Olá, ^^
Ainda estão aí?
Capítulo 51
Minha Doce Ilara – Capítulo 51
Após o almoço, Ester teve que ir para o hospital. Mesmo querendo ficar com sua amada, ela tinha suas obrigações para aquele dia. Um caso grave havia chegado ao hospital, e a única médica disponível para aquele dia, era ela. Tinha Aldo, mas de acordo com rumores de funcionários, ele estava muito abalado após a morte de Augusto.
Tudo naquele dia estava muito nebuloso. Grande parte dos funcionários do hospital estava sentindo a perda de Augusto. Ester se perguntava se aquele sentimento por parte das pessoas era realmente verdadeiro ou fingimento para ganhar alguma mídia com os donos, mas a médica não tinha uma certeza para isso.
Uma das possíveis justificativas para aquela tristeza, era porque Augusto trabalhava naquele lugar desde que havia se formado e com isso conhecia todos presentes e Ester não tinha dúvidas sobre algo, Augusto sabia como conquistar as pessoas ao seu redor, por isso tinha uma fama de bom homem e isso a irritava muito, pois ela sabia que não era verdade.
Quando terminou de atender o caso urgente, Ester começou a andar pelos corredores e a todo instante escutava alguém falando sobre o quanto Augusto era um bom homem.
Como não estava aguentando mais ouvir tantas mentiras e ver tanto fingimento, Ester começou a se irritar.
Os seus passos passaram a ser duros e seu corpo começou a ficar tenso. Tentando se acalmar, ela respirava fundo várias vezes, mas isso parecia não adiantar. A vontade que ela sentia é de mandar parar tudo e gritar para as pessoas pararem com tantas mentiras, pois de bom homem Augusto não tinha nada.
Aquele dia estava sendo muito complicado e o que ela mais desejava era se trancar em sua sala e não ver mais ninguém, no entanto, para piorar ainda mais a situação um homem a parou impedindo-a de continuar seu caminho.
— Eu sinto muito por sua perda, doutora — Um dos enfermeiros disse um pouco sem jeito enquanto segurava um dos braços da médica — Imagino o quanto deve ser difícil para vocês perderem uma pessoa como Augusto. Ele era um ótimo médico e um homem intrigo, não merecia essa morte tão trágica.
Ester com a fala do homem ficou um tempo em silêncio. Tentava entender aquela situação. Todos naquele hospital sabiam o quanto os primos se odiavam, mas mesmo assim, aquele homem foi até ela fazer aquele discurso. Talvez o enfermeiro pensasse que a morte de Augusto de alguma forma tivesse mexido também com a médica, mas ele estava enganado, Ester estava dura demais, não conseguia se abalar. O ódio por Augusto havia tirado qualquer sentimento de tristeza que pudesse sentir pela morte dele. Além do mais, o que ela poderia fazer sabendo de toda verdade? Fingir um sentimento que não existia dentro dela?
— Eu sei de suas diferenças, mas acredito que neste momento, elas têm que ser deixadas de lado — O homem acrescentou após o silêncio da médica.
— Você não sabe a verdade — Ester de uma forma bruta tirou aquela mão de cima de seu braço — Você não sabe de nada — Deu alguns passos para trás — Todos aqui não sabem de nada — gritou e isso chamou a atenção de muitas pessoas.
O enfermeiro ficou sem jeito por conta do comportamento da médica. Pensava que estaria ajudando ao tentar se aproximar daquela mulher, no entanto, Ester parecia transtornada, não demonstrando estar sentindo a perda do primo.
Sem dar um aviso prévio, Ester deixou o enfermeiro lá sozinho e correu em direção a sua sala.
As pessoas curiosas ao redor começaram a achar estranho o comportamento da médica e isso fez todos suspeitarem de algo. Ester havia matado Augusto para não ter mais que disputar o cargo da diretoria com o primo, já que a maioria ali acreditava que Augusto era o mais qualificado. Ainda mais por ele ser homem e ter uma vida considerada “correta” para muito ali.
Após aquele episódio, Ester se trancou em sua sala. Não queria mais ver ninguém. Estava ficando cansada, parecia que nada iria mudar. As pessoas iriam continuar pensando que Augusto era um bom homem. Será que após a morte do médico, os seus erros seriam enterrados juntos dele?
Foi a partir daí que se lembrou de sua amada. Helena com certeza estava passando por um dos priores momentos de sua vida. Além de ter que lidar com a perda do pai de seus filhos, tinha que escutar a todo momento o quanto Augusto era um bom pai e marido.
— Quando será que isso vai acabar? — Levou as suas duas mãos até o rosto e respirou profundamente.
Ester estava sentada em sua cadeira e se via novamente cheia de perguntas sem respostas.
Agora com a morte de Augusto tudo entre ela e sua amada poderia ser mais fácil, no entanto, a cada minuto a mais naquela sala, a médica percebia que nada seria fácil. Com ela iria assumir seu relacionamento com Helena agora? Muitas pessoas iriam pensar muito mal delas. Não que Ester ligasse para o que as pessoas pensavam, mas sabia que Helena ligava muito e Ester dava razão a sua amada, Helena tinha dois filhos, não podia ser inconsequente a ponto de ficar com a médica do nada logo após esse acontecimento com o primo. Poderia fazer as pessoas pensarem em muitas besteiras. Na verdade, Ester já fazia ideia que algumas pessoas já estivessem a colocando como a principal suspeita pela morte de Augusto, no entanto, para seu alivio, ela havia jantado na casa de seus pais naquela noite. Muitas pessoas poderiam testemunhar ao seu favor, já que alguns vizinhos lhe viram e os funcionários de seus pais, mas Ester sabia que isso poderia não ser suficiente se alguém a acusasse de mandar matar Augusto.
— Será que até morto Augusto vai interferir em minha felicidade? — Se perguntou.
***
Já se passava das 16: 00 horas e Ilara estava dormindo com a cabeça sobre o colo de sua amada. Michelle estava ali sem ter noção das horas e nem estava se sentindo cansada por estar a tanto tempo sentada naquela mesma posição. Totalmente encantada com a beleza de Ilara, ela se via a todo momento acariciando a face da garota e seus cabelos.
Era tão bom estar com a garota, para Michelle, ela poderia ficar o dia todo assim que pouco se importaria para o que acontecia ao seu redor. No entanto, sabia que aquele momento das duas não estava sendo tão perfeito assim, pois estava sendo carregado de muita dor da mais nova.
Michelle sentia muito por estar acontecendo isso com Ilara e ficava triste por saber que não podia fazer muita coisa para amenizar aquela dor, pois sabia que só o tempo poderia ajudar a curar, mas mesmo assim, ela iria permanecer ao lado de Ilara.
Tudo se encaixava tão perfeitamente, o que sentia por Ilara era muito mais que um gostar, era um sentimento que fazia ela desejar ter Ilara para sempre ao seu lado.
— Preciso resolver a nossa situação quando tudo isso passar — Michelle comentou baixinho ao dar um beijo demorado na testa da garota.
Não podia mais deixar a situação como estava, onde elas não sabiam o que tinham, Michelle precisava tomar a iniciativa para conversar sobre aquele assunto, mas, o momento não era muito propicio para isso.
Ilara estava passando por um momento delicado, não tinha como falar sobre a relação das duas agora. A única coisa que Michelle podia fazer era se manter presente para mostrar a garota que podia dividir a sua dor com ela e não precisava aguentar tudo sozinha.
Neste momento, como lhe despertando de um sonho onde nada mais além de Ilara lhe importava, o celular de Michelle começou tocar e temendo que sua amada acordasse, ela atendeu rapidamente.
- Olá, Michelle, desculpa incomodar, mas você disse que iria mandar a lista de exercícios dos alunos, mas até o momento não recebi – Ângela, a outra professora de matemática do colégio, anunciou.
Ao ouvir aquilo, Michelle respirou fundo. Havia se esquecido totalmente da sua vida fora daquele quarto.
- Eu que preciso me desculpar – Disse baixinho, olhando atentamente para Ilara que estava dormindo em seu colo – Irei fazer isso agora, eu tive um dia um pouco conturbado.
- Entendo, hoje não está sendo um dia muito bom. Você soube que o pai de uma aluna foi assassinado?
- Sim, foi o pai de minha aluna.
- Algo bem trágico. Não deve estar sendo fácil para ela ter perdido o pai dessa forma, assassinado. Uma perda é sempre dura, mas quando ocorre dessa forma é sempre muito difícil se conformar.
Após Ângela terminar a sua fala, Michelle direcionou o seu olhar para sua amada que dormia tranquilamente.
“Realmente deve estar sendo muito difícil para você” pensou.
A ligação foi encerrada e Michelle teve que voltar para sua realidade. Não queria acordar a sua amada que dormia tranquilamente em seu colo, mas tinha quer fazer isso, já que teria que ir para sua casa.
- Amor, eu preciso ir para casa agora – Michelle tocou o rosto de Ilara levemente ao tentar desperta-la.
- Não vá, fica comigo – A garota abriu os seus olhos e disse com um tom de voz baixo, enquanto prendia o corpo da mulher mais velha com os seus braços.
Michelle com aquele pedido sentiu o seu coração entristecer, por mais que quisesse ficar, ela tinha suas obrigações fora daquele lugar.
- Eu preciso ir. Tenho uma lista de exercícios que precisa ser enviada para a professora Ângela- Deu uma pausa; percebeu que Ilara não havia gostado da novidade.
— Então, não irei mais te ver hoje? — Ilara prendeu o seu olhar no de Michelle, demonstrando que a última coisa que queria para aquele momento era se ver longe de sua amada.
Com a pergunta de Ilara, Michelle pareceu pensar, se fosse para casa, com certeza, ela iria só estar livre à noite e será que Helena deixaria as duas ficarem juntas naquele período?
— Se sua mãe deixar, eu venho dormir com você — Michelle falou as palavras dessa frase de uma forma lenta, parecendo refletir sobre o que estava dizendo. Seria a primeira vez que as duas passariam tanto tempo na mesma cama juntas.
Ilara com a novidade não soube o que dizer, mas seu corpo pareceu saber exatamente o que sentir, pois um friozinho começou a percorrê-la toda.
— Não quer que eu durma contigo? — Michelle indagou ao perceber que Ilara estava demorando demais para dizer algo.
— Não é isso — sentou-se na cama e encarou a mulher a sua frente que demonstrava estar ansiosa por uma resposta.
Michelle não conseguia entender o que acontecia com ela quando estava com aquela garota. Não era a primeira vez que se relacionava com alguém, mas a forma como seu corpo reagia quando estava perto de Ilara parecia dizer ao contrário. Ela parecia, diante daquela garota, uma mulher totalmente inexperiente que não sabia como agir diante da pessoa que gostava.
— Então, é o quê? — pegou uma das mãos de Ilara e colocou entre as suas. Com esse toque, a pele da garota se arrepiou e Michelle algo dentro dela querendo transbordar. Sentia uma vontade muito grande de tomar Ilara em seus braços e beijá-la.
— Vou te aguardar então — Ignorou totalmente a pergunta. Sentia vergonha de confessar que talvez não conseguisse dormir se caso tivesse o corpo de Michelle perto do dela a noite toda.
***
Mesmo não querendo, Michelle saiu do quarto de Ilara, foi uma das piores atitudes que teve que tomar após conhecer aquela garota, mas tinha coisas do colégio para fazer. No entanto, algo de alguma forma lhe alegrava, iria dormir com Ilara naquela noite se caso Helena permitisse.
Não sabia quais reações isso poderia causar em seu corpo, mas desde aquele momento, já se sentia muito ansiosa e com um friozinho tocando o seu íntimo.
Enquanto andava a passos apressados para fora daquela casa, Michelle se deparou com uma cena que a fez parar.
Helena estava sentada em sua cama pensativa, demonstrava estar frágil e seus olhos estavam vermelhos por conta do choro de momentos antes.
— Algum problema, Helena? — Michelle sem pedir licença entrou no quarto, surpreendendo a outra mulher. Estava muito atrasada, mas não tinha como partir sem saber o que estava acontecendo com Helena.
— Estou cansada. Parece que nunca vou me ver livre dessa vida — Helena disse ao olhar para Michelle — Augusto faleceu, mas parece que nada mudou. Ele não era um bom marido, não era um bom pai... ninguém que veio aqui o conhecia como eu conhecia — Abaixou sua cabeça e tampou seu rosto com suas mãos — Parece que não poderei ficar com quem eu realmente amo.
Com a fala de Helena, Michelle olhou para o relógio que estava em seu pulso. Sabia que estava sem tempo para ter uma conversa assim tão delicada, mas resolveu deixar tudo de lado e se sentou ao lado da outra mulher.
— Às vezes temos que deixar todas as pessoas de lado e vivermos a nossa vida como queremos — Levou a sua mão até a face de Helena — Por não saberem o que realmente acontecia aqui, Helena, já demonstra que essas pessoas não são tão importantes assim. Não desista agora, seja feliz. Você no momento só tem que importar com seus filhos e com você. Pois sendo sincera contigo, a partir do momento que enterrarem o corpo de Augusto, muitas pessoas que hoje estão aqui tentando te consolar vão sumir e será que valerá a pena continuar fingindo para essas pessoas que nem ligam para você? Dê um basta nisso tudo. Você não precisa dessas pessoas, nunca precisou.
***
Ester estava em sua sala; faltava poucos minutos para ela poder ir para casa tentar relaxar um pouco.
Aquele dia no hospital havia sido complicado. Após a conversa com o enfermeiro, ela havia decidido se trancar em sua sala e só sair se caso alguém precisasse dela. Nessas poucas saídas de seu refúgio, Ester notou que as pessoas estavam começando a lhe olhar com olhares tortos, principalmente a secretária de Augusto, que Ester sabia muito bem que tinha um caso com seu primo.
Sabia que todos haviam começado a suspeitar dela e isso de alguma forma passou a lhe preocupar, pois mesmo desejando por muitas vezes acabar com a vida de seu primo, ela não havia feito isso.
— Eu não sei mais o que fazer diante disso tudo. Só quero ser feliz ao lado da mulher que amo, mas parece que sempre aparece algo para atrapalhar — Disse ao passar as suas mãos sobre a face.
A médica estava sentada em sua cadeira, tentando achar uma explicação para os últimos acontecimentos, pois tudo havia acontecido tão rápido que ela nem estava conseguindo entender.
— Quem matou Augusto? — Essa pergunta surgiu de repente, pois se ela que tinha muitos motivos para isso não havia feito nada. Quem poderia ter sido? — Será que Augusto se envolvia com pessoas tão perigosas assim?
Recostou suas costas em sua cadeira e passou a pensar em alguém que poderia ter feito isso com seu primo. Entre os conhecidos, ela não conseguia achar nenhum suspeito.
Toques na porta começaram a ser escutados e isso chamou a atenção da médica.
— Pode entrar — Se ajeitou melhor em sua cadeira e ficou à espera da pessoa que estava abrindo a porta.
Uma mulher morena surgiu ao lado de um homem e isso deixou a médica muito confusa, pois não conhecia aquelas pessoas.
— Eu sou a investigadora Marilia e esse é meu colega, Ernesto — A mulher morena andou até Ester e estendeu sua mão para um comprimento — Doutora Ester?
— Sim — Ester se levantou e cumprimentou aquela mulher a olhando fixamente nos olhos. Com isso percebeu que a investigadora era uma mulher que não era fácil de se intimidar, pois por nenhum momento desviou o olhar.
Após os cumprimentos, Marília comunicou a Ester o que eles haviam ido fazer ali e a médica não se opôs em responder as perguntas que a outra mulher iria fazer.
Antes de começar com os questionamentos, Marília ficou um tempo analisando Ester, porque estava havendo rumores no hospital de que a médica havia matado o seu primo para ficar com o cargo de diretora do hospital.
— O que você estava fazendo na noite do assassinato de Augusto? — Investigadora perguntou.
— Estava na casa de meus pais. Todos que moram ao redor podem confirmar isso — Ester disse de uma forma firme enquanto encarava Marília que ficou lhe olhando parecendo querer ver além de sua alma.
— Certo — A investigadora deu uma pequena pausa — Você sabe que está sendo a principal suspeita neste momento, não é mesmo?
— Sim, e tenho muitos motivos para desejar a morte de meu primo — Ester não fez questão de esconder que odiava o seu primo, não pelo que ele já havia feito com ela, mas sim, por tudo que sua amada já havia passado nas mãos de Augusto.
Neste momento, os investigadores se olharam, pois não esperava tanta sinceridade da parte de Ester.
— Quais motivos seriam esses, doutora? A diretoria do hospital? — Ernesto questionou e Ester riu, deixando o homem incomodado — Você acha que estou aqui para brincadeiras? — Disse de uma forma mais firme.
— Não acho que esteja, mas as pessoas sempre acham que me importo com a diretoria disso aqui — Ester começou a se lembrar de tudo que havia passado ali; dos olhares tortos que recebia quando passava pelos corredores — As pessoas aqui não gostam de mim por causa do que sou. Não me importo com a diretoria do hospital, não que nunca tenha me importado, mas permaneço aqui nessa cidade por outro motivo.
— Então quer dizer que o que te leva a não gostar de seu primo não é essa disputa pela diretoria? — A investigadora passou a perceber que naquela história havia muito mais coisas do que ela imaginava.
— Não — Ester respirou fundo — Meu primo não era uma pessoa honesta.
— Tem como provar isso que está dizendo? — Marilia indagou.
— Ainda não, pois só tenho suspeitas de que ele alterava as contas do hospital.
— Então você não pode afirmar nada — Ernesto falou. Não havia gostado nem um pouco do jeito da médica.
— Calma — A investigadora disse ao seu parceiro — Ester, como podemos ter certeza do que disse se são somente suspeitas?
— Antes de chegar aqui, meu primo era a pessoa de confiança de meus pais e tios. Ele se envolvia em todos assuntos e esses dias chamei um contador para analisar as contas e nada está batendo.
— Se isso for verdade, você sabe quem poderia ter ajudado seu primo?
— Não sei — Ester respondeu a pergunta da investigadora e tentou pensar em alguém, mas ninguém vinha em sua mente.
— Pense em alguém que sempre andava com seu primo aqui — Ernesto disse tentando ajudar, mesmo não dando nenhuma credibilidade para o que a médica estava falando.
— Doutor Aldo e tem a secretária que acho que era amante de meu primo — Ester enfim conseguiu se lembrar de pessoas que viviam com seu primo para todos os lugares no hospital.
— Amante — Marília ficou repetindo aquela palavra várias vezes em sua mente e passou a se lembrar de Helena, parecia que era uma mulher tão sofrida. Por já ter conhecido Helena, a investigadora não tinha dúvidas de que Augusto poderia ter uma amante, pois sua esposa não parecia alguém que era feliz no casamento — Você sabe como era o casamento de seu primo com Helena? — Essa pergunta surgiu de uma forma inesperada, surpreendendo Ester e Ernesto.
— Eu tenho mesmo que responder a essa pergunta? — Ester perguntou demonstrando que aquele assunto lhe incomodava muito.
— Não, mas acho que não haveria problema nenhum para você em responder — Marília encarou Ester e notou que aquela pergunta desestabilizou totalmente a outra mulher.
— Mas tem — Ester se levantou de sua cadeira, poderia muito bem dizer tudo a investigadora, mas ela sabia que aquilo só cabia a Helena; mais cedo ou mais tarde todos iriam saber da verdade, pois Helena havia denunciado Augusto, mas a médica não queria ser ela a responsável por falar a investigadora sobre tudo que sua amada havia passado nas mãos de seu primo.
— Tudo bem — Marília mesmo querendo saber o motivo que havia levado a médica agir daquela forma, ela achou melhor partir, pois tinha que procurar o tal doutor Aldo e a secretaria de Augusto — Mas saiba que sempre descubro o que quero — Avisou.
— Talvez descubra, mas não será eu quem vai dizer — Ester disse deixando a investigadora surpresa com a atitude da médica.
***
Michelle havia acabado de enviar a lista de exercícios para o e-mail de Ângela e começou a arrumar algumas roupas em sua bolsa.
Helena havia permitido ela dormir com Ilara e isso lhe alegrou bastante, seria a primeira vez que ficaria tanto tempo com sua amada.
Enquanto colocava as peças de roupa dentro de uma bolsa, ela começou a se lembrar da conversa que havia tido com Helena.
A vida não estava sendo fácil para aquela mulher, quando parecia que iria ser livre para viver como sempre desejou, algo mudou e agora, se via presa nas mentiras que as pessoas diziam como sendo verdades.
Helena se preocupava com seu futuro, e Michelle sentiu a necessidade de alerta-la, não valia a pena viver a vida que os outros queriam que ela vivesse. Aquelas pessoas não se importavam com ela, estavam presentes naquele momento, pois poderia trazer-lhes uma imagem ruim se não fizesse aquilo.
— vai para onde com essa mala de roupas? – Marisa surgiu de repente na porta do quarto chamando a atenção da mais nova.
— Irei dormir na casa de Ilara, talvez eu não volte amanhã— Como não queria olhar para a cara da irmã no momento, Michelle manteve seu rosto abaixado, pois sabia que a irmã iria começar com as provocações.
— Vocês estão evoluindo essa relação de vocês rápido demais... logo, logo terão a primeira vez – Marisa disse com um sorrisão no rosto, pois isso demonstrava que a irmã era humana também.
— Talvez você esteja certa — Michelle disse e deu uma longa pausa — O pai de Ilara faleceu, quero estar com ela. Mostrar que sempre poderá contar comigo.
— Helena finalmente poderá ser feliz — Marisa comentou, ao se lembrar de tudo que a mãe de Ilara havia passado.
— Tudo é tão complicado, Marisa.
— Por que complicado?
— Ao mesmo tempo que Helena está livre de Augusto, ela está presa a uma vida cheia de mentiras. As pessoas não sabem quem era o Augusto de verdade.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:

line7
Em: 26/06/2019
Ficou ótimo Capítulo...o cueca pertuba vida de Helena mesmo morto, a história está indo no caminho certinho^^ e q a verdade seja descobertas do verdadeiro monstro q era o cueca ( tenho raiva dele...lkk)
Resposta do autor:
Olá,
Augusto morreu, mas ele continua com a fama de bom homem
Logo, logo a verdade será revelada e tudo vai se acertar.
Fiquei feliz com seu comentário. Muito obrigada!
Beijinhos
Van^^
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zilla
Em: 26/06/2019
Tenho é dó da Helena que mesmo com o traste morto só da trabalho pra ela e Ester affs!
Essa detetive vai encontrar todos os podres do "homem bom e de família que Augusto era"!!
É uma linda á Michele com todo esse carinho com a Ilara itimalia!
Amei o cap Van! Tenta ñ demorar muito pra postar pfv!!!!!
Resposta do autor:
Olá,
A vida de Helena está um pouco complicada mesmo, pois mesmo com a morte de Augusto, ainda vai ser difícil pra ela fazer o que deseja que é ter sua liberdade e ficar com Ester.
Logo a ficha de Augusto vai cair e muita gente vai ficar assutada.
A Michelle é muito fofa. É uma mulher adorável. Dá vontade de ter alguém como ela.
Fiquei muito feliz com seu comentário. Muito obrigada!
Beijinhos
Van^^
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