Mais um escândalo envolvendo a renomada atriz Gisele Hoffmann! A protagonista do filme “Alien: a invasão”, foi vista saindo do núcleo de apoio as mulheres que amam demais. Teria essa visita alguma relação com o fim conturbado de seu casamento com a artista plástica Drikka Brandão? Ou teria alguma relação com seu atual affair, a Delegada Camilla Montez?  

_ Abutres! Joguei a revista num canto qualquer do camarim. _ Ainda bem que a Camilla não se liga em revista de fofoca.

_ Falando sozinha Mon Cher?

_ O mesmo de sempre Fernando, esses malditos sanguessugas que não me largam.

_ Faz parte do estrelato minha linda. Agora vem cá, deixa eu te ajudar a tirar essa armadura. Não sei como você aguenta carregar esse treco pesado durante horas!   

_ Faz parte do estrelato meu lindo. Pisquei para ele que sorriu maroto. _ Me viram saindo do MADA e já começaram as especulações, inclusive tocaram no nome da Drikka.

_ MADA? Ele me olhou confuso.

_ Mulheres que amam demais, esqueceu? Ele balançou a cabeça em aquiescência.

_ Imagino o auê. Falando nisso como foi lá? Dá pra fazer um bom laboratório?

_ Sinceramente não entendo a necessidade desse estudo. Não vejo a passionalidade como algo negativo. O amor é passional, é vibrante e pelo que vi a personagem ama sem medos, sem rótulos e se entrega de corpo e alma. 

_ A séria falará sobre obsessão chuchu.

_ E desde quando amar demais é obsessão? Quem se contenta com migalhas nunca será capaz de compreender a intensidade do amor. 

Finalizamos nossa conversa exatamente no momento que a armadura foi desmontada. Me despedi ali da destemida Capitã Ava. Não mais a teria como fonte de inspiração, não mais aguentaria seu traje robótico que me extenuava ao longo do dia, não mais me submeteria a horas de maquiagem pra deixar minhas expressões mais firmes, mais duras, mais forte... Agora viveria Helena, uma mulher passional, capaz de tudo em nome do amor. Mas quem não seria capaz de tudo em nome do amor? Somente aqueles que não amam!!!

Peguei minha bolsa e pela última vez dei adeus aos meus companheiros de elenco. Tentei não transparecer, mas aquela notícia mexeu demais comigo, me fez reviver o fim do meu casamento e toda a humilhação que vivi ao ser traída e exposta. _ Ela não podia ter feito isso comigo! Soquei o volante do carro. Pensar na Drikka ainda me causava dor, mesmo estando separada há exatos 2 anos e essa maldita dor me enraivece... _ ela não vale uma lágrima derramada. Falei limpando o rosto.

Foram 5 anos entre namoro e casamento, sempre vivi a sombra da Camilla, o primeiro amor jamais esquecido, e por mais que fizesse era impossível competir. Fui amiga, amante, fiel, mas nada foi suficiente pra ela.  Tentei de todas maneiras possíveis entendê-la, ignorei os sonhos acalorados que ela tinha com a Camilla, onde não só seu nome era pronunciado, como também os apelidos carinhosos, os medos e esse amor incubado. Tentei me fazer presente, tentei ignorar o conhecimento das inúmeras tatuagens, do malfadado carpe diem, mas nada foi capaz de trazê-la pra mim.

As vezes no ápice da dor buscava auxílio nos inúmeros personagens que vivi, tirando deles expressões que fossem capazes de esconder meu estado de espírito. Era difícil amar e não ser correspondida, olhar pra ela e ver o reflexo de uma mulher que não era eu, mas mesmo assim eu me entreguei de corpo e alma, fui minha melhor versão e ofereci o melhor de mim.

Mas ela não soube reconhecer, não me enxergava e tudo que me oferecia era ínfimo diante do universo que eu estava entregando pra ela. Me usou, me humilhou.... Fui massacrada por sites de fofocas, espezinhada como mulher nenhuma merecia ser.

Dei graças a Deus quando me escalaram pro filme, enfiei minha cabeça no trabalho e aos poucos as coisas foram se acalmando. Numa convenção no Rio de Janeiro, por coincidência do destino conheci a Camilla e ali tive uma luz. Nada me faria mais feliz que ver a Drikka sofrer! Comecei a investir no objeto de desejo da minha amada ex-esposa, mas, mais uma vez o destino me pregou uma peça, a Camilla além de linda, era doce, suave e em pouco tempo me vi completamente apaixonada.   

Me permiti viver esse amor em sua plenitude, mas nunca perdi o desejo de esfregar na cara da Drikka essa conquista, eu quero que ela olhe nos olhos da Camilla e me enxergue, quero que ela perceba que estou impregnada no corpo e na alma daquela que um dia tanto amou. Quero que ela sinta na pele aquilo que produziu em mim ao longo do nosso relacionamento.  Chego me comprazer com simples ideia de vê-la desnorteada ante a minha presença ao lado da Camilla.

Nosso acerto de contas está a cada dia mais próximo e diariamente me preparo para o grande embate. Ela não sabe, mas desde nossa separação que acompanho o desastre que se tornou sua vida, perdida entre baladas, bebidas e mulheres sem estirpe. Sei que já veio ao Rio algumas vezes e que, assim como eu andou investigando a vida da Camilla. Pelo visto a coragem andou visitando nossa amiga, pena que é tarde demais, a Camilla agora é minha e não será ela que a tirará de mim. Afinal uma mulher fraca e covarde como ela não merece a honra de ter a Camilla ao lado.

Especialmente hoje acordei agitada, meu sexto sentido dizia que alguma coisa aconteceria, olhei para o lado e a Camilla já tinha saído. Com esses assassinatos em série ela quase não estava parando em casa. Me arrumei e resolvendo escutar minha intuição desmarquei meus compromissos.  Passei o dia na cola da Camilla e como uma pedrada vi a Drikka a seguindo. Meu sangue subiu, mas eu precisava me acalmar e assim o fiz. Depois de horas andando atrás das duas as vi voltarem para a cafeteria. Quando me preparava pra sair do carro as vi saindo, a Drikka assustada e algemada e a Camilla furiosa.

Carpe Diem Drikka, inevitavelmente sorri...

Fim do capítulo