Medo de amar por Lari28
CapÃtulo 22
Enquanto isso no Brasil...
- Filha você tem certeza que esta preparada para sair daqui? - Eliza perguntava para a filha.
Helena nos últimos três meses voltava a se acostumar com sua rotina de antes, fez algumas ligações e conseguiu fazer um teste para ser professora de musica na capital do Rio Grande do Sul, sendo aceita em uma escola conceituada de musica.
- Sim mãe. - Segurava nas mãos de Elisa. - Eu sinto um aperto no peito por deixar você e o papai aqui na fazenda, mas eu preciso seguir meu sonho que é tocar e viver de musica.
Depois que Helena soube que Alexandra tinha ido embora ficou triste e com raiva, então resolveu que não iria se afundar novamente na sua tristeza, precisava continuar em frente. Mas diariamente se pegava pensando na morena, o que lhe causava ódio, como depois de tudo, depois dela ter te traído e ido embora sem lhe falar nada, ainda poderia nutrir algo por ela.
Mesmo tentando sua mente lhe levava a lembrar nas coisas que a morena havia feito por ela, quando Alex lhe salvou do afogamento, da atenção que ela tinha ao lhe descrever as coisas quanto não podia ver, quando ela lhe trouxe o piano, no primeiro beijo, na primeira vez em que fizeram amor e também na primeira vez que a viu depois que voltou a enxergar.
Você era tão carinhosa comigo Alexandra, fez tanto por mim... Porque você simplesmente fez o que fez, ficou com seu ex e depois foi embora. Porque você me trouxe o amor de novo e depois simplesmente me arrancou ele.
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Se passaram mais três meses, Helena estava indo muito bem como professora da escola de musica, ela dividia o apartamento com uma mulher a qual se tornou uma grande amiga, o nome dela era Ana.
- E como foi lá na companhia de musica hoje?- Ana perguntou.
- Foi maravilhosa, minha turma de piano tem tido uma evolução surpreendente.
- É de se esperar Helena, você é incrível quando toca, imagino que ensinando não seja diferente. Mas mudando de assunto, o bonitão loiro te procurou mais alguma vez?- Helena havia contado a Ana que um rapaz havia lhe abordado depois de ouvir lá tocar piano em uma apresentação.
- rsrsrs ... Temos trocado algumas mensagens, mas nada demais. - Falou vendo a amiga bater palminhas no ar.
- Nada demais por enquanto, já to vendo que vai se dar bem.
- Acho que não, não to com cabeça para me envolver com ninguém. - disse tomando um pouco de suco.
- Ainda pensa nela? - Ana sabia de tudo que Helena havia vivido com Alexandra, a ruiva tinha lhe contado.
- Sim, não sei como isso pode acontecer sabe?!- dizia com magoa nas palavras. - Depois de tudo o que ela fez, eu deveria sentir nada além de raiva por ela, mas eu sinto saudade, queria saber como ela esta, o que tem vivido lá no MSF.
- Você a amou ... ou ainda a ama, não sei. -foi abaixando seu tom de voz para falar essa ultima parte. - É normal que nutra algum sentimento bom por ela, já que vocês viveram momentos intensos juntas.
- Momentos que não valeram de nada, só pra me ferir mais ainda, a Alexandra foi covarde. - Se alterou um pouco.
- Calma ruiva, não precisa ficar assim, quem sabe esse rapaz não tenha vindo para te ajudar a esquecer ela.
- Eu já a esqueci, só tenho magoa, é apenas isso, mas irei me livrar disso - disse amargurada.
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- Como assim você não vai voltar Alexandra?- Manoela dizia exaltada.
- Se acalma Manu, eu me solicitei a ser voluntaria na Nigéria, já estou a caminho de lá, aconteceu um desabamento de um edifício que abrigava uma escola, tem várias crianças soterradas, não tem como eu voltar agora mana.- disse com o coração apertada.
- Alexandra como vou contar isso para a mamãe e para o papai, eles vão surtar. - Manuela colocava mão do rosto enquanto conversava com a irmã no telefone. - Eles estavam super felizes com sua volta, queriam até fazer uma festa surpresa, que agora já nem vai ser surpresa.
- Me desculpa Manu, mas eu não posso entende. - Estava chorando
- Você vai voltar quando irmã, nós sentimos a sua falta. - Manoela também chorava.
- Logo eu volto, eu preciso desligar, estão me esperando. - Disse limpando o rosto.
- Volta mesmo Xanda, eu te amo, se cuida.
- Também te amo Manu, diz ao papai e a mamãe que eu amo todos vocês.
Desligaram as duas aos prantos, sentiam falta uma da outra, Alexandra sentia falta de várias coisas, da família, da Luiza, a qual manteve contato por algumas vezes depois que ela havia ido embora e também sentia saudade da Helena, essa ultima por mais que não quisesse, fazia seu coração doer, mesmo depois da Luiza, mesmo depois de tudo, ainda a amava. Mas ela não conseguia ir embora sabendo que precisavam da sua ajuda, ela queria estar lá, ela queria fazer parte do resgate daquelas crianças.
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- Oi mãe como a senhora está?- Helena sempre que podia ligava para sua mãe.
- Estou bem minha filha e você como está?- Elisa ficava muito feliz ao falar com sua filha, sentia falta da sua menina.
- Bem mamãe, papai está bem, as coisas por ai como estão?
- Seu pai está bem filha e as coisas por aqui estão na mesma, só os patrões que estão tristes com a notícia da dona Alexandra. - disse inocente.
- Como assim, o que aconteceu mãe?- Perguntou preocupada, já pensando o pior.
- Ela não vai voltar semana que vem como o esperado.
- Ahh... mas ela deve vir logo mãe, talvez tenha acontecido só um imprevisto.
- Pior que não filha, não tem nem previsão dela voltar, parece que aconteceu um desabamento de uma escola onde tinha varias crianças para aqueles lados lá, ai ela saiu de onde estava e foi ajudar esse pessoal.
- Claro que ela fez isso...- sorriu, mesmo com tudo o que aconteceu não podia negar que Alexandra era uma excelente médica, que acima de tudo ela era sim uma boa pessoa.
- Dona Beatriz e o Sr Eduardo ficaram triste, mas também né, seis meses sem ver a filha, estavam até planejando festa surpresa e tudo, eu iria te chamar.
Helena nesse momento parou para pensar, fazia seis meses desde a ultima vez que tinha visto a morena, será que estava preparada para vê lá novamente?! Como será que seria esse encontro, o que Alexandra falaria com ela, será que iria agir como se nada tivesse acontecido, será que iria se explicar?! Tantas dúvidas, tantas perguntas, que ela se alto punia por imaginar qualquer coisa que fosse com Alexandra.
- Filha?
- Oi mamãe, me desculpa, eu me lembrei de algo que preciso resolver agora.
- Ata, mas ta tudo bem né, quando você vem nos visitar?
- Sim mamãe ta tudo bem, logo vou marcar de ir fazer uma visita a vocês, vou ter que ir agora, beijo, amo você e o papai.
- Também te amamos filha.
Helena ficou o restante do dia pensando na sua vida, no seu passado e entendeu que precisava seguir em frente, deixar o que aconteceu para trás e começar uma nova vida.
- Alô Marcos?. - Ouviu o homem responder do outro lado. - Eu aceito sair com você amanha. - ouviu mais alguma coisa.- Sim eu te espero as 20:00h, obrigada você, tchau.- Helena acreditava que chegava a hora de dar passos mais largos para colocar um ponto final no seu antigo sentimento.
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https://www.youtube.com/watch?v=-DJMvtBP4qQ&list=RDWE5LWsI3dzs&index=5
Enquanto isso na Nigéria.
- Traga ele rápido. - Alexandra tinha o corpo coberto por poeira, tinha uma mascara amarrada ao pescoço e alguns cortes pelo corpo, pois muitas vezes sua aflição era tamanha que se embrenhava dentro dos escombros para tentar achar algum corpo ainda com vida, o edifício desabou com mais de 100 crianças dentro.
Quando Alexandra viu tudo aquilo chorou junto com as mães e pais das crianças, mas precisa ser forte para ajudar, no meio de gritos, choros e muito barulho, cada criança encontrada com vida era uma vitória.
- Olá garoto, está tudo bem agora. - Cortava a blusa do menino. - Você sente dor onde? - começou a apalpar o corpo do menino, quando chegou no braço ele gem*u por dor. - Tudo bem, já entendi que tem algo errado aqui, vou cuidar disso ta bom? - sorriu para ele.
Como Luiza havia dito, quem entra em causas humanitárias vira freguês e foi isso que aconteceu com Alexandra. Depois da Nigéria ela entrou em outras causas como voluntária, mais meses fora de casa, toda vez que falava com sua família sentia uma profunda tristeza, pois sentia falta de todos, mas simplesmente não conseguia voltar, se sentia instigada em ir mais longe e fazer mais e mais pelos outros.
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1 ano depois
Enquanto isso Helena continuava se destacando mais na musica, fazia varias apresentações pelo Brasil tocando piano, chegando a se apresentar na Argentina, sempre acompanhada do seu namorado, Marcos, o rapaz havia conquistado a ruiva, o que não foi nada fácil, pois essa se mostrava sempre muito distante.
- Desse jeito vocês vão se casar- Ana comentava com Helena após ela ter lhe contado sobre sua viagem para fora do país. - O Marcos não te larga mais.
- Ele tem sido uma boa companhia, sempre me respeitou, sabe se fazer presente sem ser invasivo sabe.- Falou pensativa.
- Bem que ele queria ser mais ‘'invasivo'', mas você não permite.
Helena abaixou a cabeça, mesmo seu relacionamento estar indo muito bem, ela sentia falta de algo, sentia falta de paixão, a companhia do Marcos era sempre muito bem vinda, mas não se sentia completa apenas com isso.
- Ele disse que me ama acredita. - sorriu triste.
- E você?
- E eu ? - perguntou para si mesma. - Eu fiquei calada claro, beijei ele para ser menos constrangedor.
- Ela ainda está ai? - apontou para o coração da ruiva.
Helena apenas suspirou, faziam quase 2 anos que não via Alexandra, apenas tinha algumas noticias dela por parte da sua mãe, que sempre lhe comentava algo. Não imaginou que a morena ficaria tanto tempo fora, mas isso era apenas um sinal que a mulher não tinha nenhuma raiz profunda no país, que nem a família e nem ninguém a prendia por aqui.
Alguns dizem que amamos diferentes pessoas ao decorrer da nossa vida, isso realmente é verdade, mas a um amor o qual nos marca mais, aquele que por algum tempo mesmo depois de separados procuramos nos novos beijos que damos, nos novos corpos que tocamos e nos olhares que encontramos.
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O avião de Alexandra havia acabado de pousar no aeroporto internacional de Porto Alegre, ela estava com uma calça jeans desbotada, uma blusa branca e uma camisa jeans aberta por cima, seu rosto parecia cansado, mas não lhe deixava menos bonita.
- O que seus pais vão dizer da gente aqui sem avisar Aisha?- A jovem ao seu lado lhe perguntava.
- Provavelmente vão se assustar, mas nada além disso, fique tranquila, você está comigo. - Alexandra dizia calma segurando a mão da jovem.
- Eu tenho medo.
- Eu sei, mas agora as coisas vão ser diferentes, estamos aqui no Brasil e você ficara aqui comigo ... se quiser claro.- Dizia carinhosa.
- Obrigada por me ajudar Aisha. - Esse era o nome que Layla usava para se referir a Alexandra, as duas tinham passado por muitas coisas juntas, de vida e morte, e o significado de "Aisha" caia muito bem na morena, que significava " a que estava viva".
- Quem me ajudou primeiro foi você, salvando minha vida - olhou nos olhos dela e beijou seu rosto.
Fim do capítulo
Mais um hoje.
Logo tem mais. Boa leitura a todas
Comentar este capítulo:
dannivaladares
Em: 23/06/2019
Lari,
A cada capítulo uma surpresa, uma nova emoção.
A cada capítulo gosto mais.
Não demore a atualizar ???? tenho saudades!
Um bj,
Danni.
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