Capítulo 35
Capítulo 35
Quando retornou à ilha Diego pediu para ver Giovanna. Quando ela o viu entrar no quarto, perguntou ansiosa.
- Conseguiu falar com a Amélia? Como estão as crianças? Conseguiu informações da Carolina?
- Calma Pietra. Uma coisa por vez! Amélia está bem e as crianças também. Marquei de conversar com ela amanhã e dei instruções para ela se afastar de todos na mansão. Ela me disse que Carolina está muito triste e retirou todas as câmeras e as escutas do apartamento e da clínica. Amélia disse que ela está sofrendo com sua morte! - Ele disse com expressão fechada. Sabia que Giovanna ficaria triste com as informações. - Pedi para Amélia não falar nada para ela por enquanto, que você está viva. Não sabemos se ela ainda está sendo vigiada e o que pode acontecer!
Giovanna sentiu-se mal, por ter envolvido Carolina em tudo isso. Estava colocando em risco a vida da mulher que amava, e ela jamais se perdoaria se acontecesse algo a ela. Não poderia se aproximar dela tão cedo. Precisava manter distância até ter eliminado Roberto e todos que estão com ele. Se antes ela tentou fazer isso pelo lado da lei, buscando provas para incriminá-lo, agora eles conheceriam o seu lado Beatriz Casteronne. Ela disse apenas.
- Agiu bem Tigre. Vamos deixar que ela pense que estou morta!
Diego viu o olhar de Giovanna e sentiu um calafrio, era o olhar de Beatriz. Há anos não via aquele olhar gelado que conhecia bem quando ela ia para missões e matava friamente dezenas de homens.
- Eu te conheço Pietra, está com aquele olhar da época da Beatriz! Está pensando em agir como antigamente?
- Sim! Só que agora seremos só eu e você! Vamos acabar com todos eles! Começando por Vásques e a corja dele! - Ela disse séria, com olhar duro.
- Certo! Mas como vamos fazer isso, com você toda machucada? Amélia e as crianças precisam de segurança imediata. A qualquer momento ela pode dar a luz aos gêmeos! - Ele demonstrava desespero na voz.
- Chame Lorena, vou tentar convencê-la a te ajudar. Terá que agir sozinho dessa vez e assim que eu sair dessa cama vamos dar continuidade com os outros, aí seremos eu e você e sorrateiramente! - Ela disse decidida a acabar com todos eles, não pouparia ninguém.
Diego chamou Lorena e Giovanna explicou que a mulher e os filhos de Diego estavam em perigo, pelos homens de Roberto estarem infiltrados na casa dele. Pediu para Lorena disponibilizar homens e armas para Diego comandar a invasão na casa e resgatar a mulher. Lorena não queria se envolver. Tentou dar desculpas, mas Giovanna foi categórica em dizer que ela corria perigo de vida se não eliminassem todos. Depois de muita insistência, Giovanna conseguiu convencê-la. Ela disponibilizou um helicóptero, um barco, carros, armas e homens que estariam ao comando de Diego.
Giovanna chamou Diego e eles elaboraram a fuga de Amélia e a armadilha para pegar Vásques e seus homens.
Amélia ligou no dia seguinte e eles combinaram como seria a fuga e a invasão, e ela seguiu o plano que eles desenvolveram.
No dia seguinte Amélia foi a uma concessionária de veículos e com documentos falsos alugou uma Van onde poderia levar todos seus filhos em um único carro e protegidos. Comprou cadeirinhas para acomodar os pequenos, para poder dirigir sozinha, já que os trigêmeos tinham quatro anos e meio e os gêmeos dois. Conseguiu ajuda dos vendedores da loja que compraram as cadeirinhas para instalá-las com segurança no veículo. Depois deixou o carro em um estacionamento em Copacabana e retornou para casa de táxi.
À noite, dispensou todos os empregados e os seguranças e agendou uma reunião com toda a equipe de Vásques para o dia seguinte de manhã.
Ficando sozinha com as crianças na mansão, ela desligou a energia geral da casa para não ter como ser filmada, caso tivessem câmeras escondidas e com muita dificuldade, usando uma lanterna, conseguiu carregar uma caminhonete com malas de roupas dela, de Diego e dos filhos; armas, explosivos, equipamentos, dinheiro e jóias. Colocou todos os filhos na caminhonete, dirigiu prestando atenção o tempo todo se não havia sido seguida e trocou de veículo no estacionamento, passando o mais disfarçadamente possível tudo para o novo carro e fugiu para uma pousada em Rio das Ostras, onde Diego se encontraria com ela depois de três dias.
Diego saiu da ilha e combinou com Giovanna que em quatro meses, assim que Amélia estivesse recuperada do parto e Giovanna dos ferimentos, ele retornaria à ilha e os dois iniciariam as atividades como tinham combinado.
Ele e mais quinze homens de Lorena, invadiram a mansão no outro dia de manhã, e conseguiram render os sete homens e Vásques. Eles passaram por interrogatórios por dois dias. Diego conseguiu informações sobre o paradeiro de Roberto, seus homens e os traficantes. Depois Diego colocou todos em um barco e os levou todos para alto mar, exterminou toda a equipe e jogou seus corpos no mar. Voltou para sua mansão e fez uma varredura na casa e nos veículos, retirando grampos, escutas e câmeras. Demitiu todos os seguranças e os empregados, pois agora não poderia confiar em mais nenhum. Dispensou os homens de Lorena, fechou a mansão e foi para Rio das Ostras se encontrar com Amélia.
Giovanna informou a Lorena sobre sua doença e foi operada novamente, removendo o útero, ovários, trompas e parte do intestino. Recebeu novamente os cuidados de Lorena e após um mês já estava bem fisicamente.
Acabou conversando com Lorena que não poderia se envolver com ela por amar outra mulher. Lorena ficou um pouco chateada, não estava acostumada a ser dispensada, mas compreendeu e continuou ajudando Giovanna e se tornaram amigas.
Giovanna se recuperou rápido e começou a se exercitar aos poucos todos os dias, durante mais três meses. Queria estar bem fisicamente quando Diego chegasse.
Amélia deu a luz a dois meninos em Rio das Ostras, onde eles alugaram uma casa com documentos falsos. Após os quatro meses ele retornou para o Rio de Janeiro e contratou uma nova equipe de seguranças e empregados e reabriu a mansão. Foi para Angra dos Reis, onde encontrou Giovanna já recuperada.
Lorena muito contrariada deixou Giovanna partir com Diego. Apesar delas não terem se envolvido, criaram laços muito fortes de amizade. Giovanna era culta e educada. Conhecia muitas coisas e as conversas que tinham todas as noites eram amenas e agradáveis. Foi com pesar que ela viu Giovanna partindo.
Giovanna e Diego compraram uma casa pequena, mas bem ajeitada, móveis e um barco novo para o senhor Benedito, que resolveu continuar vivendo em Angra dos Reis mesmo.
Eles espionaram por seis meses Roberto, os capangas dele, Artur, Olímpia e mais um mandante das operações que tinha envolvimento com o tráfico, além de todos os funcionários envolvidos da empresa. Sabiam onde estavam, o que faziam, quais eram suas rotinas, lugares que frequentavam. Seguiram seus passos, sempre discretamente e disfarçados.
Giovanna ia algumas vezes perto da clínica de Carolina, disfarçada com uma peruca com cabelos pretos, óculos, lente de contato que deixavam seus olhos castanhos e uma prótese postiça, que a deixava com dentes diferentes e maiores.
A seguiu algumas vezes, quando ela ia almoçar, ou em algum shopping, ou em algum local com seus amigos. Giovanna sempre se emocionava ao ver Carolina. Sentia seu peito apertado quando a via com a expressão triste e o olhar perdido, mas ainda não poderia se revelar, Carolina ainda corria riscos.
Em um sábado, ela estava treinando Taolu com Diego no gramado da lateral da casa, quando Diego se virou rapidamente sem dizer nada, a pegou pelo braço e literalmente mergulharam juntos em algumas moitas do jardim. Ela ia protestar e levantar, quando ele tapou a sua boca a puxando para ficar escondida, no exato momento que viram Carolina caminhando e entrando na sala e sendo recebida por Amélia. Com uma dos novos gêmeos que já tinha oito meses.
O coração de Giovanna disparou e ela entendeu o porquê de Diego ter jogado ela no mato. Assim que Amélia fechou a porta, os dois correram ainda abaixados e ficaram observando Carolina conversando com Amélia pela janela dos fundos por uns trinta minutos.
Giovanna ficou indignada ao ver Amélia pedir para Carolina esperar e descer até o porão e pegar a sua caixa de objetos pessoais e entregar para Carolina. Amélia estava aprontando alguma e Giovanna nem poderia protestar. Lá se iam todas as fotos de Carolina e inclusive a dela com seus pais. Ainda bem que ela tinha digitalizado a foto e guardado em um pen drive. Assim que viu Carolina saindo da mansão, Giovanna revoltada foi tentar entender o que Amélia tinha feito.
- Amélia o que você fez? Porque entregou a minha caixa a ela? - Giovanna dizia um pouco chateada.
- Pietra, ela precisava ter algo seu! Ela ainda está sofrendo. Disse que foi em seu apartamento hoje e chorou quando entrou na sala. Fiquei com pena dela. E também tive que dizer que nós tínhamos limpado o seu apartamento. E claro, se nós limpamos, nós tínhamos as suas coisas! Por isso dei a caixa. E você nem usava aquelas coisas. Tava criando poeira! - Amélia disse e riu.
- Ai mulheres, como entendê-las? - Giovanna suspendeu os braços e os largou ao lado do corpo bufando e saiu brava, indo para seu quarto. Deitou em sua cama ainda com o coração disparado por Carolina estar tão perto dela.
Na semana seguinte, Diego e Giovanna viajaram para Boa Vista em Roraima, onde começariam seus planos, exterminando Artur e Olímpia que moravam lá.
Fim do capítulo
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