Capítulo 11 All star
Carol se aproximou da porta com certo receio, mas a abriu e recebeu um bolo de papel jogado praticamente em seu rosto, o que a fez dar um passo pra trás.
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Tu me deixar eu até entendo, eu estava errado, mas que vergonha é essa? O que te deu?
Era Eduardo que lhe falava em um tom de voz ameaçador, ainda sem entender o que acontecia, ela o olhava seriamente, afinal quem ele achava que era para estar na porta da casa dela daquela maneira?
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Que isso Eduardo? Tá louco?
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Olha as fotos Carolina, olha!
Carol pegou uma das fotos do chão e viu do que se tratava, era o beijo que ela tanto queria esquecer de todos os ângulos possíveis e imagináveis.
Ela respirou fundo, sabia o que estava por vir,mas ainda sim não admitia a atitude de seu ex.
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Olha só Eduardo,não te devo satisfação. Tá? Com licença
Carol tentou fechar a porta, mas Eduardo a conteve.
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Tu tava com ela né? Por isso a gente não trans*va mais não é? Aquele ódio todo era teatrinho? Por favor né Carolina. Ainda manda as fotos pra minha casa?
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EU NÃO MANDEI FOTO NENHUMA E A GENTE NAO TINHA MAIS NADA A MUITO TEMPO E TU SABE DISSO EDUARDO
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NAO, EU NAO SABIA, MAS AGORA EU SEI.
Eduardo virou-se e foi embora, Carol sentiu um aperto em seu peito ao ouvir o barulho da porta do elevador se fechando. Fechou sua porta e sentou no sofá, procurando entender como aquelas fotos tinham ido parar na mão dele e como foram tiradas, olhou uma a uma e aquelas imagens aqueceram seu peito. Ficou com uma incógnita na cabeça, o que faria? Quem a perseguia?
Seus pensamentos foram interrompidos por uma notificação de e-mail no seu celular, levantou e foi até a mesa onde ele estava e o pegou, abriu o seu e-mail e viu que havia um novo na caixa da entrada, o abriu e seu coração acelerou.
"Que conexão" pensou ela. Logo após respondeu.
"Prezada Marina, fico lisonjeada pelo convite de alguém que já teceu tantas críticas ao meu trabalho agora me chamar para um entrevista para reconhecê-lo. Fico grata.
Podemos marcar uma reunião amanhã? Nada formal, só para saber os rumos que a entrevista tomará.
Att, Carolina Leone"
Terminava de digitar e pensou "formal como o dela, com um toque meu claro" deu uma risada devido a sua pequena dose de acidez.
"Agora tenho um propósito para perguntar pra ela das fotos e esclarecer que nada disso voltará a acontecer. Ninguém mais tira vantagem de mim", concluiu seu pensamento e ainda atordoada com tudo o que aconteceu resolveu ir tentar dormir, a noite passada sem pregar o olho já lhe cobrava o preço, e assim o fez. Após rolar na cama por alguns minutos conseguiu pegar no sono.
*****
Mari escuta a notificação em seu celular, senta no sofá onde ele está e acessa sua caixa de emails, lá está a resposta de Carolina, após ler o que continha no corpo da mensagem sorriu novamente.
"Se ela não me cutucasse não era ela né? E tão formal quanto eu pensei que seria." Pensou, logo começou a digitar a resposta.
"Prezada Carolina, compreendo. Podemos marcar uma reunião amanhã as 18hrs no café do povo no centro da cidade. Estarei te esperando."
Att Marina.
Respirou fundo e o enviou. Admitiu para si mesma que o fato de ver a morena a preenchia com uma alegria inexplicável, se sentia uma adolescente apaixonada pela primeira vez, como se vivesse algo proibido.
Não ligou para Fran, queria a encontrar sozinha e ter a oportunidade de conversar caso a morena tocasse no assunto, apesar de ainda estar receosa com a reação da mesma no fim daquele ato.
Se dirigiu pro quarto e Kiko foi atrás dela, ambos deitaram em suas respectivas camas, agora a insônia fazia companhia para Marina que tentava desviar seus pensamentos, esvaziar a mente da ansiedade do encontro.
Até que após muito custo conseguiu pegar no sono.
*****
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Sim Rafa, também recebi um e-mail do jornal.
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E vamos ir né? É amanhã tu sabe?
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Eu sei, vou pensar e te aviso mais tarde tá bem?
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Não pensa muito que vai dar merd* e eu quero ir na tv.
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Não é tv, é um canal no YouTube.
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Tô nem aí, quero mostrar minha beleza pro mundo
Disse Rafaela rindo o que a fez rir também.
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Não sei que beleza, mas tá. Eu tenho um compromisso. Te mando mensagem, até mais.
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Até mais princesa.
Carol arrumava os cabelos na frente do espelho enquanto estava no telefone, agora desligou o mesmo e fazia uma maquiagem leve com um batom rosa.
Vestia uma calça jeans, uma bota com um pequeno salto e cano curto, uma blusa branca com um decote v e uma jaqueta de couro, colocou seus óculos e ao olhar no relógio já estava atrasada fazia 15 minutos.
Saiu de seu apartamento e desceu até seu carro, pegou o mesmo e se dirigiu até o mercado. No caminho cantava uma música que amava e que dizia muito do momento em que vivia, tentou se desfazer de seu pensamento, mas era impossível.
"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você, o sal viria doce para os novos lagos, Colombo procurou as índias, mas a terra avistou em você... O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário, estranho gostar tanto do seu all star azul (...)"
Ouvia Cássia Eller cantando e cantava junto, queria não pensar nela, queria poder chegar lá e com todas as forças mentir pra si mesma e para a loira que não tinha gostado de tudo que tinham passado, tinha medo de transparecer que aquilo era uma mentira, algo inventado, porque tudo o que ela queria era estar nos braços da Mari novamente.
Acendeu um cigarro, trocou a música, colocou outra que não tivesse nem ao menos uma melodia romântica. Queria desvirtuar seus pensamentos.
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Não não não não não! Tudo menos me apaixonar por uma mulher! Não!
Batia a mão fortemente no volante, afirmando pra si mesma que aquilo era errado, não podia acontecer, seis julgamentos internos gritavam novamente para que ela retomasse a razão.
Respirou fundo e continuou dirigindo até o local de encontro.
*****
Mari estava sentada em uma mesa na rua, observando todos os carros parecidos com o da morena, ela vestia uma calça jeans, seu all star, uma camiseta do capitão América e usava uma touca beannie e seus óculos de grau.
Mari esperava sua companhia já apreensiva, "será que ela não vêm?" O café que havia pedido para acompanhar a ansiedade da espera já estava quase no fim e ela já pensava em ir embora, "afinal já são 30min de atraso, vou esperar mais um pouco e depois vou embora" sabia que aquela relutância era por querer seus olhos nos dela novamente e matar a curiosidade, saber o motivo dela ter ido embora tão rapidamente aquele dia.
Olhava para os lados apreensiva e nada de Carolina, até que viu o carro dela estacionando do outro lado da calçada e alguém se observando no espelho retrovisor. O encontro iria acontecer.
Fim do capítulo
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