Capitulo 1

 

 

 

Meu nome é Marília, tenho vinte e seis anos. Sou de uma família rica. Sou diretora executiva da Jackson móveis. Meu pai é o presidente da empresa. Ele é meu herói; sabe aquelas pessoas que você admira? E tem um respeito? Pois é! Sou assim com meu pai. Ele é simplesmente incrível. Tenho dois irmãos: Frederico e Daniela; somos muito unidos. Daquele tipo que conhece até o olhar?... pois bem! Nos conhecemos um ao outro dessa forma. Ah, tem a minha mãe. Amo demais aquela doida. Digo isso porque ela é bem avoada. Muito patricinha! Sempre teve do bom e do melhor. Meu pai sempre fez questão de mimá-la demais.

 

Meu pai e eu, trabalhamos juntos na empresa. Meus irmãos seguiram seus caminhos... a Dani é arquiteta e o Fred é engenheiro civil. Os dois trabalham juntos. Como tínhamos algumas filiais, a empresa matriz, ficava por minha conta, meu pai tocava as filiais.

 

 

Preciso falar um pouco mais de mim... sou lésbica. Namorei uma garota incrível. Katia era tudo pra mim. Éramos primas; foi um fuzuê quando nossos pais descobriram, meu tio parou de falar comigo, deu alguns castigos na Katia, mas ele desistiu quando viu que nós não iriamos desistir.

 

Nós namoramos por cinco anos. Eu sei todos os defeitos dela... todas as qualidades; não era preciso ela falar que tinha algo errado; eu sabia quando tinha. Mas...

 

 

-Marília, pode assinar esses papéis pra mim? Flavio pergunta entrando na minha sala.

 

-Claro! Assinei os papéis e ouvi meu celular tocar. Flavio se retirou da minha sala e ouço a voz da minha irmã:

 

-Oi, Mari!

 

-Oi, Dani!

 

-Tudo bem? Muito trabalho aí?

 

-Muito! E aí?

 

-Graças a Deus, também.

 

-Sabe que no fim de semana temos que ir a casa da vovó, né? Me perguntou de forma estranha. Não entendi.

 

-Sim, sei. Por que esse tom? Perguntei desconfiada.

 

-Nada, é... só queria saber se você estava ciente de que todos vamos pra lá.

 

-Claro que eu sei! Mamãe me falou.

 

-Falou que todos, tipo: filhos, filho de filhos, filho dos filhos dos filhos?

 

-Tá! Já entendi! Onde você quer chegar com isso? Perguntei irritada, pois ela estava enrolando. Conhecia a peça! Tinha treta, com toda a certeza.

 

-Katia também vai. Falou meio baixo, não entendi direito.

 

-Não entendi! Fala mais alto; não escutei!

 

--Katia vai também. Ela falou de forma audível. Meu coração quase saiu pela boca. Me ajeitei na cadeira, prendi um pouco a respiração... Mari, Mari... tá aí?

 

-Sim, estou. Foi o que consegui responder.

 

-Tudo bem?

 

-Sim! Por que não estaria? É vó dela também. Não posso impedir ela, né? Tentei se fazer de durona, mas pra cima da minha irmã não colava.

 

-Tá, mas ela vai com a Sandra, a noiva dela. PQP! Ter que ver ela já era ruim; acabava com todas as minhas estruturas... imagina vê-la com a noiva? Respirei fundo e falei:

 

-Por que ela tem que levar aquela mulher? Perguntei indignada.

 

-Porque é a noiva dela?...

 

-Tá, mas é uma reunião em família, não pode levar qualquer um!

 

-Marília, para! Você sabe muito bem que a Sandra já faz parte da família e que sim, ela pode ir no aniversário da vovó.

 

-Ai, me desculpa! Esqueci que você já virou amiguinha da nova membra da família. Respondi com cinismo.

 

-É incrível como você não consegue superar! Já faz três anos!

 

-Não começa! Já superei sim.

 

-Claro... Dá última vez que você a viu, você simplesmente encheu a cara, fez merd* e depois se arrependeu. Me ajuda, né?

 

-Isso tem anos já. Respondi tentando me justificar.

 

-Ok, dona Marília! Só não arrume desculpas para não ir, papai já disse que não vai poder ir, se você não for, vovó vai ter um troço.

 

-Eu vou, tá? Não se preocupe, não vou matar a velha do coração.

 

-Tá. Mas Marília, tenta ficar bem. Ela era um amor.

 

-Vou ficar bem. Relaxa!

 

-Te amo!

 

-Também te amo! Beijos.

 

-Beijos.

 

Não conseguia pensar em mais nada. Trabalhar? Não, não dava mais pra trabalhar. Desliguei o computador e fui pra casa.

 

 

 

 

 

-Fred, temos que fazer alguma coisa, a Mari ficou super mal quando falei que a Katia vai na casa da vovó e vai levar a noiva.

 

-Não inventa, Dani. Advertiu o rapaz. Vamos fazer o quê? Arrumar uma namorada pra ela em menos de uma semana? Ironizou.

 

-Ah, não sei! ESPERA! A mulher gritou.

 

-O que foi, doida? Fred perguntou assustado com o grito da irmã.

 

-Podemos sim arrumar uma namorada pra ela!

 

-Como? Vamos pagar uma prostituta? Ironizou e ficou com medo da cara que a irmã fez pra ele. Não Dani! Ela não nunca aceitaria isso. Você tá doida? Fred estava desacreditando naquilo; era sério que a irmã estava pensando em contratar uma acompanhante?

 

-Fredinho, presta a atenção: seria uma mulher só pra fingir ser namorada, elas não precisariam trans*r.

 

-Você tá doida! A Marília não vai aceitar isso.

 

-Nós contratamos e só avisamos no dia. Ela não precisa saber... depois que contratarmos, nós a convencemos. Você sabe que ela ainda gosta da Katia e a Katia sabe disso e usa isso a seu favor. É melhor pra Mari se estiver acompanhada. Frederico pensou e resolveu entrar a onda da irmã.

 

-Ok! Daniela vibrou.  Foram procurar uma acompanhante. Acharam uma bela mulher e decidiram que seria aquela.

 

 

 

-Alô...

 

-Ei, é... eu queria... quero contratar seus serviços. Falou Fred todo sem graça...

 

 

 

 

 

 

 

Os dias foram passando e Marília estava cada vez mais tensa. Saber iria que passar um final de semana inteiro com a ex namorada e a noiva dela, era um martírio. Ligou para o irmão, queria saber se ele iria de carro.

 

 

-Ei, Fred. Bom dia. Você vai pro sitio de carro ou vai de carona?

 

-Ei, bebe. Vou de carona. Meu carro está na oficina.

 

-Hum... queria ir com você.

 

-Vou com a Dani, talvez tenha lugar. Sugeriu solicito.

 

-Ah, não. Igor já vai com ela. Vou com meu carro mesmo. Obrigada.

 

 

Sexta-feira duas horas da tarde.

 

-Cadê você? Perguntou uma Daniela eufórica.

 

-Estou na empresa. Respondi sem animo algum.

 

-Pode se animar. Passo no seu apartamento às dezesseis horas, esteja pronta. Aquilo foi uma ordem misturada com ameaça. Por mais que eu não quisesse ir... a Dani me levaria, nem que fosso amarrada. Gostava do jeito mandão dela, mas as vezes era um pé no saco. Bem, ela era a irmã mais nova, mas era a mais mandona.

 

-Ok! Resolvi ir embora arrumar minhas coisas, já que nem mala tinha arrumado ainda; isso era a vontade que eu estava de ir. Não que eu não gostasse da minha avó, gostava e muito... só não queria ter que encontrar com a Katia; eu ficava completamente vulnerável à ela.

 

 

 

-E ai, já está pronta? Minha irmã entra no meu quarto sem bater... normal! Bem a cara dela mesmo.

 

-Quando vai aprender a bater na porta? Reclamei.

 

-Ai, me desculpa! Cadê suas coisas? Perguntou.

 

-Já estão no carro. Só subi pra pegar minha bolsa. Disse e estava saindo do quarto, me deparando com meu irmão e uma mulher espetacular na minha sala, quando minha irmã puxa meu braço: o que foi? Quem é aquela mulher?

 

-Então, essa é Viviane. Vivi, esta é minha irmã Marília.

 

-Prazer! Disse a mulher com voz firme, mas suave ao mesmo tempo. Sem esboçar qualquer ar de sorriso.

 

-Prazer. Quem é ela? Perguntei ainda diante dos três. Não fui nada discreta, conhecia muito bem os meus irmãos pra saber que eles tinham aprontado.

 

-Então, ela é sua namorada pra esse final de semana. Ela disse com tanta naturalidade que até me solidarizei com a causa. Sqn.

 

-Como assim? Perguntei sem entender.

 

-Ela vai ser sua namorada pelo final de semana inteiro. Repetiu

 

-Isso eu entendi, agora quero saber como vocês conseguiram uma namorada pra mim. De onde você a conhece?

 

-De um site. Fez cara de sonsa.

 

-Fred! Meu irmão veio pra perto de nós duas, enquanto a mulher estava em pé olhando a vista, que por sinal era linda.

 

-Como assim vocês a conhecem de um site? Perguntei, mas não baixo. Não estava escondendo nada mesmo. Olhei pra cara deles não querendo acreditar que eles tinham feito aquilo. Quando vi que eles fugiram do meu olhar inquisidor.

 

-É, é isso mesmo que você esta pensando. Confirmou minha irmã, quando viu o meu olhar neles.

 

-No que pensavam, quando contrataram uma PROSTITUTA pra ser minha namorada?

 

-Calma, Marília! Dani e eu só queremos ajudar! Falou Frederico.

 

-Vocês acham que eu não tenho capacidade de conseguir uma namorada? É isso? A mulher estava ouvindo a nossa conversa/discussão.

 

-Mari, pare de drama! Nós três sabemos que sim, você tem capacidade, mas simplesmente se fechou para o amor, desde que a Katia terminou com você. É mentira? Perguntou Dani. Parece que vive na esperança de um dia ela voltar pra você.

 

-Sou capaz de arrumar uma namorada sozinha; além do mais... estou focada em outros objetivos. Faleu para convencer os irmãos.

 

-Katia está noiva e a noiva dela vem com ela pro aniversário da vovó. Dani falou... como se eu não tivesse passado noites sem dormir, pensando naquilo. Como se eu não tivesse emagrecido, porque não conseguia comer, pensando naquilo.

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo