Capítulo 54
Capítulo 54
Carolina, Diego, Amélia e as crianças estavam almoçando e Diego colocou a televisão no noticiário internacional, nos canais de notícias do Brasil. Após instantes a repórter brasileira anunciou - "No final da noite de ontem, seis pessoas invadiram um prédio residencial na avenida Vieira Souto em Ipanema, os homens fortemente armados renderam os seguranças e saíram do prédio. O mesmo prédio já havia sido invadido cinco dias atrás. Segundo testemunhas, estes bandidos foram perseguidos por dois carros e receberam a ajuda de mais quatro veículos, o tiroteio acabou com nove pessoas mortas; entre elas, um morador do prédio próximo de onde ocorreram as trocas de tiros. Ele recebeu um tiro de bala perdida na sala de casa, que atingiu sua cabeça. Os invasores do prédio conseguiram fugir. Temos as imagens do circuito interno da portaria do prédio, apenas um dos bandidos tinha o rosto parcialmente à mostra, todos os outros tinham máscaras que cobriam completamente o rosto. A polícia ainda não tem pistas de quem são os invasores e o que buscavam no prédio...."
Diego havia parado de comer quando ouviu o noticiário e quando viu a máscara, levantou rapidamente da mesa, apontando para a televisão. - É a Pietra! Eu conheço essa máscara, ela sempre tinha uma dentro do avião dela! Sempre a usava em missões! - Rapidamente Carolina e Amélia olharam para o monitor da televisão e viram uma mulher toda vestida de negro, carregando um rifle, com uma máscara que lhe cobria quase todo o rosto claro, deixando apenas os cabelos, a boca e o queixo aparentes.
Carolina sentiu desespero ao ver as imagens da portaria do seu prédio. Não acreditava em tudo que tinha acontecido ali. Sabia que Giovanna iria atrás do relógio com as provas, mas não imaginou que teria um banho de sangue perto do seu prédio. - Meu Deus! O que a Giovanna fez? - Carolina levou a mão à boca e sentou abismada com tudo o que estava acontecendo e ao mesmo tempo preocupada se ela estava bem. - Diego, tenta ligar para ela novamente, quem sabe não conseguimos notícias? - Carolina não conseguiria terminar de almoçar depois das cenas que viu.
Diego levantou e pegou o celular e discou, dessa vez não ouviu a mensagem que o celular estava desligado, mas sim como se estivesse ocupado. Após alguns minutos tentou novamente e agora sim, a mensagem era que o aparelho tinha sido desligado. Carolina, Diego e Amélia a partir daquele momento deixaram a televisão ligada todo o tempo nos canais de noticiários, aguardando outras informações.
Quando saíram da mesa, Carolina, Amélia e Diego ligaram a televisão da sala no noticiário internacional. Sentaram todos nos sofás, apreensivos. Ainda na mesma edição do jornal, outra informação. "Na madrugada de hoje, por volta das três horas, outro tiroteio assustou a população do Rio de Janeiro, desta vez os crimes ocorreram em Duque de Caxias. Uma chacina ocorreu na estrada que liga Duque de Caxias à rodovia Washington Luis. No local dezenas de homens foram assassinados. Acreditam se tratar da segurança pessoal do diretor de uma multinacional farmacêutica, senhor Roberto Nogueira, que até o momento não foi localizado. A polícia trabalha com a suspeita de sequestro. Alguns dos corpos foram reconhecidos pelo instituto de criminalística, eram integrantes de uma facção criminosa que atua em São Paulo, conhecidos como clã Natsukai. Outros corpos também foram reconhecidos, pela polícia federal, são membros da máfia napolitana, conhecidos como família Gambietrinni. Até o momento a polícia não sabe informar o porque destes dois grupos de bandidos internacionais estarem atuando no Brasil e qual é o envolvimento deles nessa chacina que chocou a população local. Maiores informações..."
Diego que assistia a tudo com a expressão fechada, assim que terminou a reportagem começou a caminhar de um lado para o outro na sala deixando Amélia e Carolina ansiosas, por compreenderem que ele sabia sobre os assuntos informados na reportagem.
Carolina não suportou mais o suspense. - Ai Diego, para de andar e fala logo tudo que você sabe!
Ele coçou a nuca e pensou que agora não teria mais segredos com Carolina. - Bom! É o seguinte. Natsukai é uma antiga linhagem de bandidos japoneses, que atuam no Brasil há décadas. Beatriz salvou a neta do senhor Natsukai a uns treze ou catorze anos atrás, mais ou menos. E eles tinham uma dívida de gratidão com ela. Eu acredito que ela deve ter procurado os Natsukai para ajudá-la nessa missão.
- E aquela máfia italiana? Parece que eu conheço aquele nome de algum lugar! - Carolina estava em dúvida, mas já tinha ouvido alguma coisas sobre aquela família, mas não se lembrava onde.
- Claro que você ouviu Carolina. Eu mesmo disse a você! Você não se lembra do nome Gambietrinni?
- Não! Eu não me lembro! Você me disse quando?
- Quando Giovanna se rendeu e foi sequestrada por Roberto. Gambietrinni é a família dela na Itália!
- A família dela? - Carolina se assustou muito. Achava que Giovanna não tinha parentes vivos.
- Sim! Agora o que me intriga é o que ela fazia com a família Gambietrinni se ela os odeia?! Tentou diversas vezes matá-los! Chegou a matar diversos membros desta máfia.
- Os odeia por que Diego? - Carolina se assustou. Giovanna queria matar a própria família.
- Porque foi o avô dela que entregou a localização dos pais dela para o IRA, quando ela era pequena, então o IRA foi até a fazenda onde eles estavam escondidos no Brasil e matou à todos. Foi após estes assassinatos que Pietra se transformou em uma assassina internacional, Beatriz Casteronne, com o mestre dela de Wushu!
- Meu Deus! O próprio avô tentou matá-la! - Carolina estava perplexa.
- Pois é! Isso que eu não compreendo. Após dezoito anos, ela se reconcilia com eles e vai para o Brasil com membros da máfia. Não faz sentido algum! - Diego não parava de andar, nervoso por querer entender o que acontecia.
...
Todos os carros seguiram até a mansão da estrada do Joá. Giovanna chamou Keiko e desceram para o primeiro subsolo, no quarto de Giovanna. Após abrir a porta e acionar os equipamentos, ela se sentou em uma cadeira.
- Keiko, preciso te pedir dois favores. Um é fácil, o outro você não precisa aceitar se não quiser! - Disse, retirou lentamente a máscara e mostrou seu rosto para Keiko. Apertou uma toalha de rosto no buraco de bala no braço esquerdo.
- Pode me pedir o que quiser Fênix! - Keiko não estava acreditando que Beatriz Casteronne mostrou seu rosto para ela. Isso significava que ela confiava muito nela. Ficou verdadeiramente admirada pela beleza da mulher à sua frente. Imaginava que ela era bonita, mas, nem tanto.
- Eu agradeço imensamente sua lealdade! Eu só confio em você entre os que estão aqui, em sinal disso, mostrei meu rosto a você! Agora preciso que você retire a bala que está no meu braço e suture para mim o local. Não conseguirei fazer isso sozinha e não posso ir para outro local assim! Precisa ser feito rapidamente! - Giovanna fazia expressão de dor ao pressionar o local.
- Mas, eu nunca removi uma bala! Não sei suturar! - Keiko se mostrou apreensiva, mas queria ser útil. - Tudo bem Beatriz, farei o que me pediu, mas você terá que instruir o que farei!
- Tem outra coisa! Se não for possível, tudo bem! - Giovanna fez uma expressão séria.
- Diga! Farei o que estiver ao meu alcance! - Keiko era realmente fiel à Beatriz, a admirava muito.
- Converse com dois de seus melhores homens que restaram. Partiremos assim que você terminar de suturar meu braço. Será uma missão difícil, não sei se retornaremos. Por isso, se você não quiser ir e seus homens também não, eu entenderei!
- Falarei com meus melhores homens, eles são fieis a mim. Se eu for, eles irão! Pode me dizer para onde vamos? - Keiko precisava passar alguma coisa para conseguir convencer os homens.
- Diga apenas que vamos ter que fazer uma aterrissagem em alto mar e depois nadaremos um pouco. Não posso dar a localização do alvo! - Giovanna sabia que precisava pegar a todos de surpresa.
- Claro, vou conversar com meus homens e separar os materiais para retirar a bala. - Keiko subiu e dois de seus homens de maior tempo de convívio e confiança aceitaram prontamente o seu pedido. Eles jamais abandonariam sua líder.
Após dez minutos Keiko retornou para o subsolo trazendo os materiais para a sutura e informou Giovanna que dois de seus melhores homens iriam com elas. Giovanna mordeu uma toalha de rosto.
Keiko colocou uma pinça no buraco de bala em seu braço e retirou a bala. Giovanna gritava e o grito era abafado pela toalha que estava em sua boca. Soltou a toalha assim que a bala saiu; estava vermelha e sua respiração ofegante. Keiko enrolou novamente a toalha e ela a mordeu novamente. Keiko deu três pontos no local com Giovanna se contorcendo de dor. Ter um projétil retirado e o local costurado sem anestesia era uma dor insuportável, até mesmo para Giovanna que estava acostumada a sentir dor, pelos anos de lutas. Foi rápida a remoção. Keiko tinha mãos de gueixa e delicadas, ela fez um curativo com gases e bandagens.
Após terminar a sutura, Giovanna voltou a colocar a máscara e ambas subiram. Dispensaram os outros homens da família Gambietrinni e do clã Natsukai, que retornariam para São Paulo. Assim que os homens entraram nos carros e iniciaram a viagem para São Paulo, ela se reuniu com os três que ficaram na casa com ela. Keiko, Ioshiro e Makihiro. Ela explicou o que fariam, onde desceriam e como era o local.
Eles cronometraram seus relógios, prepararam quatro bolsas à prova d'água, colocaram equipamentos, armas com silenciadores, facas, binóculos noturnos, cordas, paraquedas e outros materiais. Trocaram de roupas, colocando roupas de mergulho e o helicóptero chegou após vinte minutos. Os quatro entraram e Giovanna combinou com o piloto o local para o resgate e a hora certa. Caso eles não estivessem no local, ele não precisaria esperar como já era instruído a fazer por anos.
Foram quarenta minutos de vôo. O helicóptero parou no local indicado pairando alguns metros sobre o mar. Giovanna soltou de um saco plástico e arremessou um bote, que após alguns segundos antes de atingir a água inflou, ficando boiando sobre esta.
Eles jogaram alguns remos de plástico e as bolsas próximas ao bote e cada um deles se posicionou nas portas do helicóptero, apertaram os braços contra as pernas e saltaram, caindo com os pés na água. Foram nadando e segurando as bolsas que estavam próximas e os remos, colocando-as no bote.
A água estava extremamente fria. Todos estavam com roupas para mergulho que impedia um pouco que o calor do corpo se dissipasse. Mesmo sendo abril as águas já estavam muito geladas, ainda mais sendo cinco horas da manhã.
Todos subiram no bote e remando se aproximaram de uma massa de terra. Mergulharam novamente na água e prenderam as bolsas nas costas. Nadaram os duzentos metros que restava para chegarem às pedras. Quando chegaram às pedras, foram subindo vagarosamente. Chegaram até a última camada das pedras que circundava a terra do local.
Makihiro olhou ainda se escondendo, sobre as pedras e através de códigos militares ele gesticulou informando que tinham três homens e a localização deles. Ioshiro desceu algumas pedras e contornou pelo lado direito, deixando Makihiro e Keiko no centro e Giovanna foi para o lado esquerdo. Todos subiram na última camada, nos locais específicos. Largaram cuidadosamente as bolsas e pegaram facas especiais.
Após alguns segundos, olhando ainda se escondendo, viram o sinal de Makihiro; nesse momento, Giovanna, Ioshiro e Keiko saíram silenciosamente de trás das pedras e se aproximaram por trás dos seguranças. Taparam suas bocas e cortaram as gargantas dos homens simultaneamente. Arrastaram os corpos e os jogaram nas pedras, longe da visão de quem passasse pela área.
Pegaram novamente as bolsas e os quatro avançaram. Retiraram as pistolas com silenciadores. Keiko e Giovanna seguiram pela esquerda da construção, enquanto Ioshiro e Makihiro foram pela direita. Eles mataram vários homens que estavam do lado de fora da casa.
Através de uma janela conseguiram entrar na casa. Do lado de dentro se separaram novamente. Matando ainda mais cinco homens na parte inferior da casa, inclusive o mordomo.
Deixaram as bolsas na parte de baixo, retiraram algumas armas e Giovanna, Keiko e Ioshiro subiram as escadas vagarosamente, enquanto Makihiro montaria as bombas e ficaria de vigia na parte inferior.
Fim do capítulo
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