Capítulo 26
Capítulo 26
Carolina estava em sua clínica. Naquele momento não tinham pacientes e ela estava preocupada com Giovanna. Há uma semana que ela não dava notícias. A secretária entrou trazendo um vaso com flores e um bilhete. Ao ler o bilhete, deixou-se cair na cadeira e começou a chorar.
Jéssica percebendo que a amiga e sócia não estava bem ao ouvir seu choro convulsivo, entrou em seu consultório.
- O que foi Carol? O que aconteceu? São notícias de Giovanna?
- A Giovanna terminou comigo. Mandou isso! - Entregou o bilhete que Giovanna tinha enviado, para Jéssica que leu e franziu a testa.
- Nossa que cachorra! Nem para te encarar! Grita com você e fica uma semana sumida e nem para terminar com você decentemente. Fazer isso através de um bilhete é muita safadeza! Você toda preocupada com ela e ela faz isso? E ainda escreveu tudo errado! - Jéssica abraçou Carolina para consolá-la.
Quando ouviu esta última frase, Diego que estava escutando o diálogo através das escutas, deu um pulo no banco do carro, que estava parado a duas esquinas da clínica de Carolina. Ele sabia que Giovanna era perfeccionista para escrever, jamais cometeria erros. Ainda mais em um bilhete importante como o de fim de relacionamento com Carolina. Ele já tinha percebido que Giovanna estava gostando de verdade daquela doutora e dificilmente agiria assim, terminar o relacionamento por papel. Escreveu rapidamente um bilhete e mandou um de seus guarda-costas entregar para Carolina, pedindo para a secretária entregar imediatamente, que era urgente.
A secretária bateu na porta e disse que um rapaz mandou entregar um bilhete urgente para Carolina. Ainda enxugando as lágrimas ela leu o bilhete e ficou pálida.
"Carolina,
Não leia este bilhete em voz alta! Sua clínica, os telefones, o carro e sua casa estão sendo monitorados por escutas e câmeras. Não deixe outras pessoas lerem. Giovanna não terminou com você, ela foi sequestrada, este bilhete é uma armação. Saia agora e traga o bilhete que ela te enviou. Venha sozinha e a pé e não diga para ninguém aonde vai. Não traga seu celular, ele tem GPS e pode ser localizado.
Dobre duas ruas à esquerda e entre em uma Frontier preta. Se quiser ver Giovanna com vida, siga as minhas instruções. E não avise a polícia".
Jéssica viu que Carolina estava pálida, tentou ler o bilhete, mas ela o escondeu contra o peito. Levantou, tirou o jaleco e pegou a bolsa.
- Preciso ir Jé!
- Aonde você vai? O que aconteceu Carol?
- Nada! Preciso ir, me dá o bilhete da Giovanna preciso dele!
- Claro, é seu, toma! - Jéssica entregou o bilhete de Giovanna para Carolina e ficou parada sem reação e sem saber o que fazer ao ver Carolina saindo.
Carolina sentia seu coração aos pulos. Se o que constava no segundo bilhete era real, Giovanna corria perigo de vida, por isso ela tinha sumido a semana toda.
Assim que saiu da clínica, antes de virar a esquina, viu a casa de dona Aurora, uma senhora muito gentil, que tinha dezenas de vasos de plantas no jardim da casa. Olhou para os dois lados e não tinha ninguém na rua, entrou no jardim. Dobrou o bilhete e o escondeu sob um vaso que estava seco.
Se Giovanna corria perigo de vida, ela também poderia estar correndo. E se quem mandou o segundo bilhete o queria tanto, ela não o entregaria assim tão fácil.
Saiu do jardim e caminhou as duas ruas. Viu uma Frontier preta parada com um homem de terno ao lado da porta. Logo que a viu, ele abriu a porta de trás.
Dentro do carro estava um mulato no banco do motorista, um oriental no do carona e um loiro enorme no banco de trás, que ela tinha a sensação de já ter visto em algum lugar.
O loiro fez um sinal com a mão e os dois homens saíram do carro e ficaram parados do lado de fora.
- Boa tarde Carolina. Por favor, me entregue o bilhete. - Ele disse calmamente.
- Não o entregarei até saber onde está Giovanna! - Ela sentia suas mãos tremendo e frias.
- Eu posso arrancá-lo de você. Você sabe disso!
- Pode olhar tudo, ele não está comigo! Eu o escondi! - Jogou a bolsa no colo do loiro, cruzou os braços e fez expressão de ironia.
- Você não escondeu, vimos você saindo da clínica com ele!
- Mas eu não escondi na clínica mesmo! Foi em outro lugar. Só entregarei quando souber onde Giovanna está!
- É justamente por isso que preciso do bilhete. Preciso ajudá-la!
- Ajudá-la? Como assim? - Carolina estava confusa, achou que o homem queria ferir Giovanna e agora ele dizia que precisava ajudá-la.
- Ela está sobre o poder de algumas pessoas más, foi sequestrada. Preciso resgatá-la.
- Meu Deus! Não posso acreditar, como assim? Mas, afinal quem é você?
- Meu nome é Diego, sou amigo de Giovanna. Fui criado com ela.
Nesse momento Carolina se lembrou da cena que viu no domingo que elas viajaram para o sítio. De Giovanna abraçando um loiro enorme na praia.
- Eu acho que me lembro de você! Mas não sei se posso confiar! Só entrego depois de saber tudo! Quero saber quem são essas pessoas e porque pegaram a Giovanna?
- São informações muito difíceis de serem passadas e você não está preparada para saber.
- Pois então terá que me matar também. Não entregarei bilhete algum. - Começaram a descer lágrimas e ela colocou a mão na trava da porta e pressionou para abrir. Sabia que era um blefe, mas não poderia mais ficar nessa angústia, sem saber o porquê de Giovanna ter sido sequestrada. Se fosse a única forma de ajudá-la, ela entregaria o bilhete, mas precisava tentar saber mais. Nesse momento sentiu a mão enorme do loiro em seu braço e ouviu sua voz calma.
- Tudo bem eu conto! Mas deixe eu terminar tudo antes de tomar uma decisão precipitada!
- Tudo bem, pode dizer! - Carolina voltou a sentar e ficou olhando o loiro simpático e muito forte.
Diego suspirou fortemente. Sabia que Giovanna o mataria por revelar tudo, mas em todos estes meses de monitoramento, em nenhum momento percebeu qualquer envolvimento de Carolina. Ela realmente era inocente e foi tudo uma trágica coincidência. Passou as mãos pelos grossos cabelos dourados e fechou os olhos cor de mel. Os abriu e disse calmamente.
- Giovanna não existe!
Carolina abriu mais os olhos em sinal de espanto.
- Como?
- Giovanna Masteranni, foi o nome que Pietra Rostrainni passou a usar aos vinte e quatro anos!
- O que? - Carolina não conseguia acreditar que ela havia sido enganada todo esse tempo. Giovanna não era quem dizia ser. Seu coração estava aos pulos e o estômago como se tivessem borboletas.
- Vou te contar toda a história que a própria Pietra me contou. Por favor, ouça tudo e depois conversaremos.
- Sim, ouvirei tudo sem interrompê-lo. - Carolina tremia de ansiedade e medo do que ouviria.
Fim do capítulo
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rhina
Em: 28/09/2019
Então eles não sabem onde Giovanna está......
Mas que merda....... Tão eficientes e falharam em um momento crucial
Carol saberá toda a verdade........ Amará a Giovanna o suficiente para continuar tudo ......os planos. Os sonhos...... Os sentimentos....
Rhina
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