Capítulo 55
Capítulo 55
Giovanna se aproximou de um dos quartos e seu coração disparou, sua mandíbula se fechou e o seu olhar de raiva se acentuou, dilatando as pupilas. Silenciosamente entrou no quarto e viu a mulher deitada na cama. Keiko e Ioshiro foram verificar os outros quartos da casa.
Quando ela se aproximou da cama, abaixou e tapou a boca da mulher que dormia, esta se assustou e acordou imediatamente, tentou gritar, mas o som saiu abafado pela mão grande que lhe cobria a boca.
Giovanna apontou a arma para seu rosto falando baixinho próximo ao seu ouvido e pressionando fortemente o rosto da mulher contra a cama. - Eu sabia que não poderia ter confiado em você! Deveria ter desconfiado! Agora está tudo muito claro. Você informou a eles que eu era a líder da equipe de investigação e tentaram me envenenar para parecer um infarto; depois descobriram o dia que iríamos dar o flagrante, mesmo sendo somente do nosso conhecimento isso; depois Denise não conseguiu escapar a tempo e os homens seguiram o carro de Carolina, você sabia que era preciso isso para me pegar; então, a casa de Carolina ainda estava sendo vigiada, mesmo tendo passado quase dois anos, se você não tivesse dito, era para Roberto estar acreditando que eu estava morta! Claro! Meu Deus! Como não pensei nisso antes? Somente na hora que te liguei e disse que estava próxima à casa de Roberto e iria invadir a casa, para logo depois os carros começarem a sair e era uma isca, foi aí que eu entendi! Mas confirmei todas as minhas suspeitas quando vi o seu helicóptero saindo da casa dele! Como você pode fazer isso comigo, Lorenna?
A mulher magra e ruiva estava com seus enormes olhos verdes arregalados. E tentava se soltar da mão que pressionava seu rosto.
- Eu deveria saber que você estava envolvida também Lorenna. Afinal, como seus diretores e gerentes conseguiriam burlar tantas leis, sem que você percebesse? Você fingia estar chocada e revoltada com as informações que eu descobria. Quanto você faturava com a venda das drogas sintéticas? Acredito que milhões por ano! Por isso o crescimento exorbitante do seu patrimônio! Como fui ingênua ao pensar que você estava sendo usada, que usavam a sua empresa sem você saber. Afinal, você não cuidava dos negócios pessoalmente. A indústria farmacêutica é uma fachada para produzir as drogas, não é? - Giovanna colocou a arma perto dos olhos da mulher. Que tentava gritar, mas o som saía abafado. - Eu vou soltar a mão e se você gritar, eu juro que meto uma bala no meio da tua testa!
Giovanna soltou a mão e a mulher respirou com dificuldade. Giovanna a puxou pela nuca e a fez ficar em pé, segurando-a fortemente pela nuca. Lorenna tentou ganhar tempo e disparou a falar alto em francês, estava nervosa e nem percebeu que não falava em português. Ela queria chamar a atenção de alguém que estivesse do lado de fora do quarto. - Mon dieu! Je ne sais pas ce que vous parlez, ma chère! Vous êtes tout à fait tort! (Meu Deus ! Eu não sei o que você está falando ! Você está completamente enganada!).
Giovanna se irritou com ela. Não havia mais como mentir sobre tudo que ela constatou, disse entredentes - Ne pas me donner ce que je me trompe! Où est Robert? (Não me venha com essa que estou enganada! Onde está o Roberto?).
Nesse instante, a porta do quarto se abriu violentamente e Giovanna viu Roberto segurando Keiko pelos cabelos e com uma arma apontada no lado direito da cabeça da oriental. - Estou aqui Giovanna! Você não queria me ver? O bom de trabalhar em uma empresa francesa, é que se aprende a falar francês! Hummm... gostei da máscara, BatGirl! - Ele disse e riu sozinho da piada infame e sem graça. - Agora solte Lorenna e caminhe lentamente para a porta do banheiro!
Após deixar Beatriz no quarto principal, Keiko e Ioshiro seguiram para os outros quartos da parte superior da casa. Entraram em um quarto que estava vazio, após abrirem cuidadosamente a porta de mais um dos quartos da casa, um vulto saltou sobre eles. Conseguiu retirar a arma de Ioshiro e atirou certeiramente em seu peito, fazendo-o cair. Ao mesmo tempo outro vulto pegou Keiko pelos cabelos e mais um retirou a arma dela. Eles acenderam as luzes do quarto e os três homens estavam em pé com Keiko e Ioshiro que agonizava caído no meio do quarto. Falando muito baixo, Roberto que segurava os cabelos de Keiko e segurava uma arma na mão, pediu para os homens descerem, que ele usaria a moça como escudo. Nesse momento os homens pegaram as armas de Keiko e Ioshiro e desceram as escadas. Viram Makihiro agachado ao lado da lareira e atiraram. O som baixo, abafado pelo silenciador não pode ser ouvido na parte superior da casa. Os dois homens vasculhavam a casa e só quando ouviram um disparo, subiram rapidamente para o quarto da dona da casa.
Keiko gritou e o que aconteceu em seguida foi muito rápido, os barulhos dos estampidos ecoaram pela casa. - Watashi wa hidari ni magaru yo! Kare o utsu! - Keiko disse em japonês, pois sabia que Beatriz Casteronne falava a língua e poucas pessoas no ocidente conheciam. - (Eu vou girar para a esquerda! Atira nele!).
Keiko virou rapidamente e Giovanna virou na mesma velocidade a arma que estava apontada para Lorenna, para Roberto e atirou.
Roberto tentou puxar Keiko de volta, mas a oriental tinha jogado todo o peso do corpo para o braço que ele segurava seus cabelos, assim ele não teve como fazê-la retornar a posição e recebeu uma bala que Giovanna atirou entre os dois olhos. Não antes de apertar o gatilho, por reflexo e atingir Keiko.
Lorena tentou se livrar de Giovanna, mas ela segurava fortemente seu pescoço e decidiu que era a hora de terminar com tudo, voltou a arma para a cabeça de Lorena, próximo ao ouvido e atirou, depois soltou o corpo ao lado da cama.
Neste instante o quarto foi invadido por dois homens que tinham ouvido o disparo da arma de Roberto e subiram correndo as escadas. Eles entraram no quarto atirando. Giovanna pulou pela cama de Lorena, atirando nos homens e saltou sobre uma mesinha, sentiu uma dor profunda e atingiu a porta de vidro da sacada, que foi destruída com o corpo dela. Ainda no chão da sacada coberta de vidros, ela segurou a arma com as duas mãos e atirou mais algumas vezes e conseguiu derrubar os homens. Ajoelhou-se vagarosamente, sentindo uma dor imensa. Olhou o cômodo e percebeu que não havia mais pessoas ali.
Vagarosamente engatinhou até Keiko. Virou a moça com cuidado, mas ela já estava morta. Giovanna retirou a máscara do rosto devagar.
- Você sempre admirou Beatriz Casteronne minha pequena amiga. Agora vai se tornar ela! Pois hoje morre com você a lendária Beatriz Casteronne! - Colocou cuidadosamente a máscara no rosto da oriental e a prendeu na cabeça, pousou delicadamente a cabeça dela ao chão. - Kare wa bushi no yō ni shinda! (Morreu como um samurai!). - Giovanna disse baixinho e reverenciou Keiko com a cabeça. Depois se aproximou e beijou delicadamente seus lábios em sinal de respeito e gratidão.
Apoiou-se na parede do quarto e ficou em pé com muita dificuldade. Caminhou e desceu o mais rápido que conseguia as escadas. Abriu a porta da casa e o dia já havia amanhecido, foi ainda cambaleante com a mão no peito, para o terreno que ficava no fundo da ilha. Conseguia ver o bote que eles haviam abandonado para chegar ao local. Precisava chegar ao bote e se apressar, se seu relógio estivesse certo em poucos minutos a casa iria para os ares. Se Makihiro teve tempo de instalar as bombas. Do contrário ela precisava chegar ao ponto de encontro o quanto antes; como combinado, o helicóptero não a esperaria.
Quando chegou ao guarda-corpo de pedras que circundava a ilha e que continham a fúria do mar, ela parou. Estava ficando zonza. Olhou para baixo e viu o sangue saindo do buraco que tinha aberto no tórax, próximo à clavícula e outro no abdômen. Sua mão segurava um deles e estava ensopada de sangue.
Sentou no guarda-corpo de pedras e cuidadosamente levou a mão direita para a parte de trás do corpo. Quando sentiu, puxou violentamente e gritou de dor, pois o vidro que estava cravado em suas costas estava profundo e saiu rasgando a carne.
Levantou uma perna lentamente e passou pelo guarda-corpo, depois fez o mesmo com a outra perna. Colocou vagarosamente os pés nas pedras e agachou para se apoiar com uma mão, e assim desceu as pedras e chegou ao mar.
A temperatura da água minimizava a dor. Começou a nadar em direção ao bote inflável. Quando chegou nele, precisou reunir todas as suas forças para conseguir subir. Fazendo um esforço sobre-humano, virou o bote e começou a remar vagarosamente em direção ao ponto de encontro. Remou alguns metros e a dor que sentia era tão forte, sentia o sangue na garganta, o gosto de sangue na boca. Sabia que se não chegasse ao ponto de encontro logo, não resistiria muito tempo; do buraco no lado direito do seu tórax saía muito sangue e dos cortes nas costas e no abdômen também.
Remou por dez minutos e percebeu que a ilha tinha ficado para trás. Ouviu um som de alarme do relógio e no exato instante em que ele despertava viu a casa e o helicóptero de Lorenna explodindo, e o fogo consumindo tudo. Parou de remar, suas forças se foram, puxou o remo para dentro do bote e deitou. Ficou à deriva.
Fim do capítulo
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