Bom dia amores!
Chegou a vez de conhecermos um pouco mais da Drikka. Seria ela capaz de assissinar friamente tantas mulheres?
Me digam suas impressões. Vamos conspirar, kkk.
Nos vemos na terceira semana do desafio.
Beijão
LIBERDADE...
Mais uma vez acordei assustada, novamente sonhei com ela, aquela que me tirou o brilho do olhar e que me fez desconfiar do amor. Como sempre o sonho fora confuso, via a Camilla ocupando um papel de destaque no meu filme preferido e entre senhores das trevas, elfos e fadas a via surgir como a salvadora do meu mundo particular. A cena era sempre a mesma, estávamos presas em universos paralelos, separadas por uma fumaça tênue, que impossibilitava nosso toque. Ela na floresta mágica, linda como sempre, com roupas de guerreira e na cabeça a coroa que deflagrava sua majestade e eu nesse mundo desumano, onde a tristeza impera e nossos sonhos são esmagados diariamente.
Há meses o sonho se repete e minha psicóloga insiste no embate final. Suas palavras ecoam em minha mente e reforçam a cada dia a necessidade de exorcizá-la da minha vida, apagando cada lembrança, por mais ínfima que seja.
O medo domina cada fibra do meu ser, afinal não sei se estou preparada pra esse reencontro? Por anos busquei nas mulheres o mesmo olhar, o mesmo cheiro ou qualquer característica que me lembrasse ela. Lutei para apagar as digitais dela impressas no meu corpo e assim foram surgindo as inúmeras tatuagens, mas tudo foi em vão.
Vasculhei a vida dela e acompanhei seu crescimento profissional, vi também os escândalos que a envolveram, as mulheres que a conquistaram e o ódio me consumiu. Eu que tanto a amava não mereci seu grito de libertação. Então era a minha vez de me libertar.
“A linha que separa o amor e o ódio é muito tênue, cuidado!” Afugentei a voz da consciência e segui rumo ao desconhecido, a minha libertação e ao resgate da minha dignidade.
Novamente no Rio, só que dessa vez de cara limpa, disposta zerar minha conta, cobrando os juros e a correção monetária a que faço jus. Precavidamente optei por esperar o melhor momento e há algumas semanas acompanho o dia a dia da Delegada Camilla Montez. Ela, por sua vez se desdobra entre as investigações da delegacia e a namorada, que por azar do destino é a minha ex. Gisele... custo a crer na coincidência, só não entendi a lógica.... ainda.
Novamente estávamos, eu e ela perdidas naquela cafeteria, ela debruçada sobre um caso qualquer e eu no universo tenebroso das minhas confusões mentais. Entre uma xícara de café e outra a vi levantar, aparentando uma agitação fora do normal. Instintivamente a acompanhei, a chuva torrencial facilitava minha movimentação, mas a barreira policial me impossibilitou de acompanhá-la. De longe a vi trabalhar, ela estava linda naquele papel, séria, destemida e impositiva. Um corpo tinha sido achado e ela com eximia maestria comandava aquele bando de barbados. Como ela tinha mudado... não era mais a menina frágil que eu conhecia.
Ao contrário, ela aparentava uma frieza por mim desconhecida, seu olhar não era mais tenro e seus movimentos não lembravam mais a delicadeza de outrora. Mentalmente questionei os motivos que a fizeram mudar tanto, seria a profissão ou a vida não lhe sorriu tanto quanto esperava? Balancei a cabeça tentando afastar qualquer sentimento positivo em relação a ela. Não me interessava saber os motivos da sua mudança, meu único interesse era me libertar dessa obsessão.
Eu estava cansada de procurar nas mulheres qualquer rastro que me lembrasse a Camilla, estava cansada de me auto flagelar nutrindo um sentimento que não me fazia bem. Não era justo comigo, não era justo com as mulheres que passaram pela minha vida, não foi justo com a Gisele. Ela que tanto me amou, mas que não suportou ver minha incompletude no nosso relacionamento. Eu precisava viver, precisava voltar a acreditar no amor, precisava reaprender a me entregar, sem reservas, sem mágoas e principalmente sem máscaras.
Fui arrancada do meu devaneio pelo barulho do motor de um carro, fixei meu olhar no desenrolar da cena e vi um bando de homem abobalhado observando uma Camilla atordoa. Corri para carro e voltei a segui-la, enfim meu momento tinha chegado, ela estava insegura e perdida. Não me interessavam os motivos, eu só precisava de um bom momento para me aproximar e ele estava ali, escancarado na minha frente. Rodamos por alguns minutos, até que paramos novamente na cafeteria, ela entrou em disparada e sentou no mesmo lugar que estava há horas.
Senti meu corpo tremer ante a proximidade, mas não era o momento para sentimentalismo barato, eu não era mais a menina de 22 anos, cheia de sonhos e esperanças, não era mais a menina apaixonada, disposta a enfrentar o mundo pelo primeiro amor, eu era, no máximo o reflexo da garota descartada e humilhada.
Uma lágrima furtiva caiu dos meus olhos, trazendo à tona a fragilidade que tanto lutei pra esconder, sequei-a e me aproximei. O cheiro amadeirado do perfume dela me invadiu fazendo-me reviver nossos doces momentos. Meu coração fraquejou e num momento de descuido me permiti sussurrar: _ “Que saudades de você minha pequena, Carpe Diem.”
Fim do capítulo
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Jennyfer Hunter
Em: 05/05/2019
Querida Tai... tenho uma expressão a fazer:
Uauuuuuu!
Mulher... você escreve super bem. Parabéns! Adorei o ponto de vista da Drikka. Agora vamos ver como você vai encaixar a 3a imagem na história! To muuuuuito curiosa!!!
Teve um trecho que achei muito foda... é esse:
" Ela na floresta mágica, linda como sempre, com roupas de guerreira e na cabeça a coroa que deflagrava sua majestade e eu nesse mundo desumano, onde a tristeza impera e nossos sonhos são esmagados diariamente."
Essa frase é de uma reflexão foda!!! Parabéns mais uma vez. Já sou sua fã!!!
Bjs.
J.Hunter!
Resposta do autor:
Oi linda, fico mega feliz que tenha gostado.
Você falou que está curiosa para ver como encaixarei a terceira imagem, confesso, eu também, kkkkkkk...
Em relação a imagem, ela meio que reflete nossos dias atuais, o mundo caótico em que vivemos e nossos sonhos, nossos desejos, nossas aspirações...
Precisamos literalmente volitar entre essas duas realidades para conseguirmos sobreviver, caso contrário somos esmagados, seja pela inércia, ante o desejo irrefreado de viver o que não é possível (ainda que momentaneamente), seja por nos afundarmos em uma realidade dolorosa de um mundo sem sonhos.
Obrigada por todo carinho, tem sido revigorante conversar com você.
Beijão
Endless
Em: 02/05/2019
Essa Gisele e do mal. Aguardando o proxpró pra confirmar minhas suspeitas. Parabéns e boa sorte.
Resposta do autor:
Será ela nossa psicopata????
Quais seriam as motivações dela?
Adorei a conspiração!
Obrigada pelo carinho em comentar, essa semana libero a terceira imagem e você confirma sua teoria está certa.
Beijão
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Cristiane Schwinden
Em: 01/05/2019
Que angustiante! Mas de ua forma boa, de devorar querendo mais e mais! Parabéns!
Resposta do autor:
Muito obrigada Cris, fico muito feliz em saber que você gostou.
Agora estou quebrando a cabeça com a terceira foto, kkkk... Torcendo para continuar inspirada.
Obrigada pelo carinho em comentar.
Beijão
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