Capítulo 5
Capítulo 05
Giovanna sentiu seu coração disparar quando ouviu a batida na porta.
Carolina estava tremendo e as pernas pareciam pesadas. O coração estava disparado, as mãos geladas e a respiração alterada.
-- Oi! - Carolina se aproximou da cama e olhava fixamente para Giovanna.
-- Oi! - Giovanna não conseguia desviar o olhar daquela mulher linda e sorria.
-- Pode me chamar de Carol!
-- Oi Carol! Bom... eu quero te agradecer por ter salvo a minha vida.... e... a Virginia me falou de você...
Carol se aproximou e colocou o dedo nos lábios de Giovanna.
Giovanna segurou a mão de Carol.
-- Não quero que você me agradeça! Eu preciso me desculpar com você, por tê-la observado todos esses meses. Não queria invadir sua privacidade!
-- Não precisa se desculpar! Poderia ter descido na praia e falado comigo! Eu não mordo, viu!
Carol riu e seus olhos se encheram de lágrimas.
Giovanna passou a mão no rosto dela.
-- É que para mim é tudo muito novo ainda! Eu não sei como agir! Desculpe!
-- Eu imagino! Olha, podemos começar do zero, o que você acha? Então....vou me apresentar! Muito prazer meu nome é Giovanna Masteranni!
Carol sorriu e abaixou a cabeça envergonhada.
-- Eu sei seu nome! Quando você foi resgatada, eu peguei a chave da sua moto e consegui achar sua carteira.
-- Puxa minha moto! Nem me lembrei dela!
-- Fica tranquila, pedi para meu porteiro guardá-la na minha vaga da garagem. Assim que você puder pilotar pode buscá-la.
-- Nossa, desculpe o incômodo!
-- Para! Não tem que se desculpar por nada!
-- Bem... então pelo que vejo, eu estou em desvantagem! Você sabe bem mais de mim, do que eu de você! - Giovanna sorriu animadamente.
-- Nossa como sou boba, meu nome é Carolina Andrade! Estou um pouco nervosa! - Carol levou as mãos no rosto, cobrindo-o.
-- Não precisa ficar nervosa! Você foi maravilhosa comigo! - Giovanna segurou a mão de Carol e esta voltou a olhá-la. E permaneceu segurando a mão dela.
-- Quero que você fique bem logo!
-- Vou ficar sim! E quando sair daqui, poderemos conversar melhor e nos conhecermos direito! Tudo bem?
-- Claro! Eu vou indo! Você precisa descansar, amanhã eu volto!
-- Já?... Tá bom! Obrigada por tudo novamente! Volta sim, vou te esperar!
-- Pode deixar!
Carolina deu um beijo no rosto de Giovanna e saiu do quarto. Viu Virginia e Marta impacientes.
-- Fala amiga! E aí o que ela disse?
-- Ela é maravilhosa! E o sotaque sulista é lindo!
-- Tá sua boba apaixonada! Mas fala, o que ela disse? Como foi lá dentro? - Virginia dizia impaciente.
-- Ah... conversamos um pouco! Eu pedi desculpas à ela, por ficar a observando esse tempo todo e ela disse que assim que sair quer me conhecer melhor!
-- Viu! Não disse que não era para se preocupar. Eu e a Vi vamos indo, né amor? - Marta passou o braço pelo ombro de Carol.
-- Eu também vou! Amanhã eu volto para vê-la.
-- Ihhhh...quero ser a madrinha, hein! Vou ser Dinda! Vou ser Dinda!!! Nossa que legal! To adorando tudo isso! Sinto-me com dezessete aninhos novamente! - Virginia disse saltitando na frente das duas e rindo.
-- Para Vi! Sua boba!
-- Bora tomar um chope? Para de ficar chorando! A sua amada já está super bem! E logo você vai agarrá-la muito! - Virginia disse puxando as mãos de Marta e Carol.
-- Ai amor como você é tão insensível! Mas adorei a ideia! Vamos tomar um chope Carol? Está muito quente! Assim você relaxa. Está há três dias sem sair desse hospital direito! - Marta disse rindo das caras e bocas de Virginia.
-- Tá bom! Vamos sim! Acho que estou precisando!
-- É isso ai! Agora gostei de ver! Bora então! - Virginia pegou na mão das duas e saiu arrastando-as para fora do hospital.
Giovanna foi transferida para um quarto, onde ficaria internada, e começou a sentir os efeitos das medicações, adormecendo tranquilamente lembrando-se do rosto de Carolina.
..........
-- Bom dia! - Carolina parou na porta com olhar surpreso.
-- Bom dia Carol! - Giovanna estava sentada na cama.
-- Porque você está de biquíni e short?
-- Acabei de receber alta e minha camiseta foi rasgada no dia do resgate! Estou indo para casa!
-- Puxa quer dizer, que se eu demorasse mais um pouco nem ia te ver, então? Como fui insensível, poderia ter trazido algumas roupas para você!
-- Eu não tinha seu número, para te avisar! Não se preocupe com as roupas, rapidinho to em casa. Pego um táxi e pago na hora que chegar lá!
-- Verdade, que descuido o meu, esqueci de deixar meu número! Nem pensar que você vai de táxi! Vou te levar em casa! Eu estou de carro! E sua carteira e chaves ainda estão aqui na minha bolsa, toma!
-- Obrigada por guardá-las! Mas, não quero te incomodar!
-- Não é incômodo algum! Para de ser boba!
-- Tem certeza?
-- Absoluta!
-- Então vamos? Não vejo a hora de tomar um banho, escovar os dentes e colocar uma roupa confortável.
-- Vamos sim!
Assim que saíram do quarto, Giovanna teve uma sensação estranha que alguém a observava, olhou para os lados, mas não reconheceu ninguém e deixou pra lá e foi caminhando lentamente, ao lado de Carolina.
Carolina dirigiu até a Tijuca onde Giovanna morava.
-- Sobe um pouquinho? - Giovanna perguntou segurando na mão de Carolina.
-- Não sei! Você precisa descansar!
-- Eu dormi bem essa noite, estou descansada! Você está muito ocupada?
-- Não, só terei pacientes à tarde!
-- Então sobe um pouco, se você não se importar em esperar uns minutinhos, enquanto tomo um banho. A gente pode conversar melhor e você me fala que pacientes são esses?
-- Tá certo! Vou sim!
Elas entraram no apartamento, Giovanna deixou Carolina na sala e foi para o quarto.
Carolina começou a observar as estantes de livros, que tomavam toda a parede da sala e admirou a quantidade de obras que Giovanna tinha. Olhou os Cd's de músicas expostos na prateleira e os quadros nas paredes. Admirava tudo sorrindo, de como tinham gostos parecidos para literatura e música.
Giovanna retornou depois de alguns minutos enxugando os cabelos e com um perfume delicioso.
-- Nossa eu estava precisando de um banho! Como faz bem!
-- Você gosta de ler, hein?
-- Gosto sim! Fiquei quase dois anos sem televisão! Para falar a verdade nem sinto falta! Fico meses sem ligá-la. Amo mesmo ler, ouvir música e pintar!
-- Esses quadros são seus? Nossa, são lindos!
-- São sim! Adoro pintar, me acalma muito!
-- Você tem muito talento!
-- Que nada, só faço por hobby mesmo! Você quer beber alguma coisa? Tem suco, água, iogurte, leite, chá... eeee... bem... acho que só! Não bebo café e nem bebida alcoólica! Desculpe!
-- Nem pode beber mesmo depois de tantos dias com medicamentos!
-- Verdade! Mas quer alguma coisa?
-- Não, estou bem!
-- Então senta aqui no sofá e me fala que pacientes são esses? - Giovanna sentou virada para Carolina e a olhava fixamente.
-- Claro! Eu sou Ginecologista e Obstetra, mas ultimamente me dedico mais à Obstetrícia. Tenho uma clínica de reprodução humana e saúde feminina, com uma amiga que é Ginecologista, inclusive ela é a irmã da Virginia!
-- Puxa que legal! Acho linda a obstetrícia, trazer vidas ao mundo! Eu sou advogada!
-- Eu sei, a Virginia me contou!
-- Essa Virginia hein? Se saindo um cupido e tanto!
-- Na verdade, ela nem sabia que a mulher que eu falava, era a paciente dela! Só descobriu no hospital!
-- Quer dizer que você falava de mim para ela?
-- Desculpe! - Carol ficou tímida e abaixou o rosto.
-- Não precisa se desculpar!
Giovanna levantou o rosto de Carol delicadamente com a mão e se aproximou olhando fixamente para seus olhos. O castanho de Carol iluminado no azul de Giovanna. Carol sentiu seu corpo aquecer, sua respiração ficou ofegante e o coração batia descompassado.
Giovanna molhou os lábios com a ponta da língua e Carolina fez o mesmo. Giovanna deslizou a mão do queixo para a nuca de Carol, emaranhando seus dedos nos cabelos dela delicadamente. Carolina fechou os olhos e abriu os lábios pressentindo o que aconteceria. Giovanna encostou seus lábios nos de Carol e elas se beijaram delicadamente e aos poucos foram intensificando, até os beijos se tornarem com paixão e desejo. Carolina invadia a boca de Giovanna com a língua, mordia de leve os lábios, ch*pava a língua quente e macia de Giovanna e puxava sua nuca para grudar mais os lábios.
Giovanna também a beijava com desejo e puxou Carolina para seu colo, fazendo ela ficar sobre suas pernas; colando mais os corpos, começou a acariciar o corpo de Carolina.
Carolina foi sentindo aquela umidade que só Giovanna causava nela, só que muito mais intensa.
Giovanna começou a deslizar as mãos pelas costas e nádegas de Carol, foi sentindo aumentar o calor do seu corpo e também a umidade entre as pernas, seu coração foi disparando e a respiração foi ficando difícil, até que cortou o beijo. Respirando com dificuldade, encostou a cabeça no peito de Carol.
- Desculpe... acho... que... ainda... não... estou... cem... por cento!
- Nossa me desculpe Giovanna, não queria ter provocado isso! - Carol acariciava os cabelos molhados de Giovanna.
- Hummm... uma médica abusando... de uma paciente convalescente! - Giovanna ria, tentando recobrar o fôlego.
- Ahhh... não fala assim! Não abusei de você! - Carol ria e beijava a cabeça e apertava Giovanna em seus braços.
Giovanna olhou para Carol e mordeu os lábios.
- É, não abusou!....que pena!
Ambas riram.
- Você disse que só tem consultas à tarde?
- Sim!
- Então vem aqui! - Giovanna levantou e segurou a mão de Carol, conduzindo ela até o quarto.
- Vamos conversar mais um pouquinho? Quero desvendar todos seus mistérios!
Carol sorriu e se deixou levar.
- Sim, vamos sim! Quero conhecer tudo de você também!
Giovanna deitou e Carol a seguiu, deitando em seus braços. Giovanna beijava suavemente os lábios de Carol e acariciava seu rosto e seus cabelos. E Carol acariciava os braços e a barriga de Giovanna.
- Gio... fiquei tão preocupada quando te vi caindo na areia!
- Se você não estivesse me observando, eu acho que não teria dado tempo de ter sido resgatada! Obrigada mais uma vez!
- Não tem que agradecer! Me desesperei em pensar que te perderia!
- Você não me perdeu! E não vai perder! - Giovanna olhou profundamente nos olhos de Carol e a beijou suavemente.
- Desejei você por meses! Estou tão feliz em estar aqui!
- E eu desejei alguém como você minha vida toda! Estou adorando que você esteja aqui!
- Me promete que vai se cuidar e não vai correr mais daquele jeito?
- Eu prometo, vou seguir as recomendações da doidinha da Virginia!
- Ela é doidinha mesmo, mas é uma excelente médica!
- Eu sei!
Se beijaram, mas não tão intensamente e passaram a manhã toda entre carícias, beijos delicados, abraços e conversas. Carol não queria deixar os braços de Giovanna e ela não queria deixar Carol ir. Pediram comida e almoçaram, ainda conversando e se conhecendo, descobrindo afinidades e diferenças que eram encantadoras. Carol foi embora depois do almoço. Trocaram números de telefones e Carol prometeu retornar à noite. Giovanna disse que deixaria sua entrada liberada, assim que chegasse era só subir.
Assim que deixou a casa de Giovanna e entrou no carro, Carolina ligou para Virginia.
- Vi... iiii... adivinha de onde eu estou saindo?
- Humm... deixa eu pensar... essa é difícil!!! Você está saindo do hospital, foi ver sua amada! Conheço a voz de uma boba apaixonada!!!
- Não!!! Errou dona sabe tudo! Estou saindo do apartamento dela, na Tijuca!
- Já? Nossa amiga, você não perde tempo mesmo, hein? Essa é a Carol que eu conheço! Uh ru! - Virginia ria muito - Só espero, que não tenha abusado de uma doente cardíaca! Sua tarada de plantão!
- Nossa Vi, que imagem você tem de mim, hein?! Ainda não abusei, apesar de quase! - Carol ria muito.
- Jura? Olha só! Não disse? Essa minha amiga é uma tarada mesmo!
- Aff Vi... para de falar assim! Ai amiga, ela tem um beijo delicioso! Olha... vou visitá-la à noite... aiiiii... estou tão ansiosa... o que eu faço?
- Como assim o que você faz?
- Ah Vi... você sabe, né? Nunca estive com uma mulher... o que eu faço?
- Primeiro você não faz nada, por que ela ainda está se recuperando e não pode! Controla essa periquita, sua tarada! Mas, acho melhor você fazer umas pesquisas, antes de resolver ir para a próxima fase do game! - Virginia dizia e ria muito.
- Aff... Virginia você é uma descarada! Próxima fase do game! Credo! E como eu faço essas tais pesquisas?
- Amiga é simples... veja filmes pornôs lésbicos, leia livros e contos na internet... assim você vai saber como agir! E deixe seus instintos te levarem!
- Ah sei lá Vi! Não sei o que fazer com uma mulher! Ai como é estranho!
- Amiga, tudo na vida tem a primeira vez! A parte mais difícil você já conseguiu, ter uma mulher linda e lésbica! A coisa vai ser mais fácil para você! Deixa ela te mostrar e depois copia os gestos... não tem segredo! Afinal, você e ela são mulheres!
- Tá bom! Vou tentar relaxar!
- Isso!!! Relaxa e goz*!
- Aff Virginia... não sei como sou sua amiga! Você é uma cafajeste!
- Você me ama querida!
- Deixa tua mulher ouvir isso! Vai pedir pra sair!
- Não sabe brincar, não brinca! Pow! Jogo sujo envolver a patroa na brincadeira!
As duas soltaram gargalhadas e ficaram mais alguns minutos conversando, Virginia tentando "ensinar" a Carolina o que fazer.
Assim que desligou Carolina partiu para sua clínica. Atendeu algumas pacientes e às dezesseis horas já estava livre. Foi para seu apartamento, tomou um banho demorado de banheira com sais, ouvindo Enya e relaxou. Estava ansiosa e queria muito saber como era tocar o corpo de Giovanna. Desejava isso há meses. Estava tão excitada, que não resistiu e se tocou mais uma vez pensando em Giovanna, nos beijos que trocaram, no cheiro de seu perfume e na delicadeza dos seus toques; seu orgasmo foi intenso.
Saiu de casa por volta das dezenove horas e trinta minutos, sabia que era horário de rush, demoraria uns quarenta minutos no mínimo para chegar à Tijuca. Assim que se identificou o porteiro liberou a passagem, pois ela já estava autorizada. Entrou no elevador e quando chegou à porta do apartamento, tocou a campainha.
Fim do capítulo
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