percebi os irmãos dela se comunicarem. O assunto fluiu e fomos dormir. Ela arrumou a cama dela no chão e eu fui trocar de roupa

 

 

 

Mari

 

 

 

Ver a Katia depois de algum tempo, me fez sentir um incomodo. Poxa! Ela estava ali, noiva de outra mulher. Cara, vocês não fazem ideia de como eu era louca por ela. Graças a Deus jantamos, conversamos e fomos dormir, já não aguentava mais ter que ver aquilo.

 

-Tá tudo bem? Ouço a voz da Viviane, estando eu distraída na cama que arrumei no chão. Quando eu olho pra ela, quase babei. Ela estava vestindo uma camisola de seda, de cor preta, curta e com decote em V. fiquei sem graça ao perceber que ela me viu a secando.

 

-Sim, estou. Eu acho que estava vermelha. Caramba que mulher “boa”. Tentei deixar de pensar, mas ela não ajudava. Pra piorar, ela simplesmente me pega um vidro de hidratante e apoia o pé numa poltrona que tinha no quarto e começa a passar o creme nas pernas... e que pernas. Pensa: eu deitada num colchão no chão, o quarto não era grande, ela com aquela mini-camisola. Era impossível não olhar, estava crente que ela estava bem ciente do que estava provocando em mim, já que ela viu que eu babei no corpo dela.

 

-Ela era sua ex, né?

 

 -Sim.

 

-Tem muito tempo que vocês se separaram?

 

-Três anos. Eu não estava conseguindo pensar direito, tamanho a distração daquelas pernas.

 

-Nossa e você ainda não superou? Ela não era muito de papo, parecia que ela queria que eu a olhasse.

 

-Olha, não quero falar dela. E ela ainda estava passando o hidratante. Não aguentei e tive que falar: você sabe que gosto de mulher, né? Olhei para as pernas dela sem esconder que eu estava olhando. Você não tem roupa mais decente não?

 

-Ah, por sua causa? Fiz uma cara óbvia. Não se preocupe, sou prostituta, você não correria esse risco. Cara, que mulher abusada... abusada e linda. Tive que virar o rosto, porque parecia que ela estava tentando me seduzir. Demorei horas pra dormir, aquele cheiro gostoso do hidratante encheu o ambiente e a imagem dela com aquelas lindas pernas, não queriam sair da minha mente. Eu estava excitada, muito excitada; só dormi depois que tomei um banho gelado.

 

 

Acordei cedo, fui dar uma corridinha; trombei com a Sandra, fiquei pistola; aquela mulher tinha que acordar cedo também? Fui tomar uma agua e quando entrei na cozinha, minha avó e a Vivi estavam lá, Vivi estava tomando café puro.

 

-Ei vó. Bom dia! Dei um beijo em seu rosto.

 

-E na sua namorada, nenhum bom dia com beijo? Minha vó questionou.

 

-Claro vó! Dei um beijo na testa dela e subi. A imagem dela se hidratando estava me deixando louca. Precisava apagar aquele fogo. O dia foi bom, o pessoal fez um churrasquinho; estavam todos, só meus pais que não estavam. Minha mãe foi trocar as próteses de silicone e meu pai estava resolvendo um pepino em uma das nossas filiais. Ficamos na área da piscina. Vivi subiu pra colocar um biquini. Quando ela desceu, todos os olhares se voltaram pra ela. Ela estava com um biquini bem pequeno, estilo fio dental na cor azul turquesa. Caramba! Que mulher gostosa!

 

-Não baba não. Fred zombou.

 

-PQP! Ela não tem outro biquini? perguntou Dani ainda olhando para o corpo da Vivi. Não que minha irmã curtisse, mas por admiração mesmo. Que abdômen é esse? Ela se aproximou e eu babando. Ela pra me provocar, eu tinha certeza que ela estava me provocando e tive a confirmação quando ela pediu:

 

 

-Passa protetor nas minhas costas? Ela sentou na cadeira que eu estava, ficando entre minhas pernas e, jogando o cabelão de lado, me deu mais acesso ao seu corpo.

 

Abri o vidro de protetor e comecei a passar. Minhas mãos estavam tremulas.

 

-Vira, deixa eu passar na parte da frente. Pedi um pouco mais controlada. Ela se virou com um sorriso travesso nos lábios. Tive que me controlar pra não beijar ela. Aqueles lábios lindos.

 

Ficamos a tarde toda na piscina, eu nem notei que a Katia estava lá, Vivi estava me provocando, na verdade ela me provocou o dia todo; quando a Vivi disse que iria subi, eu fui atrás. Ela estava saindo do banheiro só de toalha e dá um grito; eu tomei banho no banheiro social e entrei no quarto, quando avisto a mulher em cima da cama com medo de um grilo que entrou no quarto. Comecei a rir.

 

-Vai ficar ai, rindo? Tira esse bicho daqui. Ela disse brava e com medo.

 

-É só um grilinho. Calma. Peguei o bichinho e joguei fora. Ela desceu da cama e eu sentei ainda rindo e peguei meu celular vendo uns e-mails. Ela colocou a calcinha, ainda de toalha e deixou a toalha cair, ficando só de calcinha pra terminar de colocar a roupa. Quando eu olho, ela estava do costas pra mim já colocando a blusa. Você está me provocando. Cheguei bem perto dela por trás e falei, já com as mãos na cintura dela.

 

-Já esqueceu que sou prostituta? Ela falou de forma abusada.

 

A virei pressionando seu corpo com o meu na porta do banheiro. Ela tentou sair, mas como meu corpo a pressionava, desistiu e ficou sem protestar. De repente ela fez o que eu estava esperando pra avançar: olhou para os meus lábios; não perdi tempo e a beijei. Ela levantou uma das pernas com a ajuda de minha mão, fazendo com que meu corpo se encaixasse no dela. Tinha uma escrivaninha no quarto, e foi onde eu a coloquei sentada e o beijo estava quente, muito quente.

 

 

Minha mão já estava nos seios dela, por baixo da blusa, ela já tinha tirado a minha blusa também. Quando alguém entra no quarto sem bater.

 

 

-Que porr* é essa?!!!

 

 

Fim do capítulo