POV Heloísa

Acordei atordoada com meu bip tocando. Levantei da cama e corri trôpega até o banheiro. Peguei minhas roupas espalhadas pelo chão e foi impossível não parar para admirar aquela escultura completamente nua dormindo jogada na cama. Nem que fosse 1 minuto, mas eu precisava admirá-la. Foi inevitável sorrir e suspirar ao lembrar da noite quente que tivemos. Terminei de me arrumar, escrevi um bilhetinho justificando minha ausência e corri para o hospital.

Nunca reclamei tanto de uma emergência e olha que sair de madrugada nunca foi um sacrifício pra mim. Sempre amei minha profissão, sendo assim fazia aquilo com certo prazer. Mas especialmente hoje eu queria muito vê-la acordar.

Cheguei ao hospital e em poucos minutos me inteirei da situação. Apesar de sério, não era nada muito complicado, então se tivesse sorte, poderia voltar pra casa e curtir o resto do dia com minha loira.

_ Camila pega um café sem açúcar pra mim, por favor. Se dormi 2 horas essa noite foi muito e não posso correr o risco de dormir com o bisturi na mão.  

Ela correu até a cantina e trouxe o café do jeito que eu gostava, quente e amargo. Nos encaminhamos para o centro cirúrgico e em pouco mais de três horas finalizamos a cirurgia com sucesso.

_ Posso saber o que a senhorita estava fazendo que não dormiu?

_ Resolvendo minha vida.

_ Transar agora mudou de nome ou o sex* ganhou esse status e eu não estava sabendo? 

_ E quem disse que eu estava trans*ndo?

_ Primeiro sua cara de babaca, segundo o cheiro de sex* que você está exalando, kkk... Arregalei os olhos e comecei a me cheirar. Mentira que isso estava acontecendo comigo? Com a emergência eu não tive tempo de tomar banho, mas daí a exalar cheiro de sex* era um pouquinho demais. Ela viu meu desespero e começou a gargalhar na minha cara. _ Calma Heloísa, quem nunca interrompeu o sex* por causa de uma emergência, com certeza não é médico. Foi inevitável não rir, essa garota era uma figura, mas eu adorava trabalhar com ela. _ Mas fala, quem foi a felizarda que conseguiu te levar pra cama?

_ Felizarda é ótimo, kkk... Me senti um troféu agora. Mas respondendo sua pergunta, eu estava com a Luna.

_ Mentira???? Ela colocou a mão na boca em sinal de surpresa. _ Que bafo. Mas ela não estava com a Carina? Cá entre nós, sou muito mais você. Falou antes mesmo que eu pudesse responder a pergunta.  

_ Quem é Carina? Não conheço, desculpa, kkk... Gata eu juro que te conto tudo depois, mas deixa eu correr pra casa da Lu, quero ver se consigo tomar café com ela.

Larguei meu jaleco na sala dos médicos e corri para casa. Passei na padaria e comprei algumas guloseimas que a loira adorava. Preparei uma bandeja bem decorada e com muitas variedades e subi para o quarto. Ao entrar percebi que a loira ainda estava dormindo, aproveitei para tomar um banho e tirar o cheiro de hospital, misturado com sex*. Sorri ao lembrar do comentário da Camila. Dava tudo pra ver a cara da Luna com esse comentário, envergonhada como ela era, não saberia onde enfiar a cara, kkk...

Olhei no relógio e vi que ainda eram 8 horas da manhã e eu já estava a mil por hora. Apesar de cansada não queria dormir, queria aproveitar cada segundo ao lado da minha mulher, exaurir cada milésimo de saudade acumulada ao longo desses anos, se é que isso era possível. Com o corpo ainda molhado me deitei em cima dela e ouvi um pequeno gemido que me deixou completamente excitada. Passeei a língua entre sua orelha e seu pescoço e mais um gemido foi ouvido.

Saí de cima dela e passei a mão suavemente por aquelas costas brancas que tanto me atordoavam. Senti ela se mexer e vi que estava acordando. Dei um selinho demorado e sorri, esperando que ela abrisse os olhos.

POV Luna

Senti uma pressão no meu corpo acompanhado de um calafrio que vinha da espinha. Senti o perfume embriagante da minha latina e uma língua quente passear entre minha orelha e meu pescoço. Continuei com os olhos fechados, esperando por uma atitude mais incisiva da minha morena. Eu adorava quando ela me acordava me comendo e estava torcendo para que ela me agarrasse logo. Tudo bem que, tecnicamente eu já tinha acordado, mas ela não precisava saber. Sorri mentalmente. Gemi gostoso visando estimulá-la a continuar, mas ela saiu do meu corpo e começou a fazer carinho nas minhas costas. Estava uma delícia, mas confesso que me frustrei um pouco.

Resolvi abrir os olhos e me deparei com o sorriso mais lindo do mundo. Como consegui ficar tanto tempo sem essa mulher? Sinceramente eu não sabia. A única certeza que eu tinha era que nunca mais ficaria sem ela.

_ Bom dia meu amor.

Retribui o sorriso e o selinho que a pouco ela tinha me dado. _ Bom dia.

_ Trouxe nosso café.

_ Uau, que lindo. Acordou cedo só pra ir na padaria?

_ Quem dera minha linda, cheguei em casa agora. Tive uma emergência as 4h da madrugada.

_ Eu estava tão cansada que nem te vi sair. Você me deu uma surra ontem latina. Ela deu um sorrisinho cafajeste, daqueles que doíam a espinha só de imaginar as imagens projetadas por ela e enfiou a língua na minha boca. Depois daquele beijo sôfrego retomei o pensamento reorganizando minha fala. _ Depois do café você dorme um pouco. Na hora do almoço eu te chamo.

_ Nada disso, hoje eu quero curtir você em todos os níveis. Eu durmo mais tarde.

Não adiantaria brigar, conhecendo a morena nada a faria mudar de ideia. Tudo bem que eu tinha adorado a ideia de tê-la me curtindo em todos os níveis. Foi inevitável imaginar os níveis que alcançaríamos juntas, kkk... Jesus como estou depravada! Sorri mentalmente decorando cada pedacinho daquele corpo moreno trabalhado na maldade. A muito custo tomamos nosso café e voltamos a nos deitar.

_ Amor como ficamos em relação as casas?

_ Simples, você volta pra cá. Podemos alugar o apartamento ou deixá-lo fechado. Você quem sabe.

_ Você não acha cedo para voltarmos a morar juntas?

_ Você tem alguma dúvida sobre querer ficar comigo? Ela balançou a cabeça em negativa e sussurrou no meu ouvido algumas palavras que me tirariam de órbita, se continuassem a ser proferidas naquele tom.

Voltei a me aprumar e respondi que nosso lugar era juntas, independentemente do local. Ela sorriu e concordamos que retomaríamos nossa vida de casadas. Nesse interim me surgiu uma ideia e eu tinha certeza que ela adoraria. _ Heloísa vamos fazer uma segunda lua-de-mel?

_ Adorei a ideia. Ela me olhou com cobiça e esfregou o pé no meio das minhas pernas. _ Pra onde iríamos?

_ Pensei em irmos pra Grécia.

_ Arrasou! Já vi algumas fotos lindíssimas de lá. Dizem que tem lugares lá bem românticos e muito afrodisíacos, se é que podemos dizer assim. Ela piscou e voltou a sorrir com lascívia. _Vou adorar passar nossa segunda lua-de-mel lá.  

POV Heloísa

Sorri abertamente. Eu sabia o efeito devastador que meu sorriso causava na loira. Estava abusando da sensualidade e o desespero apresentado por ela era música para meus ouvidos. Era ótimo ver o quanto ainda mexia com ela. Eu sabia cada desejo incontido, cada zona erógena, eu sabia exatamente o que fazer para deixá-la louca e isso me dava imenso prazer.

Mas minhas intenções iam além das sexuais. Eu não tinha engolido aquela história de cartomante e essa viagem seria a oportunidade perfeita para o que eu estava planejando. De todas as coisas feitas pela Luna, uma delas em específico mexeu extremamente comigo, mexeu com meu brio e me magoou bastante. E infelizmente por isso ela pagaria, não conseguiria deixar barato, não isso! As demais coisas eu até relevaria, afinal no amor e na guerra vale tudo e ela escolheu as armas dela, atacou como pôde e saiu vitoriosa no final, afinal eu estava de 4 por ela e disposta a tudo para ficarmos juntas.

Olhei para ela sorrindo e cheguei a ter pena, minha vingança seria doce, kkk. A coitada mal sabia a perversidade que a esperava, enquanto eu já conseguia antever o sabor da realização de um desejo.

_ Me aguarde Luna Fagundes, você não perde por esperar. Falei comigo mesma enquanto a loira entrava no chuveiro.    

Fim do capítulo