Capítulo 52
Capítulo 52
Diego estava no gramado do jardim brincando com os cinco filhos mais velhos e sentiu o celular vibrar no bolso da bermuda. Atendeu prontamente. - Fênix?
- Diego, por favor, não fale alto. Se estiver perto de Carolina, vá para um local reservado! - Ela pediu imperativa.
- Pode falar, ela e Amélia estão lá dentro com os pequenos. - Ele sentia uma tensão no ar. - Mas porque não quer que eu diga que ligou? Estamos todos aflitos. Faz três dias que você sumiu! Carolina chegou a ir para um hotel em Athenas e queria voltar ao Brasil, eu a convenci a ficar. Você precisa vir pra cá!
- Diego, não deixe Carolina sair da Grécia. Não a deixe retornar ao Brasil! - Ela falava ansiosa.
- Tudo bem, vou tentar, mas você sabe que ela é teimosa e não posso simplesmente prendê-la aqui. Onde você está? - Diego queria que Giovanna dissesse sua localização.
- Se for preciso, a mantenha presa, sim! Inventa que o helicóptero e o barco quebraram. Finja que está doente, sei lá! Mas segure ela aí, pelo menos por mais alguns dias.
- Fênix, preciso saber o que está acontecendo para te ajudar! Onde você está? Vou até aí te ajudar! - Ele dizia realmente preocupado.
- Diego, você se lembra daquele dia que você me resgatou do navio que iria explodir e que você ficou preso na escotilha, aí você me pediu para cuidar de seus filhos? - Ela perguntou e Diego sentiu a voz dela um pouco embargada.
- Sim Pietra, eu me lembro desse momento! - Ele disse sério, já sabia o que ela iria dizer.
- Pois bem meu amigo, agora é a minha vez de te afastar de toda essa loucura, de te proteger, para você poder criar seus meninos lindos e também quero te pedir para cuidar das minhas meninas. Cuide de Carolina e de Giulia e Giane, como se fossem realmente sua cunhada e suas sobrinhas. Aliás, sobrinhas não, como se fossem suas filhas! Não deixe esses marmanjos dos seus filhos se engraçarem com elas, quando elas crescerem e nem algum outro cara ou mulher, que tenha uma vida maluca como a minha! - Giovanna fez uma pausa, pois estava chorando. - Quando elas puderem entender, diga que a mãe delas as amou desde o primeiro minuto que as viu! Por favor, meu amigo, faça isso por mim, sim?
- Negativo! Você vai me dizer agora onde está, eu irei até aí te ajudar e depois que tudo isso acabar, você mesma cuidará delas e dirá tudo isso que me pediu! - Diego há muito tempo não sentia-se tão triste e com o nó na garganta que estava sentindo naquele momento.
- Meu amigo! Não posso fazer isso com você e com a Amélia. Depois de tudo que a Carolina me disse, eu compreendi que envolvi pessoas demais nisso tudo e coloquei vocês em risco desnecessariamente! - Giovanna falava e as lágrimas desciam.
- Pietra! Me fala agora onde você está? - Ele falava bravo e sentia as lágrimas descendo pela face, como há muito tempo não ocorria.
- Meu irmão, diga para a Carolina que ela foi o grande amor da minha vida! Que a amei mais que a mim mesma! Que daria minha vida por ela quantas vezes fossem necessárias! Amo você, a Amélia e todos esses meninos lindos! - Giovanna sentia a voz quase falhar ao falar com Diego. - Diego, por favor, quando puder vá até a minha cabana de caça em Saskatchewan no Canadá, e no fundo do assoalho, embaixo de alguns blocos você vai localizar uma garrafa, nela contém um mapa que está escrito em mandarim. Este mapa indica o local onde guardei outro mapa, este segundo indica o local exato onde está escondida toda a minha verdadeira fortuna que consegui com Li Kuan e depois da morte dele. Lá existem barras de ouro, pedras preciosas, jóias, obras de arte e títulos ao portador de grandes empresas do mundo. Por favor, pegue parte disso para você e entregue o restante para Carolina. Lá também tem um cofre, a combinação é a minha verdadeira data de nascimento, que você conhece, e dentro dele, estão todos os documentos das propriedades, empresas e bens espalhados pelo mundo. Além de dados de seis contas, com alguns milhões em cada nas ilhas Cayman, a senha das contas é a data de nascimento de Carolina. Pergunte a ela a data. Por favor, ajude a Carolina a administrar tudo isso!
- Pietra não! - Diego gritou o nome dela. Não conseguia acreditar que ela não estaria mais sobre a sua proteção.
- Rodrigo meu irmão, preciso fazer isso sozinha! Amo vocês! Adeus! - Giovanna encerrou a ligação e Diego levou a mão ao rosto e chorou como há muito tempo não chorava.
Amélia e Carolina que estavam na sala saíram apressadas, após um dos meninos falar que o papai estava chorando no gramado.
Carolina segurou na blusa de Diego e não acreditava que ele estava chorando como uma criança. - Diego me fala o que aconteceu? Era notícia sobre Giovanna? Ela está morta? Me fala! - Carolina estava pálida. Puxava a blusa dele e ele não conseguia falar nada.
Amélia se aproximou e sacudiu Diego. - Rodrigo, estamos falando com você! Responda agora! - Ela sabia como trazer Diego para a realidade, falar seu verdadeiro nome sempre funcionava.
Ele levantou o rosto e enxugou as lágrimas. - A Giovanna me ligou, pedindo para cuidar da Carolina e das filhas. Disse que vai resolver tudo sozinha e que não quer que eu me exponha mais. Me disse onde está guardada a fortuna dela, que é para entregar para Carolina e as filhas.
- Eu não quero fortuna nenhuma! Eu quero Giovanna! Onde ela está Diego? Onde? - Carolina gritava com ele.
- Eu não sei Carolina, ela não me disse! - Diego puxava o ar para diminuir o choro.
- Nós sabemos muito bem para onde ela foi. Ela foi para o Brasil, atrás daquele desgraçado do Roberto! Vamos para lá agora Diego! Chame o avião! - Ela gritava em desespero pedindo à ele.
- Eu não posso Carolina, ela me pediu para não deixar você voltar ao Brasil! - Ele explicava com ar de menino que estava sendo vigiado pela mãe.
- E desde quando você é pau mandado da Giovanna? Diego, precisamos ir atrás dela. Ela está magoada e vai fazer alguma besteira! - Carolina estava indignada com Diego.
- Carolina você não está entendendo, ela retirou o avião, o helicóptero e todos os barcos dela da ilha. Não quer nos deixar ir para nenhum lugar! - Ele mentiu, tentando controlar Carolina.
- Não acredito que não tenha mais nenhum barco nessa ilha que possa nos levar para Athenas! Eu vou até a vila e vou conseguir um barco, vocês vão ver! - Dizendo isso, Carolina caminhou em direção ao jipe que estava estacionado na garagem da mansão.
- Não Carolina, você não pode ir, e suas filhas? - Diego a segurou pela cintura.
- Me solta Diego! Se você é covarde e não quer ir, o problema é seu. Eu vou! Quero ajudar a Giovanna! - Carolina chorava tentando se soltar das mãos grandes do loiro, mas era impossível. - Me solta, me solta, por favor!
Ela começou a chorar e Amélia veio até ela e a abraçou. - Carol escute, Giovanna tem mais de vinte e cinco anos de treinamento militar, ela sabe mais do que muitos agentes especiais e militares no mundo sobre armas, explosivos e espionagem. Tenho certeza que ela sairá ilesa disso! Além disso, ela já deve estar no Brasil e até você chegar à Athenas, conseguir um vôo levando junto suas filhas, tudo já vai ter acabado! Se acalme! Por favor! - Amélia acariciava os cabelos de Carolina que chorava convulsivamente.
- Amélia, não vou suportar perdê-la outra vez! Ainda mais agora que eu causei essa revolta dela. Ela poderia estar aqui e esquecer o Roberto. Poderíamos viver aqui pelo tempo que quiséssemos juntas. Poderíamos cuidar das nossas filhas e criá-las aqui, longe de toda essa loucura! - Carolina estava indignada com o que acabou provocando ao confrontar Giovanna no hospital.
- Eu sei minha amiga, agora o que podemos fazer é esperar e rezar para que tudo acabe da melhor forma possível. - Amélia tentava consolá-la.
- Tem outra coisa também Carolina, se ela não quis nem que eu fosse junto, é porque tem algum plano e não quer se sentir vulnerável. Você vai conhecer melhor a Pietra e vai ver que ela prefere agir sozinha às vezes, assim pode se concentrar melhor e não ter medo de perder pessoas importantes para ela! - Diego conhecia o jeito que às vezes ela agia pelas operações que realizaram juntos, no passado.
Carolina parou de reagir e amoleceu o corpo, Diego a soltou, ela sentou em um banco de madeira e ficou olhando o mar, e pensando que poderia estar agora com Giovanna ali, naquele paraíso. Sentiu-se culpada por afastar Giovanna da vida dela e das filhas. Suas filhas tinham o direito de conviver com a mãe, agora que sabia que ela estava viva. Mas talvez pela sua impaciência e medos, Carolina tenha mudado o destino de Giovanna e a feito ir de encontro à morte.
Carolina foi para a sala e viu Giane e Giulia acordadas dentro do carrinho duplo, elas estavam só de fraldas, devido ao calor; Giane mordia um bichinho de plástico e Giulia o próprio pezinho. Carolina ficou ali, admirando as pequenas partes de Giovanna que ela tinha. Aqueles quatro olhinhos amendoados e azuis, com cílios claros e longos, seus cabelinhos loirinhos e finos, perninhas, bracinhos e barriguinhas gordinhas, narizinhos pequenos e bocas rosadas. E rezou baixinho para não perder o amor da sua vida.
...
Um avião pousou em São Paulo, em uma pista para aviões particulares em uma cidade próxima à capital paulista. A mulher desceu usando sua máscara. Ali foi recebida por vinte orientais. Ela se afastou dos homens que usavam ternos e que desceram com ela do avião e caminhou até o encontro da jovem e linda oriental, com cabelos longos, negros e muito lisos e olhos característicos puxados, mas extremamente bonitos. A oriental comandava todos os outros presentes. Ela se inclinou e a mulher a imitou, cumprimentando-a.
- É uma honra conhecer e poder servir a lendária Beatriz Casteronne. - A moça olhava aqueles olhos azuis amendoados e intensos e a boca muito bonita, atrás da máscara negra que cobria quase toda a face, da mulher alta e forte à sua frente.
- Por favor, Keiko, não repita esse nome, me chame a partir de agora de Fênix! - Ela pediu calmamente.
- Claro! Como queira! Seguirei todos os seus pedidos. - Keiko sorriu maliciosamente.
Giovanna não esboçou reação alguma. - Certo! A partir de agora somente Fênix!
Keiko inclinou novamente o dorso e balançou a cabeça. - Quando me disse que viria com homens da Família Gambietrinni eu desacreditei, então vim direto da Vinte e Cinco de Março, com os melhores e mais leais guerreiros do clã Natsukai!
- Perfeito Keiko! Vamos para a casa?! - Eles partiram em um comboio de doze veículos grandes, todos da cor preta, em direção a uma propriedade afastada da cidade, no meio do campo, perto de uma serra. Ali, ela separou os homens que estavam sob os cuidados de Paolo, o braço direito de Galeano em uma ala e os homens de Keiko em outra ala da casa.
Ela ficou na parte superior da casa, em um quarto especial que era todo blindado. Retirou a máscara e ao acionar todos os painéis e abrir os armários do quarto, ela viu em uma gaveta uma foto de Carolina que ela havia tirado escondido, na época que a observava, logo após a explosão do barco. Acionou o sistema e assim que a cama ficou no lugar ela deitou. Encostou a foto no peito e chorou profundamente. Nunca imaginou que amaria alguém como amava Carolina, nunca imaginou que sentiria tanta saudade e a dor da distância, como estava sentindo naquele momento. Lembrou dos meses que namoraram, logo após Carolina a salvar na praia. De cada detalhe daquele tempo, das noites e dias quentes de sex*; da diversão com os amigos; do sossego de às vezes só ficar quieta namorando calmamente Carolina, deitadas na rede ou no sofá vendo um filme. E agora se lembrava do gesto inacreditável que Carolina teve, em se inseminar com os óvulos dela, mesmo achando que ela tinha morrido. Da maior prova de amor que ela já teve.
Giovanna chorou por horas e o cansaço a fez adormecer ainda segurando a foto de Carolina.
No outro dia de manhã, ela tomou banho, desceu e se juntou a todos os outros que estavam na casa, sempre usando sua máscara. Não confiava nos homens de Paolo, já tinha percebido que ele havia ficado enciumado quando seu avô disse que ela era sua sucessora e não poderia confiar ainda em Keiko, mesmo sabendo que ela lhe devia a vida, depois de ter sido salva por Beatriz quando ainda era uma menina de sete anos, isso há catorze anos atrás.
Kioto, avô de Keiko e líder do clã Natsukai, teve sua neta sequestrada e seus homens dizimados pela Yakuza. Sem ter a quem recorrer, ligou para seu amigo Li Kuan, que mandou uma jovem guerreira, na época, resgatar a menina. Beatriz tinha dezoito anos e mesmo com pouca idade, já tinha o nome conhecido entre os assassinos e mafiosos, pois era precisa e impiedosa. Ela matou dezenas de homens do clã ligado à Yakuza e conseguiu resgatar Keiko ilesa. Agora a jovem Keiko ajudava o avô a comandar o clã Natsukai.
Todos se alimentaram e seguiram em comboio com os carros negros para o Rio de Janeiro.
Fim do capítulo
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rhina
Em: 01/10/2019
Não quero saber desta burrice da Giovanna
Entregando os pontos de um modo fácil
Cade a super mulher....... Mestre na arte de luta....... Assassina disciplinada e profissional....... Podre de rica....... Que constrruiu um verdadeiro império ao redor do mundo......
Rhina
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