A GUINÉ-CONACRI sofreu um revés na sua luta contra o ebola com o surgimento de uma série de novos casos, o que as autoridades afirmaram ser culpa da fraca vigilância e da não obediência a procedimentos de segurança.

O surto, que começou no leste da Guiné-Conacri há mais de um ano e matou mais de 10 mil pessoas nos três países mais afetados na África Ocidental, parecia estar em declínio, mas a Guiné registrou um aumento no número de casos por três semanas seguidas, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Eram nessas condições que Alexandra se viu ao chegar a Conacri, milhares de pessoas doentes, lugares de extrema pobreza e miséria.

Os médicos sem fronteira em muitas partes do mundo se instalam como hospitais formados por tendas especializadas em atendimentos, com energia elétrica e o básico de um hospital para atender os pacientes conseguindo manter um nível de higiene apropriado, sendo uma estrutura móvel para ser colocada de maneira fácil em outro local.

Alexandra seria uma dos 5 médicos que estavam na missão naquele local, os outros  15 profissionais não eram médicos,eram pessoas que fizeram 4 anos de curso universitário tendo condições para atender situações básicas da medicina.

Ao chegar Alexandra foi instalada em uma repartição dentro do hospital, sua moradia nos próximos 6 meses seria ali.

Alex estava atenta a tudo, nada passava despercebido por ela, as pessoas, os olhares, os pacientes, o lugar, o clima que por sinal era muito quente.

 

- Até hoje não me acostumei com o calor, mas com o tempo melhora ...

 

Alexandra virou-se pra trás, estava molhando o rosto pois o calor estava insuportável.

 

- Brasileira também?- A mulher perguntava para Alexandra.

 

- Sim, sou brasileira, Alexandra... prazer.-Estendeu a mão, que logo foi apertada. Alex olhava a mulher a sua frente com atenção, ela tinha os cabelos longos, tão pretos como os de Alexandra, mas eram ondulados, um olhar marcante e para suavizar sua boca era pequena, os olhos eram claros, um azul límpido.

 

- Igualmente, Luiza. - Sorriu ao apertar a mão de Alex e depois soltou devagar.

 

- Ahh você é a pediatra- Disse afirmando, na apresentação do acampamento o seu guia tinha lhe falado o nome de alguns profissionais ali - Você ta há quanto tempo aqui Luiza?

 

- Há três meses, tenho mais três aqui ainda.

 

- Já esteve em outros acampamentos?

 

- Sim, já estive na Etiópia e no Iraque. - Disse calmamente.

 

- Porr* ...- Alex colocou a mão na boca se punindo pelo palavrão, estava chocada com asexperiências que aquele mulher teria tido.

 

- Tudo bem kkk... normal terem essa reação.- Ela sorriu. - Mas já te aviso, quem entra nos MSF, vira freguês, você quer sempre estar em outra missão e sempre tem vontade de ajudar mais e conhecer mais.

 

- Eu imagino, sempre tive vontade de fazer parte e enfim essa é a minha primeira missão.

 

- Primeira de muitas, acredite.

 

Ao decorrer dos dias Alexandra foi se habituando a rotina ali, era cansativo, acordava cedo fazia visita aos pacientes da enfermaria e se dedicava durante ao resto do tempo aos diversos casos que ali apareciam, de doenças que não eram comuns matarem no Brasil, mas ali como as condições de higiene e saneamento eram outras dificultavam as coisas.

 

As vezes ligava para a família, falava rapidamente com os mesmo, fusos horário eram diferentes e o sinal nem sempre era dos melhores. Diariamente pegava se lembrando do que havia deixado no Brasil, a família e também... Helena. Essa última era a responsável dos seus melhores sonhos e piores pesadelos. Já fazia quase dois meses que estava em missão e não tinha um dia sequer que não se lembrava da ruiva.

Com o passar do tempo ela foi se fechando para esse passado.

 

- Eu vou te contar uma coisa, eu vou morrer de calor aqui. - Dizia tirando a parte de cima da  roupa que usava.

 

- kkkkkk Alexandra tanta doença pra pegar aqui, vai morrer justo de calor.?!- Luiza e Alexandra estavam se aproximando mais a cada dia.

 

- Nossa você disse que iria melhorar, mas eu sou do sul do Brasil, não tem como eu me acostumar, isso daqui é de matar.

 

- Eles vão nos dar uma semana de folga aqui, o que você acha da gente dar uma volta por ai, você quase não conheceu nada daqui, ta sempre estudando sobre as doenças.- Não era comum darem uma folga prolongada assim, mas precisavam fazer uma higienização profunda no local por conta da ebola, a pressão ali era grande, muitos pacientes, mortalidade crescente, aumento de casos. Os profissionais da saúde estavam sobrecarregados, Alexandra e os outros médicos não estavam dormindo direito, praticamente revezavam algumas horas de sono, pois sempre tinham que estar atentos.

 

- Pois é, nem da tempo, aqui tem casos que no Brasil não é comum, to me atualizando e revisando algumas coisas, mas eu topo sim dar uma volta.- Alexandra estava só com uma blusa branca e de calcinha agora, tinha tirado parte da sua roupa para ir tomar um banho.

 

- Você emagreceu, mas ainda continua gostosa. - Luiza pareceu pensar alto.

 

-  Eu percebi que minhas roupas estavam mais largas mesmo.- disse olhando para seu corpo.- Mas ainda estou gostosa então?- disse fazendo graça.

 

- Sim ainda continua gostosa. - Luiza entrou na brincadeira não se sentindo intimidada.

 

- rsrsrsrs. - O jogo parecia virar novamente, pois Alexandra não conseguiu sustentar aquele olhar, baixando sua cabeça rindo.

 

As duas a cada dia pareciam ter mais afinidade, Alexandra adorava ouvir as histórias de Luiza, ela era filha única, morava com uma prima no Brasil, na verdade ia visita lá, já que não parava quieta. Logo que entrou na faculdade foram morar só as duas, mas Luiza assim que se formou começou a rodar o mundo em causas humanitárias, a base onde estava uma vez tinha sido atacada, alguns pacientes e profissionais morreram no ocorrido, mas isso não parecia ter tirado a coragem daquela mulher que seguia ajudando aqueles que mais precisavam.

 

https://www.youtube.com/watch?v=-DJMvtBP4qQ  ( estava ouvindo essa musica ao escrever essa parte)

 

- Animada pra amanhã?- Perguntou Luiza olhando para uma Alexandra que parecia ter seus pensamentos longe dali. As duas estavam sentadas olhando as estrelas da laje de um dos prédios que tinha na cidade, ele tinha apenas três andares, era comercial, as duas foram jantar em um restaurante simples que tinha no térreo, o hospital ficava a uns 10 km dali, foram de moto, a qual Luiza tinha comprado de um morador. Quando queria dar uma volta pegava sua moto e ia espairecer um pouco.

 

- Sim. - Olhava pra frente, sempre que parava um pouco no trabalho pensava no Brasil, pensava na família, pensava na Helena, mesmo não querendo ainda pensava nela.

 

- Acho que você vai gostar da onde irei te levar. - Aquela mulher tinha algo especial, a cada dia se via mais interessada em descobrir mais sobre Alexandra, a qual parecia esconder algo triste no olhar.

 

- Humm e posso saber ao menos aonde você vai me levar?- perguntou agora olhando para Luiza, já estava a um mês ali e tinha criado um carinho especial pela pediatra. Ela era sua maior companhia ali além dos pacientes, não precisavam conversar sempre, depois de um longo dia de trabalho as duas se sentavam em algum lugar para simplesmente olhar as estrelas, o silencio bastava.

 

 

- Será surpresa, prometo que você nunca vai esquecer o que vai acontecer. - Agora olhou nos olhos da morena.

 

- Uau... eu to curiosa sobre o que vamos fazer, por que eu to precisando de algo bem legal, foi um mês difícil, eu trabalhei nessa cidade o que não trabalhei 1 ano no Brasil.

 

- Eu sei, a realidade no MSF é outra, aqui ainda estamos dentro da cidade, mas tem bases que são no meio do nada, banho é de caneca mesmo, sem água corrente.

- Fico imaginando o que temos fora daqui sabe... casa, família, dinheiro e vejo o que essas pessoas tem aqui, é tanta desigualdade que não tem nem como medir, eu me pergunto se temos culpa por isso tudo, se eu devo me culpar por ter o que tenho, sei lá .- Passou a mão pelo rosto.

 

- Eu me fiz a mesma pergunta quando comecei a fazer parte dos programas humanitários, mas eu vi que é algo bem mais amplo sabe, é muita coisa envolvida e o que podemos fazer é isso que estamos fazendo, ajudar com o que podemos, há coisas maiores por trás de toda essa miséria, não se culpe meu bem. - Fez carinho no rosto da morena.

 

Logo cedo as duas acordaram, pegaram suas mochilas e partiram, não teriam outra semana de folga como essa, então iriam aproveitar.

 

 - Espera eu preciso que você tampe os olhos e confie em mim. - Luiza pegava um lenço para tampar os olhos da morena.

 

- É serio isso?- Perguntou desacreditada.

 

- Confia em mim Alex. - Segurou a mão da morena.

 

- Tenho alternativa? - perguntou fazendo graça.

 

- Não rsrsrs...

 

Para chegar ao destino fizeram parte do caminho de avião e outra parte de barco, Alexandra não parecia acreditar no que estava acontecendo, em vários momentos pensou em tirar a venda, mas Luiza não deixou a convencendo que a mesma iria gostar do final da surpresa.

 

- Eu só posso estar doida de confiar em você Luiza, já andamos de avião e agora estamos num barco- sentia o vento bater em seu rosto. - Você não esta me traficando não né?

 

- kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk- Luiza não se aguentava de tanto rir, Alexandra na maioria das vezes era séria, mas naquele momento parecia ter senso de humor.- Na verdade estou te traficando sim...- viu a sobrancelha da Alexandra se levantar. - Mas fique tranquila... é para o paraíso.

 

- Espero, porque prometi para minha mãe que eu voltaria a vê-la.

 

- kkkkk- mais risadas por parte da Luiza, que nesse momento foi acompanhada por Alexandra. - Estamos quase chegando e só por isso irei te deixar curtir um pouco dessa paisagem comigo.

 

Luiza se colocou atrás de Alex, elas estavam na parte da frente de um barco pequeno. A mais velha foi tirando a venda da morena, essa piscou algumas vezes, pois já fazia algum tempo que não via a luz do dia.

 

Ao se acostumar com a claridade Alexandra se surpreendeu com a visão, elas estavam no meio do mar dentro de um barco pequeno com um rapaz pilotando o mesmo. Logo a frente ela pode ver o que parecia uma ilha.

 

- Uau... - foi o que conseguiu dizer antes de olhar para Luiza.

 

- Uau sou eu quem digo.- As duas se olhavam.- Eu acho que consegui muito mais do que esperava. - sorriu.

 

- Do que você ta falando?- Perguntou sorrindo.

 

- Desde que você chegou tinha algo triste no seu olhar, mas agora pela primeira vez eu consegui ver um brilho maior nos seus olhos.

 

Alexandra sabia do que a mulher a sua frente falava e ficou sem graça com isso abaixando sua cabeça.

 

- Ei não abaixe sua cabeça agora, aproveite a paisagem e, por favor, não tire esse brilho do seu olhar, pelo menos não nessa semana. - Falou segurando levemente o queixo da outra.

 

Luiza estava levando Alexandra para Praia de Bruce, ficava a algumas horas de Conacri, era uma ilha afastada e com acomodações simples, mas o que valia era a paisagem paradisíaca e a natureza. As duas foram levadas até a ilha pelo rapaz e depois foram acomodadas em um chalé simples o qual só tinha uma cama de casal, uma mesinha e um banheiro.

 

- Me desculpa por... pela cama de casal, aqui não tem chalés com camas de solteiros e eu pensei que seria melhor a gente ficar juntas em um chalé,  já que aqui não conhecemos ninguém.- Pela primeira vez Luiza parecia sem graça.

 

- Tudo bem não me importo ta ótimo, eu tenho apenas que te agradecer, eu estou maravilhada com esse lugar, muito obrigada mesmo, eu adorei a surpresa.- Falou sincera e deu um abraço na outra.

 

Luiza havia confessado para si mesmo que tinha certo interesse por Alexandra, em suas viagens sempre conheceu diferentes pessoas, culturas e se entregou a todos os momentos sem hesitar, mas com a morena dos olhos verdes era diferente, não sabia até aonde podia ir, já que essa se mostrava um pouco fechada ao falar sobre si, apenas sabia que ela era solteira, mas que não se sentia confortável em falar sobre assuntos amorosos, o que acreditava ter algo por trás disso.

 

As duas chegaram a praia já era tardizinha, então lá estavam elas depois de se acomodarem no quarto contemplando o por do sol.

 

- Você já tinha vindo aqui?- Alex perguntou sentada na areia com as duas mãos apoiando seu corpo.

 

- Sim- Luiza olhou para o mar e depois para Alexandra. - Uma vez eu vim aqui, adorei o lugar, disse para mim mesma que iria voltar, mas com alguma companhia.

 

- Obrigada por me chamar.

 

- Você precisava disso e eu também queria te conhecer mais um pouco longe de toda aquela turbulência do acampamento. - Olhava nos olhos da morena.

 

- Eu realmente precisava de um pouco de calmaria. - sustentava o olhar da mulher a sua frente. - Mas sobre você me conhecer... rsrsrs bom eu acho que você tem historias mais interessantes que a minha.

 

- Eu tenho interesse na sua historia, você é uma mulher incrível, acredito que tem coisas surpreendentes a me contar. - Se aproximou um pouco de Alex, deixando a outra surpresa com sua maneira direta. - Tem nome essa dor no seu olhar?

 

Alexandra sorriu descrente, sabia que a mulher era esperta, madura o suficiente para saber que havia algo errado por trás de toda aquela armadura que havia apresentado nos dias que estavam juntas, sempre foi educada, mas o silencio que antes não era comum em sua vida agora a acompanhava, vivia se lembrando de Helena, em como as coisas acabaram e como seu amor mesmo depois de tudo ainda era forte dentro do seu peito.

 

- Helena. - Disse agora olhando para o horizonte, sentindo uma leve dor ao dizer o nome da ruiva.

 

- Hummm...- Luiza pareceu pensar em algo após isso e por fim perguntou?- Você quer tomar banho antes da gente comer algo?

 

- Você não quer saber o resto?- Estranhou.

 

- Sim, eu gostaria de que você confiasse em mim para se abrir, mas eu respeito se você não quiser falar.

 

- Tudo começou a três anos atrás ...

 

Alexandra resolveu contar para Luiza o que havia passado com  Helena, precisava se abrir com alguém que não fosse a sua irmã, pois essa de alguma maneira iria tomar partido da situação. No meio do relato caíram algumas lágrimas, houve algumas pausas, as quais foram pacientemente respeitadas pela mais velha, que ouvia tudo silenciosamente.

 

- E foi isso... eu queria apagar tudo da minha mente. - Limpava o rosto coberto por lágrimas.

 

- Bom ...- suspirou- Eu não sou boa com relacionamentos Alexandra, mas o que eu posso dizer é que a melhor coisa que aconteceu foi essa viagem para você. - Fez Alex olhar para ela.- Quando a gente passa por experiências negativas na nossa vida, nós precisamos crescer com elas e você tem feito isso muito bem. Você tinha vários caminhos a seguir, poderia ter continuado a sofrer por essa mulher, poderia ter entrado em uma profunda tristeza, poderia ter brigado, poderia ter negado viajar, poderia ter ido atrás do seu ex e tentado mais uma vez por raiva, poderia ter feito inúmeras coisas, mas você resolveu dar um tempo em tudo, deixar todos os seus pesos para trás, viver um sonho seu, viver a sua vida, aproveitar o que tinha de melhor a se fazer e tem feito com excelência. - Viu algumas lágrimas caírem dos olhos da morena e as limpou. - Você tem sido uma médica incrível, você já salvou inúmeras vidas, fez história, você está tentando viver, lógico que ainda é atormentada por sombras do passado, mas ainda continua em pé e é assim que deve ser.

 

- Eu não sei o que dizer.

 

- Não queira apagar nada da sua mente, pois tudo o que você viveu te trouxe aqui hoje. - Falava firme. - Apenas use suas experiências como aprendizado e não deixe que ninguém tire o seu brilho.- Sorriu carinhosa.- Eu adorei te conhecer, hoje ainda mais.

 

- Obrigada. - sorriu para a outra. - Também adorei te conhecer.

 

As duas logo se levantaram e foram para o chalé tomar banho, Luiza falou para Alexandra ir primeiro porque iria resolver algo rápido com o responsável pelo chalé.

 

Alexandra após o banho saiu de toalha pelo quarto, como estava sozinha resolveu se vestir fora do banheiro.  Após resolver o que queria Luiza foi para o chalé tomar seu banho e foi quando entrou sem bater na porta e viu Alexandra apenas de calcinha, essa com o susto apenas deu tempo de tapar os seios com as mãos.

 

- Nossa desculpa Alex, eu ... eu me esqueci. - Coçou a cabeça sem graça.- De bater na porta..- Luiza não conseguir desviar os olhos mesmo com a situação constrangedora, do corpo da morena.

 

Meu deus que corpo é esse, que pele é essa. Alexandra você vai acabar me matando de desejo.- Luiza pensou e sorriu sem perceber, mas logo percebeu o que fazia e se virou.

 

- Eu vou sair pra você se trocar a vontade.

 

- Que isso Lu, vai tomar banho mulher, vai me dizer que não to gostosa pra você me olhar.

 

- Brincou se lembrando do dia que a mesma havia lhe dito que estava gostosa. Depois da conversa que teve com Luiza, Alex se sentiu mais leve.

 

- kkkkkk... ai meu deus olha o que eu fui inventar de falar. - disse fingindo estar sem graça.

 

Quando a morena dos olhos azuis saiu do banho, também estava só de toalha, o que não passou despercebido pelos olhares de Alexandra.

 

A médica achava a mais velha uma mulher maravilhosa, inteligente, educada e mesmo que nunca tenha tido interesse em mulher alguma além de Helena, não podia negar que a morena lhe chamava a atenção.

 

As duas jantaram juntas em um restaurante simples em frente ao mar, tomavam vinho e comiam algo leve. A conversa era sobre coisas divertidas, sobre alguns apuros dentro da medicina. E agora estavam andando pela praia sorridente, Alexandra andava com uma garrafa de vinho, a qual era compartilhada por Luiza, a pediatra estava encantada com a outra mulher mais solta, o sorriso dela era meigo, para não dizer apaixonante.

 

- Luiza eu vou ser grata o resto da vida por essa viagem, serio eu acho que qualquer dia que eu tiver de folga eu vou querer vir pra cá.- Rodopiava na beira da praia sempre chutando as águas como uma criança feliz.

 

- Espero que sempre seja na minha companhia pra vir aqui hein.- brincou feliz por ver a outra.

 

- Claro, como irei querer sua companhia agora pra entrar na água- disse tirando o vestido, o único que tinha trago para a viagem.

 

- Alexandra ... você não vai fazer isso...- riu com vontade ao ver a outra já entrando na água, conseguia vê lá graças a claridade que a lua as proporcionava.

 

- Vem to te esperando. - dizia jogando água para cima e sorrindo pelo pouco enfeito do álcool.

https://www.youtube.com/watch?v=fO4OkwNEid0

 

Luiza não iria ficar se fazendo de rogada, também tirou seu vestido e entrou na água atrás da outra.

 

- Me dê sua mão- pediu Alexandra.

 

Com as mãos unidas as duas mergulharam juntas, o mar estava claro, a lua parecia querer iluminar aquele espetáculo.

 

Quando voltaram para a superfície pararam uma de frente para outra. O vinho, o momento, a lua, os olhares, o calor dos corpos e um desejo até então guardado parecia querer unir os corpos.

 

Luiza foi a primeira a se aproximar, segurou a cintura de Alex, fazendo essa se aproximar, até que suas pernas involuntariamente abraçassem a cintura da pediatra.

 

- Eu não sei o que vai acontecer amanha, mas hoje eu quero ter você pra mim, hoje eu quero ser sua. - Luiza disse olhando nos olhos da morena.

 

Alexandra estava inebriada com toda a situação, naquele momento sentia um forte desejo por Luiza e não iria deixar de viver aquilo.

 

As duas diminuíram a distancia que as separavam unindo suas bocas. O primeiro selinho foi separado calmamente, Luiza precisava olhar para Alexandra, nunca havia sentindo tamanho choque no corpo por ficar com ninguém.

 

Mas logo se aproximaram de novo, o beijo era pura luxuria, as línguas brigando por espaço, os corpos quentes tentando ser resfriados pela água do mar, o que era em vão, aquilo só despertava mais desejo em ambas.

 

As duas foram para o chalé aos tropeços, não queriam se soltar, quando chegaram dentro do quarto, pararam um pouco para se olharem nos olhos.

 

- Você tem certeza que quer isso meu bem?- Luiza perguntava fazendo carinho no rosto molhada de Alexandra.

 

- Sim, o que eu mais quero agora é viver isso com você. - Alex beijou o pescoço da pediatra, fazendo a mulher se arrepiar. - Eu quero te fazer minha hoje.

 

Luiza não esperou mais nada para tomar a boca de Xanda, beijou a mulher com urgência e logo foi abaixando a alça do vestido da outra com uma mão, enquanto a Alexandra não se aguentou e levou a mão no bumbum da outra. Havia carinho, mas acima de tudo muito tesão.

 

Tiraram suas roupas molhadas e caíram na cama, Luiza parecia querer o domínio, mas Alexandra sob o efeito do álcool parecia incontrolável, fazendo a pediatra virar de bruços para que se esfregasse no bumbum dela. Luiza ao sentir Alexandra molhada intimamente na sua bunda gem*u e segurou com força os lençóis.

 

Xanda foi descendo pelo corpo da mais velha aos beijos, até quando chegou na altura da lombar e deu uma mordida, fazendo o corpo da que estava embaixo do seu se arrepiar e logo depois foi descendo com a língua até o meio das pernas da outra.

 

- Alex....- A pediatra suspirou.

 

- Empina pra mim vai.- Alexandra pediu com a voz rouca.

 

Luiza fez o que ela havia lhe pedido e logo após sentiu a língua quente da outra entrar na sua vagin*.

 

- ahhhhh...- suspirou de tesão.

 

Alexandra entrava e saia com sua língua na parte intima da outra, enquanto suas mãos passeavam pelo corpo de Luiza.

 

- Vem aqui.- A morena dos olhos verdes, puxou suavemente mais com firmeza a pediatra. - Eu quero que a lua veja você goz*r na minha boca.

 

- Alex o que você vai fa....- Sentiu a outra lhe sentar na janela no quarto, sorriu sem acreditar.- Se alguém ver isso... ahhhh- gem*u ao sentir a morena começar o oral de novo, mas agora pediu passagem com dois dedos dentro de sua vagin*.

 

- Enfia gostoso vai. - Não imaginava sentir tanta excitação como naquele momento.

 

Alexandra enfiav* e tirava os dedos de dentro da mulher e circulava com a língua o clit*ris dela.

 

- Ai.... eu vou goz*r meu amor.- segurou a cabeça de Alex e sentiu o orgasmo mas forte da sua vida.

 

Alexandra foi rápida ao segurar o corpo da morena, pois ela iria cair de tão fraca se não tivesse sido amparada pelo corpo da outra médica.

 

As duas foram se beijando até a cama, deitaram e trocavam beijos carinhosos até que Luiza se recuperasse.

 

- Você é linda Alex. - Fazia carinho no rosto da outra.

 

- Você é linda, gostosa e cheirosa. - A morena passeava com os dedos pelo corpo da outra.

 

- rsrsrsrs... sou gostosa é?- perguntou sorrindo, tinha adorado viver aquilo com Alexandra, não imaginava que seria tão bom como foi.

 

- É sim.

 

Logo a pediatra subiu no corpo de Alexandra e passou a lhe beijar com paixão.

 

A noite seguiu com as duas na cama entre beijos, sorrisos e muito carinho.

 

As duas mulheres ficaram na ilha durante 3 dias, andaram por todo o espaço, mergulharam, namoraram na areia, no mar, sob a luz do luar, até que resolveram conhecer mais lugares, como Luiza tinha alguns contatos, não foi difícil conseguirem um barco para explorar algumas outras cidades.

 

As duas aproveitaram seus dias para conhecer um pouco mais de Guiné e também conhecer uma a outra. Ambas eram adultas, sabiam que aquilo que estavam vivendo era maravilhoso, mas não poderiam falar de amor, de compromisso, já que Luiza iria embora em pouco tempo.

 

Depois da semana de folga e de viverem momentos incríveis juntas, elas sempre aproveitavam alguma folga que tinham para dar uma fugidinha juntas.

 

- Quando sua missão acabar vou te procurar, quero te levar no melhor motel do mundo. - Luiza estava em pé vestindo sua camisa, as duas haviam  acabado de trans*r em um hotel bem simples da cidade, o quarto não  tinha nenhum um pouco de luxo, apenas a cama.

 

- kkkkkkk - Alexandra ria da outra.- Vai me procurar só pra gente trans*r de novo é?- perguntou enrolada no lençol da cama.

 

- kkkkkkk- Luiza se aproximou dela apenas de camisa e calcinha, lhe roubado um beijo. - Vou te procurar pra gente casar meu amor, já pensou a gente casada e rodando esse mundo?- olhou para o céu da janela, como se realmente imaginasse isso.

 

- Ata que você seria capaz de casar e se prender alguém Luiza. - riu irônica, sempre brincavam uma com a outra.

 

-  Você não é qualquer ‘'alguém'', com você eu casaria. - olhou nos olhos da outra. - Me casaria com você e te levaria comigo para onde eu fosse.

 

Alexandra riu desacreditada, ela e Luiza se davam muito bem, sem cobranças, sem rótulos, era apenas as duas de brasileira no acampamento, o que fez com que ficassem mais unidas ainda, onde uma estava a outra também estava, ela sabia que quando a pediatra tivesse que ir embora faria muita falta.

 

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- Vou deixar minha moto com você. - Luiza estava ensinando Alexandra andar de moto nos últimos dias antes de ir embora.

 

- E por quanto a senhorita esta pensando em me vender essa gracinha aqui?- Luiza estava sentada na garupa da moto, Alexandra quem estava pilotando.

 

- Não quero dinheiro. - Falou passando as mãos pelo abdome da pilota e depois nos seios. As duas riram disso.

 

- Ahhhhh já entendi. -Alexandra parou em um tablado que ficava de frente para o mar. As duas desceram juntas e ficaram olhando para as águas. - Vou sentir a sua falta Lu.

 

- Não ouse me fazer chorar Alexandra. - Disse já limpando as lágrimas que teimavam em cair.

 

Alex abraçou Luiza nesse momento, choravam juntas uma nos braços da outra. Aprenderam a se gostar muito naqueles três meses, passaram por momentos inesquecíveis juntas, os quais fariam falta para ambas.

 

- Você vai voltar para o Brasil?

 

- Sim, minha prima deve ter me esquecido já rsrsrs.- disse limpando o rosto.

 

- Não tem como, você é inesquecível. - Cortejou fazendo graça.

 

- Você que é morena. - Luiza falou olhando nos olhos da outra, o vento bagunçava o cabelo de ambas. - Você que é inesquecível, eu nunca conheci ninguém tão especial como você, foi um prazer namorar e trabalhar com você nesses últimos meses. - Deu um selinho na morena.

 

-Eu digo o mesmo pra você, quero te encontrar de novo. - disse sincera, acima de tudo as duas eram amigas.

 

- É claro que vamos nós encontrar, irei te procurar até no fim do mundo, mas irei te ver de novo.- Se abraçaram novamente.

 

Depois que Luiza foi embora Alexandra se sentiu sozinha novamente, mas não deixaria se abater apenas por isso, pois estava vivendo o seu sonho acima de tudo, tinha ainda mais 3 meses para trabalhar e ajudar seus pacientes. Mas agora não teria tantos momentos divertidos como tinha ao lado da pediatra.

 

Fim do capítulo