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Minha doce Ilara por Van Rodrigues

Ver comentários: 5

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Palavras: 4760
Acessos: 3625   |  Postado em: 25/05/2019

Capítulo 50

Capítulo 50

Já se passava das 23:00 horas quando Helena se deitou em sua cama. Estava com um pouco de insônia, pois aquele dia havia sido cheio de emoções. Pensativa por conta dos últimos acontecimentos, se deu conta que há algumas semanas, nunca tinha passado por sua cabeça que as coisas agora estariam assim.

Ester havia voltado e elas finalmente reviviam o amor de anos atrás. Parecia que tudo estava se ajeitado, agora só faltava resolver sua situação com Augusto. Não sabia como seria a reação dele, ao saber que ela estava querendo se separar, mas esperava que diferente das outras vezes, ele reagisse bem, sem fazer nenhuma confusão, pois o casamento deles havia acabado desde o dia que Augusto passou a não lhe respeitar mais.

Por não conseguir dormir, Helena se virou na cama e direcionou o seu olhar para a janela. Aquele dia estava com um clima tranquilo, estava se sentindo bem por estar deitada naquela cama sem se preocupar se Augusto entraria por aquela porta ou não.

Não sabia como seria sua vida após se separar de Augusto, mas desejava recomeçar, mesmo que no começo passasse por algumas dificuldades. Queria ficar com Ester, mas não podia se separar de Augusto e ir ficar com sua amada. Tinha seus filhos que não sabia de nada ainda e que ela ainda não sabia como iria reagir a separação, se iriam conseguir se adaptar bem a nova vida, já que não teria o mesmo conforto que Augusto lhes davam em casa.

Helena sabia que estava se preocupando demais. Que talvez, ela já tivesse tudo que seus filhos precisavam que era amor para lhes dar e um lar com um ambiente muito acolhedor, onde seus filhos não teriam mais que se preocupar todas as noites se alguém entraria ou não pela porta da sala alterado.

Com tais pensamento, Helena adormeceu, mas após alguns minutos de sono, ouviu batidas constantes na porta de seu quarto e o som da campainha. Será o que poderia ter acontecido para aquele alvoroço todo?

Se levantou da cama e ao abrir a porta do quarto se deparou com Ilara que parecia estar em estado de choque enquanto olhava para o celular em suas mãos.

— Filha, o que aconteceu? — Perguntou preocupada, pois Ilara não era de aparecer em seu quarto à noite e aquela campainha parecia que não iria parar de tocar. Neste momento, começou a analisar a sua filha e reparou que ela estava com as mãos trêmulas — Foi algo com seu irmão? — Colocou a suas mãos sobre os ombros da jovem, pois passou a ficar muito angustiada.

Ilara neste instante abaixou a sua cabeça — Foi com o papai, mamãe — Os seus olhos já estavam banhados em lágrimas.

Com a fala da filha, Helena recolheu as suas mãos e não sabia nem o que pensar. Como assim havia acontecido algo com seu marido?

— O que aconteceu com ele? — Perguntou após ficar um tempo em silêncio.

— Eu não sei. O vovô ligou para mim e falou isso, pois não fomos atender a porta — Ilara disse e abraçou a sua mãe em seguida.

Helena ficou sem saber o que pensar, eram informações demais para digerir assim tão rapidamente, foi então que se deu conta que quem estava tocando a campainha só podia ser o seu sogro.

As duas mulheres desceram para a sala. Ilara ficou no sofá enquanto Helena ia atender a porta.

— Helena, ainda bem que você atendeu a porta. Preciso disser algo muito importante — Alberto, pai de Augusto, dispensou os cumprimentos e passou pela porta, parecia emocionalmente abalado.

Quando se deparou com Ilara sentada no sofá, já chorando, ele não soube como iria falar sobre o ocorrido.

— Alberto, o que houve? — Helena indagou ao notar que o homem não sabia como iniciar aquela conversa — Ilara disse que aconteceu algo com Augusto. O que houve?

O homem já de idade, abaixou sua cabeça — Augusto foi encontrado morto perto de um matagal — Com a fala do senhor, Ilara começou a chorar alto e Helena ficou procurando algo para encostar o seu corpo, estava totalmente sem chão, não estava conseguindo acreditar no que havia acabado de ouvir. Como assim Augusto havia morrido? — Ninguém sabe o que houve, mas pelo que tudo indica ele foi assassinado.

 

 

 

Com a morte de Augusto, a vida de Helena havia virado de cabeça para baixo. No dia seguinte, às exatas 11:00 horas, ela foi procurada por uma investigadora e nem sabia o que dizer, pois para ela seu marido estava viajando. Não tinha como Augusto estar na cidade naquele dia, já que só voltaria somente domingo à noite.

Estando no escritório de Augusto em sua casa, sentada em uma cadeira, ela se sentia constantemente analisada por uma mulher morena de 40 anos com um olhar que parecia que queria penetrar sua alma.

A outra mulher estava sentada a sua frente, ao lado de um homem que demonstrava que iria anotar tudo que ela estava prestes a dizer.

Sem saber como agir, Helena começou a prestar atenção em tudo que acontecia ao seu redor. Sua cabeça latej*v* de tanta dor no momento, não havia conseguido dormir naquela noite, muitos conhecidos e familiares haviam ido a sua casa prestar condolências. Além do mais, teve que ir reconhecer o corpo para ter certeza se era de Augusto.

            Por não estar bem fisicamente e emocionalmente, Helena ouvia o barulho do relógio pregado a parede e isso parecia que estava lhe torturando.

As primeiras perguntas começaram a surgir, ela as respondia quase que mecanicamente. Estava um pouco abalada, não queria seu marido mais perto dela, mas isso nunca a fez desejar a sua morte.

— Então quer dizer que seu marido estava viajando? — A investigadora indagou após perguntar sobre os últimos passos de Augusto.

— Sim, na sexta, ele viajou — Disse com um tom de voz baixo.

— A senhora sabe para onde? — Queria saber para onde Augusto havia ido nos últimos dias e com quem.

            Helena abaixou sua cabeça, não sabia o que dizer. Augusto nunca falava sobre sua vida por completo com ela — Eu não sei... ele disse que iria para uma outra cidade. Que era algo do hospital, mas não me deu detalhes.

            Com a resposta de Helena, a investigadora ficou um tempo a encarando em silêncio. A mulher se sentiu muito incomodada com isso. Será que ela seria uma das suspeitas pela morte de Augusto?

            — Você e seu marido não conversavam muito sobre seus passos, não é mesmo?

            — Não, mas isso quer dizer que eu posso ser considerada culpada? — Helena indagou já temendo ser acusada de algo que não havia feito.

            — Não, Helena — A investigadora sorriu — Nada posso afirmar ainda, só estou colhendo algumas informações. Só quero saber da senhora se seu marido tinha alguém que não gostava dele ou se tinha alguma dívida? Alguém que pudesse desejar a morte de seu marido.

            Com a pergunta da investigadora, Helena ficou um tempo em silêncio, pois a única pessoa no momento que não gostava de seu marido era Ester que já havia demonstrado várias vezes querer se vingar de Augusto, mas será que ela seria capaz de mata-lo?

            — Não, Augusto, não tinha inimizade com ninguém — Helena respondeu, demonstrando que não sabia mentir. Ela não queria que sua amada acabasse sendo investigada.

            A investigadora percebeu isso, mas resolveu não fazer mais nenhum questionamento, já que ela ainda teria que colher outros depoimentos.

            — Tudo bem, acho melhor encerrarmos por aqui — A mulher se levantou da cadeira e isso deixou seu companheiro surpreso — Melhor respeitarmos o seu momento. Qualquer coisa entraremos em contato, para tirarmos quaisquer dúvidas.

            — Está bem! — Sentido se mais aliviada, Helena se permitiu até reparar na mulher a sua frente. Tinha traços bem delicados em seu rosto, mesmo demonstrando ser muito durona.

 

            Após finalizarem aquela conversa, Helena os levou até a porta de sua casa e em seguida se despediu.

            — Será que vão descobrir quem foi que fez isso com nosso filho? — Amélia olhou para seu marido após os policiais partirem — Augusto nunca fez mal a ninguém, como puderam fazer isso com ele.

            Com a fala de sua sogra, Helena abaixou sua cabeça. Não queria ver isso antes, mas agora se dava conta que nem seus sogros conheciam que era realmente Augusto. Para eles, Augusto era um santo capaz de não fazer mal a ninguém.

            Foi então que sentiu-se vivendo uma mentira novamente, pois todo mundo vinha lhe dizendo que Augusto era um homem muito bom e que não merecia ter morrido daquela forma.

            Sentindo-se sufocada por tantas mentiras, Helena levou suas mãos até as suas têmporas. Haviam outras pessoas da família naquela sala (Ester ainda não estava presente, já havia falado para Helena que ela não iria aparecer assim como se Augusto fosse alguém querido por ela) e não aguentava mais aquele mesmo discurso. Sentiu vontade de gritar e mandar todos se calarem.

            Parecia que as pessoas não estavam percebendo que tudo que estavam falando incomodavam Helena.

            Ilara que de longe observava o comportamento de sua mãe, percebeu que ela não estava se sentindo bem ali junto daqueles familiares. E sabia o motivo, ninguém que estava naquela sala, além delas, conheciam quem era Augusto de verdade.

 

 

 

 

            — Você percebeu que ela havia mentido na última pergunta, não é mesmo? — O homem que acompanhava a investigadora indagou, após chegarem perto da viatura.

            — Sim, mas eu sinto que há muitas coisas por trás dessa história — Marília —a investigadora — disse pensativa — Helena parece ser uma mulher que sofreu muito.

            — O que te faz pensar isso?

            — Nesses anos como investigadora aprendi a analisar as pessoas e tentar ver como ela são de verdade. Helena pode não ter feito nada, mas pode estar encobertando alguém que possa ter algo contra seu marido— Abriu a porta da viatura e direcionou o seu olhar para a casa a sua frente.

            — Então, é melhor a pressionamos — O homem já ia voltando para a casa de Helena, mas foi impedido pela mulher.

            — Não podemos agir assim, entre no carro — Se sentou no banco do passageiro — Esse Augusto parece não ter sido alguém confiável. A mulher nem sabia por onde andava. Alguma culpa no cartório deve ter, vamos investigar melhor isso — Falou e viu um carro estacionando em frente a viatura.

            A investigadora fixou o seu olhar naquele carro, estava curiosa para saber quem era.

            As portas do outro automóvel se abriram e desceram de lá, um garoto muito comunicativo e uma mulher com ar de preocupada.

            Marília logo percebeu que aquele só podia ser o outro filho da vítima.

            — O outro filho de Augusto — Comentou enquanto reparava que o garoto estava todo saltitante.

            — Estou com pena do garoto, não vai ser fácil saber que o pai está morto — O homem comentou ao se sentar no banco do motorista.

            — Não vai ser nada fácil, ele terá que ser muito forte — Abaixou sua cabeça quando o garoto passou pelo portão — Vamos? — Perguntou e em resposta ouviu o som do motor do carro sendo ligado.

 

 

 

 

 

 

            Mesmo tendo voltado da chácara antes do esperado, Gustavo abriu a porta de sua casa todo contente, pois havia brincado muito com Manu, e estranhou a presença de tanta gente na sala de sua casa.

            — Vovô, vovó — Gustavinho ao ver seus avôs já foi direto para os braços de seus avós, pois eram pessoas que ele não costumava ver com muita frequência — O que vocês estão fazendo aqui? Por que tem tanta gente aqui? — Indagou inocentemente achando que poderia ser algum tipo de comemoração, todavia estranhou todos estarem abatidos, parecendo que havia acontecido algo. Foi notando isso que fez ele direcionar o seu olhar para a sua mãe que estava ao lado de Ilara no sofá da sala — O que está acontecendo?  — Seu tom de voz não era mais como no momento que encontrou seus avós.

            — Gustavo, seu pai... — Amélia ia falar, mas Alberto a interrompeu quando notou Helena se levantando para aproximar de seu filho.

            — Querida, acho que esse assunto é delicado demais para nós falarmos — Tocou o ombro de sua esposa e em seguida se abaixou para ficar na altura de seu neto e o olhou nos olhos de uma forma muito amorosa — Filho, sua mamãe vai conversar contigo.

            — Mamãe? — Gustavinho começou a sentir que não iria receber uma boa notícia, seus olhos começaram a ficar chorosos e abraçou sua mãe com força quando ela chegou perto — O que tá acontecendo, mamãe, por que ninguém me fala o que tá acontecendo?

            Neste momento, Helena olhou para o seu redor e se incomodou por ter tanta gente presenciando aquela conversa.

            Todos estavam curiosos para saber como ela iria falar isso para seu filho, olhavam atentamente para a mãe e o filho que estavam no meio da sala.

            Cansada de ter por perto aquelas pessoas que nem sabiam como era realmente sua vida, Helena chamou os seus filhos para irem para o segundo andar da casa.

            A mãe de Augusto pareceu não gostar muito disso, mas Helena nem ligou, já havia se importado demais com o que as pessoas pensavam ou deixavam de pensar.

            — O que houve, mamãe? — Gustavinho indagou após sua mãe leva-los para o quarto dele.

            Helena fez Gustavo se sentar na cama e se agachou na frente, colocando seus braços sobre as pernas de seu filho.

            — Gu, você se lembra que o papai viajou na sexta, né? — Começou a falar e Ilara que observava aquela cena da porta abaixou sua cabeça.

            — Sim, mamãe, mas isso quer dizer o quê? — Questionou e olhou para Ilara. Estranhou o comportamento da irmã e sentiu o seu coração a ficar muito apertadinho. Sabia que não iria receber uma boa notícia — Fala, mamãe, fala — Perguntou desesperado quando Helena se deu conta que não iria conseguir dizer aquilo ao seu filho — Fala, por favor, fala — Colocou as suas sobre os ombros de sua mãe para fazer ela falar.

            — O papai se foi, Gu — Ilara falou, pois notou que sua mãe não estava tendo coragem e o garoto olhou incrédulo para sua irmã.

            — É mentira, fala que é mentira, mamãe, fala — O garoto começou a chorar alto e se jogou nos braços da mãe.

            — A sua irmã não está mentindo, meu amor, aconteceu um acidente com seu pai — Helena achou melhor não contar todos os detalhes para o garoto, já que só a perda de seu pai já havia sido um baque muito grande.

            — E agora, mamãe, o que vai ser da gente? — Gustavinho indagou, pois não sabia como seria agora sem ter o seu pai.

            — No momento, vamos tentar ser fortes filho. Depois vamos ver o que faremos — Helena secou as lágrimas que escoriam pelo rosto de seu filho com sua mão e sentiu que Ilara lhe olhava muito.

            Não sabia o porquê, mas Helena notara que nos últimos dias sua filha estava lhe encarando como se estivesse sabendo de algo. Estava com vontade de perguntar o que era, mas agora era um assunto que deveria ser deixado de lado, pois teria que resolver as questões do velório de Augusto primeiro e tentar estabilizar a sua família.

 

 

            Após conversarem, Helena voltou para a sala com seus filhos. Gustavinho estava muito abatido, mesmo com tudo que já havia acontecido naquela casa, Augusto era seu pai e ele estava sentindo muito a dor da perda.

            — Helena, vamos para casa um pouco — Alberto disse ao se aproximar de sua nora, estava acompanhado por sua esposa que parecia muito cansada — Depois voltaremos, mas qualquer coisa pode nos chamar? — Olhou para os seus netos que haviam ido para o sofá.

            — Está bem, muito obrigada por tudo — Helena agradeceu, já que eles dois haviam se mantido presentes desde da morte de Augusto.

            — Não me agradeça por isso, querida — O homem chegou até Helena e a abraçou — Sei que você o amava muito, mas só te peço para ser forte, pois teremos que cuidar das crianças agora.

            Com aquelas palavras de Alfredo, Helena engoliu em seco. Estava sentida pela morte de Augusto, não esperava por isso, mas ama-lo, não amava.

            — Sim — Helena não queria demonstrar que não amava Augusto, mas sabia que em um determinado momento todos iriam saber a verdade, que seu amor era Ester, a mulher que estava acabando de passar pela porta da sua casa.

            Ester surgiu naquela casa e todos olharam espantados, pois sabiam que Augusto e Ester não se davam muito bem, mas depois começaram a achar que aquela mulher mesmo não gostando do primo, sabia quando deveria deixar os ressentimentos de lado.

            Helena quando viu Ester não conseguiu não sentir seu coração bater mais forte, e seus olhos começaram a brilhar de uma forma diferente.

            A presença de Ester foi um pouco de luz para aquele dia tão nebuloso.

            — Ester, que bom te ver por aqui — Alfredo disse enquanto observava a mulher se aproximando.

            A médica andou até seu tio sem demonstrar que não estava nada confortável por estar ali, mas de qualquer forma, ela tinha que se manter presente, já que Augusto era seu primo.

            Olhou para Helena e notou que ela estava muito abatida, não esperava vê-la daquela forma tão sentida, mas tentava entender que Augusto havia feito parte da vida de sua amada e que tinha sido um baque saber de sua morte.

            — Tinha que me fazer presente, tio, sou da família — Helena disse ao se aproximar, não demonstrando estar sentida pela morte do primo.

            Amélia, a mãe de Augusto, pensou em se pronunciar ao perceber isso, mas Alfredo a impediu. Sabia que Ester tinha seus motivos, mesmo achando que não eram tantos assim para aquela atitude.

            — Vamos embora, Helena, voltaremos mais tarde — Alfredo falou já puxando sua esposa para fora da casa.

            Após a saída de dos pais de Augusto, aquela casa começou a se esvaziar, parecia que o único interesse daquelas pessoas era estar perto de um dos donos do hospital.

            Helena se sentiu aliviada por isso, pois não aguentava mais fingir que estava bem com a presença daquelas pessoas que nunca se preocuparam com ela e com seus filhos.

 

 

 

 

 

 

 

            — Vejo que isso mexeu muito com você? — Ester começou a analisar Helena após as duas irem até a cozinha, já que queriam ficar a sós para conversarem sobre como seria as suas vidas a partir daquele momento.

            — Você acha que eu o amava? — Helena questionou um tanto decepcionada, por achar que a outra mulher não acreditava que seus sentimentos por ela eram verdadeiros.

            — Não, mas pensei que não estaria assim tão sentida — Ester se encostou na pia e começou a se lembrar de todo o relato de sofrimento de Helena na delegacia.

            — Ester, mesmo depois de tudo que houve, Augusto foi meu marido, pai de meus filhos. Ele foi assassinado, Ester — Helena olhou sua amada nos olhos. Se lembrou da sua conversa com a investigadora, sentia que Ester não era capaz de matar alguém, mas a revolta da médica por conta de tudo que havia acontecido era muito grande — Alguém o matou — Disse aquelas palavras querendo de alguma forma atingir a outra mulher que acabou estranhando.

            — O que você quer dizer com isso? — Ester estranhou o modo de Helena falar — Não acredito que você está achando que eu o matei.

            Helena abaixou sua cabeça e viu que já estava passando besteiras demais por sua cabeça.

            — Desculpa, isso tudo mexeu comigo — Helena se posicionou na frente a outra mulher.

            Ester cruzou os seus braços demonstrando estar muito chateada, pois mesmo sentindo muita vontade de fazer seu primo pagar por tudo que havia feito com Helena, ela não havia feito nada.

            — Eu já senti muita vontade de acabar com a vida dele, confesso isso a você — Foi sincera — Eu te amo, saber que ele tinha lhe feito mal, fez o meu pior lado despertar dentro de mim, mas eu não fiz nada contra ele. Você mesma havia dito que ele tinha viajado, e eu não sabia por onde andava.

            Com a fala de Ester, Helena saiu de onde estava e a abraçou.

            — Estou com medo — Helena confessou.

            — Do quê? — Ester tocou o rosto da outra mulher com a ponta de seus dedos e a fez olhar em seus olhos.

            — E se você acabar sendo acusada de algo? — Perguntou preocupada, com medo de sua amada ser acusada.

            — Não creio que isso vá acontecer — Ester sorriu por causa do jeitinho preocupado de sua amada — Eu estava na casa de meus pais neste momento. Jantei com eles noite passada, não tinha como eu ter feito nada contra Augusto.

            — Mas podem inventar alguma história para lhe prejudicar?

            — Helena, meu amor, não pense assim — Ester estava falando docilmente — Augusto com certeza andava com pessoas que tinham mais motivos para fazer mal a ele do que eu. Eu sei que você nunca pareceu perceber, mas Augusto era um homem que não valia nada.

 

 

 

 

 

 

 

            Ilara que estava sentada no sofá com seu irmão começou a ficar pensativa. Será o que as duas mulheres haviam ido fazer na cozinha? Ela ainda não estava acostumada com aquela novidade, sua mãe e a prima de seu pai juntas.

            — O que ela veio fazer aqui? — Gustavinho perguntou ao olhar para sua irmã.

            — Quem? — Ilara nem se deu conta que o irmão estava falando de Ester.

            — Aquela mulher — Disso parecendo não gostar muito de ver Ester naquela casa — Meu pai não gostava dela — Olhou com desagrado para a porta da cozinha.

            Ao perceber o que seu irmão estava querendo dizer, Ilara ficou surpresa, não pensava que o garoto iria agir daquela forma.

            — Gu, olha para mim — Os dois irmãos se olharam nos olhos e Ilara percebeu que quem estava mais sofrendo naquela casa estava sendo Gustavinho — Sabemos que nosso pai não gostava dela, mas isso não quer dizer que devemos compartilhar do mesmo sentimento.

            — Mas ele dizia para não nos aproximarmos dela — O garoto comentou ao se lembrar das palavras de seu pai.

            Ilara respirou fundo, sabia um dos motivos que fazia o seu pai não gostar de Ester e isso acabou mexendo muito com ela, pois como Ester, ela também era lésbica.

            Neste momento, as duas mulheres surgiram na sala. Ao ver Ester novamente perto de sua mãe, Gustavinho se levantou do sofá e correu para as escadas.

            — Gustavo? — Helena gritou e fez menção de ir atrás do filho, mas Ilara a impediu.

            — Melhor deixar ele sozinho, mãe — Comentou e passou a olhar para Ester que observava toda aquela cena calada.

            — Mas o que houve com ele? — Helena perguntou preocupada enquanto olhava para as escadas.

            — Ele não quer ela perto de nós — Ilara respondeu demonstrando que a relação delas duas não era desconhecida por ela.

           

 

 

 

 

Músicas: Vanessa da Mata – Ainda bem

Bruna Caram ­– Quem sabe isso quer dizer amor

 

            Após o horário de almoço, Ilara teve uma bela surpresa, Michelle foi até a sua casa, pois soube por terceiros que o pai da garota havia falecido.

            — Não precisava ter passado por isso tudo sozinha — Michelle falou de uma forma calma enquanto acariciava os cabelos de Ilara. Sua amada estava deitada na cama com a cabeça sobre o seu colo. As duas estavam no quarto de Ilara, pois acharam que ali elas teriam mais privacidade. No momento, a garota estava com o olhar bem distante, nunca havia passado por sua cabeça que ela iria passar por aquela situação.

            — Eu sei que meu pai não era uma boa pessoa, mas eu não desejava isso a ele — Ilara olhou sua amada nos olhos, demonstrando toda sua dor.

            Michelle ao notar sua garota tão frágil, sentiu um aperto enorme em seu coração. Era muito difícil ver a pessoa que ela gostava sofrendo.

            — Eu lhe entendo, mas tente ser forte — Deslizou os seus dedos pelas curvas do rosto da mais nova e ficou encantada, pois pareciam tão perfeitas — Eu vou ficar sempre contigo, vamos passar por esse momento juntas. Divida essa dor comigo.

            Ilara com a fala de Michelle, não soube o que dizer. Aquela mulher estava se tornando tão importante para ela, estava encontrando tanto conforto nos braços de Michelle.

            — A cada dia me encontro mais feliz por ter você — Ilara disse sem Michelle esperar — É difícil expressar o que sinto... Tudo é muito novo para mim, mas a sua presença deixa meu coração bater em um ritmo diferente... A minha pele se arrepia apenas com um simples toque seu — Levou uma das mãos de Michelle para o seu próprio braço, para mostrar a outra mulher que tudo que havia acabado de dizer era verdade.

            Os pelos do braço da garota se arrepiaram e Michelle sorriu.

            — Ter você aqui nesse momento me faz sentir bem, faz essa dor que estou sentindo amenizar um pouco — Confessou por fim.

            — Meu amor, fico muito feliz por saber que estou te fazendo bem — Entrelaçou uma de suas mãos a da garota — Só quero o seu bem — Deu uma pausa, mas manteve seu olhar conectado ao da garota — Só quero te oferecer o que eu tenho de melhor para vê-la bem neste momento tão difícil.

            Após a fala de Michelle, Ilara sorriu e ficou em silêncio. Depois de um tempo, ela adormeceu ali com a sua cabeça sobre o colo de Michelle. A garota quase não havia dormido naquela noite e estava cansada demais para não dormir sob cuidados de sua amada.

 

 

 

 

           

            Helena estava em seu quarto sozinha, pensando em sua vida. Ester após o almoço foi para o hospital, já que tinha que cuidar de um caso grave que havia aparecido. Então o que lhe restou foi ficar no quarto descansando. Ilara estava com Michelle e Gustavinho não queria ver ninguém. Helena estava preocupada com o garoto, mas seu filho não queria conversar.

 Tudo estava tão nebuloso agora, Augusto havia sido assassinado e ela não sabia como seria sua vida a partir daquele momento. Então várias perguntas começaram a surgir em sua cabeça e uma delas era...

            — Será que terei que fingir que Augusto era um bom marido? — Pensou, mas depois se lembrou de algo — Eu o denunciei, logo saberão de toda a verdade e como iriei lidar com tantos questionamentos?

            Deitou-se na cama e começou a encarar o teto do quarto. Não podia desistir agora, precisava falar a verdade que não amava Augusto e que ele não era um bom marido para ela.

            — Mas será que alguém iria acreditar nisso, agora que Augusto faleceu? — Perguntou-se e sentiu sua cabeça voltado a latejar.

            Tantas dúvidas começaram a surgir. Não sabia o que iria fazer após o corpo de Augusto ser liberado e enterrado. Com certeza não iria poder assumir o seu relacionamento com Ester rapidamente. E algo agora estava lhe intrigando demais. Será que Ilara sabia de alguma coisa?

                       

 

             

           

           

           

 

 

 

 

           

           

 

           

 

 

           

           

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá, 

O que acharam do capítulo?

Espero que tenham gostado.

Achei muito difícil escrevê-lo. Tentei fazer meu melhor. ^^

Muito obrigada pelas leituras e comentários.

Beijinhos^^

Van^^


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Comentários para 50 - Capítulo 50:
mtereza
mtereza

Em: 26/05/2019

Espero que Ester não seja responsabilizada mais sofrimento para Helena para duas


Resposta do autor:

Olá, 

Ninguém quer que a Ester seja responsabilizada, mas ela vai acabar sendo a principal suspeita, já que ela odiava o primo e demonstrava isso.

Isso talvez traga um pouco de sofrimento para as duas.

Fiquei muito feliz com seu comentário. Muito obrigada!

Beijinhos^^

Van^^

Responder

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josi08
josi08

Em: 25/05/2019

Capitulo bem tenso.   Helena pensa demais, mais eh bem compreensível pela situação em que ela viveu com esse homem.  Anciosa pelos proximos capítulos. 


Resposta do autor:

Olá,

Capítulo tenso e difícil de se escrever. kkkkkkkkkkkk

A Helena pensa muito mesmo. Talvez se pensasse menos já estaria livre dessa vida dela e vivendo como desejava.

Muito obrigada pelo seu comentário!

Beijinhos^^

Van^^

Responder

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alany
alany

Em: 25/05/2019

Só espero que a o assassino de augusto não ponha culpa em Ester pra atrapalhar a vida delas.
Resposta do autor:

Olá, 

Mesmo depois da morte de Augusto, Helena e Ester estão se vendo cheias de problemas.

A Ester vai acabar sendo suspeita, pois era a única pessoa que demonstrava não gostar do Augusto.

Muito obrigada pelo seu comentário.

Beijinhos^^

Van^^

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Brescia
Brescia

Em: 25/05/2019

      Oi mocinha. 

 

Até mesmo morto esse cafajeste dá trabalho, não será fácil e seu filho agora decidiu complicar um pouco mais. Agora surgirão mais problemas e cobranças,  espero que ela seja forte e corajoso para enfrentar tudo e aceite a ajuda da Esther. 

 

     Baci piccola. 


Resposta do autor:

Olá,

Mesmo com a morte de Augusto, Helena ainda vai se ver tendo alguns problemas. Ela terá que ser muito forte mesmo para lidar com tudo isso e recomeçar a sua vida.

Acho que a partir de agora, Helena vai começar a se aproximar mais de Ester.

O bom de minhas história, é que sempre tem final feliz, então ninguém precisa ficar com medo do final kkkkkkkkkkkkkk

Os personagens principais sempre ficam juntos.

Muito obrigada pelo seu comentário, querida^^

Beijinhos^^

Van^^

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 25/05/2019

Agora entendi quando disse que sofreu ao escrever, sem dúvidas é uma situação muito dificil, lidar com a morte mesmo sendo de uma pessoa que fez tantas coisas erradas é bastante complicado, sem falar que envolve os filhos e criança ainda, sem falar na máscara de bom homem e falsidade de algumas pessoas.

Mas acredito vc passou muito bem todo sentimento e dramas envolvidos.

Parabéns moça, gostei muito desse cap.

 

Bjos


Resposta do autor:

Oi, 

Esse capítulo foi muito difícil, na verdade, está sendo muito difícil escrever essa história. Tenho que passar tantos sentimentos em um mesmo capítulo e para piorar estou com bloqueio. kkkkkkkkkk

A Helena está passando por um momento tão delicado, ao mesmo tempo que se vê livre de Augusto, ela está presa a uma vida cercada de mentiras.

Fico feliz por ter gostado do capítulo.

Muito obrigada pelo seu comentário^^

Beijinhos^^

Van^^

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