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As escolhas de Helena por escolhasdehelena

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Palavras: 5939
Acessos: 1504   |  Postado em: 04/01/2020

Capitulo 52 - A jornada é longa

 

Semana 1

 

            Thaísa entrou no consultório e foi recepcionada por uma psicoterapeuta jovem e muito bem humorada.

 

            “Pode se sentar no sofá, Thaísa, fique à vontade!”

            “Achei que aqui teria um divã...” Thaísa dá um rápido sorriso.

            “Gosto de ter uma conversa cara a cara com meus pacientes, por isso coloquei o sofá.”

            “Mas e se a pessoa for tímida?”

            “Bem, se quiser pode deitar no sofá, o importante é ficar confortável!”

            “Certo...” Thaísa decide então se sentar.

            “Bem, Thaísa, conte-me um pouco sobre você, o que lhe levou a marcar a consulta...”

 

            Alguns segundos de silêncio.

 

            “Na verdade segui o conselho de uma amiga... bem, amiga da minha irmã, na verdade.”  Thaísa parece um pouco ansiosa.

“E por que resolveu seguir o conselho da amiga de sua irmã?”

“Porque... porque eu estou passando por alguns problemas com meus colegas na faculdade de Medicina.” Thaísa  desabafa.

“O que está acontecendo entre você e seus colegas?”

“Nada demais...algumas divergências de ideias. Não quero aprofundar nisso agora.”

“Tudo bem, se você quiser não aprofundaremos nisso agora. Conte-me mais sobre outras áreas de sua vida, então.”

“Tenho um bom relacionamento com meus pais, já tive meus problemas com minha irmã mas agora estamos nos acertando, acho que o fato de ela ter ido morar longe me fez perceber que sinto falta dela às vezes. Quanto aos amigos, tenho alguns do antigo curso que eu fazia, que era farmácia.”

“E esses problemas com sua irmã, no passado, têm algo a ver com os problemas que você tem hoje com seus colegas ou são raízes completamente diferentes?”

“Ah, você sabe, irmãs brigam por qualquer coisa... mesmo que possa ter algum ou outro ponto em comum, acho que o fator principal dos problemas que tive com minha irmã foi o fato de ela se rebelar contra meus pais.”

“E o fato de ela ter se rebelado fez você se sentir como?”

“Não sei, nunca parei para pensar como me senti... eu senti... eu senti raiva, senti medo...acho que senti medo por ela... porque apesar de tudo ela é minha irmã...”

“Você enfatiza bastante o apesar de tudo...apesar de tudo o quê?”

“Foi o que eu acabei de dizer, apesar das rebeldias, das ações dela, do jeito dela meio infame.”

“E por que apesar  e não por causa de? Não são as ações que fazem de uma pessoa o que ela é?”

“Eu a amo porque ela é minha irmã e meus pais me ensinaram a valorizar a família acima de tudo.” Thaísa argumenta, séria.

________//________

 

Miguel acordava da anestesia aos poucos, e as primeiras pessoas que o viram foram a mãe, tio Dante e tia Lívia. A mãe abraçou o menino ternamente e logo depois Dante foi checar os sinais vitais.

Lívia foi avisar a enfermeira, que por sua vez, trouxe a médica.

“Vocês dois são parentes dele?” A doutora pergunta, reconhecendo apenas a mãe.

“Não, a gente é do programa em que a senhora é preceptora, o de assistência aqui do Hospital, a gente se conheceu no primeiro dia...” Lívia comenta.

“Mas agora não é horário de visita e vocês não estão de jaleco.” A médica continua.

“É que queríamos ver o Miguel no pós operatório.” Dante responde.

“Voês dois podem vir aqui fora comigo rapidamente?” Ela os chama para um canto no corredor e os dois a seguem, sem entender.

“Tem algo errado, professora?” Dante questiona.

“Vocês já conheciam o paciente fora do ambiente hospitalar?”

“Não senhora, a gente conheceu dentro do programa mesmo.” Lívia confessa.

“E vocês estão aqui fora do horário de visita, sem ser o dia estipulado do programa, sem jaleco, e provavelmente utilizaram os crachás para entrar, não é?” A preceptora encara o jovem casal.

“Ér..é que...pois bem...” Dante começa a gaguejar. “ A gente deixou o jaleco no carro...”

“Sei. De qualquer forma, parece que vocês se apegaram à história do paciente. Não digo para não se sensibilizarem, nós somos seres humanos e casos como o dele mexem com a gente de verdade. Inclusive meu colega de trabalho e professor de vocês já deve ter falado muito sobre essa sensibilização e se tornar mais humano e blá blá blá. Mas, como futuros médicos, vocês não podem exagerar. Essa proximidade excessiva pode interferir na relação médico-paciente. Veja bem, vocês poderiam ser eliminados do projeto por terem entrado em horário errado com o crachá e ficarem sem jaleco, portando-se como visitantes.”

“Certo, desculpe, professora.” Lívia abaixa a cabeça e a preceptora sai.

“Pois ainda sim prefiro nosso professor nos ensinando a sermos mais humanos do que esse discurso todo de profissionalismo. Que saco, a gente só esqueceu o jaleco uma única vez!” Dante cochicha, contrariado e irritado.

 

________//________


Semana 2

 

Thaísa entrou na sala do consultório da psicóloga e logo se sentou, um pouco mais confortável do que na semana anterior.

“Boa tarde, Thaísa!” A psicóloga sorri.

“Boa tarde...” Thaísa suspira, sem saber o que falar.

“E aí? Conte-me como foi essa semana, se a conversa de semana passada surtiu algum efeito, se não surtiu, se você esperava mais...”

“Ah...” Thaísa dá de ombros. “Para mim, foi a mesma coisa. Meus colegas me ignoraram, conversei algumas vezes por telefone com minha irmã, ela me força a querer mudar, eu não quero, e a única pessoa que não é ignorante comigo naquele curso é a amiga dela que está no quinto semestre e também é minha monitora.”

“Que aspectos ela pede para você mudar?” A psicóloga tenta vasculhar.

“Como eu havia dito semana passada, não quero falar sobre isso.”

“Certo... e quanto a essa monitora, você sempre se refere a ela como amiga da sua irmã... você não a considera amiga dela também?”

“Sei lá, nunca havia parado para pensar nisso. Mas acho que ela só me tolera justamente porque é amiga da minha irmã.”

“Você não considera ter qualidades boas o suficiente para uma amizade?”

“Considero sim, por quê?”

“Então por que você acha que a monitora apenas lhe tolera?”

“Isso me faria voltar a falar do assunto que não quero falar.” Thaísa suspira.

“Certo... então você poderia me falar um pouco sobre sua relação com seus pais?”

“Eu já disse semana passada, tenho um bom relacionamento com eles.” Thaísa responde, franzindo a testa.

“Teve algum relacionamento no passado que incomoda seus pensamentos?” A psicoterapeuta tenta cavar mais fundo.

“Ah...assim, tem... tem uma pessoa.” Thaísa engole seco. “Tem esse rapaz que agora casou, tem filha, algum tempo atrás chequei a rede social dele... eu me senti meio mal, até conversei com minha irmã a respeito disso.” A garota começa a se sentir inquieta por ter mentido parcialmente em seu discurso.

“E por acaso você não consegue entender o motivo de se sentir mal ou já faz certa ideia?”

“Bem... acho que... essa pessoa, esse garoto...foi alguém que eu amei, mas acabei terminando por coisa boba, então quando o vi com outra pessoa, tendo algo sério, formando uma família, eu senti como se tivesse perdido algo importante na minha vida.”

“Esse sentimento de perda de algo não poderia estar junto a um medo de ser esquecida? Pois imagino que quando estavam juntos, fazer parte da vida dele era algo importante para você também.”

“Sim, realmente era... mas de qualquer jeito não poderíamos ficar juntos.”

“E por que não?”

“Porque... há alguns aspectos que... vamos dizer assim... vão contra meus princípios.” Thaísa tenta escolher as palavras cuidadosamente.

“Quais seriam esses princípios e por que esse garoto os feriu?”

“São mais princípios da minha família que tomei para mim.” Thaísa coça a cabeça e a voz vai afinando.

“Então se esse garoto desrespeitou princípios de sua família, ele não lhe amava o suficiente para compreender, logo não há necessidade de carregar alguma culpa sobre si.”

“Mas é que... ah, é complexo demais e a gente cai de novo em um assunto que não quero falar.”

“Sobre esses assuntos que não quer contar, você não conta porque não se sente bem ou por não confiar? Porque se for a segunda opção, nós temos sigilo nessa consulta, seria crime se eu quebrasse isso.”

“Não! Não é pela segunda opção. É uma questão mais pessoal mesmo.” Thaísa fica inquieta.

“Então esse princípio familiar que você segue também lhe impede de relacionamentos futuros com outros rapazes ou foi somente com ele em específico?”

“Acho que me impede em relacionamentos futuros também. Mas não que eu queira algo, de qualquer forma.” Thaísa dá de ombros.

“E como funcionam suas prioridades entre esses princípios e a maneira como você se relaciona de modo geral? Com relação não só a namorados, mas amizades também.” A psicoterapeuta tenta entender com as poucas informações que a paciente fornece.

“Também como eu havia dito semana passada, minha família é minha prioridade.” Com respostas vagas, Thaísa complica ainda mais o trabalho da psicóloga.

 

________//________

 

O ensolarado sábado amanhecia e Helena dormia tão profundamente que chegou a babar no travesseiro.

“Rise and shine, Helena! Você prometeu que iria me levar ao obstetra hoje de manhã.” Anna Júlia aparece no quarto da amiga abrindo as cortinas para deixar os raios de sol adentrarem.

“Mas já?” Helena resmunga.

“Sim, foi você mesma quem marcou e conseguiu me encaixar nesse horário! O Dr. Morais quase não tem horários livres.”

“Pois é, veja como eu sou sua amiga, cobrei uns favores da minha ex e ela falou com o pai dela.” De olhos fechados, Helena tateia o criado-mudo ao lado da cama e encontra a chave. “Agora você poderia me fazer um favor e ir sozinha, porque eu estou sem condições...”

“Ah, qual é, que tipo de amiga é você que não vai junto a uma de suas melhores amigas grávidas para o acompanhamento do pré-natal?” Anna Júlia tira os lençóis da cama de Helena e os dobra.

“Então se você é uma das minhas melhores amigas por favor não me torture...” Helena pede, com a voz manha. “Não sei como você aguenta! Ontem a gente dançou no Pub até umas três da manhã e você está aí cem por cento.”

“Você só está acabada porque bebeu um monte. Como não posso, fiquei tomando água a festa inteira, tenho que aproveitar agora para usar minhas roupinhas mais apertadas. Já é um milagre eu estar na vigésima primeira semana e a maioria das minhas roupas ainda servirem. E vamos, Lena, por favor, por favor... lembra que a Lívia esqueceu de pegar uma sacola e lhe pediu para deixar lá no prédio do Dante antes de irmos ao médico? Eu não queria aparecer lá...aliás, que que é essa sacola toda cheia de presentes?”

“É uma festa de aniversário de um paciente lá do hospital que eles fizeram amizade.” Helena explica, finalmente se levantando. Ela olha o celular, checa as mensagens e bloqueia novamente a tela. “Acho que fiz besteira...”

“Por quê? É sobre a Paula? Ela mandou mensagem? Ontem vocês sumiram e ficaram um tempão no banheiro...”

“Sim... eu me lembro bem disso, achei que estava tudo certo até ela ter falado que terminou com a namorada no dia anterior...”

“E por que isso é um problema?”

“Elas tinham toda uma conexão, tinham um relacionamento aberto, achei que ia tudo bem. Para elas terem terminado, algo grave deve ter acontecido, e agora quando quero fugir de problema, tenho recaída com minha ex um dia depois do término dela. Tudo o que eu precisava.” Helena revira os olhos e então começa a procurar uma roupa para sair.

“Novamente... por que isso tem que ser um problema?!” Anna Júlia termina de arrumar a cama da amiga.

“Porque eu não gosto dela, Anna. Digo, já gostei por um tempo, mas durante nosso namoro eu era apaixonada por outra pessoa que também não deu certo. Quando superei, encontrei a Pérola, por quem criei um sentimento muito forte, e também não deu certo. Agora eu só quero ficar em paz por um tempo. O que eu menos queria era trans*r com uma ex em um banheiro de balada.” Helena finalmente escolhe uma blusa e uma calça. “Pode me dar licença?”

“Por que?” Anna ri. “Querida, ontem depois que a Paula foi embora, não sei se você se lembra, mas eu tive que cuidar de você enquanto você tirava a blusa no banheiro para vomitar, depois vomitou no seu sutiã, aí eu tive que tirar o seu sutiã e colocar sua blusa de volta, você é meu treinamento para o meu futuro bebê então não se preocupe. Mas já que a bebezona sente vergonha...” Anna Júlia cruza os braços e se vira de costas. “E vê se anda logo, temos hora marcada.”

“Está bem, está bem.” Helena resmunga. “Já que é para ter irmã postiça, você pelo menos poderia ser mais legal como o Otávio...”

“E sofrer uma overdose para você ser obrigada a tomar conta de mim? Não, muito obrigada. E sim, eu já sei da história.”

“Okay, okay, okay. Já me troquei. Vai descendo, vou pegar a sacola.” Helena sugere e Anna Júlia assim o faz.

 

Enquanto levava a sacola caminhando em direção a garagem do prédio, Helena resolveu responder às mil e uma mensagens de Paula.

‘Hey..uhm... Bom dia. Estou indo agora ver seu pai com a Anna Júlia, para a consulta dela. Também senti saudades. A gente se fala mais tarde ok?’

‘Ah, tudo bem... tem um restaurante maravilhoso ao lado do consultório dele, poderíamos almoçar lá depois da consulta, o que acha?’

‘Bem, eu tenho que levar a Anna, depois trazê-la... fica meio complicado, desculpa...’ Helena responde e então entra no carro.

“Não esquece, vamos deixar os presentes no prédio do Dante primeiro.” Anna avisa, sentada ao lado da motorista.

“Beleza.” Helena coloca o celular no porta-copos e liga o carro.

“Hey, seu celular não para de vibrar.” Anna Júlia aponta para o aparelho com a tela virada para cima, mostrando sete ligações perdidas.

“É a Paula. Não vou atender.” Helena responde, já há poucas quadras do prédio de Dante.

“Que falta de educação, Helena!”

“Não é isso, é que ela me convidou para almoçar depois da sua consulta.”

“E por que não vai? É só um almoço, não é um pedido de casamento.”

“Então por que você não entrega a sacola de presentes para o Dante você mesma?” Helena estaciona o carro.

“Okay, não falo mais da Paula.” Anna Júlia cruza os braços e se mantém no carro enquanto Helena faz o serviço.

 

________//________

 

Semana  8

 

Um mês e meio depois, com sessões semanais de terapia, pela primeira vez Thaísa chegava bufando no consultório, completamente alterada e vulnerável.

“O que foi, Thaísa, está tudo bem?” A terapeuta pergunta para a inquieta paciente.

“Não! Nada está bem. Descobri que meus colegas marcaram um churrasco com um dos meus professores pelas minhas costas. Fui a única a não ser chamada. Eles chamaram até a monitora da matéria!” Thaísa anda de um lado a outro dentro da sala do consultório.

“E como você descobriu que estão organizando isso?”

“Eu ouvi alguns colegas chamarem a monitora e explicarem sobre o churrasco. Fiquei do outro lado da parede escutando feito boba.” A garota finalmente se senta.

“E você tem vontade de ir a esse churrasco?”

“Não! Lógico que não. Se já não suporto ficar com esse povo na sala de aula, imagina passar o dia escutando gente bêbada dançando e conversando alto.”

“Então por que se irritou com a falta do convite?”

“Porque eles convidaram até gente que não era da nossa sala, e eu não! Porque nosso professor vai, e ele seria uma ponte para que eu conseguisse um orientador lá na frente.”

“Mas você não pode conversar com ele em outro horário? Tenho certeza que ele se irritaria se tivesse que conversar a respeito disso em um momento de lazer como é um churrasco.”

“Eu, sei, mas... tudo bem que eu não queria ir, e não quero... eu só queria ter sido convidada...” Thaísa abaixa a cabeça.

“E como você se sente em relação a isso?”

“Sempre essa mesma pergunta!” Thaísa se irrita. “Como eu me sinto, como eu me sinto! Eu não sei como eu me sinto! É por isso que estou vindo aqui! Para que você me explique como eu me sinto! Caramba, já vim em pelo menos oito sessões e você nem ao menos suspeita do motivo real de eu ter procurado terapia!”

“Thaísa, durante todo esse tempo eu sei que estamos trabalhando sem dar nome aos bois mas desde o início eu soube o motivo de sua vinda.” A psicoterapeuta responde, com convicção.

“S-sério?” Thaísa muda completamente a expressão facial.

“Sim.” A psicoterapeuta sorri. “Você corta o assunto toda vez que chegamos a uma conclusão que se aproxima do real motivo sob diferentes aspectos. Com relação à visão geral da sua família, com relação a sua autoaceitação... Thaísa, temos trabalhado isso há oito semanas e você nem ao menos percebeu.”

“T-temos?” Thaísa engole seco mais uma vez.

“Sim. Veja bem, três semanas atrás você me contou que apagou todas as postagens de ódio na sua rede social.” A psicoterapeuta começa a ler trechos de relatórios passados em sua prancheta. “Semana retrasada você confessou estar se abrindo mais a assistir a filmes diversificados. E semana passada você comentou ter corrigido seu pai ao fazer um comentário preconceituoso à mesa de jantar.”

“Mas... mas eu não especifiquei nada... não tem como você saber algo que eu não especifiquei...”

“E você não precisa especificar nem justificar nada para mim. Não há necessidade de confessar nem rotular nada. Só fico feliz de você aprender gradativamente que nem tudo na vida é apenas oito ou oitenta.”

“Bem, acho que tenho agido de forma menos radical realmente... essa fúria que me segue parece ter diminuído um pouco.” Thaísa confessa.

“E com relação ao fato de não ter sido convidada para o churrasco? Como pretende agir?”

“Vou respirar fundo, tentar me acalmar. Vou fingir que realmente não estou sabendo e no dia da festa provavelmente não utilizarei minhas redes sociais para não me irritar ou me entristecer.” Thaísa respira fundo e demonstra sentir um pouco de orgulho de si mesma.

 

________//________

 

Helena finalizava um trabalho com data de entrega para dali a alguns dias quando Anna entrou no quarto sem bater.

“Que susto, garota!” Helena exclama, colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito.

“Perdão! A porta estava entreaberta.  Está fazendo o quê?”

“Um trabalho de pneumologia. Você precisa de alguma coisa?”

“Não, na verdade não, é que estou estranhando uma coisa...”

“O quê?”

“Já são quase duas da manhã e a Lívia ainda não saiu para voltar ao prédio do Dante.”

“Ela está aí? Sério? Desde que horas?”

“Eu a escutei chegar por volta das oito da noite. Entrou no quarto e não saiu desde então.”

“E como você sabe que ela não saiu? Ela pode ter ido embora enquanto você estava no banheiro ou sei lá.”

“Eu tentei abrir a porta mas está trancada e a luz está acesa. Ouvi alguns movimentos, como se ela estivesse andando no meio do quarto. Ou ela está sozinha, ou o Dante vai passar a noite aqui, mas acho que ele não está no quarto.”

“Bom, posso tentar ligar para ela, vai ver ela esqueceu a luz acesa e você pensou ter ouvido alguma coisa.” Helena comenta e logo pega o telefone. Tenta ligar, mas cai na caixa postal.

“E se ligar para o Dante?”

“Vou tentar.” Helena procura o contato e seleciona para realizar a chamada, mas também cai na caixa postal após chamar diversas vezes. “Estranho.”

“Tenta bater na porta dela. Talvez ela lhe responda.” Anna sugere, e Helena então sai de seu quarto e vai até a porta do quarto da amiga e veterana.

“Lívia?!” Helena bate três vezes na porta. “Lívia, você está aí?” Bate mais duas vezes.

“Estou, Helena. Mas não quero falar com ninguém agora.” Lívia responde do outro lado.

“Está tudo bem?” Helena arrisca perguntar.

“Helena, eu não quero falar com ninguém agora.” Lívia responde e apaga a luz.

“Bem, pelo menos sabemos que ela está viva.” Helena cochicha com Anna.

“Será que ela e Dante terminaram?” Anna pergunta, curiosa.

“Não sei...mas é tudo muito estranho.” Helena então pega o celular do bolso e deixa uma mensagem para Dante, que retorna a ligação perdida poucos minutos depois.

“Helena, desculpa não ter atendido, eu estava dormindo e acabei esquecendo de tirar do modo silencioso. Acordei agora para beber água e vi a mensagem. Ela está melhor?” Dante pergunta, com a voz preocupada.

“Como assim melhor? O que aconteceu?”

“Ela não te contou?”

“Não, até poucos minutos atrás eu nem sabia que ela estava em casa. Diga logo o que aconteceu!” Helena coloca no viva voz e Anna Júlia se aproxima para ouvir.

“Bem, não sei se tu lembras do Miguel, o garoto que a gente acompanha no hospital. Enfim, ele teve uma crise convulsiva e poucas horas depois um acidente vascular encefálico.”

“Um AVE em uma criança? Caramba. Não era ele que teve o nefroblastoma bilateral?”

“Sim, pois é. Dois casos raros em uma mesma criança. O pobrezinho entrou em coma desde então. Fomos avisados pouco tempo depois, então prontamente nos dirigimos ao hospital, a nossa preceptora finalmente nos deixou entrar no CTI após muita insistência mas quando Lívia viu o garoto, ela paralisou. Não conseguia dizer nada, nem chorar, absolutamente sem reação. Eu conversei um pouco com a mãe e com os médicos enquanto ela ficou imóvel ao lado do menino. Eu a levei de volta para o teu prédio e ela ficou muda. Tentei conversar com ela, mas tudo o que ela fez foi sair do carro sem ao menos se despedir. Tentei ligar, e nada. Desisti, resolvi jantar, tomar meu banho e dormir. Daí acordei e vi sua ligação perdida e a mensagem.”

“Caramba...” Helena coça a cabeça. “Estou sem palavras, Dante...”

“Eu só queria que ela falasse qualquer coisa, esboçasse qualquer reação... eu nunca vi a Lívia assim antes.” Dante se preocupa.

“Pela manhã tentarei falar com ela. Fica tranquilo.” Helena tenta acalmar o amigo.

 

________//________

 

No meio da noite, Helena e Anna Júlia escutaram um barulho de algo sendo quebrado. Correram para a origem do som, no meio da cozinha, onde encontraram Lívia colocando cacos de um copo de vidro quebrado dentro de uma caixa de papelão.

“Lívia, você está bem?” Helena pega um pano de prato e se abaixa para ajudar a pegar os cacos de vidro.

“Uhm-hum.” Lívia balança a cabeça positivamente, sem olhar para Helena.

“Gente eu vou juntar aqui os restos menores com a vassoura e de manhã passo o aspirador de pó para corrermos o risco de ter perdido algo a olho nu.” Anna Júlia avisa.

“Beleza, Anna.” Helena continua a pegar os cacos maiores. Então ela pausa e segura o braço de Lívia, que tremia levemente. “Hey. Fala comigo. Dante está preocupado com você, todo mundo está.”

“Eu tenho medo.” Lívia engole a seco.

“Medo de quê?”

“Medo de ligar meu celular e a mensagem estar lá.”

“Que mensagem?”

“O Miguel está em coma, Helena. As chances são poucas. Qualquer barulho do celular a essa hora da noite me assustaria. Eu não quero isso.”

“Lívia, você vai ser médica. Isso um dia pode ser sua rotina. Você não vai virar uma pedra de gelo se aprender a lidar com a perda.”

“Eu sei, Helena, eu sei... bem que a minha preceptora nos deu bronca por nos aproximarmos demais do Miguel...” Lívia se levanta do chão e se senta à mesa, ainda desolada.

 

Helena conversou por algum tempo com Lívia, que aos poucos foi se acalmando. Anna Júlia havia saído para pegar uma pá de lixo que havia deixado no quarto e logo reapareceu.

 

“Helena, o Dante me ligou. Tem uma chamada perdida dele e duas mensagens. Disse que você não atendeu. É para ligar para ele.” A advogada avisa.

“Deve ser por causa do Miguel.” Lívia suspira. “Não precisa ligar, Helena. Eu mesma ligo.” A garota cria coragem, se levanta e vai ao quarto para escutar a notícia que tanto temia.

 

________//________

 

Semana 9

 

“Deu tudo errado.” Thaísa já inicia a sessão de psicoterapia suspirando à frustração.

“Vamos respirar fundo e começar devagar. Exatamente o que foi que deu errado?”

“Tudo. Tudo. Eu briguei com uma colega de sala. Acho que tudo que estava amontoado guardado dentro de mim e de alguns deles meio que explodiu essa semana.”

“E como foi isso?”

“Bom, tudo começou na monitoria...”

 

“Pessoal, hoje eu vou ensinar para vocês a manobra de Heimlich, para o caso de obstrução de via aéria por corpo estranho. Lembrem-se de uma coisa: enquanto a pessoa estiver tossindo, ela tem ar, o organismo dela está tentando retirar o corpo estranho. A manobra de Heimlich serve apenas para quando a pessoa não consegue mais tossir, porque ela tenta simular a tosse para expulsar o corpo estranho. Para lactentes e crianças vamos treinar em bonecos, mas no adulto vou usar um de vocês como cobaia. Quem topa?”

“A Thaísa!” Uma voz ao fundo ecoou, vinda de um grupinho, e seguida de pequenas risadas.

“Quero ver se ela deixa ser tocada por outra mulher...” Uma garota cochichou com a amiga, mais à frente.

“Vai ver ela até gosta...” A outra garota respondeu, no mesmo tom de cochicho.

“Gente, alguém se voluntaria?” Helena ignorou os cochichos e continuou a pedir.

“Tha-í-sa! Tha-í-sa! Tha-í-sa!” Um grupo de três garotos começou a ecoar o canto como se estivesse fazendo torcida organizada.

“Dá para parar de pegar no meu pé? Eu não fiz nada para vocês! Há tempos eu venho aguentando essas merd*s!” Thaísa então não suportou e ergueu a voz.

“Que foi? Ficou bravinha, é?” Uma das garotas que estava cochichando também levantou a voz.

“Eu só estou cansada de vocês pegarem no meu pé!”

“Está precisando trans*r, hein! Monitora, você não tem alguma amiga para apresentar à Thaísa?” A garota continuou a provocar.

“Quer saber? Chega! Vão todos para o inferno!” Thaísa se irritou completamente e saiu da sala de monitoria, batendo a porta.

 

“Pessoal, qual a graça disso?” Helena também se irritou. “Vocês já são adultos, né? Já estão na faculdade, e ficam fazendo esse tipo de brincadeira idiota.” Ela deu bronca e logo saiu atrás de Thaísa, encontrando-a sentada no corredor.

“Você está bem?” Helena se sentou ao chão ao lado da caloura.

“Só estou um pouco cansada... essa estúpida que me provocou é filha de um deputado da oposição, ela é ativista de todas essas causas que você adora, e ela descobriu que eu sou da família do Presidente e tem me enchido o saco, mesmo após eu ter apagado todas as postagens que pudessem ofender alguém na minha rede social. Tudo que eu fiz que eles me massacraram eu já pedi desculpas, já apaguei e não repeti mais. Só que essa garota continua pegando no meu pé por causa dessa merd* de política.” Thaísa escondeu o rosto com os olhos marejados.

“Veja bem... sua família atualmente é a mais odiada do país, devido aos recentes escândalos, e você sabe bem disso, mas-”

“Nossa, obrigada pelo apoio, monitora.” Thaísa retrucou, enxugando uma lágrima.

“Mas, como eu ia dizendo, nada justifica essa perseguição com você. Essa filha do deputado fica lhe provocando pela sexualidade e ainda se diz ativista?”

“Sim...”

“Que hipócrita.” Helena então colocou a mão sobre o joelho de Thaísa e deu um leve tapa, indolor. “Mas não precisa se preocupar com ela. Vou resolver isso. Pega sua bolsa, volta para casa. Vejo você semana que vem.”

 

“Então a monitora  defendeu você? Parece um final feliz para a história.” A psicoterapeuta comenta.

“Essa foi só a primeira parte da história. Aquele dia eu fui embora mais cedo realmente e fiquei imaginando que a monitora fosse conversar com a garota. Realmente estaria tudo certo, se não fosse na segunda-feira, logo quando entrei na sala de aula...”

 

“Oi, Thaísa...” A filha do deputado da oposição se aproximou.

“Oi, Gabriele...” Thaísa respondeu sem levantar o olhar.

“Viu, desculpa pelo que aconteceu na sexta-feira. De verdade.”

“Sério?” Thaísa se assustou e teve coragem suficiente para finalmente encarar a garota, olho no olho.

“Sim. A Helena conversou comigo após a monitoria. Eu consigo lhe entender. E desculpa se pareceu que eu estava lhe perseguindo. Conversando com ela, percebi que não era bem assim... e se precisar de qualquer ajuda nesse processo de se descobrir, pode contar comigo, beleza?”

“Processo de me descobrir?” Thaísa ergue uma sobrancelha.

“Está tudo bem.” Gabriele pisca, afaga levemente o ombro da colega de classe e então volta para seu lugar.

 

Thaísa sentiu sua cabeça esquentar e seu coração disparar de nervoso. Seu primeiro instinto foi mandar uma mensagem a Helena.

‘O que raios você conversou com a Gabriele?!?’

‘Primeiramente bom dia, secundariamente, de nada, e por último, eu só pedi para ela parar de implicar com você porque você é mais parecida conosco do que ela imagina.’

‘Como assim? Por que você disse isso?!’

‘Para ela sentir mais empatia, Thaísa! E realmente, você, eu e ela temos muita semelhança, nós viemos de famílias que cobram de nós em algum aspecto da vida. Seja em aspecto político ou social.’

‘Mas a Gabriele é bissexual, você é lésbica, o que acha que ela deve ter pensado quando disse que sou parecida com vocês?!?’

‘Eu nem toquei nesse assunto da sexualidade dela, Thaísa. Desculpa, eu achei que se apelasse somente para a empatia dela, poderia dar certo. Ela pediu desculpas pelo menos?’

‘Pediu. E ainda ofereceu ajuda para eu me descobrir. Nossa, muito obrigada mesmo, Helena, agora ela acha que sou lésbica.’

‘Veja pelo lado bom, pelo menos ela se desculpou, oras! E outra, você é mesmo lésbica, não é? Que mal há nela achar isso? Ela não tem provas para chegar na sua família e lhe entregar, por exemplo.’

‘Mas ela pode espalhar o boato por aí!’

‘Thaísa, pelo amor, para de pensar que ser homossexual é um ponto negativo na sua vida e que as pessoas vão usar isso contra você. Entim, tenho que ir agora. Meu professor chegou na sala, a aula vai começar, tchau.’

 

“Então você considera que seu segredo está exposto e isso pode lhe prejudicar?” A psicoterapeuta pergunta.

“Sim. Principalmente expor para a minha família.”

“Mas como sua monitora disse, seria a palavra deles contra a sua, não?”

“Sim, mas...acho que, acho que... no fundo meus pais devem desconfiar. Minha irmã já jogou verde na frente deles algumas vezes, tenho medo que se alguém de fora vier falar algo, meu castelo de areia pode ruir.”

“E você já parou para pensar que talvez, se seus pais soubessem, você pararia de se preocupar com isso?”

“Já parei para pensar nisso sim, mas sem condições, eu viraria a nova pária da casa.”

“Você me diz que seu objetivo é se aceitar assim mas não prosseguir para encontrar alguém, e ser feliz consigo mesma da maneira que é. Por que não contar para os seus pais isso?”

“Porque eu tenho medo de, no fundo, após começar a me amar por quem sou, eu me abra para conhecer novas pessoas.”

“E isso é um medo por qual motivo?”

“Justamente pela minha família.”

“Bem, daqui a seis anos você se forma, será médica e independente. Você crê que mesmo após essa independência não valeria a pena conversar com a família?”

“Talvez... é, talvez. Mas por enquanto eu continuo preocupada desse boato parar no ouvido dos meus pais.”

“Quando sua irmã jogava verde, o que seus pais diziam?”

“Bem, eles sempre acreditaram mais em mim do que nela.”

“Então se dão mais créditos a você do que a sua irmã, por que eles acreditariam mais em um estranho do que em você? Ainda mais sem quaisquer provas, como você mesma disse.”

“Bem, isso é verdade...”

“E o que eu vejo dessa situação é o fato dessa sua colega de classe ter lhe dado uma trégua, o que pode até ser o início de uma boa amizade.”

“Eu poderia realmente usá-la mais como aliada do que como inimiga, de fato...”

“Está vendo? Essa não foi uma situação desastrosa como você imaginou, Thaísa.” A psicoterapeuta conclui o pensamento com otimismo.

“Então o que vai acontecer agora? Vou ser obrigada a lidar com isso?”

“Você não é obrigada, mas isso pode ser uma maneira de aprender a conviver com a autoaceitação. Trazer sua colega para seu lado será apenas um benefício de muitos.”

 

________//________

 

Dante saiu do quarto de Lívia e foi para a cozinha pegar algo para comer, mas não esperava encontrar Anna Júlia e Helena conversando ao redor da mesa.

“Oi, gurias, com licença...” Ele passa por elas e vai até a geladeira.

“Hey, Dante, como está a Lívia?” Helena pergunta.

“Desde o velório ela tem andado um pouco desanimada. Até peço desculpas por voltar a dormir aqui e atrapalhar a rotina de vocês, é que o único lugar que ela se sente segura no mundo todo é o quarto dela.”

“A gente entende, Dante.” Anna responde.

“Obrigado. E a gravidez, como vai?”

“Vai bem, tudo certo, o Dr. Paulo Morais está me acompanhando.”

“Por favor, só não faças aqueles chás de bebê para revelar o sex*.” O garoto brinca, porém no fundo falando sério.

“Não, com certeza nunca faria isso. Na verdade eu nem quero saber se é menino ou menina, vou comprar roupinhas de todas as cores, afinal cor não tem gênero. Também vou colocar um nome neutro, vai se chamar Érin.”

“Nome bonito!” Dante sorri.

“Hey, você não tinha me falado que já tinha escolhido o nome!” Helena reclama.

“Eu falei para você que estava em dúvida entre Cecil e Érin. Mas acabei optando pelo segundo.”

“Bom, meninas, vou voltar lá para o quarto, ver se a Lívia come pelo menos essa maçã.”

“Ela não está comendo nada né?” Helena comenta.

“Come uma coisa ou outra a cada oito ou dez horas. Quando ofereço, ela alega estar de estômago cheio sendo que obviamente não comeu nada.”

“Então vai lá, cara. Cuida dela. Boa sorte.” Helena sorri e Dante sai com uma maçã e uma garrafa d’água.

“Aiai... cada semana que passa eu fico mais tensa por causa dessa gravidez.” Anna confessa, após a saída de Dante.

“Por quê? Está com medo do parto?”

“Não só disso. Do futuro como um todo. Medo de como vou criar essa criança sozinha e tudo mais.”

“Hey, eu sou sua amiga, uma de suas melhores amigas como você mesma já disse. Eu vou ajudar.”

“Sim, mas estou com medo de não dar conta como mãe, sabe? Por exemplo, já encomendei o berço, a caixa está lá mas eu não sei montar, ainda não comprei quase nada, nem sei como vou fazer pois não tenho tempo para nada!”

“Se quiser eu monto para você. A gente também pode fazer uma divisória no seu quarto, que é grande o suficiente para ser dividido em dois, e montar um quartinho para o bebê.” Helena sugere.

“Amiga, não sei o que faria sem você.” Anna Júlia suspira. “Acho que meu nervosismo também está um pouco ligado ao fato do D-a-n-t-e estar aqui.”

“Você ainda não superou né?”

“Superei, consegui esquecer, mas a presença dele me faz lembrar o fatídico dia que tomei um fora.”

“Pensa bem, agora você está em outro patamar da sua vida. Carreira promissora, bebê a caminho, você é a expressão da mulher independente e bem sucedida.”

“Para chegar nesse patamar de ser bem sucedida a jornada é longa, Helena.” Anna Júlia suspira mais uma vez. “Mas pelo menos estamos indo pelo caminho certo, não é mesmo, Érin?” A advogada acaricia a própria barriga e sorri.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 52 - Capitulo 52 - A jornada é longa:
rhina
rhina

Em: 04/09/2020

 

Thaisa em progresso em sua Evolução Pessoal.

Perder é ruim.....perder uma pessoa pior......uma criança não existe palavras que qualifique a dor......

Rhina


Resposta do autor:

E como diz o proprio título do capítulo, a jornada é longa...

 

Beijão!!!

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 10/01/2020

Maratonei essa história, estou adorando, mas confesso que senti falta da Isabel, algo nessa personagem me chamou atenção.

Helena o que será que o destino está reservando para ela,  tô bem curiosa 

Parabéns só melhora a cada capítulo

 


Resposta do autor:

Aaaa, que maravilhoso que voce gostou!! 

 

Bem, dado que as escolhas de Helena são cíclicas, tudo pode acontecer, inclusive o retorno de personagens para ajudar ou atrapalhar a vida dela ;)

 

 

Beijão e obrigada por ter comentado, linda s2

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Jebsk
Jebsk

Em: 09/01/2020

Não me lembro se é a primeira vez em que comento nessa história. A adoro e já sofrir com as mudanças nas escolhas dos personagens. Faz parte do processo de maturidade de cada personagem e alguns já escolheram seu par.

Helena, é a quem mais tem problemas em suas escolhoras românticas. Não sei o motivo mas sinto que fundo Ana Julia e Helena se completam. Elas são parceiras em muitos aspectos apenas falta um estalo nelas.

A perda do primeiro paciênte é muito impactante na vida de um estudante e é apartir daí o ponto de ruptura. somos as escolhas em que fazemos. 

Até semana que vem 

bjs


Resposta do autor:

Eu adorei seu link entre ponto de ruptura e escolhas que fazemos. É bem a essência da história que vc conseguiu captar!!!

 

Muito obrigada mesmo! Aguardo novos feedbacks, anjo, beijão!

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nany cristina
nany cristina

Em: 04/01/2020

 

eu tô muito feliz com a evolução da Thaisa ela tá mudando e não tá nem percebendo espero que ela continue assim

 

autora querida por favor não faz a minha Lívia sofrer muito🙏😭😭😭

não demora a postar mais Capítulos

bjs💋


Resposta do autor:

Oi, minha querida, como vai?

 

ah, que bom q vc ficou feliz! A melhor evolução é aquela cuja pessoa nem percebe ter passado.

 

 

E sobre a Livia, fica tranquila que é uma personagem que adoro desenvolver ^^ (e fico contente de vc vostar dela!!!)

 

 

pode deixar que até semana que vem posto novo capítulo, beijocas!

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