Capítulo 25
Capítulo 25
Após encerrar a ligação Giovanna recebeu novamente um telefonema e atendeu prontamente.
- Denise? Já saiu?
A voz do outro lado era de um homem.
- Giovanna, ela não saiu e não sairá. Traga todas as suas informações até o cais do porto, no galpão quarenta e um, daqui a quinze minutos ou ela morre. E nem pense em chamar a polícia ou seus amigos. Ou sua noivinha também morre.
- Estarei aí! - Giovanna disse secamente, mas seu coração estava aos pulos.
Ela trocou de roupa rapidamente. Colocou uma calça estilo cargo com vários bolsos e bem confortável. Teria mobilidade se precisasse lutar. Colocou um coturno que tinha o solado metálico, colocou um colete à prova de balas e uma jaqueta por cima. Retirou as gavetas do guarda-roupa e abriu o fundo falso, retirou e abriu uma maleta e pegou algumas armas e explosivos e abriu a outra pasta e retirou cópias dos documentos que tinha. E colocou tudo em uma mochila.
Viu a equipe de Diego parada do outro lado da rua, Diego ainda não havia chegado. Saiu pelos fundos do prédio e pulou o muro conseguindo sair pelo prédio do fundo. Pegou um táxi e parou algumas ruas antes. Subiu no telhado de um dos galpões pela escotilha de acesso do fundo, caminhou pelas telhas com cuidado e ficou deitada na ponta do telhado. Pegou a mochila, retirou as peças e montou o rifle e olhou na mira de longa distância. Viu um carro parado e quatro homens com pistolas e escopetas parados ao lado do carro. Ela ligou para o celular de Denise e o homem atendeu.
- Onde ela está? - Giovanna dizia secamente.
- Vejo que está aqui perto. Apareça que vamos mostrar sua amiga.
- Negativo. Quero vê-la primeiro! - Ela era dura e direta.
- Você não está em posição de negociar! Neste exato momento temos dois homens com uma moto ao lado do carro da sua noivinha e eles tem uma submetralhadora. Ao meu comando ela e o carro viram peneiras!
- Você está blefando! Ela está no apartamento dela. - Giovanna sentia seu coração na garganta.
- Liga para ela e veja se ela não está chegando no Flamengo. Estou vendo o carro dela daqui, pela câmera do celular dos meus motoqueiros.
Ela encerrou a chamada e ligou para Carolina.
- Carolina onde você está? - Ela disse com a voz exasperada.
- Por que você quer saber, sua estúpida? - Carolina estava brava com aquele tratamento de Giovanna com ela.
- Carolina, por favor! Me diga onde você está exatamente nesse momento? - Giovanna tentou amenizar a voz.
- Estou chegando no Flamengo na casa da Bianca! Você não quis vir eu vim sozinha! Não vou ficar como um cachorrinho atrás de você Giovanna! Você não manda em mim! - Carolina gritava muito brava.
Ao ouvir isso Giovanna fechou os olhos e sentiu seu coração aos pulos e o desespero crescendo dentro dela.
- Puta que o pariu! Eu te disse para ficar na porr* do apartamento Carolina! Pelo menos uma vez na vida, custava você fazer as coisas sem ter que fazer birra? Caralh*! - Giovanna gritaria essas palavras se pudesse, mas onde estava os homens embaixo poderiam ouvi-la.
Carolina começou a chorar e gritou.
- Sua estúpida! Não quero mais falar com você Giovanna! - E encerrou a ligação.
Giovanna retornou a ligação para o aparelho de Denise.
- Tudo bem! Vou me entregar! Estarei aí em dois minutos! Mas não faça nada com elas, você tem a minha palavra - Ela disse vencida para o homem.
Ouviu uma gargalhada.
- Eu sabia que você se convenceria! Tem dois minutos para chegar aqui ou elas morrem!
- Já estou indo! - E encerrou a ligação.
Ela correu pelo telhado e desceu. Deixou sua mochila escondida atrás de uma caçamba de lixo retirando apenas o envelope e saiu pela lateral do prédio. Assim que chegou a rua em frente ao galpão ergueu os braços em sinal de rendição e caminhou lentamente até o veículo. Dois homens a revistaram retirando duas armas que ela trazia escondida e o colete à prova de balas. Colocaram algemas em seus pulsos, com os braços dela para trás. Nesse exato momento a porta de trás do carro foi aberta e o corpo de Denise foi jogado para fora. Já sem vida. Ela fechou os olhos e sentiu seu coração disparar, pois Carolina poderia estar sendo assassinada neste exato momento.
Os homens passaram o envelope, por uma fresta do vidro no banco do carona e Giovanna gritou.
- Você acha que eu traria tudo que tenho? - Riu e continuou. - Isso aí são apenas cópias! Se algo acontecer a mim ou à Carolina tudo vai parar na imprensa e nas mãos da polícia federal. Tenho ordens diretas para serem revelados os dados de local, dia e hora onde as drogas vão chegar, além dos nomes dos envolvidos.
Um homem alto, com bigode, que aparentava ter por volta de trinta e oito anos, cabelos castanhos escuros saiu do veículo e Giovanna o reconheceu das fotos das investigações.
- Ah, então é você Roberto Nogueira! - Ela disse e ele sorriu. - Nunca pensei que sujaria suas mãos diretamente com a morte dessas pessoas. O que houve? Está ficando sem homens? - Ela provocou.
Ele sorriu também.
- Assim como você, vadia! Levem-na para o navio. Quero que arranquem as informações dela! - Ele entrou no carro novamente e saiu em disparada. E Giovanna foi arrastada até o navio que estava ancorado no porto.
Quando entraram no navio os homens a jogaram pela escotilha para ela descer para o quarto nível. Ela caiu batendo o rosto e o ombro. Eles continuaram a arrastando até outra escotilha e a jogaram novamente para chegar ao terceiro nível. Ela dessa vez caiu de lado, mas as pernas atingiram um cano de ferro. Eles a arrastaram para uma cabine. Abriram outra escotilha e a jogaram novamente. Ela caiu com as pernas primeiro, mas atingiu as costelas em um equipamento que estava próximo. Os homens acenderam lanternas e a puxaram pela camisa, e a arrastaram de costas até o fundo do local.
Soltaram seus pulsos e ela tentou reagir, mas recebeu o impacto de um tubo de aço no abdômen e se curvou e nesse momento, outro impacto do cano em suas costas, fazendo-a cair ao chão. Os homens amarraram seus pulsos com uma corda, jogaram a ponta da corda em um tubo de aço que passava no alto e ela foi erguida, ficando suspensa pelos braços.
Começaram a dar socos em seus rosto e barriga, batiam com a barra de ferro em sua barriga, costas, pernas e ombros. Eles paravam um pouco. Ela respirava e cuspia o sangue da boca e não falava nada.
Eles a deixaram amarrada e subiram.
Muito tempo se passou e ela ouviu um apito muito alto que ecoava no local. Depois de muito tempo o próprio Roberto desceu ao local. Ele retirou o celular do bolso e mostrou as fotos de Simões, Gonçalves, Cleber, Denise e Raul, todos mortos nas fotos.
- Já perdeu todos Giovanna. O melhor que você tem a fazer é dizer onde estão as documentações e quem é o informante, que vai levar tudo à imprensa e à polícia!
Ela sorriu.
- Ah Roberto! Você acha mesmo que eu revelaria isso a você?
Ele retirou um alicate grande de dentro do bolso e disse calmamente.
- Eu imaginei que não! - Sorriu sadicamente.
Pegou o alicate e fez sinal para os homens, que abaixaram Giovanna. Assim que ela sentiu seus pés tocando o chão e deram corda para ela se movimentar, desferiu um chute na garganta de um dos homens, que caiu imediatamente de lado, engasgando. Outros quatro homens seguraram cada um em uma perna e braço, e a jogaram no chão, colocaram os joelhos em sua barriga e tórax e Roberto se aproximou, puxou a mão de Giovanna e disse calmamente. - Onde estão os documentos? - Ela virou o rosto com expressão fria e ficou muda. Ele enfiou a ponta do alicate e arrancou uma unha dela. Ela soltou um grito de dor que ecoou pelo local.
Ele mandou a suspender novamente e ela ficou pendurada. O homem do chão tremeu o corpo mais um pouco e morreu, com a traquéia quebrada.
Roberto observou e sorriu.
- Você vai ter uma unha arrancada sempre que eu perguntar e você se negar a responder. Vamos ver quantas você aguenta. - Mandou seus homens amarrarem os pés de Giovanna e se aproximou. Retirou uma faca média do cós da calça, ergueu a camiseta dela e introduziu a faca no abdômen dela devagar, apenas alguns centímetros, para ela sentir dor. - Isso é por você ser sapatão e ter transformado a minha ex-mulher numa!
Ela gritou forte e respirava com dificuldade.
Se virou e ordenou dar água para ela.
- Quero você viva, quero que você sinta muita dor. - Os homens trouxeram uma garrafa com água que abriram e colocaram na boca de Giovanna, que bebeu todo o líquido.
Eles saíram, ela foi se sentindo tonta e adormeceu.
Acordou com outro apito que soava pelo ambiente. Era sempre escuro no local, ela não sabia se era dia ou noite.
Após muito tempo ouviu novamente o apito. Então ela constatou que o navio deveria ter turnos de trabalho. Isso era importante para ela saber se localizar no tempo.
Após algumas horas Roberto desceu novamente. Seus homens abaixaram Giovanna e ele perguntou mais uma vez.
- Onde estão os documentos? - A voz era agressiva. Ela virou o rosto de lado e nada disse.
Ele pegou o alicate colocou em outra unha e a puxou. Giovanna soltou um grito alto de dor e lágrimas desceram involuntariamente. Eles começaram a dar socos e chutes nela e a baterem com o cano de aço. Depois a suspenderam e Roberto pegou novamente a faca. Ergueu a camiseta dela e enfiou calmamente a faca no mesmo ponto que tinha cortado no dia anterior, mas entrando um pouco mais. Giovanna urrou de dor e respirava com dificuldade, o sangue escorria. Eles deram água novamente para ela e saíram.
Ela suportou a tortura por seis dias e não revelou absolutamente nada. Mesmo com vários dedos das mãos sem unhas e o corte já profundo no abdômen. O rosto desfigurado de tantos socos e chutes.
Roberto desceu novamente já cansado e sendo pressionado para descobrir tudo.
- Giovanna, tenho que admitir que você tem garra. Então para lhe mostrar que sou uma ótima pessoa vou lhe fazer uma proposta. Se você me disser onde estão todas as provas, eu deixarei Carolina viver. Ninguém tocará nela.
Ela levantou com dificuldade a cabeça e olhou para ele com o único olho que ainda conseguia abrir. E disse quase em um sussurro.
- E como vou saber, se você já não a matou?
Ele riu.
- Não vou matá-la, ela é uma idiota, não sabe de nada, foi na polícia com uma foto sua, dizendo que está preocupada. Liga todos os dias para seu apartamento e vai lá. Ela não sabe de nada. Senão já teria fugido.
Giovanna esboçou um meio sorriso.
- Ela não sabe nada mesmo! Nunca disse nada a ela.
- Então, vamos fazer assim. Eu deixo Carolina viver e mato você, assim você não sentirá mais dor e ela nunca sofrerá o que você está sofrendo. Já imaginou Carolina aqui passando por tudo isso? - Ele riu.
Giovanna compreendeu que era uma ameaça. Sabia que se ele trouxesse Carolina e a colocasse ao seu lado, para ser torturada, ela Giovanna, falaria tudo e mais um pouco. Resolveu aceitar a proposta. Tinha que salvar Carolina.
- Me prova que ela está viva e eu direi tudo!
Ele retirou o celular do bolso, fez uma ligação e se aproximou de Giovanna que via através do celular, Carolina sentada em um restaurante com Jéssica, Virginia e Marta. Elas conversavam algo e colocavam as mãos nas costas de Carolina.
Ele mandou descerem as cordas e Giovanna foi arrastada sentada até um tubo grosso de ferro que saía do assoalho e se prendia no teto do compartimento. E foi amarrada a ele. Roberto ordenou.
- Escreva um bilhete terminando o relacionamento com ela e vamos entregá-lo, assim ela para de procurar você e não corre mais risco de vida!
Giovanna recebeu o papel e uma prancheta, pegou a caneta com dificuldade, já que os dedos estavam muito doloridos pelas unhas arrancadas. Escreveu um bilhete e disse disfarçadamente.
- Desculpe, não consegui pensar em mais nada. Mas acho que ela vai entender que não a amo e estou terminando por esse bilhete aqui.
Roberto pegou o bilhete, leu algumas vezes e balançou os ombros, pensando que ela estava zonza por tantos dias sem comida e não raciocinava mais.
- Tanto faz! Bilhete mais ridículo, mas tudo bem!
Ordenou que os homens a suspendessem pelos braços e os prendesse suspensos no tubo. Assim ela não teria como se desamarrar.
- Fiz a minha parte! Agora faça a sua! - Ele disse sério.
Ela pensou que se Roberto quisesse matar ou torturar Carolina já teria feito.
- Tem uma pasta no fundo falso do meu guarda-roupa, em meu apartamento. Lá tem todos os documentos!
- No guarda-roupa? Que coisa mais brega, hein? E quem é o informante?
Ela disfarçou e disse:
- Era Raul Medina. Por isso ele foi para São Paulo. Lá seria mais difícil de ser localizado.
Ele deu uma gargalhada.
- Eu sou demais! Ele já era! E logo, logo você também! Vou apagar todas as provas juntas. Você e esse barco cheio de drogas. Assim as provas somem de uma única vez. E nós continuamos na empresa tranquilamente.
Virou-se e pediu para montarem os equipamentos.
Eles colocaram uma fita adesiva em sua boca, para silenciá-la, mas na hora que o homem estava colocando a fita ela colocou a língua para fora, assim poderia molhar a fita para ela se soltar. Após alguns minutos Giovanna olhou e reconheceu o homem que iria montar tudo.
Fim do capítulo
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